terça-feira, 3 de abril de 2018

O sofrimento é pedagógico

O sofrimento é uma das questões que percorre a história da humanidade de forma transversal, deixando nos dramas que suscita um marco de inquietações e um leque de interrogações sem resposta. Essa ausência de certezas não é mais que a falta de sentido, de um sentido que seja capaz de motivar a vida do homem para além da sua temporalidade e da sensibilidade redutora que lhe confina o horizonte ao domínio dos sentidos. 
Encontrar uma resposta para o sofrimento é, antes de mais, descobrir um sentido e um projeto para a vida, pois só assim podemos encontrar no meio dele, aquele que nos ilumina nas angústias e adorna as fragilidades que dão identidade à nossa forma de ser e existir. 
O sofrimento visto e vivido à luz do pensamento bíblico alarga o nosso horizonte para a descoberta desse sentido, que faz da vida humana uma causa e uma entrega. Em Isaías 53 quando fala do Servo Sofredor recebe esse pensamento num sentido novo, tão novo que motivou, não só os mártires do judaísmo e os arautos da fé bíblica, mas também tantos homens e mulheres que no próprio ato redentor de Jesus Cristo, descobrirem que, apesar da dor e do sofrimento, há mais vida na comunhão com todos aqueles que sofrem. Temos uma fundamentação bíblica do sofrimento através da vida de José. 
Quando lemos os capítulos de Gênesis a partir do 39, percebemos o quanto o sofrimento foi pedagógico e formativo na vida dele. Parece estranho falarmos que o sofrimento ensina não? Mas, é a mais pura verdade, o sofrimento é pedagogicamente divino. Ele nos ensina a viver mais próximos da comunhão com Deus. José experimentou Deus nos diversos buracos da sua história. Ele nem imaginava que cada buraco seria uma aprendizado divino para ele saber lidar com varias situações do futuro. Deus estava moldando o caráter e a vida desse moço para ele se tornar o segundo no Egito. Ele ajudaria pessoas depois de sofrer. Ele perdoaria seus irmãos depois de ser acusado de ações que não fez. Ele saberia agir com graça e misericórdia depois de passar por situações profundas de sofrimentos e humilhações. Enfim, como diz o salmista: Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos (Salmos 119:71). Toda vez que o sofrimento vier nos visitar, digamos para Deus o que Ele quer nos ensinar e como Ele quer que caminhemos na direção da dependência dEle! (Alcindo Almeida).

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