terça-feira, 17 de junho de 2008

VIDA É PODER PARA RELACIONAMENTO E ASSIMILAÇÃO


A vida é sempre e em todo lugar um poder interior de relacionamento. O ser vivo tem um poder inerente que o coloca em contato com o que está ao seu redor, extraindo elementos desse "contexto" para melhorar e ampliar seu próprio ser e influência. Por exemplo, a planta libera suas raízes. O bebê se aproxima da mãe. A mente aprende. O conhecimento e a experiência tornam possível a obtenção de mais conhecimento e experiências. Aqueles que amam encontram força, amor e entendimento para seguir adiante. Jesus afirma que aqueles que dão também recebem (Lucas 6.38). E o que Jesus ensina é outro de seus princípios de "como as coisas são".
Nós vemos, assim, a vida – qualquer que seja sua natureza metafísica e sua explicação – demonstrando habilidade para comunicação e interação seletiva para absorver do seu contexto aquilo que assegura sua expansão e fortalecimento. De fato, a raiz lingüística da palavra "vida" nas línguas indo-européias reflete o sentido geral de continuar, resistir ou persistir por meio de um curso interativo de mudanças específicas.
Um grão de trigo no solo absorve energia térmica e nutrientes e, por meio desses elementos e de sua força interior específica, estende gavinhas para encontrar mais nutrientes no solo. Se encontrar esses nutrientes, continuará seu curso de desenvolvimento até o final, tornando-se "trigo", e não milho ou carvalho. Então o "trigo" providenciará os meios de se "reproduzir segundo a sua espécie" (Gn 1.12). E mais trigo surgirá.
Na vida animal, há o acréscimo do poder de movimento e de percepção das coisas. Isso não se dá como uma adição externa aos poderes inferiores compartilhados com as plantas, mas como algo de que seus próprios poderes de nutrição e procriação são dependentes. Assim, o movimento era muito proeminente na descrição de Gênesis daqueles "seres viventes" sobre os quais o homem tinha de ter domínio (1.20-25).
À capacidade de movimento e de consciência perceptiva dos animais, no ser humano é acrescentado os poderes do pensamento, avaliação e escolha, os quais moldam e possibilitam a continuidade e o sucesso de nossos poderes "inferiores" de percepção, movimento, nutrição e procriação (Dallas Willard. O Espírito das Disciplinas, pp. 55-56).

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