Hoje cedo parei um pouco para ler o livro de Jó. Percebo que temos três momentos para a vida de Jó no capítulo 1 do seu livro. O primeiro momento, é o que Jó recebe a notícia de todo o desastre na sua história de vida e não se revolta e nem se atemoriza. Ele entrega toda problemática da sua história nas mãos do Criador. A percepção sobre Deus na sua soberania está intacta até aqui. Sabemos que Deus recebe a Satanás. Deus conversa com o servo dele, no sentido de execução dos seus planos eternos. E dentro direção divina, Ele permite que Satanás toque na vida e nas posses de Jó. Então, de um momento para o outro, Jó perde absolutamente tudo. Perde os seus servos, perde os seus dez filhos, perde o seus gados, perde os seus celeiros. Perde suas ovelhas e camelos.
Esse homem perde tudo o que tinha na vida, o chão saiu de si mesmo. Assim como acontece na vida da gente. Está tudo bem, de repente, chega a notícia que um membro da família morreu, que o outro perdeu o emprego. O outro descobriu um tumor e não sabendo que fará!
O segundo momento é a postura de Jó depois das notícias, ele reconhece seu estado deplorável e se lança na terra! Porque não tem o que fazer mesmo. O negócio agora é chorar, rasgando as vestes. Agora é momento de experimentar o sofrimento, a dor e a angústia da alma mesmo.
O terceiro momento é a uma segunda postura de Jó, ele adora dizendo: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Meu Deus! Que atitude profundamente sensível e ao mesmo tempo extraordinária! Como alguém que perde tudo pode adorar!? Como alguém pode reconhecer Deus na vida?
Jó reconhece Deus como o sentido da sua vida na hora da dor e das perdas dela. Jó verbaliza que o sentido da sua vida vai além da riqueza e do trabalho e ultrapassa até a comunhão de sua família. Jó toma uma atitude interior singular, contrária ao que normalmente se poderia esperar. Jó age bem diferente do que Satanás esperava que reagisse. Ele reconhece a Deus como Senhor soberano sobre a vida e os bens. Reconhece também a situação de nudez humana ao nascer e ao morrer. Como diz Viktor Frankl: No intervalo entre a alvorada e o ocaso da vida, bens e riquezas, familiares e amigos são acrescentados como aconchegante roupagem à fria nudez humana. Mas nada mais e nada menos que isso!
Não nos esqueçamos de Deus na hora da nossa dor, Ele continua lá no seu trono, Ele continua vendo tudo o que se passa em nossa história. E uma hora dessas, veremos o que Ele deseja quando passamos pelas perdas e sofrimentos da vida! (Alcindo Almeida)
Nenhum comentário:
Postar um comentário