terça-feira, 31 de maio de 2022

A ética de Êxodo 20


Quando percebemos que a sociedade visa a ética utilitarista, pausadamente, a vida das pessoas passa a ser algo em segundo plano. A ética utilitarista surgiu no século XIX e logo se espalhou pelo mundo. Jeremy Bentham criou um método para calcular as melhores ações éticas que inaugurou a mentalidade do mundo moderno. Sua intenção era dar uma base científica para o funcionamento dos governos e grupos sociais, sendo sua teoria usada até os dias de hoje.
Há um pequeno trecho do livro: O Utilitarismo de John Stuart Mill, em que ele diz: “Tornar feliz a vida humana, tanto no sentido comparativamente humilde de prazer e ausência de dor, como no sentido mais elevado de tornar a vida, não aquilo que ela é agora quase universalmente, algo pueril e insignificante, mas tal como podem desejá-la seres humanos com faculdades plenamente desenvolvidas.” 
Para a teoria utilitarista, um terrorista que desejasse armar uma bomba num hospital, mas que, por erro próprio, explode um prédio habitado por bandidos, age de forma ética, teve uma boa ação, porque muitas pessoas serão beneficiadas com o resultado. Para os teóricos do utilitarismo, o certo e o errado universal não existe: essas categorias são definidas a partir do que gerará prazer para o maior número de pessoas.
Negativo, a humanidade não pode e nem deve seguir essa ética, a que devemos seguir tem a ver com as dez palavras do texto de Êxodo 20. Esse texto nos ensina a ter a ética da vida, do direito e do respeito. A ética de Êxodo 20 tem a ver com o temor do Senhor Deus, e por amá-lo, amamos também a sua criação e a tratamos com dignidade e singularidade. ética de Êxodo 20 tem a ver com o cuidado de pessoas, tratamento de seres humanos com limites e consideração. No meio dessa sociedade tão pluralista, somos convidados pela ética de Êxodo 20 a viver com temor, respeito e seriedade pelo Eterno Deus e pela sua criação! (Alcindo Almeida)

Quem eu sou?



Essa é uma pergunta bem séria e precisa para a nossa reflexão. Mas, antes pre
cisamos começar com a verdade mais básica a nosso respeito: nós somos os seres criados pelo Eterno Deus de maneira extraordinária e profunda. O texto sagrado afirma em Gênesis 1:27: E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Nós somos criaturas feitas no estilo divino. Somos imitadores do Eterno Deus no intelecto e nos aspectos morais. Temos raciocínio e temos santidade na vida. A ideia de sermos criação do Eterno Deus nos torna totalmente dependentes de Deus e responsáveis por tudo o que fizermos diante dele.
A pergunta é importante para nossa ponderação e reflexão: Quem eu sou?  Eu? Eu sou criação da Trindade para um propósito, viver, respirar e glorificar aquele que me criou. Quem eu souSou um ser criado para servir, para somar na vida, para refletir o Eterno Deus nas palavras, nos gestos e na maneira de levar a vida. Quem eu sou? Eu sou criação que vive para expressar Cristo através da entrega e dedicação do ser. 
Não estamos nesse Universo por acaso, não fomos criados para nós mesmos. Fomos criados para refletir Deus como imagem e semelhança, para expressar a Trindade nos relacionamentos e na vida de doação. Há gente em crise se perguntando quem é! Pois bem, somos criação divina que soma como reflexo do Criador e andamos como pessoas que amam, servem e glorificam a Cristo em tudo que são e realizam! (Alcindo Almeida)


segunda-feira, 30 de maio de 2022

O ego gosta do palco


O apóstolo Paulo disse em Gálatas 2:19-20: 
Eu fui morto com Cristo na cruz. R. B. Kuyper afirma: “O egoísmo não é apenas pecado, mas encontra-se na raiz de todo pecado.” Glenio Paranaguá afirmou também: "Os egos são crucificados na cruz e Cristo vem viver em nós. No cristianismo não somos nós que nos esforçamos para viver a vida de Cristo. E Cristo vivendo em nós e a sua vida, por meio da graça, mediante a fé."
Há uma estrutura forte que domina o nosso ser hoje, o nosso ego. O nosso ego é monstruoso, quer sempre aparecer, quer reinar sempre. O nosso ego gosta do palco em todos os momentos. São raras as vezes que nos lembramos que somos barros e sem a ação de Deus em nós, estamos fritos, desamparados e perdidos. 
Quando olhamos para essa fala de Paulo, percebemos que o seu ego é destruído, amassado e completado esvaziado, porque ele está morto na cruz com Cristo. Paulo sai do pódio do ego humano quando entende a sua morte para si mesmo e a mudança de vida que acontece em Cristo. A transformação atinge seu peito e seu ego vai para a lona. Agora, não é mais o velho Adão em Paulo que reina, mas Cristo. Cristo é o centro do ser de Paulo. 
Nós seres humanos, somos obstinados pelo palco, pela plataforma, pelo palanque, pelo posto maior e pelo brilho de glória. Todos gostamos dos aplausos e desejamos o ego sempre no topo. 
A forma de derrubar o nosso ego é dizer como Paulo: Eu fui morto com Cristo na cruz. Que Deus nos livre do nosso ego que nos atrapalha cultivar a humildade, simplicidade e singeleza no Reino dele! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Palavras e atitudes


Jonathan Edwards (1703-1758) foi o maior teólogo e filósofo dos Estados 
Unidos na época em que ainda eram colônia inglesa. Durante a vida, atuou como professor, pastor, avivalista e missionário. Além do impacto que teve em sua própria época, seu trabalho e vida continuam a impressionar e enriquecer gerações de estudiosos.
Ao longo da vida, Edwards foi marcante demais como pregador e teve o famoso sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado. Nesse sermão, ele retrata os caminhos autodestrutivos dos seres humanos, ele fala sobre a questão do pecado que nos atrapalha na comunhão com Deus e a prática da piedade.
Esse sermão de Edwards mudou a vida dos que o ouviram. Este avivamento ilustra em detalhes o sofrimento dos pecadores no inferno e a ira de um Deus indignado, mas misericordioso, com os seres humanos. Mesmo sem ênfase dramática, Edwards impactou os ouvintes de forma extraordinária que tinha como objetivo ultrapassar a moralidade e abrir os olhos dos pecadores. Prática essa que era habitual aos pregadores da época, que realizavam sermões severos, intensos e dramáticos, pois queriam alertar as pessoas, tirando-as da cegueira do pecado.
Há quem diga que no meio do sermão as pessoas se agarravam nas pilastras do templo e clamavam pela compaixão do Eterno Deus na vida delas. Uma das partes do sermão foi relatada assim: Então, os homens impenitentes estão detidos nas mãos de Deus por cima do abismo do inferno. Eles merecem o lago de fogo e para ele estão destinados. Deus se acha terrivelmente irritado. Seu furor para com eles é tão grande quanto para com aqueles que já estão agora sofrendo o suplício da fúria de sua ira no inferno. Esses ímpios não fizeram absolutamente nada para abrandar ou diminuir sua cólera, portanto o Senhor não está de modo algum preso a qualquer promessa de livramento, nem por um momento sequer. 
Coisa dura né? Palavra forte e cheia de severidade! Mas, para aqueles cristãos que estavam nesse sermão, houve um impacto profundo. E hoje precisa haver entre nós também, pois precisamos cultivar a santidade, piedade e justiça em nosso viver. Precisamos viver um Evangelho verdadeiro nas palavras e nas atitudes. Temos que honrar o nome de Cristo em cada momento que vivemos. E temos que agradecer, porque a sua ira foi aplacada através de Cristo na cruz do Calvário. Se não fosse por Ele, todos iríamos para o inferno e estaríamos para sempre distantes da comunhão com Deus. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 24 de maio de 2022

É preciso ter paz


Há uma música preciosa de Almir Sater e que nos chama a atenção demais: Tocando em frente. Uma parte da letra diz: Ando devagar porque já tive pressa, e levo esse sorriso porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe. Só levo a certeza de que muito pouco sei ou nada sei. Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs. É preciso amor para poder pulsar. É preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir. 
Pensando nessa letra, lembro-me dos momentos que passei de choro, de dor e de angústia na vida. Realmente sinto-me mais forte, mais calejado, mais lapidado, mais resiliente diante de tanto sofrimento e dor. Quantas noites escuras passei nessa vida, quanta tristeza na infância e na adolescência. 
Confesso, que em algumas vezes, pensei em desistir de tudo. Mas, algo dentro de mim moveu meu coração para seguir em frente, foi Cristo, foi a sua graça mesmo que agiu dentro de mim para não esmorecer. Foi a graça que animou meu coração mesmo em meio a dor e angústia da alma. 
Como diz o texto do Salmo 34:19: Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra. Que preciosa palavra para o coração, no meio das aflições o Senhor nos livra, o Senhor no guarda e nos ampara sempre. Podemos ser esquecidos, mas Deus não esquece de nós jamais. 
A letra diz: É preciso amor para poder pulsar. É preciso paz pra poder sorrir. Verdade, é preciso o amor de Cristo no coração para viver, é preciso ter sua paz para sorrir em meio aos dramas e palcos da vida. É preciso ter paz para cultivar a mente sadia, serena e tranquila. Paz que excede mesmo o entendimento da gente. Paz que guarda o nosso coração no meio do choro, da dor e da angústia. (Alcindo Almeida)

Somos apenas servos


Para João, Cristo era o máximo, ele quem fazia toda a obra. Nele estava toda a plenitude de todas as coisas. João foi humilde no seu ministério dando toda a glória ao Senhor Jesus. Por isso, foi um exemplo de arrependimento, de entrega ao Senhor Jesus. E foi exatamente isso que Herodes viu em João Batista os sinais de uma pessoa arrependida, de alguém convertido pelo Senhor Deus. 
As Escrituras dizem assim: Porque Herodes temia a João Batista, sabendo que era varão justo e santo, e guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas, atentando-o, e de boa mente o ouvia. (Marcos 6.20)
João Batista tinha total consciência da grandeza do Senhor Jesus, de que ele era aquele que tinha a pá em suas mãos para endireitar o caminho daqueles que eram seus trigos. E que Ele tinha o poder para queimar a palha com o fogo que nunca se apagaria. Por isso, João queria que Jesus crescesse mais e mais e ele diminuísse por ser apenas e tão somente um servo do Senhor Jesus Cristo.
É bom que saibamos que nós não somos o máximo no Reino de Deus, somos apenas servos e servos inúteis. A glória é de Cristo, a grandeza é de Cristo. O poder e a autoridade vêm de cima não da terra. Portanto, precisamos ter a mesma percepção no coração que João Batista teve quando ele disse: Após mim, vem aquele que é mais poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das alparcas, este vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 
Precisamos pedir ao Senhor para endireitar as veredas da nossa vida todos os dias dela. Pois, temos falhado nestas questões. Para anunciarmos o arrependimento dos pecados ao homem incrédulo, é necessário que Ele veja sinais dele na minha e na sua vida. (Livro Vida sincera)

Palavras generosas


Precisamos não apenas alimentar nossa relação com boas palavras, mas também devemos ser o deleite e o prazer do nosso cônjuge com nossas palavras generosas, temperadas com sal. Palavras que edificam, constroem e produzem vida naqueles que nos ouvem. Assim, devemos usar a razão no sentido de pensar para falar no tempo certo e as emoções para falar com sensibilidade, carinho e cuidado.
Lembro-me de uma vez que estava com alguns casais comendo uma pizza e, de repente, uma esposa chamou seu marido de cavalo na frente de todos por causa de certa atitude. Olhamos para o rapaz e ele encheu os olhos de lágrimas, levantou da mesa e saiu da presença de todos. Peguei nas mãos dela e disse: Querida, não é o melhor jeito de se dirigir ao seu esposo. Vá para casa e tente falar com ela amanhã pedindo perdão.
Depois num atendimento de quase 7 horas a esse casal, percebi claramente a mágoa dele por ter sido exposto de maneira pública pela sua própria esposa. Como precisamos aprender a lidar com as com palavras, pensar dez vezes antes de dizer algo. 
Refletir sobre os efeitos no coração de quem recebe o que falamos. Até hoje esse rapaz se lembra do acontecido e com muita tristeza porque ficou marcado o que ela disse. (Livro: Um jeito doce de viver com seu cônjuge)

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Deus vem morar entre nós


O sentido mais profundo da vida está em Jesus. O significado, o propósito e o alvo de tudo o que acontece na face da terra só tem a ver com o Caminho, a Verdade e a Vida que é Jesus, o Emanuel. Nada que exista pode existir fora dos limites de sua presença; nela nada é irrelevante, tudo adquire importância com a sua chegada aqui na terra. Tudo cria sentido e certeza no coração dos eleitos dele. 
O Eterno Deus nos envolve em seu abraço por meio do seu Filho. Quando Ele envia o seu Filho ao mundo é como se ele mesmo reclinasse a sua cabeça aqui na terra trazendo o seu amor como oferta para a sua criação caída e assim ela tem a possibilidade de escutar o toque do seu coração através de Jesus Cristo de Nazaré.
Quando o Emanuel vem habitar no nosso meio pela graça divina, a vida vem com Ele. Então a morte não reina mais sobre os escolhidos de Aba. Agora, por causa do seu Filho, a eternidade passa a morar nos seres caídos e que estavam distantes de Aba. 
O Eterno Deus vem a terra como Filho de Deus nesta jornada chamada vida. A vida de Deus começa a brotar de novo na terra por meio desse menino filho de Maria e de José. Bendito seja o Criador dos céus e da terra por esse presente maravilhoso.
Deus vem morar conosco para ser nosso Salvador. Deus vem morar entre nós para ser nosso companheiro, para vivenciar as nossas dores, para ser e viver como um de nós. Deus vem através do seu Filho sentir a nossa dor, experimentar como ser humano encarnado, todos os dilemas da vida e da esperança humana. Foi isso que Jesus fez desde o seu nascimento, Ele conheceu de perto os fracos e marginalizados. Ele conheceu toda a estrutura humana em todas as facetas dela. (Livro Vida sincera)

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Rendição sempre


Francis Schaeffer foi grande um teólogo cristão evangélico americano, filósofo e pastor. Tornou-se famoso por seus escritos e pela criação da comunidade L’Abri, na Suíça. Schaeffer afirmou que o cristianismo não é mera verdade religiosa, mas a verdade. Na qualidade de ser moral, o cristão segue a ética bíblica.
Schaeffer apontou os defeitos das abordagens éticas que descartam referenciais absolutos: “Sem absolutos, a moral deixa de existir como moral e o homem humanista, que parte de si mesmo, encontra-se impossibilitado de encontrar os absolutos de que ele carece.”
A escritora Nancy Pearcey, no seu livro Verdade absoluta diz que o passo para formarmos uma cosmovisão cristã, é superar a divisão severa entre “coração” e “cérebro”. Ela diz que temos de rejeitar a divisão de vida numa esfera sagrada, limitada a coisas, como adoração e moralidade pessoal, em oposição a uma esfera secular que inclui ciência, política, economia e o restante do cenário público, afinal, essa dicotomia em nossa mente é a maior barreira para viver o poder do evangelho para toda a cultura de hoje.
Nancy Pearcey afirma que os cristãos têm de encontrar um meio de vencer a dicotomia entre o público e o particular, o fato e o valor, o secular e o sagrado. Precisamos mostrar o Evangelho fora do cativeiro cultural e restabelecê-lo ao status de verdade pública. Nancy Pearcey diz: "Somente com a recuperação da visão holística da verdade total é que conseguiremos mostrar a força redentora do Evangelho em todas as áreas da vida”.
Bom, olhando para essa necessidade, lembramos das palavras de Paulo em 2 Coríntios 10.4-6: Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão. 
Precisamos de certezas para o dia a dia, e uma profunda demais é saber que as armas que trabalhamos são poderosas em Deus, temos as Escrituras no peito. Elas destroem fortalezas, anula sofismas e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus. Foi assim que Paulo viveu o Evangelho, buscando a verdade nas Escrituras e não só isso, mas vivendo cada palavra que falava, cada atitude sua. Para vivermos os absolutos do Evangelho, precisamos levar cativo todo o nosso pensamento à obediência de Cristo. O que é isso? 
Rendição em cada milímetro da nossa existência. Tudo o que falamos precisa ter a ver com Cristo. Tudo o que fazemos tem a ver com Cristo. Todo o nosso ser precisa ser cativo à obediência de Cristo. Cristo deve estar no centro da nossa vida para que respiremos de fato o Evangelho das Escrituras, do contrário, nunca mostraremos o significado do Evangelho da graça de Cristo. (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Uma verdade absoluta


Temos ouvido muito sobre a verdade dos fatos, a busca pela verdade e tal! Se temos que retornar à verdade para dar sentido à nossa existência, para qual verdade daremos crédito? Diante de tantas visões e de conceitos sobre a verdade, como garantir qual delas é a certa?
Ravi Zacharias foi um evangelista e apologista cristão nascido na Índia, naturalizado norte-americano. Emigrou para o Canadá aos vinte anos e depois viveu nos Estados Unidos. Ele tem algumas ideias bem preciosas e nos oferece alguns critérios para julgar o valor das propostas de qualquer cosmovisão. Ele disse: “O senso comum diz que ao estabelecer a convicção numa crença, fazemos mais do que oferecer um desejo do coração ou apresentar alguns elementos isolados das credenciais daquele que faz as reivindicações, com as quais saltamos para conclusões grandiosas. A verdadeira defesa de qualquer reivindicação deve também lidar com as evidências que a questionam ou contradizem. Em outras palavras, a verdade não é somente uma questão de ofensiva, no sentido de fazer algumas afirmações. É também uma questão de defesa, no sentido de que deve ser capaz de dar uma resposta racional e sensível aos argumentos contrários que são suscitados.”
Para nós que cremos e respiramos as Escrituras, nelas temos uma verdade absoluta, inquestionável e profundamente relevante para o nosso coração, Jesus Cristo de Nazaré. Ele mesmo disse: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (João 8:32 e 36) Jesus é a própria verdade para o nosso coração. Conhecemos a Ele, somos libertos, conhecemos a Ele e nossa vida encontra a verdade absoluta para viver. Para termos acesso à verdade, precisamos do toque de Cristo, Ele è a verdade divina para que tenhamos acesso ao Pai. Sem Cristo não há verdade, sem Cristo não temos como viver na verdade!
Se Cristo não nos libertar das garras do pecado, ficamos presos, ficamos amarrados na culpa e na condenação eterna. Precisamos dessa verdade divina, precisamos de Jesus Cristo de Nazaré. Sem Ele não tem verdade, não tem vida eterna, não tem comunhão com o Pai e com o Espírito Santo. Jesus é a verdade absoluto para o ser, sem essa verdade estamos fritos e perdidos. A libertação para vivermos o Evangelho da verdade, da justiça e da retidão, se chama Jesus Cristo e Nazaré. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 17 de maio de 2022

As marcas de Cristo


Vivemos o tempo de voltar para si mesmo, as propagandas são direcionadas para termos um corpo sarado. Todo mundo fala de academia, de cuidado da saúde! Vivemos o tempo de olhar para si mesmo, o centro de cada um. A felicidade é um item para buscarmos para nós mesmos! 
Então nos deparamos com as palavras de Paulo em Gálatas 6.17: Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus. 
Para Paulo, o importante era Cristo. Ele vivia com as marcas de Cristo no seu peito. O desejo de crescer era para Cristo e não para ele mesmo. A felicidade era falar sobre Cristo e sua cruz. Sobre Cristo e sua ressurreição. 
Temos muito o que aprender com o estilo de Paulo, ele tinha uma visão diferente do que é viver de fato! O maior valor para ele não era ter um corpo sarado e nem ter uma saúde perfeita, era ter as marcas de Cristo no seu viver!
Que aprendamos a ter uma marca em nossa vida, Cristo! Que a nossa felicidade seja Cristo no centro do ser, que o nosso caminhar seja para Cristo, que os sonhos e ideais sejam tão somente para Cristo. 
Que realmente respiremos Cristo em cada palavra, pensamento ou atitude! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Respiramos Deus sempre


A alma nos conecta com as partes do nosso ser e forma a vida. A Bíblia diz que Deus soprou nas narinas do ser humano o fôlego da vida e passou a ser alma vivente. A nossa alma é a evidência de que Deus soprou vida em nós. Por isso, respiramos, sentimos e vivemos. Não cremos na visão tricotomista: alma, corpo e espírito. Somos uma natureza dupla: 
alma e corpo. E lembro que alma e espírito nas Escrituras Sagradas são a mesma coisa: nefesh e ruah têm a mesma tradução. 
Particularmente entendo que, quando Deus soprou nas narinas do ser humano o fôlego da vida, ele passou a ter mente, pensamento, vida, respiração, os sentidos, os reflexos da imagem e semelhança e a alma (no sentido espiritual, que nos torna seres eternos). Claro que esse assunto é misterioso e sensível demais! Mas, o fato é que Deus soprou vida e nos tornou em seres viventes. Isso é maravilhoso. O jeito extraordinário que Deus nos formou. 
Não somos uma obra inacabada, somos completos em Deus, através da sua graça e mesmo com a queda, não perdemos a imagem e a semelhança. Fomos manchados pelo pecado, a nossa imagem foi desfigurada, mas ainda carregamos os traços do Criador. 
Em Cristo temos a restauração, a renovação da nossa imagem para que respiremos Deus em todos os momentos da nossa existência. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Necessidade de um amigo


Deus é o supremo e nós somos seus servos. E para entendermos isso Deus coloca mentores em nossa caminhada diária. Ele coloca pessoas que nos fazem ver o foco necessário para andarmos de maneira sadia nessa vida.
Na perspectiva bíblica não podemos andar sozinhos, ninguém vive o Evangelho sozinho, ninguém caminha na vida cristã só. Por isso, precisamos de um “pai ou mentor espiritual”.
A nossa cultura tenta eliminar o lugar e o nosso espaço como criação relacional. Ela nos dá uma ilusão de que o espaço relacional não existe mais. Uma das coisas mais significativas é que temos de amar o nosso próximo e isso transcende qualquer coisa. Ser vizinho do outro é ser criação de Deus e isso pode acontecer através da mentoria.
Temos a necessidade de ter um amigo assim e não se trata necessariamente de um confessor, nem mesmo de um conselheiro, mas de um pai, no sentido mais literal da palavra. Então, mentor é alguém que nos ajuda a nos conhecer na nossa relação com Deus e com o próximo. “A mentoria espiritual é o trabalho que envolve a cura da pessoa.” 
A mentoria espiritual é uma prática que tem perdido o seu significado e lugar entre nós porque optamos pelo individualismo como forma de sobrevivência no mundo moderno. Somos auto-suficientes e achamos que qualquer interferência em nossa privacidade é sempre um risco que não vale a pena correr. 
Há inúmeras explicações para nossa resistência a um relacionamento desta natureza. No entanto, mesmo tendo razões para preservar nossa intimidade, continuamos correndo o grave risco de nos perdermos em nossas ilusões e armadilhas. 
A realidade dos relacionamentos hoje mostra a necessidade de termos mentores para auxiliar-nos na vida espiritual e cotidiana. Não conseguimos andar sozinhos em meio a tantos obstáculos e problemas da vida. (Livro: A amizade da alma: Fidelidade na mentoria da vida)

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Transformação absoluta


A filosofia, as ideologias e a prática de fazer concessões infelizmente entraram na igreja. Visto que a indefinição ideológica é a marca da nossa sociedade, a igreja tem adotado semelhante perspectiva, para alcançar o não salvo. Sabem aquela interpretação errada do texto de I Coríntios quando Paulo afirma que se fez fraco para ganhar os fracos? 
Algumas igrejas usam as maneiras de apresentar o Evangelho às pessoas, usando modismos, apelos à cultura sem o menor confronto de mudança no interior, arrependimento e transformação absoluta do coração diante de Cristo. Há um grande medo de se confrontar o pecador com seu pecado. E para que haja esse tipo de abordagem sem uma confrontação, infelizmente, algumas igreja assim ditas evangélicas têm negociado princípios e valores da  Palavra de Deus, que são impossíveis de negociar.  
Qual é o resultado dessa proposta? Um Evangelho raso, sem vida e sem compromisso. Um Evangelho raso, sem transformação no caráter, na conduta, na cosmovisão e no coração. Quando Paulo afirma em Romanos que o Evangelho é poder de Deus para salvação, ele nos ensina que esse Evangelho transforma, quebra coração, restaura e modifica a nossa vida. E somente o Evangelho é capaz de efetuar qualquer mudança na vida de uma pessoa, não são estilos, liturgias, celebrações ou qualquer tentativa humana. Somente o Evangelho é capaz de realizar a mudança de mente e coração. Tanto que Paulo diz também em Romanos 12.2: E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
A transformação absoluta no coração para que experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, vem do poder do Evangelho, nunca de nós e das nossas forças. Aprendamos isso, na essência, nosso padrão não resolve absolutamente nada em termos de transformação absoluta no coração, quem faz é Deus por meio do Evangelho que é Cristo Jesus no coração dos seus eleitos. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 10 de maio de 2022

As dez palavras



O texto sagrado de Êxodo 20.1,2 é uma das peças de literatura religiosa mais importante: os dez mandamentos. Vale notar que a expressão hebraica que os nomeia ocorre três vezes no Antigo Testamento (Êx 34.28; Dt 4.13 e 10.4) e significa literalmente dez palavras. Por isso, Êxodo 20 é chamado de Decálogo, uma vez que deka é uma palavra grega que significa dez e logos significa palavra. Essas são as dez palavras que Deus deu ao seu povo no monte Sinai.
As dez palavras são mandamentos para que vivamos mais civilizados, mais espirituais e mais sensíveis à voz do Eterno Deus. As dez palavras captam com precisão o código moral e o padrão para vivermos neste Século como pessoas que levam a sério o ensinamento bíblico. Faço só a citação para lembrarmos deles: 
  1. Não terás outros deuses além de mim.
  2. Não farás para ti nenhum ídolo, ne­nhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. 
  3. Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão.
  4. Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. 
  5. Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá.
  6. Não matarás.
  7. Não adulterarás.
  8. Não furtarás.
  9. Não darás falso testemunho contra o teu próximo.
  10. Não cobiçarás a casa do teu próximo. 
As exigências divinas são bem sérias mesmo. Na presença de Deus, precisamos dar exclusividade, reverência e santidade. Não há possibilidade de servirmos a Deus e termos alternativas criadas pela razão humana. A adoração da nossa vida só pode ser para um único Deus, o Deus da aliança. Devemos reverenciar do dia da comunhão com a Trindade. Temos que valorizar o dia de celebrar Deus por tudo que Ele é na nossa vida. A honra aos pais é um mandamento com promessa: a fim de que tenhas vida longa na terra.
Não podemos tirar a vida, ela vem de Deus. Não podemos trair os nossos cônjuges. Não podemos roubar, o que temos é pelo suor do nosso trabalho. O que é dos outros não nos pertence. 
Não podemos praticar o falso testemunho contra o nosso próximo, a ele devemos respeito. E nem podemos cobiçar o que Deus deu para ele. Cumprindo as dez palavras, honramos Deus, fazemos o bem e nos tornamos cristãos de verdade em todos os momentos! Que Deus nos ajude a praticar as dez palavras! (Alcindo Almeida) 

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Preciosa Providência Divina - Pr. Alcindo Almeida | Culto da Manhã IPALPHA

Não azedemos o coração


O José de Deus e não do Egito é um personagem do Velho Testamento que mexe com meu coração. O José de Deus passou por buracos e enfrentou vários perigos na vida, por causa da maldade das pessoas ao seu redor. Ele foi jogado num buraco e deixado ao léu. A história piorou antes de melhorar. Esse foi apenas o primeiro buraco da sua história. O texto afirma: Mas, logo que chegou José a seus irmãos, despiram-no da túnica, a túnica talar de mangas compridas que trazia. E, tomando-o, o lançaram na cisterna, vazia, sem água. Ora, sentando-se para comer pão, olharam e viram que uma caravana de ismaelitas vinha de Gileade; seus camelos traziam arômatas, bálsamo e mirra, que levavam para o Egito. (Gênesis 37:23-25)
Depois de ser abandonado, ele foi vendido, virou escravo e parou numa prisão de maneira injusta, esses são mais dois buracos na vida desse jovem de Deus. José sofreu tudo o que nenhum ser humano gostaria de sofrer. 
Quando olho para a vida de José, lembro dos buracos que fui jogado na vida também, nada comparado aos que José foi jogado, mas eles geram muita dor e muito sofrimento em nosso coração. Mas, quando olhamos para José, percebemos que nunca desistiu e a amargura nunca tomou conta do seu coração. A raiva e a vingança, nunca tomaram conta do seu coração, gerando ódio ou desejo de explodir com todos os que o feriram.
A alma de José nunca azedou e ele nunca perdeu sua determinação. E na hora que teve a chance de devolver os ataques feitos a ele, não o fez pela graça divina nele. Ele sobreviveu porque confiava não em si mesmo, mas na graça e providência divinas. 
O José de Deus é um paradigma para o nosso coração em confiar na ação do Eterno Deus mesmo nos meio dos buracos que somos jogados nessa vida. 
Agradeçamos a Deus por ter uma pessoa tão impactante para o nosso aprendizado no coração. Realmente José é um tipo de Cristo que soube viver pela graça, no meio das dores e perdas cruéis, duras, complicadas e tristes da vida. 
A fala José de Deus no final de tudo foi: Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Não temais, pois; eu vos sustentarei a vós outros e a vossos filhos. Assim, os consolou e lhes falou ao coração - Gênesis 50:19-21. (Alcindo Almeida)

domingo, 8 de maio de 2022

Ser mãe é doação


Ser mãe é mais que uma tarefa como mulher, é uma arte, um dom, uma missão. é uma grande vocação. A experiência da maternidade transforma as mulheres em guerreiras, fortes e muito dispostas a tudo para cuidar, defender e ver os seus filhos crescerem e amadurecerem.A maternidade produz um sentimento único de amor e de afago. O coração fica leve e muito ligado aos filhos.
Ser mãe é mais do que qualquer um de nós compreenda no íntimo, porque tem a ver com doação, entrega, renúncia e muito amor no ser. Por isso, ser mãe é só para as mulheres. Essa dádiva foi dada por Deus somente para as mulheres. Nenhum outro ser consegue ser mãe, ainda que a sociedade tente alternativas. 
Louvamos a Deus pelas mães que Ele nos deu, graça pura, graça profunda! Feliz dia das mães! (Alcindo Almeida) 

sábado, 7 de maio de 2022

Conserto divino de vida


Eu li sobre a palavra “cura” no sentido de ser cuidado, do ponto de vista da existência. E numa análise do significado da palavra cura tem a ver com atitude de serenidade. É o conhecido conceito de “sorge” desenvolvido por Heidegger. Para ele é a ideia do ser-no-mundo. (Martin Heidegger. Ser e tempo. 
A cura, cuidado, angústia e serenidade integram-se à constituição essencial do ser-aí como ser-no-mundo. Então, pensando nem nós como embaixadores do Reino, somos os curadores divinos que levam a mensagem da cruz. 
Essa cura divina de Cristo na cruz gera:

- Restauração; 
- Perdão; 
- Renovação da vida; 
- Reconstrução do significado na presença de Deus; 
- Volta ao jardim de comunhão com o Criador.

O texto sagrado afirma: Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo; porque tu és o meu louvor. Somente o Senhor pode curar e restaurar a nossa vida, somente Ele pode consertar o nosso coração por sua graça e amor. 
Portanto, as nossas igrejas são oficinas divinas onde as pessoas têm o conserto da vida e do coração, na igreja, elas alcancem cura, restauração, perdão; renovação da vida; reconstrução, alívio e significado pela cruz do Senhor Jesus Cristo. Somos os instrumentos do Eterno Deus para falarmos sobre, arrependimento, cruz e conserto divino de vida pela graça! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 5 de maio de 2022

O interior do ser


O livro de Deuteronômio é um dos maiores documentos teológicos da Bíblia. Jesus citou textos dele com mais frequência do que qualquer outro livro do Antigo Testamento. Como o último livro do Pentateuco e o grande convite de Moisés à vida em aliança com Yahweh, ele rompe com as amarras do Israel tribal e agrícola e chega ao centro das grandes questões do relacionamento entre Deus e os seres humanos. 
Podemos perceber ao ler o livro de Deuteronômio que o texto é um convite para que ouçamos a voz do Eterno Deus em nosso ser e vejamos o quanto Yahweh é cheio de graça, compaixão, amor e misericórdia para gente que não merece um fio do cuidado divino.
Chamo a atenção para esse texto: Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o Senhor, Deus de teus pais. Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. (Deuteronômio 6:3-8)
O convite é para que ouçamos as verdades sobre a Lei divina, e ao ouvirmos tem promessa de longevidade, de alegria em Deus. E a insistência em ouvir é para refletir que Deus é o único em nossa vida. Esse ouvir no interior, no coração precisa gerar um amor profundo pelo Senhor. Esse amor é praticado internamente, ele é de todo o coração, de toda a alma e com toda força. E esse jeito de amar a Deus e guardar a sua Lei, precisa ser ensinado para os nossos filhos. eles precisam ver como amamos ao Senhor com todo o nosso ser.
E o jeito de ouvir, amar e andar com Deus é constante, todo dia, em todo tempo e enquanto vivermos nessa terra. Nunca devemos deixar de respirar Deus no nosso ser. Caminhando, celebrando, trabalhando, estudando, correndo, jogando bola, cortando o cabelo, conversando com as pessoas, comendo e tomando banho. Em todos os momentos refletimos Deus no interior do ser.
Esse verbo ouvir é profundo no livro de Deuteronômio, somos convidados para ouvir Deus em cada parte do nosso ser! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 3 de maio de 2022

Uma rigidez ferrenha


O filme Um homem de sorte conta a história no fim do século XIX de Peter Sidenius. Ele foi um ambicioso jovem de uma devota família cristã da Dinamarca Ocidental, que viajou para a capital, Copenhague, para estudar engenharia. 
Sidenius rebelou-se contra o pai clérigo. Peter acabou se envolvendo com uma família judia rica e intelectual, seduzindo a filha mais velha, Jakobe. Agora, chamando a si próprio de Per, ele desenvolve um projeto de engenharia de grande escala, com a construção de uma série de canais na sua terra natal, a Jutlândia, e busca recursos para consumar seu sonho. Porém, assim que parece que conseguirá torná-lo realidade, seu orgulho o atrapalha. 
O orgulho de Peter Sidenius o atrapalha, porque ele não consegue resolver os conflitos do passado em relação à criação que teve vinda do seu pai. Uma criação severa e pautada pela religião dura, presa a rituais e ensinamentos absolutamente superficiais que destruiram a mente desse rapaz. Tornando-o rebelde, insensato, solitário e totalmente prepotente a tal ponto, que não era capaz de perceber os sentimentos sinceros das pessoas por ele. Ele poderia ter feito exatamente ao contrário do que seu pai fez com ele, mas se perdeu completamente no meio das crises profundas do seu ser.
Fiquei pensando em Peter Sidenius e na sua história, parecida demais com a minha. Não tive uma infância influenciada por ensinamentos pesados da religião, mas fui criado a ferro e fogo. Uma rigidez ferrenha, absurda e seca vinda do meu pai. Eu na verdade, nem poderia respirar direito que sofria os danos da severidade horrível do meu pai. 
Eu poderia ter ficado igual ao Peter Sidenius, poderia ter me fechado para a vida e para todos. A realidade é que é duro demais para uma criança sofrer retaliações e violência física, machuca o ser, a alma e o coração. Não é fácil lidar com isso quando chegamos na idade adulta. Mas, sabemos que a graça nos salva dos pesares, temores e dores do passado. A graça nos salva de ficarmos presos lá nas angústias que sofremos seja na infância, na adolescência ou juventude.
O texto afirma em 2 Coríntios 12:9-11: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte. Sim, é na fraqueza que temos o efeito da graça sobre nós, ela nos ajuda a suportar todos os processos dolorosos da nossa alma. A graça basta para qualquer perda, dor e angústia que enfrentarmos nessa vida. O poder de Cristo está em nós para nos ajudar a passar pela dor com graça. Quando estivermos fracos, nos lembremos, pela graça de Cristo, somos fortes. (Alcindo Almeida)

O grande desafio


O livro era relativamente pequeno, consistindo apenas de seis capítulos. No entanto, ele revela o coração daquilo que Calvino pensava ser vital não somente para a causa da Reforma, mas, principalmente, para o modo que ela preparava discípulos para Cristo e sua igreja. O capítulo 1 descrevia a lei e o evangelho, isto é, o conhecimento do pecado e da salvação. O capítulo 2 era sobre a fé, especificamente como a pessoa é justificada somente pela fé. O capítulo 3 cobria a oração e a importância da comunhão com Deus. (
Com Calvino no teatro de Deus  por John Piper)
Os capítulos 4 e 5 tratam dos falsos e dos verdadeiros sacramentos, que são apenas a ceia do Senhor e o batismo. Por último, o capítulo 6 mostrava como o cristão é livre, em questões de religião, de todas as inovações humanas porque está comprometido somente com a Escritura. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Calvino revisaria e expandiria Institutas, mas essa primeira tentativa tornaria abundantemente claro o que ele considerava de importância primária não somente para a verdadeira religião, mas também para a reforma da falsa religião. “Calvino tornou claro que Cristo, fé, justificação, os sacramentos e a Escritura estavam no coração de sua compreensão de cristianismo.” Por que ele escreveu As Institutas da religião cristã? (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
A carta dedicatória ao rei Francisco I da França nos dá uma pista. Nela, ele suplica que o rei não dê ouvidos às mentiras de seus inimigos, mas que veja o verdadeiro propósito por trás da visão da Reforma. Calvino estava preocupado porque seus inimigos afirmavam que os protestantes eram revolucionários que tentavam subverter a paz. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Essas mentiras, segundo Calvino, tinham causado a perseguição de muitos de seus companheiros protestantes. Portanto, para proteger os protestantes e também para apresentar o que ele considerava ser a verdadeira religião, Calvino escreveu sua obra As Institutas da religião cristã. Assim, como estudioso da Palavra de Deus, Calvino enfatizou dois temas: a suficiência exclusiva da Escritura para a fé e a vida e a submissão ao que a Escritura ensina. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Para nós, fica o grande desafio de estudar, ler, escrever e refletir sobre as doutrinas da fé cristã. O desafio de combater com amor, todas as heresias que ofendem o ensinamento correto das Escrituras Sagradas. Que digamos como Paulo: Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. (Alcindo Almeida)

No teatro de Deus!


Estou lendo mais alguns detalhes sobre a vida de João Calvino. Com seus 20 anos se tornou um peregrino. Tendo abraçado a fé protestante, Calvino teve de fugir de sua casa e do seu país e passar o restante da vida fora da França, sua terra natal. É esta perspectiva peregrina que nos ajuda a entender Calvino como homem e a obra que ele produziu.
Calvino era um peregrino cheio de fé que tinha uma paixão singular por conhecer a Deus e torná-lo conhecido. Calvino peregrinava pela fé por intermédio das experiências do deserto da vida. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Calvino era um homem profundamente interessado em conhecer Deus, especialmente como ele se revelou na sua Palavra. Ele estava convencido de que o núcleo da nossa adoração a Deus e de nosso trabalho a Deus, deve ser pautado na Palavra de Deus. Como uma pessoa que estudou a Sagrada Escritura durante a vida toda, Calvino se dedicou ao estudo diário e diligente da Palavra e foi nela que conheceu as profundezas do seu próprio pecado, do poder de Cristo para sua salvação e como viveria como um peregrino neste mundo amaldiçoado pelo pecado. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Nascido no que podemos chamar de uma família de classe média alta, Calvino recebeu o privilégio de ser educado no sistema medieval do trivium, ou as três formas ou três partes: gramática, lógica e retórica. Tudo isso fazia parte dos planos do seu pai para prepará-lo, assim como seu irmão mais velho, Charles, para o sacerdócio. Seu pai, porém, logo mudou de opinião e levou seu filho João a renunciar à sua preparação ao sacerdócio e procurar fazer carreira em direito. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Como resultado, Calvino obedientemente estudou em prestigiadas escolas na França por quatro ou cinco anos. Este desvio momentâneo permitiu ao jovem Calvino, não apenas aguçar sua mente, mas também ter contato com a busca renascentista pelas antigas fontes de aprendizado. Deus usaria esse estudo para sua própria glória. A erudição da Renascença cativou o jovem Calvino como um estudioso dos clássicos. Ele admirava especialmente os principais eruditos da época, conhecidos por seus comentários incisivos sobre as fontes antigas. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
No processo todo, ocorreu a conversão de Calvino. Ele ficou face a face com o Senhor da glória e nunca mais foi o mesmo. Sua conversão é o evento-chave que o levou de um estudioso dos clássicos para um estudioso da Palavra. O objetivo fundamental da vida de Calvino passou a ser zelar por mostrar a glória de Deus. Haja vista, seus escritos terem tantas afirmações sobre a arte da glória de Deus na vida. A conversão de Calvino também marcou outro evento importante na vida: a produção da principal obra cristã, As Institutas da Religião Cristã. Chegou o momento de usar toda a sua preparação como estudioso, para conhecer Deus e torná-lo conhecido para as pessoas da sua época. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Publicada pela primeira vez em 1536, o livro As Institutas, era sua introdução à fé cristã. De fato, sua principal publicação cristã não apenas revela o que era central para a sua vida e o ministério, mas também fornece um esboço dos principais temas que Calvino passaria a vida desenvolvendo – temas fundamentais, como a suficiência da Escritura e a submissão à Escritura, especialmente nas áreas de salvação e de adoração. (Com Calvino no teatro de Deus por John Piper)
Lembro que Calvino escreveu essa obra com apenas 26 anos de idade. Olhando para a vida desse peregrino de Deus, João Calvino, podemos refletir sobre a importância de dedicar a nossa vida na presença do Eterno Deus de maneira profunda, séria, relevante e com profundidade. Vejam que Calvino era jovem demais quando foi tocado pela graça e usou toda a inteligência e capacidade que Deus lhe deu, para o Reino dele. Calvino dedicou sua vida para a glória Deus. Cada momento nela, era para Deus. Tudo o que Calvino fez, ele dedicou para o Senhor. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Leituras em abril de 2022


1. POWLISON, David. Falando a verdade em amor. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2019. Para recapturar a maneira pela qual a dinâmica do aconselhamento mútuo e frutífero caracteriza a igreja que funciona como uma comunidade. Falando a verdade em amor é continuação de: Uma nova visão. Esse livro anterior foi uma tentativa de pensar certo. Eu buscava trazer a Escritura para a vida e reinterpretar as lutas diárias através do olhar de Deus. Era sobre "conselho", o conteúdo da vida. Este segundo livro é sobre " aconselhamento", o processo do amor. A parte I discute sobre como falar a verdade em amor para que o ministério de aconselhamento seja bem feito. A parte II trata de como moldar e adaptar as comunidades da fé para que a igreja fique bem. Em outras palavras, este segundo livro descreve o viver correto. Olharemos rapidamente a dinâmica essencial do relacionamento e pincelaremos o formato das comunidades que buscam tais relacionamentos. Contém 192 páginas.

2. PIPER, John. Doce e amarga providência: Sexo, raça e soberania de Deus. São Paulo: Editora United Press, 2012. Rute e Boaz eram pessoas que se arriscavam – uma viúva mais jovem, imigrante, camponesa, e um dono de terras judeu, de meia-idade, caminhando ao longo do precipício da exclusão social com absoluta integridade. O resultado inesperado afetou todas as gerações seguintes. Sua história de intriga sexual e aliança racial transcorre de maneira estranha sob a mão invisível de Deus. Em seus perigosos atos de fidelidade, a recompensa da Providência jamais foi imaginada – eles produziram uma linhagem que conduziu até o Rei dos reis. Contém 128 páginas. 

3. VANHOOZER, Kevin J. Discipulado para a glória de Deus. Um guia pastoral para fazer discípulos por meio da Escritura e doutrina. São Paulo: Editora Vida nova, 2022. O valor da sã doutrina quase sempre não é compreendido pela igreja moderna. Às vezes, ela pode parecer árida e monótona, mas quando flui da narrativa bíblica, a doutrina transborda vida e amor. Esse tipo de pensamento, imerso na Escritura, é crucial para o discipulado, embora possa ser negligenciado por muitos pastores hoje. Nesta obra, Kevin Vanhoozer defende que os pastores devem interpretar a Escritura teologicamente a fim de articular a doutrina e ajudar na edificação dos discípulos. A sã doutrina é crucial para a vida da igreja e, por isso, pastores-teólogos têm a responsabilidade de entregá-la fielmente para suas comunidades. Com um texto cativante e metáforas belíssimas, Vanhoozer aborda o desafio mais urgente na igreja atual: ensinar a doutrina bíblica e sólida para fazer discípulos. Contém 320 páginas.

4. GRÜN, Anselm. Onde eu me sinto em casa. Rio de Janeiro, Editora Vozes, 2016. Sentir-se "em casa" é uma experiência maravilhosa, e também um anseio imenso para todos que passam pelo drama terrível da migração e da mudança, todos aqueles que são levados a "sair de casa". Neste livro, Anselm Grün propõe que o leitor reflita sobre essa temática ampliando a experiência para além das suas fronteiras pessoais, entendendo que nossa verdadeira casa, nossa morada, nossa pátria, é tudo aquilo que traz conforto, segurança e sentido para nossa vida! Contém 112 páginas. 

5. HATMAKER, Jen. Ame mais, julgue menos. Rio de Janeiro, Editora Thomas Nelson, 2011. Em Ame Mais, Julgue Menos, a autora conta o segredo dos relacionamentos saudáveis. Usando o exemplo de Jesus para lidar com as pessoas, fala como o começo é o amor próprio, o qual é a chave para aprender a amar o próximo como ele é. Jen Hatmaker mostra como evitar os extremos torna a vida mais leve, gentil, divertida e gostosa de viver. Ela sabe como o desgaste do dia a dia nos torna competitivos e julgadores, nos fazendo perder o amor por outras pessoas e por nós mesmos. Contém 215 páginas.

Cristãos impactantes


Lendo um pouco sobre o reformador genebrino João Calvino, fico impressionado como uma pessoa tão jovem fez tanto pelo evangelho de Cristo. A compreensão abrangente que Calvino tinha da soberania de Deus, combinava com a profundidade de sua segurança na graça de Deus.
Calvino foi marcante na organização da teologia sistemática, foi marcante na visão sobre o papel da igreja na sociedade e como os cristãos da sua época deveriam se portar quanto ao uso do dinheiro.
Calvino foi um verdadeiro discipulador de pessoas. Ele se tornou pai espiritual de vários franceses, escoceses, ingleses e suíços. Alguns diziam: Calvino não é apenas um pastor, mas um pai espiritual! Em 1553, Calvino escreveu para cinco jovens protestantes franceses aprisionados em Lyon que foram condenados à morte na fogueira.
Como brincamos no nosso meio, podemos dizer que Calvino era monstro! Agora, pergunto: admiraremos a Calvino e escreveremos sempre sobre ele? Ou seguiremos o exemplo dele como instrumento divino? Como agimos diante daqueles que estão próximos de nós? Ensinamos como Calvino? Como nos manifestamos na Faculdade diante do aprendizado que temos nas Escrituras?
Calvino impactou a cidade de Genebra! Ele foi o impactante no uso das Escrituras e na vida como cristão!
Somos chamados para ser cristãos impactantes com a Palavra de Deus em nosso peito! Somos chamados para ser cristãos impactantes que vivem o caráter de Cristo em cada palavra, gesto e ação!
Calvino foi um grande instrumento divino e depois de 500 anos, ainda nos lembramos dele, porque foi marcante na vida! Que sejamos pessoas assim também para a glória do Eterno Deus! (Alcindo Almeida)