terça-feira, 29 de maio de 2018

A presença do Senhor

Thomas Merton no seu livro Diálogos com o silêncio afirmou: Tenho uma forma muito simples de orar, inteiramente centrada na atenção à presença de Deus, à sua vontade e ao seu amor. O que significa que está centrada na fé, que é o único meio que nos permite reconhecer a presença de Deus. 
Quando lemos sobre os monges, percebemos que a oração era a essência da vida no deserto e consistia em salmodia (oração em voz alta - recitação dos salmos ou partes das Escrituras que todos deveriam saber de cor) e contemplação. Aquilo que hoje chamaríamos de oração contemplativa era conhecido como quies ou "descanso". Este termo iluminador persistiu na tradição monástica grega como "doce repouso". Quies é um estado de absorção silenciosa auxiliada pela repetição suave de uma única frase das Escrituras - a mais popular delas sendo a oração de publicano: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem compaixão de mim, pecador. A forma abreviada desta invocação era Senhor, tem piedade (Kyrie eleison) - repetida em silêncio centenas de vezes por dia, até se tornar tão espontânea e instintiva como a respiração. Como precisamos voltar o nosso coração para esse tempo de oração, esse tempo de contemplação do Eterno Deus. Esse momento em que podemos nos abrir perante ele. 
Gosto do que Davi afirma no Salmo 5:3: De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração e fico esperando. Esse é um tempo precioso para colocarmos a vida e o coração na presença do Eterno. Davi logo cedo, apresenta a oração ao Senhor e fica esperando. Porque esse tempo é marcante, ele ensina, ele produz intimidade, ele nos ajuda a confiar mais no caráter e direção do Senhor para nossa vida. Corramos para a presença do Senhor no tempo de oração para contemplarmos sua graça, amor e bondade no coração. (Alcindo Almeida)

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