quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

A ilusão do controle


Um dos mitos mais fortes e a ilusão do controle. Eu estou no comando não é somente uma mentira na nossa vida. Ernest Becker chamou isso de mentira vital porque precisamos dela para que o nosso ego sobreviva. Ernest Becker disse: “Não queremos admitir que somos fundamentalmente desonestos no que tange à realidade, de que não controlamos nossa vida, de que sempre fiamos de algo que nos transcende.” 
Ernest Becker diz que usamos o poder do dinheiro, dos relacionamentos com as pessoas, do prestigio para exercer controle na vida. Que pobres mortais somos nós, não conseguimos decidir nem quanto ao amanhã, porque nem sabemos se estaremos vivos. Temos uma empáfia no nosso ser achando que temos controle da nossa vida e do que acontece ao redor dela. 
Essa pandemia trouxe para nós um senso de instabilidade, ao vermos amigos e pessoas da nossa família respirando por aparelhos nos mostram o quanto somos frágeis, limitados, finitos e sem estrutura alguma para dizer algo sobre o que faremos ou seremos no dia de amanhã.
Deuteronômio 8 nos ensina sobre a fragilidade e impossibilidade de controle na vida por nós mesmos. O texto afirma: Guarda-te não te esqueças do Senhor, teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para não suceder que, depois de teres comido e estiveres farto, depois de haveres edificado boas casas e morado nelas; depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a tua prata e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, se eleve o teu coração, e te esqueças do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão, que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões e de secura, em que não havia água; e te fez sair água da pederneira; que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem. Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê. 
A dica no texto é que não nascemos para nós mesmos. Somos de Deus, não podemos nos esquecer dele em nenhum momento da vida. Todo o sustento vem dele para nossa vida. Não conseguimos nada sozinhos. Deus quem nos tirar das lutas da vida, o Egito na vida de Israel é um grande exemplo disso. A dica que Deus dá é maravilhosa: Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas.
Cuidado para não nos iludir com a ideia de que temos controle na vida, não temos. Tudo depende de Deus, em nós deve haver sempre rendição no coração para saber que tudo depende de Deus. Ele dirige os passos, a nossa história e cada detalhe dela. (Alcindo Almeida)

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