
Lembrei-me recentemente de que fiquei chocado quando há alguns anos atrás voltei à minha cidade natal e visitei a casa onde morei até a minha adolescência. Havia no fundo do quintal de casa um pequeno rio onde muitas vezes brinquei, pesquei e até remei. Lá estava aquele pequeno rio agora transformado num pequeno riacho (quase um veio de água). A impressão que tive é que aquele filete de água estava para secar-se.
Esse episódio me reporta a um homem que muito me inspira com sua vida: Elias (um profeta que viveu em Israel). Diz a história dos reis daquele povo que este homem viveu a experiência de viver às margens de um riacho, do qual bebia diariamente, e que, de repente “secou-se”.
Enfrentei essa experiência há alguns anos atrás, e posso dizer que essa foi e tem sido a experiência de muitas pessoas.
Podemos passar por momentos em que conhecemos alegrias e vitórias. Os recursos financeiros fluem em abundância, os negócios vão “de vento em popa”, a carreira profissional está em plena ascensão... mas, de repente... o riacho secou.
Sua profissão o leva ao centro do mercado de trabalho, não há falta de oportunidades. As perspectivas são as melhores possíveis, e os sonhos vão fluindo com profusão. De repente, as coisas mudam, os sonhos desabam, as oportunidades se tornam escassas, os amigos desaparecem. O riacho secou.
Você sempre foi uma pessoa saudável, ativa, regrada. Os desequilíbrios que acontecem parecem estar absolutamente dentro do controle (Thomas), e, de repente... o riacho secou.
Tenho presenciado algumas famílias, aparentemente maravilhosas, filhos crescendo saudáveis, vida agitada, cheia de sonhos. De repente o(a) cônjuge deixa a casa e diz que nada disso faz mais sentido para ele(ela). O riacho secou.
Em momentos assim os piores sentimentos e pensamentos nos atingem. Nossas fraquezas nos confrontam. Sentimentos de culpa se apresentam. Os fracassos nos desnudam. Nossa incompetência nos indaga: O que aconteceu?
E Deus? Se Ele ao menos existisse para nós nesse momento, certamente estaria distraído ou desinteressado de nós.
Mas será mesmo assim? Não vou falar do que não sei ou que não tenha experimentado. Gostaria de compartilhar com você algumas considerações que se tornaram sustento nos momentos de minha vida quando...”o riacho secou”:
I – ADVERSIDADES SÃO INERENTES À NATUREZA HUMANA.
Não passamos ilesos pela vida sem experimentar adversidades, lutas, problemas. Ouso dizer que esses momentos e transições são até mesmo necessários ao nosso próprio crescimento.
Um bebê para nascer perde o conforto, a segurança e a proteção do útero materno para expor-se ao mundo exterior desconhecido.
“Todos elogiam a primavera e esperam ansiosamente por ela, pois pensam que as flores surgem nessa época do ano. Na realidade, as flores surgem no inverno, ainda que clandestinamente, e se manifestam na primavera. A escassez hídrica, o frio, a baixa luminosidade, pertinentes ao inverno, castigam as plantas, levando-as a produzir metabolicamente as flores que desabrocharão na primavera... O caos do inverno é responsável pelas flores da primavera”. Augusto Cury, em “O Mestre dos Mestres”, Ed Academia de Inteligência, pág 152.
Zonas de conforto são sempre muito perigosas. Nosso treinamento será o nosso desenvolvimento rumo à maturidade, não ao conforto.
“Descansar em seus louros é sinônimo de flertar com o desastre. Deixe este lembrete onde possa vê-lo com freqüência”. Charles Swindoll, em “Dia a Dia com Charles Swindoll, pág 54.
II- HÁ GRANDE SABEDORIA EM VIVER UM DIA DE CADA VEZ.
O Senhor Jesus nos ensinou essa verdade. Em Mateus 6:25-34 falando sobre a ansiedade, Ele nos diz: “Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades”.
A verdade é que ninguém quer passar dificuldades. Queremos sempre estar em evidência, sendo destacados, e nunca deixados de lado.
Precisamos aprender a viver cada dia, cada situação, cada momento intensamente. Viver o hoje, hoje!
Veja a experiência de pessoas com vidas reclusas: mães de filhos recém nascidos; homens e mulheres que cuidam de pais idosos; alunos em salas de aula aprendendo, aprendendo, treinando; assim as lições duradouras são aprendidas.
Willian Elliot em “Para Viver Cada Dia” escreve: “A razão por que muitos de nós estamos estressados, tensos, distraídos e ansiosos, é que nunca conseguimos dominar a arte de viver um dia após o outro”.
Creia: sempre haverá uma provisão para a perda!
III – MOMENTOS DE TRANSIÇÃO SERAO SEMPRE GRANDES OPORTUNIDADES PARA SUA VIDA COM DEUS.
Talvez você conheça a história do “gorgulho do algodão” na região sul do EUA. Alguns homens (fazendeiros) haviam investido todas as suas economias, reservado todas as suas terras, colocado todas as esperanças no algodão. Então chegou o “gorgulho do algodão” e devastou toda a plantação. Todas se viram à beira da falência. Então, com a persistência de agricultores, decidiram trocar as plantações de algodão por amendoim. Por incrível que pareça, o amendoim trouxe mais lucros do que o próprio algodão. Depois disso ergueram um monumento ao “gorgulho do algodão”.
Às vezes a chegada do gorgulho (revezes financeiros, grandes privações, doenças, perdas) nos transformam em grandes agricultores.
Concluindo:
Precisamos aprender a confiar em Deus dia após dia. Você pode ter ouvido isto centenas de vezes. Mas não terá ouvido o suficiente até que esteja vivendo isso.
Experimente! Vai valer a pena!
Em Cristo, Pr. Hilder C Stutz - IP de Alphaville.
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