Olhem para essa fala de Henri Nouwen no seu livro A volta do filho pródigo: Eu sei, a partir de minha própria vida, quão diligentemente tentei ser bom, aceitável, merecedor de estima e um exemplo digno para os outros. Sempre havia o esforço consciente de evitar as armadilhas do pecado e o constante temor de ceder à tentação. Mas com isso veio uma seriedade, uma intensidade moralista - e até mesmo um toque de fanatismo - que dificultou muito me sentir à vontade na casa do Pai. Fiquei menos livre, menos espontâneo, menos alegre.
Ontem compartilhava com uma amigo pastor sobre essa frase. Porque muitas vezes nos preocupamos com uma performance espiritual. Somos os cristãos que não fumam, não bebem exageradamente a ponto de sair fora de si mesmos, não mentem, não roubam e não traem as esposas. Interessante pensarmos sobre isso. Lembro que na época de colégio, meu apelido era irmão Alcindo, porque os amigos viam que o meu comportamento era bem diferente do deles.
Será que é só isso? Claro que não! Temos que ter uma conduta séria mesmo, honesta e verdadeira. Só que não podemos fazer disso regras para agradar a Deus e temos que tomar o cuidado que Nouwen trabalha na sua afirmação, a de ter um toque de fanatismo na nossa vida a tal ponto de perdermos a alegria de sermos livres na casa do Pai. Paulo diz que todas as coisas são licitas, porém ele não se deixará ser dominado por elas. Acredito que a essência do cristianismo leve, puro e alegre é quando respiramos Cristo com alegria e singeleza. Sempre devemos perguntar sempre, o que Cristo faria em meu lugar?
Devemos viver a vida de Deus de maneira sincera, mas leve, cheia de esperança, com a convicção de que Cristo está conosco. Por isso, não dá para encher a cara e perder a cabeça porque Cristo está no centro da vida. Não dá para ser um mentiroso porque Cristo habita no coração. Não dá para trair a esposa porque tem a consciência de Cristo no peito. Não dá para usar indevidamente o corpo, porque ele é templo do Espírito Santo. Não dá para fazer falcatruas na vida porque temos a bem-aventurança da justiça em nós. Não dá para termos uma fala má porque as palavras de Cristo estão em nós.
Isso é leveza na casa do Pai, alegria constante e perene. Isso é ser cristão de Cristo. Isso é ser um verdadeiro discípulo todo dia e toda hora. Exatamente isso que Paulo diz sobre a liberdade em Cristo Jesus. É essa vida que Deus quer que vivamos, não uma vida de moralismo e fanatismo loucos. A vida em Cristo é livre e cheia de alegria na presença dele! (Alcindo Almeida)
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