quinta-feira, 26 de março de 2020

Respirando Deus

Há uma peça chamada Esperando Godot, de Samuel Beckett. A história é bem simples: dois “vagabundos” aguardam infinitamente, num descampado, a vinda do senhor Godot, que nunca aparece. Beckett chegou para distorcer e renovar a forma de fazer teatro. Esperando Godot tenta ridicularizar nossa vida cotidiana para mostrar o absurdo de nossa existência em um mundo completamente caótico.
O desenrolar da peça mostra a futilidade e insanidade do homem em espera por Godot. Na verdade é a história sobre a realidade do que é homem. O interessante é notar que cada vez que o homem espera pelo outro, ele se frustra cada vez mais porque o outro é sempre falho, incapaz de por si mesmo, aparecer ou resolver qualquer conflito da existência humana que sempre fica esperando. Nessa peça percebemos que o ser humano é impotente e não consegue andar sozinho. Quando transportamos para a realidade espiritual, percebemos que sem Deus o ser humano fica oco, vazio e sem vida.
Quando o ser humano vive sem a direção do Criador, sem fé no seu coração, ele vira um órfão cósmico, ele precisa se voltar para Deus, do contrário morre na solidão. Precisamos do Criador se comunicando conosco, porque sem sua fala inexistimos e ficamos sem vida. É a ideia do texto de Deuteronômio 5:24 que afirma: E dissestes: Eis aqui o Senhor nosso Deus nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; hoje vimos que Deus fala com o homem, e que este permanece vivo.
Quando o Criador de todas as coisas fala com o ser humano, ele fica vivo, ele pode sentir, ele pode se relacionar com os outros, porque a vida divina está nele. Não ficamos perdidos como os órfãos cósmicos, somos achados e respiramos Deus. (Alcindo Almeida)

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