sexta-feira, 30 de abril de 2021

Preparados para morte


O luto é vazio, escuridão, falta de sentido, falta de utilidade, o luto é uma paralisia. Mais do que tudo, é uma morte que vai crescendo dentro de nós, da pessoa amada, que faz morada no nosso coração. O luto é uma separação hora hora, dia-a-dia, minuto a minuto. Por um longo tempo, pensamos ou agimos como se a pessoa amada ainda estivesse ali, mas a cada passo percebemos que ela se foi.
A verdade é que não conseguimos evitar o luto. Não conseguimos afastá-lo de nós. Temos que dar tempo para o processo do luto em nossa jornada. Nós temos que aprender a lidar melhor com a morte. Como diz Henri Nouwen: “Precisamos estar preparados para morte. Essa é uma tarefa importante na vida, porque entendemos que a morte não é a dissolução da nossa identidade, mas o caminho para a sua completa revelação. A morte é o momento em que a plena derrota e plena vitória se encontram. A cruz em que Jesus morreu é o sinal dessa unidade da derrota e da vitória. Porque Jesus morreu e também ressuscitou!”
Nossa morte é um autêntico regresso para a casa onde somos acolhidos pelo Eterno Deus. A morte é a passagem do tempo para a eternidade, da terra para o céu, do finito para o infinito. A morte é a passagem da dor para a cura, do sofrimento para a alegria. Por que achamos que Paulo disse essas palavras? Ele disse: Segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.
O morrer para Paulo é lucro, porque significa viver eternamente com Cristo. E onde Cristo está não há morte, há a vida eterna!
Quanto estivermos perto da morte, não nos atemorizemos, será tudo tranquilo porque seremos levados para o encontro no céu com o Senhor Jesus Cristo de Nazaré e estaremos para sempre com Ele! (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Duas pessoas e duas situações


Estava numa conversa com uma pessoa ontem e falamos sobre os dois personagens das Escrituras: Davi e José. Falamos sobre a questão de traição e o ponto que tivemos como conclusão é que não se trata de ofender a nossa esposa. A questão é que ofendemos a Deus. E é exatamente a atitude que José tem no seu coração em relação a Deus. Para mim, José é um dos homens mais completos nas Escrituras Sagradas. A fala dele quando recebe a proposta maléfica da mulher infeliz de Potifar é: Meu senhor me confiou todos os bens de sua casa e não precisa se preocupar com nada. Ninguém aqui tem mais autoridade que eu. Ele não me negou coisa alguma, exceto a senhora, pois é mulher dele. Como poderia eu cometer tamanha maldade? Estaria pecando contra Deus!
A consciência de José está fincada na santidade diante de Deus. José não tem medo de Potifar, ele tem temor de Deus. José não se preocupa com a mulher de Potifar, ele se preocupa em honrar o Deus a quem ele serve e celebra na vida. O grande problema na nossa vida é que somos fracos, somos vulneráveis e humanos. Algumas vezes, somos vencidos pela carne. Por isso, o texto sagrado afirma que nossa carne é fraca.
E Davi gente? Como pode um homem tão nobre, tão próximo de Deus fazer aquilo? Como pode um homem que era o homem segundo o coração de Deus cometer os pecados daquela forma? Um homem que tinha tudo a disposição? Por que olhar para Bate-Seba? O que Davi fazia no palácio naquela hora de banho da moça? O texto diz: No tempo em que os reis costumam sair para a guerra. Davi ficou em Jerusalém. O grande erro já começa aí. O que fazer no palácio nesse tempo? Por que Davi não foi para as batalhas normais como grande herói e guerreiro de Israel?
Percebam a diferença entre Davi e José.
Davi ao olhar pelo terraço de sua casa, avistou uma mulher, que era mui formosa, tomando banho. O que temos aqui? Ociosidade e falta de foco! E José está onde? Ele está no lugar certo e fazendo o que é certo. Ele está trabalhando e honrando ao Deus da vida dele lá no Egito. Só que diferentemente de Davi, a tentação vai até José. Só que ele está focado em honrar Deus em todos os momentos da sua história. Ao contrário, Davi está no lugar errado e fazendo o que é errado. Davi não está trabalhando na batalha e ele vai até a tentação. Davi não está focado em honrar Deus nesse momento. Tanto que uma mulher desnuda e quebra a santidade dele.
José está numa posição de sofrimento como escravo, pensando em sua família. Ele está trabalhando a saudade de seu velho pai Jacó e olha para os ensinamentos profundos de seu pai patriarca. Davi está numa posição de herói, aclamado como rei e dono de si mesmo. Ele está pensando na fama como grande rei de Israel. Na comparação temos Davi como herói e José como escravo. Davi está solto e o José de Deus está preso.
Davi encoberta, esconde o seu pecado e José é acusado, ele é preso de maneira injusta, por aquilo que não fez. Davi quer matar Urias estando culpado e completamente errado. José vai para uma prisão e serve lá como um condenado, mas todos sabem que ele não fez nada de errado. José está limpo diante de Deus, sereno, santo, verdadeiro e glorifica a Deus.
Davi está completamente sujo, insano, sem santidade, falso e dá brecha para Satanás. Mas, o que é extraordinário aqui? 
Mesmo sendo um cafajeste, ele junto com José é um tipo de Cristo. Esse é o precioso no Evangelho. Cristo possibilita o safado e pilantra do Davi ser amado e ser visto ainda como um homem segundo o coração de Deus. 
A verdade é que temos mais facilidade de exaltar José, o tipo de Cristo mais precioso. Mas Davi também é, mesmo sendo pilantra e maquiavélico. Como disse uma amiga: Isso nos enche de esperança, Deus faz isso conosco! Não temos valor algum em termos de natureza pecaminosa, mas o Eterno Deus nos torna pessoas como José e também segundo o seu coração como Davi. Deus sempre nos olhando através de Cristo.
Louvado seja o Eterno Deus Pai, Filho e o Deus Espirito Santo! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 27 de abril de 2021

Tenha um amigo


Deus é o supremo e nós somos seus servos. E para entendermos isso Ele coloca mentores em nossa caminhada diária. Ele coloca pessoas que nos ajudam a ver o foco necessário, para andarmos de maneira sadia nessa vida.
Na perspectiva bíblica não podemos andar sozinhos, ninguém vive o Evangelho sozinho, ninguém caminha na vida cristã só. Por isso, precisamos de um “pai ou mentor espiritual”. A nossa cultura tenta eliminar o lugar e o nosso espaço como criação relacional. Ela nos dá uma ilusão de que o espaço relacional não existe mais. 
Uma das coisas mais significativas é que temos de amar o nosso próximo e isso transcende qualquer coisa. Ser vizinho do outro é ser criação de Deus e isso pode acontecer através da mentoria.
Temos a necessidade de ter um amigo assim e não se trata necessariamente de um confessor, nem mesmo de um conselheiro, mas de um pai, no sentido mais literal da palavra. Então, mentor é alguém que nos ajuda a nos conhecer na nossa relação com Deus e com o próximo. “A mentoria espiritual é o trabalho que envolve a cura da pessoa.” (Livro: A amizade da alma: Fidelidade na mentoria da vida)

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Compaixão no ser


Compaixão é algo importante na caminhada cristã. Compaixão tem a ver com o reconhecimento da necessidade de andarmos com os outros que estão ao nosso redor. 
Compaixão é ter a oportunidade de compartilhar a alegria dos nossos amigos. Desfrutar dos momentos da alegria dos amigos nos ajuda a sair de nós mesmos e celebrar as conquistas dos amigos da alma.
Compaixão é ter a oportunidade de nos aproximar de quem sofre. Quando somos vulneráveis reconhecemos as dores e deficiências do nosso próximo. Como diz o grande escritor Henri Nouwen: “Só podemos estar com o outro quando o outro deixa de ser outro para se tornar como nós.”
Somos convidados a ter compaixão como Jesus tinha pelas pessoas. O texto de Marcos 1.41 afirma que ao ver o homem no seu sofrimento, na sua dor, na sua angústia, Jesus ficou profundamente compadecido. A compaixão dele tinha a ver com a ternura, a bondade, a graça e amor profundo. Jesus olhava para o íntimo das pessoas e, por isso, tinha compaixão divina. Ele olhou assim para a mulher cananéia, para a mulher samaritana, para a mulher do fluxo no sangue e para a filha de Jairo.
Jesus olhou assim para Zaqueu, olhou assim para mulher adúltera e para o centurião romano. Jesus era cheio de compaixão e graça em todos os momentos do seu ministério terreno. Jesus teve compaixão de um pobre cego, à beira do caminho que gritava pedindo compaixão para o mestre. Ele manda trazê-lo e derrama graça e compaixão sobre ele, fazendo-o enxergar. 
Que Deus nos dê graça para praticarmos sua compaixão sempre diante das situações e das pessoas que nos cercam! (Alcindo Almeida)

sábado, 24 de abril de 2021

Poesia e oração


A vida só faz sentido verdadeiro quando entendemos que o Senhor é o nosso socorro verdadeiro e presente em todos os momentos da vida. Vejam a afirmação do salmista como é enfática: O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. Por isso, só podemos estar onde Deus está. E quanto mais vivemos uma vida no Espírito, mais experimentamos o socorro diário para a nossa alma. Quando olhamos para o alto, mais notamos a diferença entre viver com Deus e viver sem Deus.
Quem vive com Deus tem a certeza de poder olhar para o alto e perceber o conforto que vem para a alma. Pode ver e perceber que o socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra.
O nosso socorro vem do Senhor criador do céu e da terra. Isso faz com que enfrentemos o grande desafio que é superar os sofrimentos olhando para o alto. Faz com que choremos as dores da vida sem nos desesperar.
A certeza de que o Senhor Deus é o nosso socorro faz com que entendamos que o coração voltado para ele é maior do que os ferimentos da vida. A certeza de que o Senhor é o nosso socorro faz com que olhemos para o alto e busquemos alento para a nossa alma. (Livro Poesia e Oração. Série Intimidade com a Palavra - Livro de Salmos)

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Um presente divino


A Palavra diz em Romanos 10:17: De sorte que a fé vem pelo ouvir e o ouvir da Palavra de Deus. 
Os eleitos de Deus só podem chegar ao caminho do Evangelho da graça de Deus por meio da fé. A fé é o único acesso à Palavra de Deus. 
A fé é o único caminho para que creiamos na verdade de Deus e assim sejamos regenerados, justificados pela fé e recebamos a adoção de filhos de Deus Pai e entremos no processo diário de santificação, da nossa vida espiritual diante de Deus Pai, Filho e Deus Espírito Santo.
A fé não é um mero objeto para a nossa compreensão da verdade de Deus, não, ela é um instrumento, uma ferramenta muitíssimo preciosa, para que alcancemos o arrependimento no nosso coração, para que creiamos no plano da redenção.
A fé é dada pelo Espírito Santo em nosso coração, daí, recebemos a Palavra da verdade em nós. Por isso, Paulo afirmou em Ef. 2.8: Porque pela graça sois salvos mediante a fé, e isto não vem de vós é dom de Deus. A graça da salvação em Cristo vem por meio da fé em nosso peito. Não somos salvos por nós mesmos, não conseguimos acesso a Cristo por nossa força em hipótese alguma. O processo é algo divino, pela graça, mediante a fé que vem do céu para o nosso coração.
Philip Yancey afirma no seu livro, Maravilhosa graça: “A graça não depende do que fizemos por Deus, mas antes, do que Deus fez por nós. Só a graça desfaz a ausência de graça.”
Louvado seja o Eterno Deus que nos dá a sua graça e a fé para termos acesso a Jesus Cristo de Nazaré! (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Tecelão Divino


A mão do Tecelão Divino sempre toma nosso coração e lapida, transforma, edifica, renova, quebra, refaz, sensibiliza e restaura do jeito santo e eficaz como ele quer. O Tecelão Divino trabalha em todo tempo edificando o nosso coração para a glória dele mesmo.
Deus é o Tecelão Divino que apara as rebarbas do nosso ser. Ele trabalha nos detalhes para que sejamos mais parecidos com Cristo Jesus no caráter, na vida e no coração. O texto sagrado afirma em Jeremias 18: Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do Senhor: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? — diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
Deus é esse oleiro que quebra, desfaz, reconstrói os vãos de barro e realiza o que for preciso para eles serem moldados do jeito divino. Ele usa o mesmo barro para nos lapidar do jeito santo, divino e soberano. Como precisamos desse tratamento do céu vindo do Oleiro divino. Precisamos ser transformados, edificados, renovados, quebrados, refeitos, sensibilizados e restaurados pelo Eterno Tecelão da nossa alma. Para que o glorifiquemos mais, o sirvamos mais e sejamos mais imitadores do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo de Nazaré! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 20 de abril de 2021

Rasgando a alma


Ernest Hemingway afirmou certa vez: “O homem que começou a viver mais seriamente por dentro, começa a viver mais singelamente por fora.”
Puxa vida, fala sobre o “eu” lá dentro é duro, porque algumas vezes ele está pesado, duro, seco e cheio de dores profundas. Precisamos falar sobre nós, precisamos lamentar a nossa falibilidade humana para compreender os fracassos. Para vermos a vida tal como ela se mostra diante de nós. Temos fracassos ocorrendo lá dentro porque tem desejos que não alcançamos, metas que não realizamos e palavras que deveríamos dizer e não dissemos.
O salmista Davi diz algo profundo demais para a nossa alma: Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta. Percebam que Davi rasga o seu eu na presença do Eterno Deus. Ele abre sua pagina interna e diz que Deus já conhece tudo. Claro, Davi tem consciência da onisciência de Deus. Ele sabe que Deus sonda o mais interior do seu coração. Então, ele rasga a alma mesmo e diz que nada é oculto diante de Deus, nem as suas ansiedades do ser.
Como é bom quando vamos para a presença de Deus e abrimos a nossa alma, reconhecemos nossa fragilidade e incapacidade como seres caídos e miseráveis. Como é bom quando não precisamos esconder nada do dono da nossa vida. Ele sabe de tudo, Ele sabe do choro, da dor, da angústia e das tristezas mais profundas da alma.
Não hesitemos, coloquemos diante de Deus todos os desejos, falhas, anseios, fragilidades e pesar da alma. Ele é o nosso médico da alma, Ele conhece cada parte do nosso ser. E quando fizermos isso, viveremos melhor por dentro e refletiremos um ser externo mais sadio, mais pleno e mais sereno. (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Horas complicadas da vida


A vida é mais complexa do que qualquer coisa. Mas, no meio de todas as complexidades do nosso coração e história, sabemos que Deus está nas cortinas de cada ato da nossa jornada. Isso nos ajuda a passar pelas lutas, tempestades e aflições sem desespero. E com um coração totalmente dependente daquele que faz tudo conforme o seu querer e vontade.
Paulo tinha consciência desse controle e também do consolo que o Eterno Deus lhe dava nas horas complicadas dessa vida. As palavras de dele foram: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo. Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto, o qual se torna eficaz, suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos que nós também padecemos. A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação. (2 Coríntios 1:3-7)
Pensemos sobre essa realidade! Paulo tinha convicção de que Deus é o Pai de misericórdias e de toda consolação! Ele tinha convicção de que Deus nos conforta em toda a nossa tribulação. E o processo é tão marcante, que Ele nos usa para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia. Diante das lutas que Cristo passou, quando sofremos também, a nossa consolação transborda por meio de Cristo.
Para Paulo, todo o sofrimento que nós padecemos serve para perceber o quanto Deus nos consola, nos conforta e está ao nosso lado. Não fiquemos desesperados no meio da dor, do sofrimento, das perdas de ente queridos que estão indo para o Senhor. Não percamos o chão mesmo no meio de crises profundas. Deus está ao nosso lado, Ele nos consola, nos ampara e nos ajuda sempre. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Encontramos forças na fraqueza


Temos dores terríveis nessa vida. É a dor da perda de um filho, ninguém pode imaginar como é a dor para carregar o caixão de um filho. Somente quem passa por ele, pode falar. Temos a dor de uma mãe que perde o bebê na gestão. Ela chora lá dentro da alma. Temos a dor de um homem já na sua idade de maturidade que descobre a doença chamada ela. Ele recebe a fala do medico que seu corpo passará pela degeneração. A dor e o sofrimento é algo absolutamente complicado e muito difícil para lidarmos.
O grande filósofo Soren Kierkegaard diz que o sofrimento e a dor são reais, pois a revogação é o pathos existencial e, por real, entende-se que o sofrimento e a dor se dão verdadeiramente na vida, no cotidiano, por meio da ação, na relação do homem com sua própria existência. O pathos é o tipo de experiência humana, ou sua representação em arte, que evoca dó, compaixão ou uma simpatia compassiva no espectador ou leitor. Então, pathos é a organização da existência, entendendo-se organização como “ação” organizadora no homem, uma jornada pessoal pela qual o existente deve passar. Neste sentido, o pathos se faz compreendido pelo homem quando ele se vê nesta relação; por conseguinte, esta relação é o correspondente entre a felicidade e a eternidade.
Bem, não tem jeito mesmo, a dor e o sofrimento são partes integrais na nossa existência. Não tem como fugir, não tem como escapar deles. As perguntas são: como fazer para passar por dor e sofrimento sem azedar na vida? Como enfrentar o sofrimento e a dor sem perder o chão, sem perder a razão da nossa fé?
Respondo essas perguntas citando o texto de II Coríntios 12:8 a 10: Em três ocasiões, supliquei ao Senhor que o removesse, mas ele disse: Minha graça é tudo de que você precisa. Meu poder opera melhor na fraqueza. Portanto, agora fico feliz de me orgulhar de minhas fraquezas, para que o poder de Deus opere por meu intermédio. Por isso aceito com prazer fraquezas e insultos, privações, perseguições e aflições que sofro por Cristo. Pois, quando sou fraco, então é que sou forte.
Enfrentamos o sofrimento e a dor sem perder o chão quando cremos que a graça divina nos basta. A graça nos sustenta. A graça não permite que percamos de vista a realidade da eternidade em nosso ser. A graça nos faz olhar para o Deus que nos ama e cuida do nosso coração no meio das dores e do sofrimento da vida. A graça mantém o olhar na providência de Deus e não nas circunstâncias adversas da vida.
Enfrentamos o sofrimento e a dor sem perder o chão quando cremos que o poder opera melhor na fraqueza. A fraqueza nos coloca na presença do Eterno Deus com fé e com graça. Deus atua no meio da nossa dor, da nossa fraqueza e dos limites humanos. Quando respiramos essa realidade, encontramos forças na fraqueza.
Que aprendamos com Paulo sobre o sustento de Deus no meio das dores e sofrimentos da nossa vida! (Alcindo almeida)

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Poesia e oração


O Salmo 2.11 diz:
Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor. A Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio do saber. O texto fala de servir com temor e se alegrar com tremor. Tudo tem a ver com adoração ao Santo Nome do Senhor. Até aparece lá no Salmo 2 a expressão: Beijar o Filho que é uma maneira do Antigo Testamento de ter um ato de respeito e reverência de um servo para com o seu senhor.
Davi entende disto e transporta esta realidade para a nossa adoração e reconhecimento de Deus na vida. É com esta atitude de temor devemos servir ao Senhor. O resultado para isto é obediência, santidade, confissão e confiança total em Deus sempre.
Aprendamos que diante de Deus devemos dedicar o temor e também o tremor através de uma vida de obediência, adoração, santidade e confissão sempre! (Poesia e oração, Volume 1)

terça-feira, 13 de abril de 2021

Memórias da vida


Ontem assisti um filme simplesmente maravilhoso. Ele é baseado em fatos, Verdade e Honra. O filme se propõe a embutir uma jornada de transformação pessoal dentro de uma missão de reparação histórica. O protagonista é Scott (Sebastian Stan), burocrata do departamento de Defesa dos Estados Unidos incumbido de revisar a condecoração dada a um soldado morto na Guerra do Vietnã, ou seja, há cerca de 40 anos.
Preocupado com os rumos da carreira, ele reluta, mas não tem escapatória. Ele está numa encruzilhada, dará continuidade na carreira ou se preocupará em ir atrás do reconhecimento do soldado William H. Pitsenbarger Jr. O grande soldado que teve atuação destacada na Guerra do Vietnã. Bem, Scott opta por resgatar a memória do soldado William.
Mas, o que me chama a atenção no filme é o envolvimento do Scott com os combatentes que viram o soldado morto na Guerra do Vietnã. Ele visita um dos combatentes que escuta os veteranos da guerra. Ele diz que podemos criar novas memórias, para amar e viver. O passado não pode ser apagado, mas podemos memórias felizes mesmo com fatos tristes no passado. Ele vai viver no Vietnã exatamente onde tudo aconteceu. Ele diz que os veteranos carregam o fardo por todos nós. Eles pegam a raiva e a negação da guerra e vão até lá para serem ouvidos nas suas histórias. Os lugares são importantes porque nos conectam com a nossa história.
Vendo esse filme, lembrei-me das palavras do profeta Jeremias em Lamentações: Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. Que maravilhoso é saber que podemos sofrer e lembrar das coisas do passado reconhecendo que temos um Deus que olha para a nossa história. Um Deus que se importa com tudo o que passamos. Na minha infância chorei pelas dores e crises profundas, mas na minha fase adulta, percebi que não estava sozinho.
O profeta Jeremias em Lamentações chora, sente na alma a dor do cativeiro, a dor das perdas da terra natal. Mas, ele se lembra do que Deus é na sua história e na vida do povo. Por isso, ele continua dizendo: As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.
Vai aqui um recado da alma para todos os que sofrem. Para os que foram abandonados pelos pais na infância, para os que foram espancados pelos pais e parentes. Para as moças que foram abusadas por pessoas da família. Para as mulheres abandonadas pelos maridos e com filhos para criar. Para os homens que foram humilhados nessa vida. Para os que sofreram abusos, seja de qual forma foi. Para aqueles que foram esquecidos e deixados de lado de alguma forma. Temos um Deus que é cheio de misericórdia e ela é a causa de não sermos consumidos, porque não tem fim; renova-se a cada manhã. Temos um Deus que é grande na sua fidelidade e nunca nos abandonará. Deus transforma a nossa história de dor em momentos de profunda alegria na sua presença.
Louvado seja o Eterno Deus que anda ao nosso lado para sempre! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Um coração sábio


O texto sagrado afirma no Salmo 90.12: Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos o coração sábio. O que será que Moisés quis dizer com contar os nossos dias?
Eu diria que é fazer o possível para buscar uma vida equilibrada. É fazer o possível para avaliar a nossa caminhada em todos sentidos dela.
Eu diria que é fazer o possível para perceber os detalhes da graça de Deus em todos os momentos da vida. Eu diria que é fazer o possível para rever se estamos seguindo no caminho do Eterno Deus, se não nos desviamos da Palavra de Deus, por distração ou por esquecimento. Tudo isso para que? Para termos um coração entendido, sábio, prudente e reto diante Eterno Deus.
Creio que hoje vivemos dias conturbados em todos os sentidos da vida. As pessoas ficaram ansiosas no meio da pandemia. Tem gente que perdeu o chão da confiança no caráter de Deus. Tem gente que entrou no desespero por causa de tantas perdas ao redor dela.
O tempo é de buscar a sabedoria divina para que tenhamos esse coração sábio, prudente e sereno. Com um coração sábio não perdemos o chão da fé porque sabemos que todas as facetas da vida cooperam para o bem dos que amam a Deus.
Com um coração sábio não tememos as perdas, porque temos o consolo divino para todos os momentos. Com um coração sábio vivemos cada dia pela graça e amor do Eterno Deus. Com um coração sábio caminhamos na terra respirando o céu. A fala de Moisés é profunda demais: Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos o coração sábio.
Que o Eterno Deus nos ajude a buscar esse coração sábio! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Identidade em Deus


John Locke foi um filósofo inglês conhecido como o "pai do liberalismo", sendo considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social. Locke ficou conhecido como o fundador do empirismo, além de defender a liberdade e a tolerância religiosa. Ele acreditava que o homem nascia como uma lousa em branco (“tabula rasa”) de inocência.
Jean Jacques Rousseau, foi um filósofo francês do Século 18, teórico político, escritor e compositor autodidata genebrino. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo. Rousseau acreditava que o homem era bom, assim iniciando a filosofia humanista, que coloca o homem antes de Deus. Ele disse assim: "O homem nasce bom e a sociedade o corrompe.”
Uma pena a compreensão de ambos estar bem equivocada. O homem é mau na sua essência, ele é pecador. Não adiante fugirmos dessa realidade nua e crua. Somos pecadores filhos de Adão, e o nosso pecado reduz os interesses aos desejos e as necessidades do ego. O pecado faz com que desejemos tudo sobre nós mesmos. Dói reconhecer isso, mas somos todos filhos de Adão, em pecado e rompemos com o Criador por causa da desobediência que gerou esse mal chamado: pecado.
Quando Adão caiu em pecado com a desobediência no Éden, toda a criação sofreu os efeitos da queda, todos em Adão foram expulsos da comunhão e da amizade com Deus. Nenhum de nós é isento da mancha, todos fomos infectados pelo veneno do pecado. A única solução para resolver a mancha que temos em Adão é Jesus Cristo de Nazaré. O grande teólogo Paulo afirma: Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.
Cristo nos tirou do estado de inimigos por causa do pecado, e nos tornou amigos de Deus. A sua morte trouxe perdão, restauração, comunhão e identidade em Deus. Somos salvos por causa dele. Temos a reconciliação e agora somos restaurados na nossa imagem. Que alegria no coração ter o perdão e a restauração em Cristo Jesus. 
Louvado seja o Eterno Deus por tudo isso! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 6 de abril de 2021

Uma pessoa com controle


A palavra controle vem de contra e de papel. Ela significa a contraprova, ou o contra-registro com qual verificamos se o mesmo está correto, se ele é original. Quando controlamos nossos pensamentos e sentimentos, não estamos nos auto dominando para parecer exteriormente, que somos totalmente ponderados e controlados.
Controlar-se significa tomar uma contraprova, olhar o que pensamos de outro ponto de vista. É examinar se os pensamentos são corretos. Esse controle não produz uma pessoa que range os dentes e reprime todos os impulsos da alma, mas sim, alguém consciente, alguém que sabe de tudo que faz e desenvolve um sentimento sobre aquilo que faz bem a ela, a sua alma e ao seu coração.
A Bíblia fala sobre controle, sobre temperança, sobre o domínio próprio. Este é um ensinamento de Paulo aos Gálatas, quando ele trabalha o fruto do Espírito Santo, na vida do cristão. Ele diz: Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.
Controle não é algo alheio para a vida do cristão. Tem gente que diz ser o sangue italiano que a faz ser bruta, grosseira e estourada no temperamento. Só que as Escrituras ensinam que uma pessoa cheia do Espírito Santo tem mansidão e domínio próprio. Ou seja, tem controle na vida, não é dominada pelo destempero e nem pelo sangue quente.
Uma pessoa com controle é equilibrada nas palavras, nas ações e no jeito de lidar com as situações tensas e difíceis da vida. Uma pessoa com controle exala a humildade de Cristo com bondade e graça sempre!
Que o Eterno Deus nos ajude dando a cada dia o fruto do Espírito em nosso ser! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Cuidado com os excessos


Temos duas correntes no meio cristão hoje, que tratam a espiritualidade de forma ferrenha: a fanática e a fundamentalista. No fanatismo temos a palavra que vem do latim fanum (lugar sagrado) – as pessoas são tomadas profundamente por Deus e caem em êxtase. E no processo religioso a pessoa fica completamente radical quanto a sua espiritualidade. 
O fanático corta tudo da vida e só pensa no espiritual. Não é errado pensar somente na espiritualidade, mas o problema é que quem foi transportado para um entusiasmo arrebatador fica cego para as realidades ao seu redor. Negligencia todas as leis e mandamentos e as necessidades das pessoas. 
Os fanáticos precisam refugiar-se em fantasias de grandeza para encobrir a pequenez. Os fanáticos acham que somente eles estão certos e somente eles são santos. Somente eles seguem a Deus corretamente. Viram pessoas bitoladas, fechadas e insensíveis para o mover de Deus no contexto geral.
O fundamentalismo tem como base a fé que é construída sobre uma fundação firme. Esse lado de viver é muito bom. Mas, infelizmente, os fundamentalistas se atêm tão firmemente à sua fundação, que se tornam rígidos, secos, herméticos e eles acham somente eles pensam corretamente sobre Deus. A teologia deles é a única correta, o pensamento deles é perfeito e o restante do planeta está completamente perdido. Os fundamentalistas confundem Deus com os dogmas sobre Deus e colocam Deus numa redoma de vidro e falam o que querem sobre Ele.
Acredito que os dois lados são chamados à tarefa de tornar Deus perceptível às pessoas, de modo que o anseio espiritual seja atendido do jeito certo, e o jeito correto é o das Escrituras Sagradas. O teólogo Paulo afirma que orará com o espírito, mas também com a razão. Ele disse: Diante disso, o que fazer então? Orarei com o espírito, mas ao mesmo tempo com a mente; cantarei com o espírito, mas igualmente com a razão.
Precisamos de um equilíbrio na nossa espiritualidade bíblica. Precisamos de uma fé lógica, mas com coerência tomando cuidado com os excessos. Não precisamos virar fanáticos para respirar Cristo e nem sermos secos na teologia para andar com Cristo. Precisamos de coerência mesmo no nosso viver. Paulo teve essa coerência tanto que as igrejas por onde passava, ele deixava os ricos princípios da graça de Cristo.
Que Deus nos ajude a verificar o excesso no fanatismo e no fundamentalismo! (Alcindo Almeida)

domingo, 4 de abril de 2021

O Cordeiro está vivo!


Hoje é dia de lembrar-nos da grande e profunda vitória do nosso Senhor Jesus sobre a morte. O texto sagrado afirma: Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
O Cordeiro venceu a morte, ele venceu para que o plano da redenção fosse realizado. O Cordeiro suportou toda a dor da Cruz e trouxe para nós a redenção no coração. Não somos mais filhos da ira, não estamos mais mortos nos pecados e iniquidades. Não somos mais pessoas perdidas e sem vida. Não somos mais pessoas confusas, cegas e sem sentido da vida.
Através dos méritos do Cordeiro divino, somos salvos, somos libertos da condenação eterna. Não iremos para o Inferno e nem pereceremos para sempre. Temos vida em qualidade, temos comunhão imperdível. Temos a alegria na vida, temos significado em Cristo Jesus. Como diz uma parte da letra da canção: Deus enviou seu filho amado, para perdoar, pra me salvar. Na cruz morreu por meus pecados, mas ressurgiu e vivo com o pai está. Porque Ele vive, posso crer no manhã. Porque Ele vive, temor não há, mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida está nas mãos de meu Jesus, que vivo está! Porque ele vive, posso crer no amanhã. 
Aleluia, aleluia! O Cordeiro está vivo e assentado no trono da sua glória. (Alcindo Almeida)

sábado, 3 de abril de 2021

A dor da sexta-feira passará


Sexta-feira é um tempo da noite escura. Sexta-feira é dia de trevas. Sexta-feira é dia de escuridão. Sexta-feira é dia de muita tristeza na alma. Porque o mestre, o servo sofredor padeceu na cruz, sofreu na cruz, foi humilhado e deixado naquele momento de dor! Como diz o profeta Isaías: Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
Chega o sábado e o mestre, o servo sofredor ainda está pendurado naquele madeiro. Está tudo quieto, o silêncio toma conta do Universo. A Trindade sofre lá no trono porque uma parte dela está em sofrimento pelo preço a ser pago, o preço da pena dos seus eleitos. O Cordeiro divino está morto ali aguardando o momento da redenção. A dor é profunda demais! Mas, chegará o domingo da redenção!
É assim também na nossa história de vida, temos sextas-feiras de tristeza, de luto e de dor. Sofremos diante das crises da vida. Padecemos também diante da fragilidade humana, mas o servo sofredor disse que ressuscitaria depois de passar pela cruz. Ele disse que voltaria para os seus e depois iria para o céu a fim de preparar lugar para nós.
E no texto de Apocalipse encontramos essas palavras profundas: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.
Não nos preocupemos com as lutas, tristezas e dores da sexta-feira, o sábado passará e o domingo da redenção chegará. Jesus Cristo de Nazaré estará conosco e nos ajudará em todo o tempo, porque Ele é Cordeiro que foi morto e é digno de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Louvado seja o Eterno Senhor, Redentor e Salvador dos seus eleitos! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Amor de Cruz!


Max Lucado no seu livro Seu nome é amor, diz: "O amor vai aonde é necessário. O mestre divino viajou da eternidade sem limite para ser confinado pelo tempo e tornar-se um de nós.”
A grande verdade é que ele jamais precisaria disso, ele poderia ter deixado que nos arruinássemos completamente nos nossos próprios pecados. Ele poderia ter dito ao Pai: Não irei morrer e ressuscitar por esses rebeldes que são duros de coração e alma. Só que Jesus não fez isso, antes foi envolvido no ventre de Maria e se tornou um de nós por amor. E da maneira mais humilde ele chegou aqui nessa terra, para nos amar e morrer por nós na Cruz do Calvário.
Para nos amar, Cristo teve que experimentar a Cruz com todo o seu peso e dor. O texto sagrado afirma: Mas ele foi ferido por causa de nossa rebeldia e esmagado por causa de nossos pecados. Sofreu o castigo para que fôssemos restaurados e recebeu açoites para que fôssemos curados. Todos nós nos desviamos como ovelhas; deixamos os caminhos de Deus para seguir os nossos caminhos.
O Evangelho não faria nenhum sentido se não houvesse a participação na morte de Jesus Cristo. Fazer parte do Evangelho é experimentar a morte e a ressurreição de Jesus. Só somos cristãos se experimentamos os sofrimentos de Jesus dentro de nós. Só somos cristãos se experimentamos o resultado da Cruz dentro de nós. Porque na Cruz, Jesus levou o nosso peso da pena, na Cruz ele foi ferido por causa de nós. Na Cruz Jesus foi esmagado por causa do nosso pecado.
A Cruz é o símbolo principal de nossa fé e ela nos convida a ver graça onde há dor; a ver ressurreição onde há morte. Que amor profundo é esse de Cristo? Jesus se deu em nosso lugar. Hoje é um dia especial para refletirmos sobre a Cruz de Cristo que é nossa também, porque estávamos lá com Ele. Curvemo-nos e rendamo-nos diante desse amor de Cruz! Bendito seja o Cordeiro de Deus para todo sempre! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Leituras em março de 2021


1. BALTHASAR, Hans Urs Von. O cristão e a angústia. São Paulo: Editora Fonte Editorial, 2020. Angústia é, sem dúvida, um dos sentimentos que mais atribula a alma. E, ao contrário do que muitos pensam, ser cristão não é sinônimo de viver uma vida livre desse tipo de inquietude. No dia a dia, somos afligidos por uma série de preocupações que podem, muitas vezes, comprometer até afazeres simples e rotineiros. Por isso é importante aprendermos a lidar com esse sentimento. Em O cristão e angústia, o autor e teólogo Hans Urs Von Balthasar, convida o leitor a refletir sobre esse tema a partir de uma perspectiva bíblica e a encontrar, na Palavra, exemplos – inclusive na própria vida de Jesus – de como podemos aprender a viver bem, apesar dos nossos sofrimentos. Contém 87 páginas.

2. BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada Deus e a Criação. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2012. A Dogmática Reformada foi o manancial da teologia Reformada nos últimos cem anos. É de longe a mais profunda e abrangente teologia sistemática Reformada do século 20. O leitor ficará maravilhado com a erudição de Bavinck, sua criatividade e equilíbrio. Bavinck é confessionalmente ortodoxo, mas reconhece a necessidade de colocar as tradicionais formulações das Escrituras no contexto das discussões contemporâneas. Contém 672 páginas.

3. GREIDANUS, Sidney. Pregando Cristo a partir do Antigo Testamento. Um método hermenêutico contemporâneo. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006. 2006. As aulas da Escola Dominical para crianças são cheias de pessoas e histórias do Antigo Testamento, e mesmo assim, nos cultos de adoração, essa porção da palavra de Deus é negligenciada ou marginalizada. Querendo proclamar o evangelho, muitos pregadores vão ficar com os textos do Novo Testamento e esquecer que, como lembrou Jesus, o Antigo Testamento também testifica dele. Da lei aos profetas e à literatura de sabedoria, o grande assunto de todas as Escrituras é Jesus. Em seu livro, Greidanus desafia os pastores a aceitarem o Antigo Testamento e mostrar Cristo às suas congregações. Ele 0gasta vários capítulos, respondendo à questão de como realizar essa tarefa com um som hermenêutico. Em sua revisão da história cristã, ele aponta as deficiências e as forças daqueles que precederam essa geração. Examinando o Novo Testamento, ele extrai princípios para pregar a Cristo e, então, desenvolve um método que mantém o expositor fiel ao texto. Contém 400 páginas.

4. STOTT, John As controvérsias de Jesus. Minas Gerais: Editora Ultimato, 2015. As Controvérsias de Jesus mostra que grande parte das falas de Jesus assumiu a forma de debates com os líderes religiosos da sua época. Os assuntos são os mais variados e também bastante atuais: - a tradição e a autoridade das Escrituras - salvação: mérito versus graça – adoração - mundanismo versus santidade – moralidade – legalismo. As controvérsias de Jesus continuam ainda hoje e a posição que Cristo adotou em cada debate é a que os cristãos evangélicos precisam manter. Para John Stott, é preciso desenterrar as raízes de hostilidade em relação às questões doutrinárias e insistir na busca por uma definição teológica em favor do cristianismo evangélico. E a essência, segundo Stott, é o cristianismo bíblico, original, como o próprio Jesus Cristo ensinou aos seus apóstolos e, especialmente, como ele a defendeu de seus detratores. Contém 208 páginas.

5. CULLMANN, Oscar. Cristo e o tempo. São Paulo: Editora Fonte Editorial, 2020. Clássico, publicado em 1946, Cristo e o tempo, de Oscar Cullmann, é considerado um dos livros mais importantes do século XX. Nesta obra, o autor tenta demonstrar qual é o elemento específico e vital da fé cristã que se encontra no Novo Testamento, aquilo que distingue a fé cristã de todas as outras religiões e sistemas metafísicos. A surpreendente conclusão de Culmann é que este elemento é a concepção neotestamentária do tempo e da história. Nessa obra, Cullmann explica as consequências conflitantes de uma perspectiva linear da história e a chocante radicalidade da ideia cristã de que existe um ponto focal na história, a saber, o evento Jesus Cristo, a partir do qual a história da humanidade pode e deve ser entendida. Contém 296 páginas.

Uma bacia e uma toalha


O texto sagrado afirma: Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que havia chegado sua hora de deixar este mundo e voltar para o Pai. Ele tinha amado seus discípulos durante seu ministério na terra, e os amou até o fim. Estava na hora do jantar, e o diabo já havia instigado Judas, filho de Simão Iscariotes, a trair Jesus. Jesus sabia que o Pai lhe dera autoridade sobre todas as coisas e que viera de Deus e voltaria para Deus. Assim, levantou-se da mesa, tirou a capa e enrolou uma toalha na cintura. Depois, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés de seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura.
Esse texto nos leva a refletir em vários aspetos da entrega do mestre em favor de pecadores como nós. Primeiro diz que ele amou aos seus discípulos até o fim. De fato, apesar da nossa estrutura, apesar da nossa rebelião no coração, Cristo nos ama. Ele ama sempre, ama eternamente e por isso, se entregou numa cruz por nós. E nós só o amamos hoje, porque Ele nos amou em primeiro lugar.
Em segundo lugar, o texto diz que Jesus pega uma bacia e a toalha e lava os pés dos seus discípulos. Nos dias de Jesus, a lavagem dos pés era uma tarefa reservada não apenas a servos, mas aos servos mais humildes. O servo dos servos era quem deveria se ajoelhar com a toalha e a bacia. Eu penso nesse tempo de páscoa e pergunto: o que levou o Rei dos reis a lavar pés de pecadores como nós? O que levou o mestre divino a se humilhar tanto até morrer numa cruz por gente como nós? Como o mestre, o dono do Universo, o absoluto dos absolutos faz um ato tão profundo como esse? Como o Senhor Jesus cheio de majestade e glória rebaixa-se tanto lavando os pés de gente pecadora e enxugando os seus pés?
Sem sombra de dúvidas, foi o seu amor, foi o seu grande amor por nós, foi a sua imensa graça e misericórdia! Somente pela graça Cristo se entregou por nós no madeiro e padeceu até o último suspiro. O texto afirma: Ele tinha amado seus discípulos durante seu ministério na terra, e os amou até o fim. Foi o seu amor, foi o seu amor e foi a sua graça eterna!
Bendito seja o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo de Nazaré! (Alcindo Almeida)