sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lendo as Sagradas Escrituras


- Texto para a reflexão: A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre (Salmos 119.160).

Nas Sagradas Escrituras, devemos buscar a verdade, e não a eloqüência para nosso status humano. O livro sagrado deve ser lido com o mesmo espírito que o ditou. Nas Escrituras devemos buscar nosso proveito da santidade de vida através do temor e reverência diante dela.
É verdade que devemos fazer a leitura dos livros simples e piedosos, como a dos sublimes e profundos. Não podemos deixar em hipótese alguma de ler o Livro que tem toda a autoridade divina. Quando lemos com puro amor a verdade passamos a encarnar dentro de nós o Reino de Deus com todo o seu poder e majestade.
Olhando para a realidade da Escritura percebemos que os homens passam, mas a verdade do Senhor permanece eternamente (Salmo 116.2).
O Salmo 63.6 afirma algo sério e profundo sobre o tempo com Deus na sua Palavra: Quando me deito lembro-me de ti; penso em ti durante as vigílias da noite. Meditar é um termo muito leve para o que está sendo especificado. Meditar parece mais adequado ao que faço em uma capela silenciosa, de joelhos no altar. Ou o que minha esposa faz sentada em um jardim de rosas com a Bíblia aberta sobre o colo. Mas, quando Davi meditava, ele experimentava e saboreava a Palavra de Deus. Ele aguardava com ansiedade e comia aos bocados as palavras doces e temperadas que dão água na boca e energizam a alma. Não é por acaso que Salmo 34.8 ele disse: Provem e vejam como o Senhor é bom.
Um leitor cuidadoso do texto sagrado entende o espírito da palavra quando medita nela e quer ler mais, mais e mais. Porque no livro santo ele encontra alimento, direção e renovação para o seu coração.
Como Eugene Peterson diz:

“A linguagem, falada e escrita, é o meio principal para nos apresentar ao que existe, ao que Deus é e ao que está fazendo. Trata-se, no entanto, de uma linguagem de certa estirpe, e não de palavras separadas de nossa vida, as mesmas utilizadas em listas de supermercado, manuais de computação, gramáticas francesas e livros de regras de basquete. O objetivo direto ou indireto dessas palavras é entrar em nós, trabalhar em nossa alma, formar uma vida de acordo com o mundo que Deus criou, a salvação que ele ordenou e a comunidade que ele reuniu. As Escrituras Sagradas constituem documento original, a fonte de autoridade, a obra do Espírito definitiva em toda a verdadeira espiritualidade” (PETERSON Eugene H. Maravilhosa Bíblia: A arte de ler a Bíblia com o espírito. São Paulo: Mundo Cristão, 2008).

Toda vez que abrimos o livro sagrado percebemos que, a cada página, ele nos tira da defensiva, nos surpreende e atrai para uma realidade própria, induzindo-nos a um envolvimento com Deus nos termos divinos. Ele nos ensina, exorta e edifica o nosso coração todos os dias e nos fala diretamente o que Deus deseja para nós como seus servos e amigos.
Que ele nos dê graça para valorizarmos a leitura das Sagradas Escrituras!
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Alcindo Almeida

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Tirania do Urgente de Charles Hummel

Você já desejou, por acaso, que o dia tivesse 36 horas? Certamente esse tempo extra aliviaria a pressão tremenda sob a qual vivemos hoje em dia. Pense bem as quantidades de tarefas inacabadas que terminaríamos num dia mais comprido. Você já desejou, por acaso, que o dia tivesse 36 horas?
Certamente esse tempo extra aliviaria a pressão tremenda sob a qual vivemos hoje em dia. Pense bem as quantidades de tarefas inacabadas que terminaríamos num dia mais
comprido – correspondência atrasada, amigos por visitar, livros ainda não lidos, artigos para o jornal não escritos.
Poderíamos, até usar essas horas extras para ganhar um pouco mais de dinheiro que nos ajudaria a pagar as despesas da vida cotidiana.Será que tais horas extras resolveriam nosso problema? Ou estaríamos tão frustrados com um dia de 36 horas como o somos com dias de 24 horas? Quando paramos e meditamos profundamente compreendemos que o nosso dilema é muito mais profundo do que uma simples questão de tempo limitado; é basicamente uma questão de prioridades.
Não é a falta de tempo, nem o trabalho árduo que desgasta nossas forças. Todos nós já experimentados trabalhar horas a fio, totalmente entregues a um projeto importante. O cansaço resultante dessa atividade é completamente recompensado pela alegria proveniente de um empreendimento bem sucedido. Não o trabalho laborioso, mas sim, a dúvida e a indecisão produzem a ansiedade e daí sentimo-nos deprimidos pela soma de tarefas não realizadas do mês ou do ano que se passou.
Aos poucos, vamos percebendo que deixamos de fazer o que realmente era importante. É assim que confessamos, à parte da confissão dos nossos próprios pecados, que “deixamos de fazer o que devíamos; e fizemos o que não devíamos”. A grande verdade é que somos arrastados pelo vendaval das exigências da nossa sociedade para os recifes da frustração.
Vivemos numa tensão constante entre o urgente e o importante. O problema está em que o importante pode ser prorrogado até amanhã. Aquelas horas extras de oração, o amigo não cristão que precisa ser visitado, o livro que requer atenção; tais projetos não precisam ser consumados hoje. Porém, as tarefas urgentes exigem uma ação imediata.
Nosso lar deixa de ser um castelo enquanto o telefone penetra em seu interior com seus chamados imperiosos. Tais chamados nos parecem tão importantes e irreversíveis que devoram nossas energias. Porém, na perspectiva do tempo, o valor desses chamados desaparece e constatamos, então quantas coisas importantes deixamos de realizar e daí, reconhecemos quão escravos temos sido da tirania urgente.

O EXEMPLO DE CRISTO:
Será que há um meio de evasão dessa maneira de viver? Encontramos a resposta na vida do Nosso Senhor. Na noite que aconteceu sua morte, Jesus Cristo proferiu uma reivindicação admirável. Disse Ele em sua gloriosa oração de João 17: 4: Eu te glorificarei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer.
Como poderia Jesus empregar a palavra consumado? Seu ministério de três anos parecia demasiado curto. Uma prostituta na casa de Simão encontrou perdão e vida nova. Porém, quantas outras prostitutas perambulavam, ainda pelas ruas?
Para cada 10 músculos atrofiados que foram curados por Jesus, centenas permaneciam impotentes. No meio de tantas enfermidades e dores terríveis e com tantas tarefas benfazejas ainda não completadas e, ainda, a imensidão de necessidades humanas ainda não satisfeitas, Jesus teve paz por saber que havia
consumado a obra de Deus.
Os relatos dos Evangelhos demonstram que Jesus trabalhou arduamente. Do amanhecer até o crepúsculo Jesus ensinou e curou. Somente em uma ocasião sua grande preocupação fez com que trabalhasse até tão tarde de modo que viesse a perder o jantar e assim levasse seus discípulos a pensar que estivesse fora de si (Mc. 3: 21). Algum tempo depois, após uma seção árdua de ensino, Jesus dormiu durante uma tempestade (Mt 4: 37, 38). Que belo exemplo de extremo cansaço.
Porém, a vida de Jesus nunca demonstrou ser agitada – Jesus sempre tinha tempo disponível para as pessoas. Poderia gastar horas conversando com uma pessoa, como aquela mulher samaritana, ao lado do poço. A vida de Cristo foi maravilhosamente equilibrada e Ele fazia tudo em tempo oportuno.
Qual teria sido o segredo de Sua vida e de Sua obra na causa de Deus? Encontramos uma sugestão em Marcos 1: 35 Tendo se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, ali orava. Jesus em atitude de oração, esperava instruções de Seu Pai e a força necessária para realizá-las. Jesus não teve a vida toda delineada, como se fosse um mapa; antes, Seu discernimento da vontade do Pai, dia após dia, era fruto da Sua vida de oração, e capacitou-lhe evitar o urgente e consumar o importante.
A morte de Lázaro demonstra claramente o princípio que afirmamos. O que poderia ser mais importante do que o recado urgente que Maria e Marta, Senhor, está enfermo aquele a quem amas; (Jo 11: 3). João, entretanto, relata a resposta do Senhor, com estas palavras: “Ora, amava Jesus a Marta e sua irmã e a Lázaro. Quando pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava; (Ver 5, 6).
Qual era a necessidade mais urgente? Obviamente era evitar que morresse aquele irmão querido. Porém, o mais importante, do ponto de vista divino, era a ressurreição de Lázaro dentre os mortos. E Jesus a realizou como sinal confirmador de Sua grande afirmação: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá (v. 25).
Poderíamos indagar porque o ministério do Nosso Senhor foi tão curto; porque foi permitido que tantos sofredores e miseráveis continuassem em sua miséria. As Escrituras não nos dão uma resposta para essas perguntas e as entregamos aos mistérios dos propósitos soberanos de Deus. Sabemos, porém, que o fato de Jesus esperar as instruções do Pai, o libertou da tirania do urgente. Foi isto que lhe deu orientação, constância e o capacitou para fazer todas as tarefas que Deus lhe dera. Portanto, na última noite pode Ele dizer: Eu te glorificarei na terra, consumado a obra que me confiaste para fazer.

A EVASÃO DO URGENTE:
Os universitários cristãos vivem sob uma pressão tremenda. Os níveis acadêmicos, cada vez mais altos, dificultam o ingresso nas faculdades e continuam a gerar uma competição cada vez mais aguda. Cada dia chega mais rapidamente ao seu fim, deixando muitos escritos e pesquisas inacabadas.
As finanças representam outro problema sério. De onde virá dinheiro para pagar as taxas, os livros e a pensão? O universitário cristão luta para sair acadêmica e financeiramente bem. Além de tudo isso, sente ele um senso de responsabilidade para com seus amigos. O testemunhar de Cristo demanda tempo. O grupo de estudos bíblicos, o culto de oração diário, os diálogos com os amigos não cristãos tudo isso consome tempo, consome horas preciosas.
Como podemos discernir o que verdadeiramente é importante e relacionar tais coisas com verdadeiras prioridades?

Em primeiro lugar, temos que resolver um problema em princípio. No sermão da Montanha, Jesus Cristo ensina o princípio básico da vida cristã: Buscai, pois, em primeiro lugar, Seu reino e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6: 33). Não devemos pensar em termos geográficos a respeito do Reino de Deus atuando na vida diária de seu povo. O cristão tem que se entregar a Deus em primeiro lugar, e, depois, ter como propósito encarar a vida sob o ponto de vista de Deus. É importantíssimo que isto seja feito nos dias de estudante, pois as pressões da vida aumentam com o casamento, a família e as responsabilidades profissionais. A maior experiência no trabalho e na igreja traz tarefas ainda mais exigentes. Porém, uma vez submetidos à vontade de Deus, como escaparemos do urgente?
Encontramos outra sugestão em João 8: 31 ,32: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Não a verdade no sentido de um conjunto de instruções, mas a verdade que vem como resultado de uma relação pessoal com Jesus Cristo, é que nos liberta, Jesus aponta uma vida livre e frutífera. É meditando com espírito de oração sobre a Palavra de Deus, que encontramos a perspectiva divina. P.T Forayth disse certa vez: O pior dos pecados é aquela de não orar, pois quando falhamos nisto estamos confessando que não necessitamos da orientação e da força divina.
Esperar em oração as instruções de Deus é algo indispensável ao serviço efetivo. É como o intervalo no jogo de futebol, que nos ajuda a tomar fôlego e estabelecer nova estratégia. Nesta comunhão diária o Senhor nos liberta dessa tirania urgente. Ela nos mostra a verdade a respeito de Si mesmo, da vida e de nós mesmos, e, ainda mais, indica nossos deveres.
A necessidade não constitui em si mesmo uma chamada. Deus é que impressiona em nossas mentes as tarefas que devemos empreender, e Ele conhece as nossas limitações. Deus não nos sobrecarrega até desfalecermos com um esgotamento nervoso ou com um colapso cardíaco. Aquilo tudo vem como resultado de nossas compulsões internas conjugadas com as pressões circunstanciais.
O princípio de parar um pouco a fim de fazer uma avaliação é reconhecendo como uma estratégia sábia pelo comerciante moderno. Quando o Sr. Grenwalt era presidente da Companhia Du Pont disse: “Um minuto gasto em planejamento poupa três ou quatro na execução”.
Muitos homens de negócios tem revolucionado seus negócios e multiplicado seus lucros pelo simples fato de reservar a tarde de cada sexta-feira somente para o planejamento das atividades mais importantes da semana vindoura. Se um executivo estiver ocupado demais para gastar tempo demais para planejar, é bem possível que seja substituído muito breve por outro que venha ocupar melhor o seu lugar.
Se o cristão é ocupado demais e não para com a finalidade de fazer um inventário de sua vida espiritual e poder assim receber instruções de Deus, tornar-se-à mais um escravo da tirania do urgente. Poderá trabalhar dia e noite e lograr algo que pareça importante a si mesmo e até aos outros, porém não cumprirá a obra que Deus lhe delineou.
Uma hora tranqüila para a meditação e oração no início de cada dia, reajusta a nossa relação com Deus. Essa hora nos ajuda a nos entregarmos diariamente à Sua vontade, quando cogitamos a respeito das horas vindouras.
Nestes momentos quietos tenho o costume de colocar em uma lista, em ordem de prioridade, as tarefas que tem que ser consumadas, levando sempre em consideração os compromissos já tomados.
Um general competente sempre redige o seu plano de batalha antes de se encontrar com o inimigo; não vai ele adiando decisões básicas até a hora do fogo. Porém está preparado para qualquer mudança de planos se alguma emergência assim o exigir. Por isso, estou sempre prevenido contra qualquer interrupção de emergência ou mesmo por uma visita inesperada. Por outro lado, procuro implementar os planos já elaborados, antes que a batalha diária contra o relógio comece.
Além de minha hora tranqüila diária, procuro sempre reservar uma hora por semana para fazer meu inventário espiritual. Com a caneta na mão, faço uma avaliação do passado, destacando qualquer verdade que Deus está tentando ensinar-me e, também delineio alguns planos para o futuro. Procuro também tirar um dia por mês para fazer a mesma coisa, só que em escala maior.
Neste aspecto tenho falhado muito. Paradoxal e ironicamente, quanto mais ocupados somos, mais tempo necessitamos para este exercício; porém, encontramos mais dificuldades para cumpri-lo.
Como um fanático quando desorientado, dobramos a velocidade do nosso corre-corre; e o serviço frenético na causa de Deus pode ser uma fuga ao próprio Deus. Porém, quando tenho bom êxito, o pensamento orientado pela oração proporciona nova perspectiva ao meu trabalho.
No decorrer dos anos, a maior e mais contínua luta em minha vida cristã, tem sido esta de dispor o tempo adequadamente para diariamente esperar em Deus, e para fazer esse inventário espiritual e, ainda tirar um dia para planejamento mensal.
Desde que isto é algo muito importante, Satanás tudo fará para atrapalhar nosso plano. Todavia, sei, pela minha experiência, que é somente desta forma que posso escapar à tirania do urgente. Foi assim que meu Senhor logrou grande sucesso. Ele não consumou todas as coisas que porventura gostaria de ter realizado, nem todas as tarefas que a Palestina exigia, porém consumou a bra que me confiaste para fazer
A única alternativa contra a frustração é a de possuirmos a certeza de que estávamos fazendo aquilo que Deus quer. Não há substituto algum para aquela plena convicção de que neste dia, nesta hora, estou cumprindo a vontade de meu Pai. É somente assim que posso pensar em todas as tarefas não terminadas com um espírito tranqüilo e entregá-las nas mãos de Deus.
Ao findar nossas vidas, o que nos poderia nos dar mais prazer, do que a convicção de termos cumprido a obra que Deus nos determinou? Isto só é possível pela graça de Nossos Senhor Jesus Cristo. Ele nos prometeu a libertação do domínio do pecado. O Caminho esta aberto. Se continuarmos na sua palavra, somos verdadeiramente Seus discípulos e Ele nos libertará da tirania do urgente para fazermos o importante, ou seja, a vontade de Deus.
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Veja este filme: Escritores da Liberdade

O roteiro do filme Escritores da Liberdade expõe de forma alarmante temas dentro da estrutura educacional e social, em que as “políticas” de democratização ao acesso a educação ocorre de maneira a suscitar desigualdades e injustiças. A situação fica clara quando o sistema separa os discentes inteligentes dos considerados como problemáticos, sem analisar o verdadeiro potencial do aluno.
Por trás de toda esta problemática observam-se pontos culminantes como:
* Desigualdades nas classes sociais;*
Racismo;* Desemprego;* Desestrutura familiar;* Intolerância ao que é diferente;* Políticas públicas sem uma função de fato;* Exclusão social;* Políticas geradoras de sujeitos apenas com capacidade funcional.
“A solução” para os problemas em questão é uma professora novata, a mesma tem papel claro e conciso em relação à aprendizagem.
Em sua visão o ensino-aprendizagem propõe mostrar que a realidade do aluno, as suas experiências familiares e sociais são levadas em consideração no processo de ensino-aprendizagem, o seu potencial de alguma forma tem valor, a sua capacidade de criação é imprescindível para sua transformação.
Fica claro o papel do professor como mediador do saber e do conhecimento; Como o ato de ensinar sendo uma aventura criadora, onde cada aluno vai descobrir o seu ato de criação.O ato de criação deverá ter um espaço privilegiado em sala de aula, já que fomenta a participação e conseqüentemente a exploração da criticidade, tudo isto precisa passar pela vontade do professor em permitir a construção de um espaço democrático.
Dentro da nossa realidade brasileira temos um grande potencial e principalmente um defensor da política de democratização do ensino de fato, Paulo Freire, que é defensor de um ensino-aprendizagem libertador, uma aprendizagem em que o discente poderá falar, mostrar suas opiniões e ser ouvido, ao final ser capaz de mudar sua realidade.
O conhecimento não é algo intrínseco só do professor, com certeza advêm também do aluno, pode até não ser um conhecimento tão lapidado, porém de grande valia. O processo de ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla, tanto para o professor como para o aluno, pois ora o professor ensina e ora ele passa a ser aprendiz. É ingênuo acreditar que o aluno é uma “tábua rasa”.
Em relação ao tema do filme me fez lembrar outros títulos também dentro desta linha de raciocínio como: O substituto, Ao mestre com carinho, Meu mestre minha vida, Mentes perigosas, Um novo
homem e Sociedade dos poetas mortos.

Leia: Contempla a face do Senhor - Orar com ícones


"Por que ícones? Não teria sido melhor usar pinturas mais acessíveis, como as de Michelângelo, Rembrandt ou Marc Chagall?
Os grandes tesouros da arte ocidental realmente poderiam ser mais atraentes, mas escolhi os ícones porque eles foram criados para o único propósito de oferecer acesso, através do portão do visível, ao mistério do invisível.
Os ícones são pintados para nos levar ao espaço interior de oração e nos aproximar do coração de Deus. Em contraste com a arte mais conhecida do Ocidente, os ícones são feitos segundo regras antiquíssimas. Suas formas e cores não dependem meramente da imaginação e do gosto do iconógrafo, mas são transmitidas de geração a geração, obedecendo tradições veneráveis. A primeira preocupação do iconógrafo não é tornar-se conhecido, mas proclamar o reino de Deus com sua arte.
Os ícones são destinados a ocupar um lugar na liturgia sagrada e, assim, pintados conforme as exigências da liturgia. Como a própria liturgia, os ícones tentam nos dar um vislumbre do céu.
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Henri J. M. Nouwen
Editora: Loyola
Ano: 2001
Número de páginas: 63.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Hábitos que transformam

Em 1989, o reverendo John Stott veio ao Brasil para falar num dos congressos da VINDE -- Visão Nacional de Evangelização. Depois de uma de suas palestras, nos reunimos para conversar com ele. Era um grupo pequeno de jovens pastores, sentados em torno de um dos maiores expositores bíblicos da nossa geração, perto de completar 70 anos.
A conversa seguiu animada. Ele nos deu liberdade para perguntas pessoais e, entre outras, não faltaram aquelas sobre o porquê de não se casar. Porém, de todas, guardei apenas a resposta que ele deu quando lhe perguntaram sobre a razão do seu longo ministério tão frutífero. Ele respondeu: “Leio a Bíblia e oro todos os dias, vou à igreja todos os domingos e nunca falto à celebração da Eucaristia”.
A resposta foi surpreendente por sua simplicidade.Sabemos que ler a Bíblia e orar todos os dias, ir aos cultos e participar da Ceia nunca foram, por si só, sinais confiáveis de espiritualidade, muito menos um caminho seguro para a maturidade. Muitas pessoas fazem isso por puro legalismo. Por outro lado, sabemos também que não fazer nada disso é um caminho seguro e certo para o fracasso espiritual.
O doutor James Houston, criticando o abandono da leitura devocional em nossos dias por uma literatura funcional e pragmática, afirma: “Os hábitos de leitura do chiqueiro não podem satisfazer a um filho e aos porcos ao mesmo tempo”. Ao usar a imagem da Parábola do Filho Pródigo, ele nos chama a atenção para o risco de nos acostumarmos com a vida do chiqueiro. Para Houston, as práticas devocionais nos ajudam a perceber que existe algo maior e mais excelente na vida de comunhão com o Pai.
O reverendo A. W. Tozer (1897-1963) escreveu um artigo afirmando que “Deus fala com o homem que mostra interesse”, e que “Deus nada tem a dizer ao indivíduo frívolo”. Mais do que cultivar o hábito de ler a Bíblia, orar e participar do culto, o que na verdade fazemos quando cultivamos estas práticas devocionais é demonstrar o interesse vivo que temos por Deus e por sua Palavra. Da mesma forma como a vida necessita do básico (ter o suficiente para comer e vestir, onde descansar), a natureza da vida espiritual repousa sobre o que é essencial (Bíblia, oração, comunhão, adoração e missão). São esses hábitos básicos que nos colocam no lugar onde podemos experimentar a graça de Deus e crescer.
Há hoje muita oferta para a vida e para a espiritualidade. A sedução do supérfluo despreza o essencial. Vivemos o grande perigo de negar o básico, achando que podemos experimentar a graça de Deus e provar sua bondade e amor sem nos aquietar e deixar que sua Palavra molde nosso caráter, que a oração fortaleça nosso espírito e que a comunhão nos sustente em nossa identidade como povo de Deus.
As disciplinas espirituais básicas cultivadas pelo reverendo Stott ao longo de sua vida formaram seu caráter como cristão. Nada pode substituir a prática diária da oração nem a leitura devocional das Escrituras. Nada substitui o valor do culto comunitário nem o mistério da Eucaristia. O cultivo destas disciplinas requer de nós não apenas tempo e perseverança, mas também humildade e coragem para sermos transformados pelo poder de Deus.
Deus não nos chamou para a realização pessoal, mas para a comunhão pessoal e íntima com ele e o próximo. Deus não nos chamou para sermos operários agitados do seu reino, mas para amá-lo e amar ao próximo de todo o coração. Os hábitos devocionais libertam-nos da “normalidade” do chiqueiro e nos transportam para uma existência de comunhão com Deus que enobrece a vida. São estes hábitos que preservam nossos olhos voltados para o alto, para que, aqui na terra, nossa existência ganhe a grandeza dos ideais divinos.
As práticas devocionais fazem parte do processo formativo da alma diante de Deus. Precisamos cultivá-las a fim de permanecermos em sintonia com o reino de Deus, que molda o nosso caráter em Cristo. É a palavra de Deus que devolve a vida aos “ossos secos” da agitação moderna.

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Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.

Congresso de Pastoreio de família em 2010 - PALESTRANTES E LOUVORES

7º Congresso Pastoreio de Famílias
DATA: 15 a 15 de abril de 2010
Igreja Batista Boas NovasRua Manaias, 50 Parque Vila Prudente - SP
PALESTRANTES E LOUVORES

 JAIME KEMP é doutor em ministério familiar e diretor do Lar Cristão. Foi missionário da Sepal a 31 anos e fundador dos Vencedores por Cristo. É palestrante e autor de 50 títulos. Casado com Judith, é pai de 3 filhas e avô de 2 netos.

 VAGNER VAELATTI é pastor titular da Igreja Batista Boas Novas, desde 1994. Com formação em bacharel e mestre em Teologia com especialização em Evangelismos e missões é casado com Marta Conovalov Vaelatti e tem três filhos.
 HERNANDES DIAS LOPES é pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, Doutor em Ministério, conferencista e escritor com mais de uma centena de livros.
 MARTA VAELATTI Marta Vaelatti é líder de mulheres da Igreja Batista Boas Novas, mãe de três filhos.
 MARCOS GARCIA é pastor na Catedral Metodista de São Paulo, no bairro da Liberdade, mestre e doutor em Ciências da Religião, Teologia Prática e Sociedade pela Universidade Metodista de São Paulo, professor no Centro Metodista de Capacitação – Cemec e palestrante em encontro de casais. É casado com Ivana e pai de Mateus e Larissa.
 PAULO DE TARSO é engenheiro civil e mestre em teologia. É o idealizador e organizador do Site, Palestra e Seminário Finanças para a Vida e do Projeto Educação Financeira para Todos (paulodetarso@financasparaavida.com.br) - http://www.financasparaavida.com.br/
 DORA BOMILCAR é formada em teologia e Pedagogia. Atualmente é missionária da MPC – Desperta Débora para o sul do Brasil e São Paulo. Mantém acesa a chama da oração pelos filhos nas comunidades e igrejas. É radialista e apresenta o programa “Entre amigas” na Rádio Transmundial. Casada com Paulo , que é médio e pastor, e mãe de três filhos.
 ALCINDO ALMEIDA é pastor da Igreja Presbiteriana da Lapa em São Paulo É casado com Érika e juntos tem uma filha. Ele vem desenvolvendo seu ministério pastoral desde 1997, autor dos livros: Conselhos para uma vida sábia, Dores, lágrimas e Alegrias nos Salmos, entre outros.
 GERSON BORGES é carioca de Campinho, subúrbio do Rio de Janeiro. Começou no violão aos nove, tendo seu pai como primeiro instrutor e mestre musical e poético. Estudou da Escola de Música Villa-Lobos, no centro do Rio e depois graduou-se em Letras, tendo pós-graduação em Sociologia da Literatura .Casado, dois filhos , pastor na Comunidade de Jesus em São Bernardo do Campo, SP.
 MINISTÉRIO IPIRANGA Liderado por Peter Quintino e Davi Passamani tem baseamento em um viver em santidade, integridade, compromisso e excelência, que são as palavras chaves que norteiam o ministério.
 MARCOS TOMAZZI Thomazzi é pastor da Comunidade Cristã Ministério Ipiranga, docente do Instituto Haggai e palestrante internacional. Casado com Lúcia e pai de três filhos e dois netos.
 ADHEMAR DE CAMPOS é cantor, músico, compositor e pastor auxiliar da Igreja sede da Comunidade da Graça no Brasil, localizada na Vila Carrão, São Paulo.

Somos os trapos alcançados pela cruz de Cristo

- Texto para meditar: Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras (I Cor. 15.3,4).

Algo que precisamos entender é que somos trapos, trapos de imundícia. É exatamente isto que Isaías fala sobre a justiça humana (Ler Isaías 64.6). Aliás, por falar em justiça humana, o meu amigo Glenio Fonseca Paranaguá mostra que a justiça própria (humana) é o maior inimigo da graça. A justiça própria é o principal responsável pelos sentimentos mais azedos e pelas lembranças mais amargas que uma alma pode nutrir (PARANAGUÁ, Glênio Fonseca. O crime da letra. Londrina - Pr: Ide, 2009, pp. 32,33).
Não adianta questionarmos a realidade bíblica sobre nós. Somos os verdadeiros trapos imundos. Somos miseráveis em nosso ser e a nossa justiça não passa de algo imundo. A grande realidade é que pecamos, fazemos aquilo que combina com a nossa natureza depravada que é pecar todos os dias. A nossa natureza é definitivamente má. Somos insensíveis diante da realidade espiritual, voltamos o nosso coração para nossas inclinações.
Precisamos urgentemente dos trajes da salvação por meio da cruz do nosso Cristo. Temos de vir a Deus como os mendigos de mãos vazias para que recebamos o dom da vida de Deus por meio do Salvador. Temos de tomar o lugar de pecadores perdidos que necessitam da cruz para salvação e redenção do coração.
Porque estamos presos a uma situação que não conseguimos escapar, somos pecadores e nós nos rebelamos contra o nosso criador através de nossos pais Adão e Eva lá no Éden. Esta realidade precisa nos levar a algo chamado cruz. É só a cruz de Jesus de Nazaré que nos tira da lama que nos leva a afundar espiritualmente falando.
Precisamos da cruz para remissão dos nossos pecados, estes que nos afastam da graça divina. Precisamos da cruz para ver Deus de novo. Precisamos da cruz para falar com Deus e desfrutar da comunhão com ele como era no jardim divino. Quando compreendemos o sentido profundo da crucificação, com toda certeza, nos aproximamos das margens do Jordão e temos um vislumbre da terra prometida que está do outro lado. Este caminho foi aberto pelo nosso Senhor Jesus Cristo quando ele foi a cruz do Calvário para nos redimir mesmo sendo trapos imundos, mesmo sendo lixos, mesmo sendo indignos da sua graça e amor. Como diz Alister McGrath:

“A dádiva mais preciosa das pessoas exigia a morte do próprio Filho de Deus. Todavia, ele morreu de bom grado, a fim de que tivéssemos a alegria de ganhar a vida e ser curados de nossas feridas” (MCGRATH, Alister. O Deus desconhecido. São Paulo: Loyola, 2001, p. 98).
Jesus viajou pela morte na cruz, a fim de que esta mesma morte pudesse nos conduzir ao mundo glorioso que está mais além. A esperança para trapos e indignos foi revelada em Jesus através de sua morte e ressurreição. Exatamente, por isso, Paulo afirma no texto: Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
Louvado seja o Deus eterno que nos amou em Jesus e mesmo sendo trapos, ele nos deu a cruz para nossa redenção e salvação!

Alcindo Almeida

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MCGRATH, Alister. O Deus desconhecido. São Paulo: Loyola, 2001.
PARANAGUÁ, Glênio Fonseca. O crime da letra. Londrina - Pr: Ide, 2009.

Leia este livro: A OLIVEIRA ENFLORADA

A Oliveira Enflorada é uma obra que aborda, com bom gosto, a frutificação espiritual na vida dos filhos de Deus. É uma leitura atraente e untada com bom humor. Algumas pessoas têm dificuldades em distinguir o fruto do Espírito Santo dos dons espirituais.
Há também aqueles que confundem os dons com os poderes latentes da alma, causando muita confusão na aldeia cristã.
O autor aqui procura mostrar que o fruto do Espírito está no singular e não no plural, contudo brota com oito atributos específicos, enquanto os dons são vários e com variadas demonstrações. Nem todos têm os mesmos dons, mas todos os filhos de Deus produzem o mesmo fruto.O fruto do Espírito é o Amor e o da oliveira é a azeitona.
A oliveira é um tipo do Espírito Santo, que em lugar de azeitonas produz o Amor no viver dos santos. Assim como o fruto da oliveira tem um conteúdo oleoso, assim, o Amor, fruto do Espírito, tem também atributos ungidos que qualificam o testemunho do cristão.
O Amor ágape é a marca registrada que identifica o cristão verdadeiro. Vá em frente e veja se esta é a sua impressão digital, como filho de Deus.
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Autor: Glenio Fonseca Paranaguá
N° de Páginas: 128

LEIA ESTE LIVRO: CRUZ CREDO! O CREDO DA CRUZ

Este livro é um grito de espanto em face do descaso do cristianismo moderno com a mensagem da cruz. É uma expressão de pasmo diante do pouco caso do púlpito contemporâneo com a pregação que Deus elegeu essencial para a salvação do homem.
A cruz não é um mero símbolo do cristianismo nem um simples gesticular da mão. Deus escolheu a cruz como centro de sua revelação amorosa e como a demonstração da experiência genuína da fé cristã.
A ênfase deste livro não é somente a crucificação do Jesus histórico, mas a co-crucificação do homem juntamente com Cristo, pois não há vida ressuscitada sem a operação da cruz, e é falsa toda religiosidade que não trouxer as marcas dos cravos no caráter de cristão.
CRUZ CREDO! O CREDO DA CRUZ é uma obra criteriosa e comprometida com a mensagem essencial e mais urgente para o ser humano. Não propõe um acordo diplomático que negocia divergências de opinião, mas apela como ultimato divino para a salvação do homem e a comunhão com Deus.
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Autor: Glenio Fonseca Paranaguá
N° de Páginas: 192.

domingo, 22 de novembro de 2009

Cristo é a nossa redenção

- Texto para meditar: Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos nossos pecados (Cl. 1.14).

Há um problema sério dentro de nós. A raiz de todos nós é lá do Éden. É a raiz do pecado que é de todo filho de Adão. Todos nós fomos contaminados pela raiz do pecado. Todos nós em Adão nos viramos contra o Deus da graça e carregamos agora a nossa luxúria e devassidões do coração. A nossa natureza ficou manchada pela impureza do pecado. O que precisamos como resgate?
Precisamos urgentemente de uma palavra profunda: redenção. Precisamos do perdão dos nossos pecados passados, presentes e futuros. E só uma pessoa santa, imaculada, pura e separada de todo pecado é que pode trazer esta redenção ao nosso coração.
Nós não podemos fazer isto. O Salmo 49.7-8 mostra que a redenção da vida é obra exclusiva de Deus. Homem algum pode remir e nem dar a vida por outro homem. A imortalidade no sentido de vida eterna, só pode vir através de um homem santo e separado de qualquer culpa, culpa esta que foi imputada pelos nossos primeiros pais Adão e Eva. Somente Cristo pode redimir homens e mulheres da pena de dívida que há entre criador e criatura.
A realidade ensinada para nós é que somente Cristo pode fazer por homens redimidos aquilo que chamamos de Expiação Vicária: o fiador assume as responsabilidades legais daqueles que são pecadores, que são transgressores da Lei. Esta expiação é apresentada pela parte ofendida. Deus é quem apresenta o sacrifício, ou seja, ele se dá em resgate de pecadores.
A dívida do ofensor é eterna, é impagável por um ser humano próprio para garantir vida eterna, ou então, pecador por pecador. Por isso, só um Deus santo e imaculado que pode pagar a dívida de outro pecador. Tem que ser alguém sem débito e sem mancha para cumprir a Lei de maneira perfeita. Com aqueles que Deus é misericordioso, ele aplica a sua justiça vicariamente. Então com estes ele não pode aplicar a sua justiça pessoalmente e, sim, vicariamente, ou seja, por uma maneira chamada de: substituição. Deus manda Jesus em nosso lugar para pagar a pena que era contra nós (A cédula de dívida conforme Paulo observa em Colossenses 2.14). O que acontece na expiação vicária?
Deus realiza vicariamente o perdão do seu povo escolhido. Ele manda o seu próprio Filho à cruz para satisfazer a justiça em punir o pecado do seu povo. Ou seja, na cruz do Calvário Jesus é punido em nosso lugar.
Paulo mostra claramente isto em II Cor. 5.14, 15 e 21: Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
Cristo nos substituiu e trouxe redenção pelo seu sangue precioso. Hoje temos de volta a comunhão do Paraíso por causa do amor redentivo do Cordeiro. O nosso Redentor divino trouxe paz e reconciliação para nós diante do Pai. Não vivemos mais nas trevas da vida e sim no Reino da luz. Ele é o nosso redentor que se fez pecado por nós para que tivéssemos vida nele. Isto é redenção gloriosa.
Louvado seja o nome do Senhor!
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Alcindo Almeida

quarta-feira, 18 de novembro de 2009


-Texto para meditar: Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem (Gênesis 50:20).

Talvez esta seja uma pergunta que você já fez algumas vezes diante de circunstancias adversas em sua vida. Talvez seja uma pergunta que você esteja fazendo em sua vida nestes dias.
Se isto está acontecendo ou já aconteceu com você, quero me solidarizar, pois esta pergunta traduz muito de alguns momentos de nossa caminhada.
Não quero recriminá-lo por fazer esse tipo de pergunta, pois só você pode dimensionar o tamanho de sua dor, a extensão do seu problema, a complexidade da sua situação.
Somem-se ainda os temores, os medos, as apreensões, as tensões que situações assim têm a capacidade de produzir e iniciar dentro de nós.
Como administrar tudo isto em seres tão frágeis e vulneráveis como nós?
Na busca de respostas ou explicações, causas e culpados, inquietações e dúvidas, sugiro algumas observações:

I – ENTENDENDO O CONTEXTO
Não perca de vista uma realidade nua e crua: Vivemos num mundo mal; que sistematicamente se afasta do bem; que se desvia do que é honesto e moral; que prejudica e causa dano.
Um mundo que cada vez mais vê acentuar-se a perda de valores absolutos, saudáveis, construtivos de uma relação edificante entre os seres humanos. Onde o bem foi transformado em algo relativo, na busca pela realização egoísta e individual, sem que “o outro” seja levado em consideração.
Somem-se tudo isto ao fato das escolhas de outros que nos atingem. Quando estas escolhas criam dificuldades para nós.
Como reagir quando essas escolhas nos atingem e nos fazem mal?
Finalmente, e não menos importante, nossas próprias escolhas e suas conseqüências. Temos essa liberdade de escolha e muitas vezes a usamos de forma errada ou, no mínimo, equivocada.
Queremos realmente acertar, mas, nossas fraquezas, pressões do dia a dia, das circunstancias, acabam transformando-nos em escolhas por vezes erradas.

II – SUPORTE O IMPACTO
Identificado o contexto, podemos concluir que acabamos por criar problemas para nós mesmos.
Muitas vezes tenho encontrado pessoas que, em momentos assim, são capazes de julgar o próprio Deus culpado de todas as coisas ruins que estão passando.
Momentos assim devem ser vividos com sobriedade, determinação e coragem.
Evite tomar decisões tempestivas, precipitadas. Muitas vezes pensamos em desistir ou abandonar, e assim, oportunidades são perdidas, lares são desfeitos, relacionamentos são rompidos.
“Se você quer realmente medir a realização de um homem ou de uma mulher, não meça por aquilo que eles realizaram nas suas vidas, mas meça em função daquilo que eles tiveram de superar em suas vidas”. Brooke T. Washington (pastor episcopal)
Suporte o impacto!


III – CONSIDERE O PLANO DE DEUS
Como permanecer de pé e firmes diante de situações assim, que nos fazem perguntar: Por que isto está acontecendo comigo?
É preciso crer que Deus vê tudo o que acontece conosco e se importa com isto. Ele está absolutamente interessado em cada um de nós e em nossas circunstancias.
O apóstolo Paulo nos ensina: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito” (Rm8:28)
Não importa se as coisas estão dando certo ou errado - Deus se importa conosco.
Não importa se nossas escolhas foram certas ou erradas – Deus se importa conosco.
Na verdade, culpamos Deus por muitas coisas que Ele nunca causou. Quando estamos diante de um problema, de um acidente grave, de uma situação difícil, muitas vezes dizemos: “Deus quis assim”, ou, “É a vontade de Deus”, como se Deus tivesse prazer em criar dificuldades para nós.
A verdade é que os fatos são apenas conseqüências de nossas escolhas e a vontade de Deus nem sempre é feita. Talvez por resistência, ou por simples e determinada desobediência nossa.
“Ouvir a voz de Deus e estar no centro da sua vontade é a coisa mais importante e significativa que alguém pode experimentar”. Corrie Ten Boon
Por que fugimos de conhecer e buscar essa vontade de Deus para nós?
Não obstante tudo isso, e apesar de tudo isso, Deus tem o controle supremo sobre todas as coisas. Ele pode transformar nossos erros, e também a maldade de outros contra nós em bem. Ele tem sempre a palavra final a meu e a seu respeito.
Saber e crer nesta verdade é muitíssimo saudável. Por isso, desenvolva com Deus uma relação de amor e confiança. Entregue tudo a Ele, confie nEle e o mais Ele fará (Salmo 37:5). Coloque sua esperança nEle e ela não será frustrada.
Deus tem planos e promessas para nossas vidas e haverá de cumpri-los em nós.
Sua presença conosco também é promessa dEle. Basta desejar isso!

Concluindo,
O texto mencionado de Genesis 50:20 “É verdade que vocês planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem para fazer o que hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente”, é um grande testemunho.
José não entende a atitude de seus irmãos, mas descansa na soberania de Deus.
Ele suporta o impacto dos eventos mais duros da sua vida tão somente porque “o Senhor era com José” (Gn 39:2 e 21).
Ele considera o plano de Deus, acreditando que Deus ainda tem muita coisa a fazer nesse mundo.
Creia: Deus tem ainda muita coisa a fazer nesse mundo, em nossas vidas e através de nossas vidas.

Que Deus o abençoe rica e abundantemente.
Em Cristo,
Rev. Hilder C Stutz

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O amor de Deus não tem condição e nem limite


- Texto para meditar: Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus; porque pela tua iniqüidade tens caído. Tomai convosco palavras, e voltai para o Senhor; dizei-lhe: Tira toda a iniqüidade, e aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos lábios. Eu serei para Israel como o orvalho; ele florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o Líbano. Quem é sábio, para que entenda estas coisas? prudente, para que as saiba? porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles; mas os transgressores neles cairão (Oséias 14.1,2,5 e 9).

Deus é amor. O seu amor não tem condição nem limite. Ele ama o seu povo apesar de toda a rebeldia, de toda a idolatria e de toda a imoralidade. O seu amor é amor absolutamente imutável.
Olhando para este texto de Oséias, percebemos que quando castiga, é por puro amor que o faz. É impressionante olharmos para a visão do profeta Osíeas em relação as saudades do primeiro amor que Deus sente pelo seu povo. O texto afirma: Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho (11.1).
Israel era como criança que ele tomava nos braços. Como menino travesso, a jovem nação não queria obedecer-lhe. Recusou-se a converter-se (11.5). Deus não hesitou em disciplinar o seu povo, porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe (Hebreus 12.6).
É preciso que entendamos esta realidade em Deus. Ele é diferente dos pais que nunca disciplinam os seus filhos. Quem não disciplina o seu filho, não o ama. Oséias, que tanto sofreu no lar, entendeu o coração de Deus quando descreveu o amor divino nestes termos: Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões a uma se acendem (11.8). Ainda que o castigo viesse com certeza. Deus não destruiria totalmente o seu povo. Oséias afirma: Eu os remirei do inferno e os resgatarei da morte; onde estão ó morte as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição? (13.14).
Deus é tão bom que chama o povo a uma genuína conversão: Tende convosco palavras de arrependimento, e convertei-vos ao Senhor (14.2).
Aprendemos com Oséias que o arrependimento do povo de Deus é o segredo de todo reavivamento espiritual. Ele afirma: Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles (14.4). A segurança nacional de Israel de pendia não duma aliança política com a mais poderosa nação de então, a Assíria (14.3), mas da sua relação com Deus. Os rios de bênçãos começam a jorrar quando o povo de Deus julga o seu próprio pecado! Uma vez arrependido e perdoado, Israel se tornaria uma testemunha eficaz no mundo.
Vejam a fala de Oséias: Serei para Israel como orvalho (14.5). O Deus que cada dia unge bilhões de folhas e pétalas com pérolas de orvalho é o mesmo que visita, pelo Espírito Santo, todos os seus filhos espalhados nos cinco continentes!
Para a sobrevivência das plantas, Deus repete fielmente, e em todo lugar, o pequeno milagre, mandando a cada folhinha o precioso líquido sustentador. Quanto mais Deus deseja tocar com vida nova cada um de seus filhos na terra!
Feliz o cristão em Cristo que já aprendeu este princípio de sobrevivência espiritual e que busca no frescor da alvorada a vida do Espírito, cada dia. As plantas em terra ressecada, alimentadas pelo orvalho vitalizador, brotam, criam botões e exalam a sua fragrância. Flores perfumadas no sertão! Este é o quadro pintado pela pena do profeta, para descrever a vida realmente entregue ao Espírito do Senhor. Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos (14.5, 6).
A vida arraigada na Palavra de Deus, irrigada pela graça divina pelo orvalho sacro do Espírito, estende os seus ramos, oferecendo ao viajor a sombra refrescante no sertão causticante. A pessoa cheia do Espírito se torna um ímã para os que procuram a vida verdadeira e não precisa buscar contatos com os outros. Os famintos do espírito reconhecem intuitivamente a autêntica espiritualidade dos que recebem diariamente o orvalho do Espírito. O contato com o homem espiritual se torna frutífero. Oséias diz algo sério demais na sequencia do texto: Serão vivificados, e florescerão como a vide (14.7). Nós, o povo do Senhor, cantamos "quero ser um vaso de bênção". Este desejo tão louvável se realizará através do Espírito Santo, a água viva oferecida por Jesus.
Oséias nunca viu o cumprimento da sua profecia final, mas pela fé aceitou que um dia o Senhor triunfaria na vida de Israel. Deus lhe tinha dado a vitória no seu lar, pelo triunfo do amor inabalável. Gomer estava de volta ao lar. Os filhos não levavam mais os nomes feios. Foram transformados em nomes abençoados. A família estava unida novamente.
Com toda serenidade, Oséias aguardava o desenrolar do drama de Israel, com a certeza de que um dia Deus restauraria o seu povo. O profeta de coração quebrantado chegou a aprender que o coração do Senhor é também assim.
Oséias termina dizendo: Quem é sábio, para que entenda estas coisas? prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles; mas os transgressores neles cairão.
Deus nos dá graça de andarmos nele e por ele e isto porque o seu amor não tem limites. Ele ama aqueles que são tocados pela sua graça.
Louvado seja Deus por este amor que restaura e traz de volta para o seu relacionamento.
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Alcindo Almeida

PIPER, John John MacArthur, R. C. Sproul. Apascenta o meu Rebanho. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.


A pregação bíblica está perto do extermínio em nossos dias. Há somente momentos para "compartilhar", "sugerir", repletos de casos e de pregações voltadas para suprir "necessidades emocionais". Mas a exposição da Palavra de Deus com autoridade é algo cada vez mais raro de se encontrar. Este livro é um apelo aos pregadores para que "preguem a Palavra".

No Antigo Testamento, Deus se desagradou por seu povo estar perecendo por falta do conhecimento dele mesmo. Com muita frequência, aqueles que foram chamados para alimentar o rebanho de Cristo fazem pouco mais do que afagá-los, em vez de alimentá-los com a Palavra de Deus.

Esta obra é para pastores e pregadores. Ela encoraja os pastores a honrar seu chamado. Ela guiará as igrejas a auxiliar seus pastores para que mantenham este padrão bíblico. Todo ministro da Palavra de Deus irá tirar proveito da leitura em oração deste livro.
O livro contém 176 páginas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O lugar do silêncio

Em cada um de nós existe um lugarzinho onde o silêncio é completo, um lugar livre de ruído dos pensamentos, livre das preocupações e desejos. É um lugar em que nós mesmos nos encontramos inteiramente em nós. Este lugar, que não é perturbado por nenhum pensamento, é para Eckhart o que existe de mais precioso no homem, o ponto onde o verdadeiro encontro entre Deus e o homem pode ocorrer. A este lugar do silêncio nós precisamos avançar. Não temos necessidade de criá-lo, ele já existe, apenas está obstruído por nossos  pensamentos e preocupações. Quando desobstruímos em nós este lugar do silêncio, poderemos encontrar Deus assim como ele é. Então não nos fixamos em nós e em nossos pensamentos, mas nos desvinculamos inteiramente de tudo, deixamo-nos cair no mistério de Deus que nos sustenta. Então não  prescrevemos a Deus como ele tem que vir ao nosso encontro, mas nos abrimos  para a sua vinda assim como ele a imaginou. Mesmo depois de havermos desobstruído em nós este lugar do silêncio, não podemos forçar uma experiência de Deus. Também aqui não podemos sentir senão o vazio e a escuridão. Mas então estaremos abertos à sua chegada, sem que estejamos curiosos e impacientes na expectativa de uma experiência de Deus. 

O caminho de Jesus


- Texto para meditar: Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida (João 14.6).

Eugene Peterson diz que o caminho de Jesus implica na construção de um estilo de vida cristocêntrico. O real significado do caminho de seguir a Jesus é muito mais que adotar um manual de boas maneiras com direito a passaporte para a vida eterna. O caminho de Jesus implica na construção de um estilo de vida fundamentado nos valores do Reino e livre da influência conceitual de certo e errado imposta pela sociedade contemporânea.
Para manter o foco no caminho que é Jesus é preciso reconhecer à centralidade da cruz. A cruz de Jesus é o nosso verdadeiro caminho da obediência ao Pai. O caminho nos puxa para a obediência. O caminho do Reino de Deus não é o de mar de rosas, mas é a obediência pela cruz.
A cruz de Jesus é o caminho único para experimentarmos a vida dele, para experimentarmos o caráter dele. Para respirarmos a verdade dele e não a nossa. O único caminho para vivermos um Evangelho verdadeiro é a cruz de Cristo. Lá percebemos que não são as nossas ferramentas que levam as pessoas a Deus. Lá nós entendemos que não é a nossa ajuda, a nossa inteligência que conduz as pessoas a Cristo, mas é a cruz dele que faz isto.
O caminho de Jesus é o do servo obediente, portanto, o nosso não pode ser diferente. Então todos os dias, precisamos tomar nossa cruz e seguir o caminho de Jesus. E este caminho tem a ver com entrega, com renúncia, com a morte todo dia do nosso ego. Tem a ver com o esvaziamento de nós mesmos para que Cristo seja engrandecido em nós.
O caminho de Jesus é o contrário do mundo. Porque o mundo pede para amarmos os amigos e sermos indiferentes com os que nos ferem. O caminho de Jesus mostra que devemos amar os que são indiferentes e ainda orarmos por eles. No caminho de Jesus o maior é o que mais serve. No mundo é o que é importante, tem status. No caminho de Jesus temos uma marca, a cruz e nela entendemos que o caminho, a vida e a razão de tudo é Jesus Cristo de Nazaré (A
lcindo Almeida).

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Descansemos em Deus que está no seu palácio

- Texto para meditar: Quando os fundamentos são destruídos que pode fazer o justo? O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens (Salmo 11.3,4).

O que a vida contemplativa significa?
Para mim, significa a procura da verdade e de Deus. Significa encontrar o verdadeiro significado da vida, e o lugar certo na criação de Deus. Significa renunciar à maneira como se vive no mundo. E a única maneira de termos este momento de contemplação é reconhecermos a grandeza de Deus em nós e experimentarmos o momento de contemplação dele no tempo de devoção.
Quando lemos esta parte do Salmo 11, vemos um Davi que se alegra nesta certeza de que o favor divino vem do trono da graça. Quando ele era humilhado e destituído do auxílio humano, ele podia recorrer com toda a certeza para a providência divina que era certa e agia em seu favor. O homem poderia decepcionar Davi, mas Deus em seu trono santo jamais faria isto.
Davi queria ser guiado pela esperança do trono divino. Saibamos desta verdade em nosso coração: Deus está no controle de tudo e vê tudo ao nosso redor. Davi demonstra confiar plenamente em Deus e não teme a provação. O anseio do salmista não era ser livre das dificuldades do momento, visto que Deus prova o justo. Ele permanecia confiante, não temendo a provação, pois, na eternidade receberia o verdadeiro prêmio, contrastado com a porção dos ímpios.
A lógica do coração de Davi para ter confiança e descanso em Deus era:

· Deus está em seu santo templo;
· O trono do Senhor está nos céus;
· Os seus olhos contemplam;
· As suas pálpebras provam os filhos dos homens.

Que descanso maravilhoso para a nossa confiança! Em outras palavras Davi nos mostra que o rosto do Senhor estará voltado nossa direção. A confiança do salmista decorre da fidelidade divina. Deus é fiel e não pode negar-se a si mesmo e a sua fidelidade é garantida para aqueles que nele confiam, uma vez que o seu trono está acima de todos: nos céus!
A onipotência, a onipresença e onisciência de Deus são demonstradas pelo salmista através da certeza de que os olhos do Senhor estão atentos. Deus sonda os filhos dos homens e a todos conhece. Deus tem compromisso com os justos, e por isso, os prova.
O convite de Davi para nós é que descansemos no Senhor sempre porque ele está no trono de santidade olhando para cada ação humana. O texto afirma: Os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
As pessoas pensam que podem fazer tudo que querem, elas praticam a maldade, as intrigas da vida, os subornos da vida e tudo mais. Elas aprontam contra os justos e pensam que Deus não está atento, mas ele está olhando para todas as ações humanas e pagará a cada um segundo o que plantar.
Davi descansa no trono, é para lá que ele vai. Ele contempla o trono do Senhor e percebe que as pálpebras do eterno provam os filhos dos homens. Ele sabe que a solução dos seus conflitos só poderá vir deste trono da graça. Então ele quer participar da comunhão e contemplação do trono do divino que contempla todos os corações.
Davi é profundo demais na espiritualidade. Ele conhece o Deus que sonda, que conhece e examina os corações dos seus servos. Então ele quer ir para a presença e contemplação do trono da graça do eterno Deus.
Contemplemos, descansemos e cultivemos aquele que está no trono de graça e soberania!
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Alcindo Almeida

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

QUANDO CHEGAMOS AO LIMITE


- Texto para meditar: E, sem Ele, nada do que foi feito se fez (João 1:3).

O ser humano freqüentemente é levado a viver no limite. De diferentes maneiras, em inúmeros contextos, por motivações diversas somos levados ao limite.
Ele pode ser representado por um esforço físico (como um atleta ou numa competição), por um esforço profissional (trabalho) ou até mesmo por um esforço emocional (situação de conflito).
Por mais dificuldade que possamos ter para encarar a realidade dos limites, eles estarão sempre diante de nós. Desde o nascimento ou até mesmo antes dele; antes de conhecermos esse mundo exterior, somos confrontados com os limites, pois há um limite até para o nascimento de um bebe. Extrapolar esse limite pode ser danoso, deformador ou até mesmo fatal.
Vamos crescendo e continuamos a nos defrontar com os limites. Na adolescência eles aparecem como uma verdadeira via de duas mãos. De um lado a tentativa de independência nos primeiros fleches da vida adulta; de outro lado a tentativa de manter os privilégios da vida infantil. Por isso talvez a definição da adolescência como “uma vida no meio da avenida”.
Na mocidade, embora com novos formatos, os limites estarão presentes. Ganha-se certa autonomia e com ela certas responsabilidades. Muitas vezes o primeiro emprego rouba as férias duas vezes por ano e de até noventa dias. Limites se apresentam e até mesmo se impõem.
E o que dizer da vida adulta? Você e eu bem sabemos o que isso significa, não é mesmo?
Limites: necessários, irremediavelmente presentes, responsabilidade intransferível.
Permita-me algumas rápidas observações:

I – OS PERIGOS DE SE VIVER SEMPRE OU DURANTE MUITO TEMPO NO LIMITE.
É preciso cuidado para não permitirmos que o limite se incorpore ao nosso dia a dia de uma forma negativa e destruidora. Ele trará consigo punições ou conseqüências danosas. É certo que muitas vezes o limite pode acontecer independentemente de nossa vontade ou escolha. Mas, mesmo que isso aconteça, haverá a necessidade de aprender-se a lidar com ele, evitando-se danos e agressões à nossa própria natureza humana.
O limite, vivido de forma prolongada, certamente trará estresse. E ele será a reação do sistema nervoso a uma ameaça percebida ou real. Talvez essa definição técnica não signifique muito para você. Basicamente, significa que o estresse é a maneira pela qual seu corpo reage ao perigo suposto ou real. Nossa pressão arterial sobe tremendamente, e a força dos músculos aumenta. Estamos dispostos ou a lutar ou a correr. O estresse não é a causa, e sim o efeito.
Também poderemos enfrentar frustrações. São perspectivas que não se efetivam. São sonhos que se aproximam mais de um pesadelo. São ganhos que não se consolidam.
São rupturas após longos períodos que demandaram muito esforço e empenho para construção de projetos, idéias e ideais e que por motivos diversos não se confirmaram.
São desgastes que vão se acumulando e que podem romper-se.

II – OS BENEFICIOS DA EXISTENCIA DOS LIMITES.
Creio que, como em todo processo da própria vida, há sempre um beneficio possível diante das tribulações.
Se limites estão sempre diante de nós, nossa atitude diante deles vão ajudar a determinar o modo como vemos a própria vida.
Por isso, somos desafiados a agir com sobriedade, sensatez e acima de tudo com a verdade.
Viver sem limites ou a consciência deles vai gerar distorções e deformações no caráter, nas atitudes, nas escolhas e isso, certamente, vai afetar nossos relacionamentos, nosso futuro e nosso próprio eu.

III – QUANDO CHEGAMOS AO LIMITE.
Muitas vezes, apenas para não dizer em sua totalidade, pessoas nos afirmam diante de suas dores, lutas e tribulações, expostas diante de seus limites e traduzidas ante sua impotência: “somente Deus!”.
Pode parecer cruel demais, mas gosto disso.
Creio que esses momentos podem ser oportunidade de grandes descobertas. De se colocar as coisas nos seus devidos lugares.
Costumo dizer: “Que bom que “somente Deus”. Agora Ele pode agir e nós vamos poder conhecer e saber quem Ele é”. Alguém já disse que “muitas vezes as pressões da vida são as mãos do oleiro”, para descrever as possibilidades ilimitadas de Deus em meio às nossas limitações.
A fé é mais forte que o medo. Peça a ajuda de Deus. Ele conhece seus problemas, seus limites, e está disposto e é capaz de ajudar a superá-los.
Só assim podemos ter paz onde deveria haver apenas dor. Confiança no meio da crise. Esperança desafiando o desespero. É isso que o olhar de Deus para nossa vida mostra. É um olhar que sabe a resposta para as perguntas que todo mortal faz quando confrontado ante seus inevitáveis e necessários limites.
“Guarde isso. Deus não nos salva por causa do que fizemos. Somente um deus lamentável poderia ser comprado com dinheiro. Somente um deus temperamental ficaria impressionado com nossa dor ou satisfeito com sacrifícios. Somente um deus sem coração venderia a salvação para quem oferecesse mais. E somente um grande Deus faz por seus filhos o que eles não podem fazer por si mesmos”. Max Lucado, “Gente como a Gente”, Ed Thomas Nelson Brasil.
“Somente quando nos prostramos diante de Deus somos capazes de nos levantar diante dos homens”. Jim Patrick

Concluindo,
“Limites”: eles estarão sempre diante de nós.
“Somente Deus”: Trata-se mais que uma afirmação de efeito, uma experiência que tem estado viva e saudável em nossa caminhada de fé.
Creia: “... e, sem Ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1:3).
Saiba: “Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança” (Provérbios 23:18). Coloque-a nEle!
Temos assistido Deus mover-se, despertar vidas, agir e chamar homens e mulheres. E quando Ele assim o faz, só nos resta agradecer-lhe com as duas únicas palavras que poderiam começar a dar crédito àquEle a quem o crédito é devido: “Somente Deus”.

Que Deus o abençoe rica e abundantemente.
Em Cristo,
Rev. Hilder C Stutz

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

SUA ALTEZA, O MENDIGO. XXVIII


O mendigo assentado no seu trono, em pleno meio fio, esperava, pacientemente, a esmola da graça, que se renova a cada manhã. Neste instante passa pela rua apertada da amizade um carroceiro ignorante, mas metido a ladino, trajando uma fatiota ensebada, parecida com as vestes ultrapassadas de Napoleão Bonaparte. É um esnobe de estirpe rasteira, bronco acintoso e guia dos asnos. Ele grita para o mendigo: – vá trabalhar seu vadio! Deixa de ser inerte! Mexa-se inválido!
Sua Alteza, o mendigo, olha para aquele tipo sentado no banco da carroça de rodas dentadas, tocando um jumento, seu colega de escola, que puxa aquela geringonça às chibatadas, e pensa: – se sou inválido, como posso ser operacional? De fato sou improdutivo, mas não sou grosseiro com o meu próximo. Apedrejar os outros é insanidade. Prefiro ser frágil a ser ferino...
Alguém já disse com muita sabedoria; “duas coisas fazem muito mal ao coração: subir as escadas correndo em passos largos e criticar as pessoas por andarem a passos curtos”. A censura é um expediente próprio de gente censurável. Normalmente o mais crítico é o sujeito mais criticável.
Um velho mendigo dos tempos antigos disse algo notável em certa feita: “o desejo de desgraçar os outros jamais teve origem na graça de Deus”. Assim como a noite é o resultado da ausência do sol, anelar a desgraça dos outros é a falta da graça em Cristo. E lembre-se: sempre que você estiver atirando lama em alguém, estará perdendo terreno do seu lado. O barro que você joga no lado do vizinho é menos terra que fica no seu quintal.
Apagar a vela do outro não aumentará o brilho da sua, mas todos irão ver que é você a única pessoa que pretende fulgurar em cena. Sua Alteza sabe que não vale à pena entrar na briga com o carroceiro da roda dentada. Ele reconhece que não há maneira mais rápida de fazer com que suas palavras sejam questionadas do que tentar diminuir o valor alheio. Apesar de ser mendigo, Sua Alteza é nobre, percebendo que o melhor lugar para se criticar alguém é em frente do seu espelho.
Fica aqui uma sugestão valiosa de A. B. Simpson, um mendigo sábio, que sabia o que dizia. “Preferiria brincar com relâmpagos ou segurar em fios de alta tensão com sua corrente faiscante a pronunciar uma palavra precipitada contra qualquer servo de Cristo”. Além do que, digo eu, apedrejar um mendigo é trabalho inútil. Não gaste a sua energia julgando ou criticando aquele mendigo que Cristo já justificou.

Glenio Paranaguá – mendigo-padrão.

Jesus é o nosso fiador


- Texto para meditar: Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo. Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus (II Cor. 5.14-21).

Temos na Teologia um termo que se chama expiação vicária. O que seria isto? O fiador assume as responsabilidades legais daqueles que são pecadores, daqueles que são transgressores da Lei. Esta expiação é apresentada pela parte ofendida. Aqui Deus é quem apresenta o sacrifício, ou seja, se dá em resgate de pecadores. Expiação traz a idéia de substituição.
A dívida do ofensor é eterna, é impagável por um ser humano próprio para garantir vida eterna, ou então, pecador por pecador. Por isso, só um Deus santo e imaculado é que pode pagar a dívida de outro pecador. Tem que ser alguém sem débito, sem mancha para cumprir a Lei de maneira perfeita.
Com aqueles que Deus é misericordioso, ele aplica a sua justiça vicariamente. Então com aqueles que ele é misericordioso, ele aplica a sua justiça vicariamente, ou seja, por substituição. Deus manda Jesus em nosso lugar para pagar a pena que era contra nós. É aquela cédula de dívida que Paulo observa em Colossenses. 2.14.
O que acontece na expiação vicária?
Deus realiza vicariamente o perdão do seu povo escolhido, só que perdão exige um pagamento, pois, perdão não é sinônimo de anistia. Anistia é esquecer-se da dívida. Não, não!!! Deus é justo e ele tem que punir o pecado mesmo perdoando o pecador. Então o que ele faz? Ele manda o seu próprio Filho para a cruz a fim de satisfazer a sua justiça em punir o pecado do seu povo. Ou seja, na cruz do Calvário Jesus é punido em nosso lugar. Paulo mostra claramente isto no texto que no ajuda a entender esta questão. Em Romanos ele diz: Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5.8).
Jesus judicialmente é tratado na cruz como culpado. E com a justiça de Cristo, o seu povo se torna judicialmente inocente. Este é o chamado estado forense em teologia. O justo é punido por causa dos injustos. Jesus fazendo-se pecado em nosso lugar paga judicialmente a nossa pena de pecado, jamais a nossa culpa.
Na cruz vicariamente recebemos o perdão da parte de Deus por meio de Jesus Cristo, por isso, fomos reconciliados com ele, fomos tornados favoráveis diante de Deus por meio de Cristo Jesus. Na cruz, como Paulo afirma, Jesus se fez pecado por nós para que fôssemos justificados.
Louvado seja a Trindade por fazer esta obra na cruz do Calvário trazendo libertação, paz e comunhão eterna por causa do nosso fiador divino.
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Alcindo Almeida

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A nossa impressão ficou na cruz

- Texto para reflexão: Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feito justiça de Deus (II Cor 5.21).

Quando contamos a história de um homem que foi executado na cruz dois mil anos atrás pode parecer um início altamente impróprio para qualquer coisa. Por que isto nos interessa tanto hoje?
No Império Romano a crucificação era uma forma de execução muito difundida e em geral a vítima era flagelada ou torturada antes. Depois ela era amarrada ou pregada numa cruz em todas as posições. Esta era a forma de repelir cruelmente as rebeliões nas províncias romanas. Umas delas foi a revolta dos judeus. Flavio Josefo registra que houve a crucificação de fugitivos judeus que tentaram escapar da Jerusalém sitiada na época de sua destruição final pelos exércitos romanos.
O fato é que a crucificação era uma forma de castigo reservado para os criminosos mais reles. Isto nos faz imaginar que Jesus esteve lá e foi considerado como tal. Ele foi considerado um reles.
Ali naquela cruz, Paulo entende perfeitamente o propósito divino, ele diz que o próprio Deus se fez pecado por nós. Ali ele nos substituiu para nos abrir a porta de entrada prometida no Reino de Deus. E o único acesso para isso era a morte e depois ressurreição no nosso mestre. Paulo mostra que o ser mais puro, o ser imaculado assumiu o nosso lugar naquele lugar horrível de bandidos e de reles.
Ali na cruz o Filho do Deus vivo morrer por causa dos nossos erros, pecados. Ali ele morre por causa da nossa presunção, por causa da nossa arrogância. Ali ele morre por causa da nossa desobediência e rebeldia. Ali ele morre por causa do nosso adultério e mentira.
Paulo é capaz de compreender pela graça que Cristo assume o nosso lugar e nos faz por meio de seu sofrimento e humilhação justiça de Deus. A nossa impressão ficou na cruz. A nossa vida está envolvida totalmente pela cruz do Calvário. Como diz meu amigo Glenio Fonseca Paranaguá:

Todos aqueles em que a cruz de Cristo deixou suas impressões no caráter, sempre vão transbordar seu contentamento, aprendido através das marcas dos cravos esculpidas pela fé. Ninguém pode viver mais contente do que os co-crucificados e regenerados na ressurreição pela graça em Cristo. Aqueles que estão satisfeitos com a suficiência de Cristo, embora tenham tribulações, tropeços e transtornos não deixam de expressar o seu contentamento por terem sido aceitos cabalmente pela graça do Evangelho. (PARANAGUÁ, Glenio Fonseca. Na Universidade do contentamento).
Somos alcançados pela cruz do Calvário. Somos salvos pela vida daquele que se fez pecado por nós para fôssemos aceitos pelo Pai. Louvado seja o eterno e soberano Deus por tão grande graça para como pecadores.

Alcindo Almeida