terça-feira, 22 de maio de 2018

O Pai amoroso

O texto de Lucas 15:20-24 fala sobre a relação do Pai bondoso com os dois filhos perdidos em casa. Lembro-me de Henri Nouwen que viu um pôster reproduzindo o quadro “A volta do Filho Pródigo”, de Rembrandt, que retratava um homem envolto num amplo manto vermelho tocando afetuosamente o ombro de um jovem andrajoso, ajoelhado diante dele. Henri Nouwen diz que não conseguia deixar de olhar para aquela obra, atraído pela mensagem que a arte transmitia. 
Henri Nouwen ao contemplar a obra, disse: "Chegou agora o momento, porém, de me ser possível olhar para trás, para aqueles anos 25 de alvoroto, e descrever, com maior objetividade que antes, o lugar onde toda essa luta me conduziu. É verdade que não sou ainda suficientemente livre para me abandonar ao abraço, certo e seguro do Pai. Continuo a caminhar, sob muitos aspectos, para o significado profundo. Ainda sou como o filho pródigo: viajo, preparo discursos, conjecturo como tudo será quando por fim chegar a casa do meu Pai. Mas estou a caminho. Deixei o país distante e sinto-me mais perto do amor. Agora, estou preparado para contar a minha história. Descobrir-se-á nela um pouco de esperança, luz, consolação; muito de quanto vivi ao longo destes últimos anos, não como expressão de confusão ou desespero, mas como etapas do meu caminho para a luz." 
Quando olho para esse texto, percebo esse Pai amoroso, gracioso e bondoso. O filho se perdeu, rompeu com o Pai de maneira infeliz. Ele não tinha a percepção do que era morar na casa do Pai. Lá fora, perde tudo e se lembra que a casa do Pai era a referencia e segurança para o coração. Ele movido pela lembrança dessa segurança volta para ser um empregado comum do Pai. Quando o Pai o avista, diz o texto que Ele teve compaixão e o abraçou e o cobriu de beijos. Ele diz ao Pai: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não mereço chamar-me teu filho. O pai ouve isso e diz aos empregados: Trazei depressa a melhor túnica para lhe vestir; colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. 
Que ação maravilhosa desse Pai não? Esse filho merecia a expulsão da casa e a perda de todos os privilégios de filho. Mas, o Pai que é gracioso, o ama, abraça e o aceita de novo. Porque ele não perde o sentido de ser filho. Assim é o Pai das misericórdias, Ele nos ama apesar de falharmos e pecarmos contra sua santidade. Ele nos acolhe sem merecermos, Ele nos ama apesar de nós. Ele coloca vestes em nós, Ele nos dá um anel de filhos da graça. Ele nos dá sandálias resgatando a nossa identidade como filhos. Louvado seja o nosso Pai pródigo cheio de graça e amor! (Alcindo Almeida).

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