sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Ela escapou!


Há um livro precioso de Immaculée Ilibagiza chamado Sobrevivi para contar. Ela conta a experiência de ficar três meses confinada num banheiro minúsculo com mais sete mulheres famintas e aterrorizadas, sem condições mínimas de higiene, saúde e alimentação, lutando contra o desespero e ouvindo as vozes dos assassinos que queriam matá-la cruelmente.
O período de tortura física e psicológica é só uma parte do que essa jovem teve que suportar, aos 22 anos, para escapar dos soldados que exterminaram sua família e seu povo durante o genocídio que destruiu Ruanda em 1994.
Naquele ano, em apenas cem dias, mais de um milhão de ruandeses foram barbaramente assassinados num holocausto provocado por conflitos étnicos ancestrais entre tútsis e hútus, principais etnias do país africano. Da noite para o dia, a vida da tútsi Immaculée, filha de um respeitado casal de professores líderes de sua aldeia, mudou de forma radical. 
Única mulher de quatro irmãos, Immaculée conseguiu asilo na casa de um pastor hútu. Armados com facões, os extremistas hútus do movimento juvenil Interahamwe, revistaram a casa do religioso várias vezes, mas nada descobriram, segundo conta a autora, por puro milagre. 
Antes de 1994, Immaculée era uma jovem feliz e esperançosa. Adorava seu país, tinha uma família unida e respeitada e gostava de estudar. Não conhecia a diferença que segregava os tútsis e os hútus quando a morte do presidente hútu de Ruanda, Juvenal Habyarimana, desencadeou o massacre frenético que destruiu sua vida idílica e obrigou sua família a se separar para sempre em plena comemoração de Páscoa. 
Immaculée conta como conseguiu sobreviver emocionalmente ao massacre de sua família, cujos detalhes inacreditáveis ela também revela em sua narrativa de surpreendente final feliz. Salva pelas forças da ONU com a ajuda de soldados tútsi da FPR (Força Patriótica de Ruanda), Immaculée emigrou para os Estados Unidos, onde passou a trabalhar para as Nações Unidas, em Nova York, casou-se e reconstruiu a vida. 
Que história profunda, mas de lutas enormes dessa jovem. Isso nos lembra de histórias como a de José lá no Egito, escravo, sofrendo, mas confiando no caráter e na providência divina. Daniel na cova dos leões sobreviveu pela graça sem nenhum arranhão. Os 3 jovens na fornalha ardente. Mas, temos exemplos de homens que morreram por causa do Evangelho de Cristo: Paulo, João, Pedro, Blandina, João Huss, Zuinglio e tantos outros. Mas, todos, tanto os que viveram e os que morreram, lutaram pelo Evangelho de Cristo. 
Nós somos convidados para valorizar o sangue dos mártires que é a semente de nós cristãos hoje. Temos que lutar pelos valores éticos do Reino de Deus. Temos que anunciar a Cristo mesmo que num futuro próximo, custe a nossa própria vida. (Alcindo Almeida)

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