quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Inversão dos valores

Richard J. Foster diz que dinheiro, sexo e poder são três dos grandes temas éticos que têm inquietado os seres humanos no decorrer dos séculos. Foi dessas três coisas que Dostoievsky tratou com tanta sensibilidade em sua obra-prima: O idiota. Nesse romance, o príncipe Myshkin, símbolo de Cristo, é jogado numa cultura obcecada por riqueza, poder e conquista sexual. Mas, o príncipe não possui orgulho, cobiça, malícia, inveja, vaidade ou temor. Ele se comporta de maneira tão anormal que as pessoas não sabem o que pensar dele. Confiam nele devido à inocência e à simplicidade que demonstra. Mesmo assim, a falta de outras motivações por parte do príncipe leva o povo à conclusão de que ele é um idiota. 

Foster diz citando Dostoievsky diz que ele entretece os temas dinheiro, sexo e poder por toda a história, contrastando o espírito do príncipe com o de todos aqueles que o rodeiam. A respeito do personagem principal, o narrador observa: Ele não se importava com pompa ou riqueza, nem mesmo com estima pública, mas apenas com a verdade! 
Esses três itens têm feito parte da cobiça de todos nós. Buscamos com eficácia o desejo pelo dinheiro, porque com ele em fartura, temos as maiores possibilidades de conquistar os bens terrenos e os prazeres gerais da vida. 
Há outro item que mexe com o coração do ser humano, já desde o Éden, esse negócio chamado poder. Gostamos de ser notados, vistos e aplaudidos pelos seres que nos cercam. Haja vista, o desejo enorme de várias pessoas quererem os cargos públicos para galgarem os espaços do palácio, e assim, terem a glória para si mesmos. 
O ultimo item é o sexo, vivemos dias tão promíscuos e tão imorais. As mulheres, com exceções claro, buscam mostrar os corpos bem torneados para adquirirem para perto de si os homens belos e atraentes. Claro que não culpo a beleza em hipótese alguma. A beleza é algo divino, o problema é usa-la da maneira imprópria e vazia. Vivemos um tempo que a sexualidade foi deturpada completamente e virou até negócio, porque a busca pelo prazer momentâneo é maior do que o compromisso sério na sexualidade através da união de um casal (homem e mulher), por meio do casamento. 
Que realidade triste, que pena não vermos mais a pureza mostrada nesse romance como o do príncipe Myshkin. Vemos que a inversão dos valores na sociedade humana, a tem levado a um caos total. Meninos e meninas ficam viciados, já na flor da idade, por estes males desordenados no coração. 
Paulo diz que o dinheiro não é o problema, mas o amor e dependência dele sim. Podemos ter dinheiro contanto que não seja o nosso senhor. a realidade espiritual é que o dinheiro só pode ser o nosso serviçal. Jesus nos ensina sobre o poder, pois no Reino dele, o maior é o que mais serve. Quando servimos de coração puro, não viramos escravos da busca pelo poder. A busca pelo poder nos deixa vazios, solitários e ensimesmados e sem um propósito real na vida, que é servir Deus e as pessoas ao redor. 
E o bendito sexo? Sexo é ótimo, precioso e marcante na vida de todo ser humano, mas feito do jeito correto. Não do jeito que algumas mulheres têm feito, para ganhar dinheiro. Claro que as mulheres mostram o corpo, porque assim os homens respondem aos seus instintos mais primitivos do ser. Também alguns homens têm feito de maneira terrível e má, pagando e deixando a sua mulher em casa e usando o sexo como satisfação dos prazeres momentâneos. Tanto o homem como a mulher são imorais quando alimentam esse ato cheio de promiscuidade. Devemos tomar muito cuidado com a libertinagem do nosso coração. Como disse o amigo Agnaldo da nossa comunidade: Como homens cristãos lutemos constantemente contra o vício que leva ao além, ao sexo exagerado, que chega a intimidar nossas queridas priorizando apenas a nossa necessidade.
A Bíblia fala abertamente sobre a essência do sexo. O sexo é para ser desfrutado com quem amamos e deve ser feito na presença de Deus, ou seja, no casamento que é imaculado, verdadeiro e é um grande projeto do Criador. 
O que está acontecendo com os filhos de Adão? Estão realmente vivendo o mundo pós queda? Um mundo que abandona Deus e segue incessantemente o caminho desordenado do dinheiro, sexo e do poder? 
Que Deus tenha compaixão de nós para que não sejamos escravos do sexo indevido, do amor ao dinheiro e da busca do poder humano! (Alcindo Almeida)






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