quarta-feira, 3 de março de 2021

Silêncio, oração e renúncia


Henri Nouwen, no seu livro A espiritualidade do deserto e o ministério contemporâneo destaca o valor da espiritualidade daqueles que, deixando a vida em meio aos acontecimentos seculares, se refugiaram no deserto. Baseado principalmente na experiência de Antão, que passou mais de vinte anos num monastério, ele mostra os aspectos de quem decidiu viver desta forma.
Três aspectos são bastante ressaltados pelo autor: silêncio, oração e renúncia. Nouwen ressalta o valor das palavras, que somente pode ser conhecido experimentando a ausência delas — o silêncio. Neste contexto é que se tem consciência do quanto as palavras tornaram-se inúteis e fúteis no cotidiano das pessoas. Nesta experiência não se perde de vista que o essencial é o silêncio do coração. Muitas vezes a pessoa pode estar a sós, sem pronunciar nenhuma palavra, mas em seu interior está engendrando o mal ao próximo, ou mergulhado em sentimentos de culpa e rancor.
Nouwen disse: Quando entramos com a mente no coração e ali ficamos na presença de Deus, então todas as nossas preocupações se transformam em oração. Como é complicado para nós hoje dispor o coração para o silêncio, oração e renúncia. Corremos, corremos e somos consumidos pelas atividades do dia e perdemos completamente a noção de silêncio. Somos envolvidos pelos espaços da agenda de muitas coisas para fazer e não temos tempo para exercitar a espiritualidade.
Vale lembrar que Jesus, no meio da sua agenda de atender pessoas, pregar o Evangelho, realizar milagres e curar enfermos, ele separava um tempo para orar e silenciar o coração diante do seu Pai. O texto afirma: E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar. (Marcos 6:46) O próprio mestre busca esse momento de silêncio, oração e renúncia.
Precisamos buscar esse tempo de oração na presença do Eterno Deus, tempo que nos abrimos e temos o exame do nosso ser. Tempo de entender os planos eternos para o nosso coração. Lá nesse tempo aprendemos a ter renuncia de nós mesmos e colocamos a nossa vida no centro que é Cristo Jesus. (Alcindo Almeida)

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