Sábado à noite paramos para ver um filme que já tínhamos apreciado. Ele é baseado em fatos reais, Escritores da Liberdade. A história gira em torno da necessidade da criação de vínculos sociais em sala de aula. Ele fala sobre os desafios enfrentados pela professora recém-formada Erin Gruwell com seus desobedientes alunos e a possibilidade de mudança através da educação.
O desafio enfrentado pela professora é grande demais porque os alunos que encontra pelo caminho, são marcados pela violência, descrença, desobediência, desmotivação e principalmente pelos conflitos raciais. Quando vemos as cenas, choramos só de pensar no caos que aqueles garotos e garotas passaram na vida. Eles são jovens vindos de famílias desestruturadas, vítimas de abandono e descaso. Na sala de aula, os alunos se dividem naturalmente em grupos: os negros só interagem com os negros, os latinos andam com os latinos, os brancos conversam com os brancos.
Gruwell percebe que tem que fazer algo em favor desses alunos dela. Ela faz alterações curriculares que pretendiam a aproximar dos alunos através da música, do diálogo e dos jogos. Gruwell desejava alterar a dinâmica vertical da relação entre professor e aluno.
Satisfeita com os resultados que percebe no dia-a-dia, Gruwell decide ir além e investiga a vida pessoal dos jovens. Quando ela dá o diário para eles escreverem as suas histórias, definitivamente ela ganha a simpatia e o amor dos seus alunos. Tudo muda! Muda de maneira muito profunda.
Numa comemoração do semestre, um dos alunos lê uma parte do seu diário. Ele diz: Esse verão foi o pior verão dos meus 14 anos. Minha mãe está lutando como se fosse o último suspiro dela. Disseram que seríamos despejados. Na manhã do despejo, o policial estava ali para nós colocar para fora. Olhei para o céu esperando que alguma coisa acontecesse, minha mãe não tem família com quem contar. Nenhum dinheiro entrando e por que me importar em ir para escola e tirar boas notas se estou sem teto? Vou para escola com fome, estou com a mesma roupa do ano passado. Mas, quando entro na sala da professora Gruwell, percebo que é ela é única pessoa que me faz ter esperança. Eu comecei a me sentir melhor, eu entro na sala 203 e sinto como se todos os problemas da vida não fosse tão importante, estou em casa.
Pensei imediatamente em nós como cristãos, temos a responsabilidade de produzir isso na vida das pessoas. Somos o sal e a luz do mundo. Somos o reflexo de Cristo aqui nessa terra. Somos as pessoas que acolhem os caídos, os humilhados e os que passaram dramas no passado.
A comunidade de Cristo é o lugar onde as pessoas devem sentir segurança e onde elas podem ter seus conflitos da alma resolvidos. Somos o povo que recebe os que estão com medo da pandemia e não sabem o que fazer. Somos o povo que abraça gente ferida, machucada e angustiada pelos dilemas dessa vida.
Somos o abraço fraterno para uma sociedade que está doente e sem rumo. Somos a voz que ecoa no coração desesperado e dizemos que Jesus está vivo. Dizemos que Jesus é o único caminho e a única verdade. Dizemos que Ele restaura o nosso ser por completo e que nele, temos esperança eterna.
Que Ele nos use como instrumentos da sua graça para ajudar pessoas a serem encontradas pela graça e amor dele. (Alcindo Almeida)
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