terça-feira, 13 de abril de 2021

Memórias da vida


Ontem assisti um filme simplesmente maravilhoso. Ele é baseado em fatos, Verdade e Honra. O filme se propõe a embutir uma jornada de transformação pessoal dentro de uma missão de reparação histórica. O protagonista é Scott (Sebastian Stan), burocrata do departamento de Defesa dos Estados Unidos incumbido de revisar a condecoração dada a um soldado morto na Guerra do Vietnã, ou seja, há cerca de 40 anos.
Preocupado com os rumos da carreira, ele reluta, mas não tem escapatória. Ele está numa encruzilhada, dará continuidade na carreira ou se preocupará em ir atrás do reconhecimento do soldado William H. Pitsenbarger Jr. O grande soldado que teve atuação destacada na Guerra do Vietnã. Bem, Scott opta por resgatar a memória do soldado William.
Mas, o que me chama a atenção no filme é o envolvimento do Scott com os combatentes que viram o soldado morto na Guerra do Vietnã. Ele visita um dos combatentes que escuta os veteranos da guerra. Ele diz que podemos criar novas memórias, para amar e viver. O passado não pode ser apagado, mas podemos memórias felizes mesmo com fatos tristes no passado. Ele vai viver no Vietnã exatamente onde tudo aconteceu. Ele diz que os veteranos carregam o fardo por todos nós. Eles pegam a raiva e a negação da guerra e vão até lá para serem ouvidos nas suas histórias. Os lugares são importantes porque nos conectam com a nossa história.
Vendo esse filme, lembrei-me das palavras do profeta Jeremias em Lamentações: Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. Que maravilhoso é saber que podemos sofrer e lembrar das coisas do passado reconhecendo que temos um Deus que olha para a nossa história. Um Deus que se importa com tudo o que passamos. Na minha infância chorei pelas dores e crises profundas, mas na minha fase adulta, percebi que não estava sozinho.
O profeta Jeremias em Lamentações chora, sente na alma a dor do cativeiro, a dor das perdas da terra natal. Mas, ele se lembra do que Deus é na sua história e na vida do povo. Por isso, ele continua dizendo: As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.
Vai aqui um recado da alma para todos os que sofrem. Para os que foram abandonados pelos pais na infância, para os que foram espancados pelos pais e parentes. Para as moças que foram abusadas por pessoas da família. Para as mulheres abandonadas pelos maridos e com filhos para criar. Para os homens que foram humilhados nessa vida. Para os que sofreram abusos, seja de qual forma foi. Para aqueles que foram esquecidos e deixados de lado de alguma forma. Temos um Deus que é cheio de misericórdia e ela é a causa de não sermos consumidos, porque não tem fim; renova-se a cada manhã. Temos um Deus que é grande na sua fidelidade e nunca nos abandonará. Deus transforma a nossa história de dor em momentos de profunda alegria na sua presença.
Louvado seja o Eterno Deus que anda ao nosso lado para sempre! (Alcindo Almeida)

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