terça-feira, 31 de março de 2020

Leituras em março de 2020

1. PARANAGUA, Glenio. Cruz credo, o credo da cruz. Paraná: Editora Ide, 2002. O livro é um grito de espanto em face do descaso do cristianismo moderno com a mensagem da cruz. É uma expressão de pasmo diante do pouco caso do púlpito contemporâneo com a pregação que Deus elegeu essencial para a salvação do homem. A cruz não é um mero símbolo do cristianismo nem um simples gesticular da mão. Deus escolheu a cruz como centro de sua revelação amorosa e como a demonstração da experiência genuína da fé cristã. A ênfase deste livro não é somente a crucificação do Jesus histórico, mas a co-crucificação do homem juntamente com Cristo, pois não há vida ressuscitada sem a operação da cruz, e é falsa toda religiosidade que não trouxer as marcas dos cravos no caráter de cristão. O livro é uma obra criteriosa e comprometida com a mensagem essencial e mais urgente para o ser humano. Não propõe um acordo diplomático que negocia divergências de opinião, mas apela como ultimato divino para a salvação do homem e a comunhão com Deus. Contém 186 páginas.

2. MACARTHUR, John. A verdade permanece. Sermões marcantes de John MacArthur. São Paulo: Editora Fiel, 2012. O livro é uma comemoração aos quarenta anos de ministério desse grande autor. MacArthur sempre teve grande habilidade para se comunicar e um grande compromisso com as verdades solenes da Bíblia, por isso tornou-se um grande ícone da pregação cristã, no mundo. A fidelidade de MacArthur e a pregação puramente expositiva da Bíblia tornam esse pregador comparável a Calvino, Manton, Charnock e Lloyd-Jones. O fato de ele continuar no dever, pregando e levando cada vez mais vidas para o arrependimento genuíno e o Cristianismo Puro, torna-o ainda mais influente por todo o mundo. Esses sermões de MacArthur mostram que a exposição da Palavra de Deus não é uma simples moda na pregação, mas é a genuína pregação. Pois as modas com certeza passarão, mas as Escrituras permanecerão para sempre. Contém 287 páginas. 

3. HOUSTON, James. O Criador. Brasília: Editora Palavra. 2009. Este livro é para cristãos que querem seguir em sua jornada rumo a um conhecimento mais profundo de Deus como Criador do céu e da terra. Há inúmeros livros que argumentam a hipótese teísta sobre a origem do cosmos em relação a outras visões. Existem diversos estudos acadêmicos sobre a existência de um Ser Superior. James Houston não escreveu uma obra dessa natureza. Nesse livro vemos o seu apaixonado compromisso pessoal com esse fiel Deus Criador; literalmente, estabeleceu sua família, sua carreira e toda a sua vida na existência de Deus. Aqui está um homem que conhece o Deus sobre o qual escreve. Não consigo imaginar alguém que, ao finalizar a leitura deste livro, não seja recompensado. Contém 336 páginas.

4. FRAME, John. Em Espírito e em verdade. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2018. Este recente e prático livro sobre adoração lança a luz necessária sobre questões relativas ao conteúdo, música, estrutura, liberdade, tendências recentes da adoração e muito mais. Grupos de estudo, líderes e todos os que buscam enriquecer sua experiência de adoração irão beneficiar-se com este estudo criterioso sobre o tipo de adoração que agrada a Deus. Frame penetrou o cerne do assunto com extraordinária clareza. Ele se mantém fiel aos conceitos históricos da tradição Reformada, mas argumenta de modo convincente que as igrejas de hoje devem construir sobre o passado. Frame nos oferece o que mais precisamos agora - princípios bíblicos de adoração que devemos aplicar a nossas circunstâncias particulares. Contém 208 páginas.

5. NOUWEN, Henri. Transforma o meu pranto em dança. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson Brasil, 2007. Repleto de experiências vividas pelo autor e por aqueles que aconselhava, o livro traz conforto e bem-estar em uma linguagem simples e acessível. Embora seja bastante prático em sua abordagem, Henri Nowen evita respostas prontas, simplistas ou simplórias. Para ele, a bondade é o caminho para um modelo de vida enraizado na esperança eterna. Henri Nouwen acredita que as provações que todos enfrentamos exigem mais do que palavras. Frases eloquentes seriam incapazes de amenizar nossas dores mais profundas. No entanto, existe algo que pode nos orientar e nos guiar através do sofrimento a própria presença de Deus em nossas vidas. E é dele que vem o convite para redescobrirmos a felicidade. Contém 112 páginas.

6. SANDE, Ken e Tom Raabe. Os conflitos no lar e as escolhas do pacificador - Um guia prático para lidar com as crises na família. São Paulo: Editora Nutra, 2011. Os autores, propõem uma alternativa bíblica para lidar com os conflitos que trazem tanta dor e separação. Os autores partem do fato de que um conflito sempre começa com algum tipo de desejo. Tais desejos podem se transformar em exigências, que se não forem atendidas evoluirão para julgamentos e terminarão em retaliação. Porém, os autores não se detêm apenas no problema, antes, apresentam de maneira criativa e atraente as soluções bíblicas por meio de inúmeras ilustrações de situações de conflitos familiares. Em todo tempo eles têm em mente que tais conflitos se resolvem com a aplicação de princípios pacificadores. Os princípios e conselhos esboçados neste livro tornarão o seu relacionamento com o cônjuge e filhos mais caloroso, intenso e, sobretudo, agradável a Deus. Isto porque seu lar será um lar de pacificadores, onde todos os seus integrantes serão ensinados e treinados em como aplicar princípios que promovem a paz. Contém 320 páginas.

7. NOUWEN, Henri. Nossa maior dádiva. São Paulo: Editora Loyola, 1997. Um dos mais inspirados escritores espirituais de nosso tempo, Henri Nouwen lança um olhar emocionado à mortalidade humana. À medida que conta suas próprias experiências com o envelhecimento, a perda, o pesar e o medo e reflete sobre sua fé na vida e ensinamento de Cristo, Nouwen sugere com beleza e suavidade que o viver e o morrer podem se tornar dádivas de cada de um de nós para nosso semelhante. Nossos pensamentos e sentimentos, nossas palavras e escritos, nossos sonhos e visões não são exclusivamente nossos. Eles pertencem a todos os homens e mulheres que já morreram, mas continuam a viver em nós. As vidas e as mortes dessas pessoas ainda estão dando fruto em nossas vidas. Sua alegria, esperança, coragem, confiança não morreram com elas, mas continuam a florescer nos corações daqueles que estão ligados a elas pelo amor. Nessa comunhão de vida que suplanta e dá sentido à morte, veremos que nossas mortes também darão frutos na vida de todos aqueles que viverão depois de nós. Contém 102 páginas.

8. GONDIM, Ricardo. Para começo de conversa. São Paulo: Editora Fonte Editorial, 2012. O autor se refere ao seu texto como um novelo de ideias e convida seus leitores a puxar com ele alguns fios. Em seus ensaios, o leitor é desafiado a trocar as lentes e quebrar paradigmas de uma religião que cerca a liberdade e coíbe o amor; repensar a fé, a vida e suas convicções, fazem parte do processo de mudança que todas as pessoas devem desejar para o desenvolvimento de um cristianismo mais ético e mais humano. Contém 215 páginas.

9. BONHOEFFER, Dietrich. Resistência, submissão. Cartas e anotações escritas na prisão. São Leopoldo - Rio Grande do Sul: Editora Sinodal, 2003. Resistência e Submissão é um documento dos últimos anos de vida de Dietrich Bonhoeffer (1943-1945). O livro contém, juntamente com um prefácio, um posfácio e numerosas notas explicativas dos editores, a correspondência de Bonhoeffer com sua família e o amigo Eberhard Bethge, apontamentos teológicos e poemas surgidos na prisão, onde o autor se encontrava devido a seu engajamento na resistência contra o regime nacional-socialista alemão. Estas cartas e anotações são o legado teológico de Bonhoeffer para a cristandade. Contém 638 páginas.

Reunidos | Devocional 11 - Hebreus 12

Uma vida interior


Os dias que vivemos, não há muito o que fazer, apenas ficar em casa. Porque não temos mais agendas lotadas de reuniões, atendimentos, visitas e planejamentos. Nem metas temos para alcançar nesses dias de reclusão. Os dias se estendem num momento de profunda limitação das quatro paredes. Saímos do quarto para a sala e da sala para a cozinha. Estamos confinados num espaço fechado, alguns com alguma abertura de um jardim ou uma rua de condomínio, mas a possibilidade de contato com pessoas reduziu consideravelmente.
As noticias são alarmantes, os casos de Coronavírus sempre aumentando, os leitos ocupados e chegam as informações das pessoas próximas de nós, que estão contaminadas. Surgem as perguntas diversas para a nossa alma: O que podemos fazer? Para onde ir? Que medidas tomaremos? Com quais médicos falamos? Como instruir o nosso povo diante dos desafios do Evangelho?
Agora, mais do que nunca, a mensagem que pregamos ao povo, como pastores, precisa fazer sentido para nós em primeiro lugar. Estamos vivendo a realidade e possibilidade da nossa própria morte. Essa é a hora de realmente cultivarmos dentro de nós o silêncio e a solidão, que ensinamos aos membros das igrejas. Agora é uma boa hora para abandonarmos as vozes externas que nos davam uma sensação de bem estar, no meio de todos e confiar na voz interior do Espirito Santo, que realmente traz todo sentido e alivio profundo para o coração.
Lembro-me das palavras de Davi no Salmo 5:3: De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração e fico esperando. Na calamidade Davi ora a Deus, logo pela manhã, fala com Deus na sua devoção com a certeza de que Deus o ouvirá do jeito divino. A oração matutina nos prepara para a ação, ela nos prepara para esperarmos a resposta da parte de Deus. Pela manhã podemos buscar a face de Deus, a fim de entendermos sua vontade para nós. Este é um item que devemos dar mais importância na vida espiritual.
Como diz Richard J. Foster no seu livro Celebração da Disciplina - O Caminho do Crescimento Espiritual: “A oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual. É pesquisa original em território inexplorado. A meditação nos introduz na vida interior; o jejum é um recurso concomitante, mas a disciplina da oração é o que nos leva à obra mais profunda e mais elevada do espírito humano. A oração verdadeira cria e transforma a vida.”
Orar é mudar. A oração é a avenida central que Deus usa para nos transformar. Davi sabe disto e, por isso, ele diz que pela manhã, Deus ouve a sua voz. E diz também que pela manhã ele apresenta sua oração e vigia.
Vejam que Davi não vê a oração como mais um item na sua agenda espiritual. Para Davi, a oração é uma característica essencial da sua vida. Ele sabe que quanto mais se aproximar do pulsar do coração de Deus, mais ele verá a necessidade de amar ao Eterno da sua vida.
As palavras de Marcos falando sobre o nosso mestre nos chamam a atenção para o tempo de oração. Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava. (Marcos 1.35) O estilo de vida de Jesus era o da oração, e olhem que é o próprio Deus Filho que nos motiva e nos direciona para a oração.
Aprendamos a orar assim! (Alcindo Almeida)

domingo, 29 de março de 2020

Escola divina

O sofrimento de Jó nos ajuda a entender o lugar de Deus na nossa experiência espiritual. O sofrimento de Jó nos mostra que Deus não se prende a esquemas teológicos que construímos de acordo com nossas pretensões. O sofrimento é um item da vida humana, ele nos ensina a perceber que não conseguimos andar sozinhos na vida e nem resolver nossos dilemas do nosso jeito. 
O sofrimento é uma escola divina para nos aproximar mais da graça e da dependência divina! A Bíblia diz no Salmo 119: Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. No sofrimento vemos sempre o cuidado divino na vida! (Alcindo Almeida)

Esta paz que eu sinto em minha alma Não é porque tudo me vai bem

Ontem ouvi uma canção que a Rachel Novaes cantou, Esta paz. Essa música falou profundamente ao meu coração. Lembrei de tempos antigos, no meio das minhas lutas cantava essa canção e realmente sentia a paz que vem do Trono da graça do Senhor. No meio dos choros e das noites escuras da minha alma, eu percebia que a paz era preciosa e profunda no meu ser. Que canção cheia de verdade e consolo para todos nós. (Alcindo Almeida)

Esta paz que eu sinto em minha alma
Não é porque tudo me vai bem
Esta paz que eu sinto em minha alma
É porque eu sigo a Alguém fiel!

Não olho circunstâncias
Não, não, não, olho o seu amor
Não me guio por vista, alegre estou!

Este gozo que eu sinto em minha alma
Não é porque olho ao meu redor
Este gozo que eu sinto em minha alma
É porque eu louvo ao meu Senhor

Ainda que a terra não floresça
E a vide não dê o seu fruto
Ainda que os montes se lancem ao mar
E a terra trema, eu hei de confiar!

Resistência e submissão

A fé é a participação no ser de Jesus. (Encarnação, cruz e ressurreição) Nossa relação com Deus não é uma relação “religiosa” com o ser mais elevado, mais poderoso, melhor que se imagine - isto não é transcendência genuína, mas nossa relação com Deus é uma nova vida na existência para os outros, na participação no ser de Jesus Cristo. (Resistência, submissão, Dietrich Bonhoeffer)

Meditemos nessa música preciosa de Jorge Camargo


https://www.facebook.com/jorgegcamargof/videos/653910068728604/

quinta-feira, 26 de março de 2020

Respirando Deus

Há uma peça chamada Esperando Godot, de Samuel Beckett. A história é bem simples: dois “vagabundos” aguardam infinitamente, num descampado, a vinda do senhor Godot, que nunca aparece. Beckett chegou para distorcer e renovar a forma de fazer teatro. Esperando Godot tenta ridicularizar nossa vida cotidiana para mostrar o absurdo de nossa existência em um mundo completamente caótico.
O desenrolar da peça mostra a futilidade e insanidade do homem em espera por Godot. Na verdade é a história sobre a realidade do que é homem. O interessante é notar que cada vez que o homem espera pelo outro, ele se frustra cada vez mais porque o outro é sempre falho, incapaz de por si mesmo, aparecer ou resolver qualquer conflito da existência humana que sempre fica esperando. Nessa peça percebemos que o ser humano é impotente e não consegue andar sozinho. Quando transportamos para a realidade espiritual, percebemos que sem Deus o ser humano fica oco, vazio e sem vida.
Quando o ser humano vive sem a direção do Criador, sem fé no seu coração, ele vira um órfão cósmico, ele precisa se voltar para Deus, do contrário morre na solidão. Precisamos do Criador se comunicando conosco, porque sem sua fala inexistimos e ficamos sem vida. É a ideia do texto de Deuteronômio 5:24 que afirma: E dissestes: Eis aqui o Senhor nosso Deus nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; hoje vimos que Deus fala com o homem, e que este permanece vivo.
Quando o Criador de todas as coisas fala com o ser humano, ele fica vivo, ele pode sentir, ele pode se relacionar com os outros, porque a vida divina está nele. Não ficamos perdidos como os órfãos cósmicos, somos achados e respiramos Deus. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 23 de março de 2020

Um toque da graça

Agora é uma hora para todos nós como seres humanos percebermos que a nossa humanidade não depende de nós, depende de quem veio, de Deus. Não somos auto suficientes, não somos os donos do nosso próprio destino como a mídia, os humanistas e individualistas dizem e querem provar. 
Devemos nos lembrar das palavras de Jó quando reconheceu sua limitação como ser pequeno e incapaz de questionar o Criador: Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
Somos muito fracos, impotentes, limitados, pequenos e não temos respostas para os dilemas da vida. Sofremos, choramos e lamentamos diante da dor e das aflições que vivemos. Diante do quadro atual, do sufoco que estamos passando, devemos nos ajoelhar e suplicar para quer a boa mão do Eterno nos toque com graça, amor e compaixão. Que semelhantemente a Jó, nos arrependamos no pó e na cinza. (Alcindo Almeida)

O teste divino | por Alcindo Almeida

O ser humano é muito frágil

Estava refletindo e conversando com alguns amigos, sobre tudo o que está acontecendo em nosso país e no mundo inteiro. Acredito que é muito difícil falarmos sobre esse momento, mas percebo que esse Coronavírus é um resultado apenas dos fins dos tempos.
Creio que vemos alguns cumprimentos da escatologia bíblica, mas isso não nos dá a liberdade de ficar tirando conclusões dos motivos porque Deus permitiu o Coronavírus. Alguns estão citando que o texto bíblico se cumpriu para ficarmos em casa, ou que o Coronavírus é semelhante as dez pragas do Egito, e onde estiver o sangue de Cristo não haverá morte. Não é dessa maneira que tratamos tudo isso.
Há muita fantasia espiritual, muita infantilidade religiosa, tentando explicar os fatos ocorridos e essa pandemia que assola o mundo inteiro. Acredito que Deus quer nos ensinar que devemos valorizar mais o ser do que o ter! Deus quer nos ensinar a necessidade de uma espiritualidade mais próxima e verdadeira na presença dele. Deus quer nos ensinar a tê-lo como centro da nossa vida.
Deus quer nos ensinar a realidade que somos pequenos demais e nada pode resolver os problemas da nossa vida, a não ser Ele. Deus quer nos ensinar que todo mundo está sobrevivendo sem a correria louca que nos rouba a devoção, oração e comunhão na família!
Deus quer nos ensinar que o ser humano é frágil, limitado e completamente insuficiente para resolver os dilemas dessa vida.

domingo, 22 de março de 2020

O verbo encarnado | Alcindo Almeida

O ritmo divino da graça | por Alcindo Almeida

A sedução do sucesso | II Reis 5. 1-19 | Rev. Alcindo Almeida

O nosso prazer maior



Henri Nouwen diz que ser convertido é ver que Deus nos conduz para fora da nossa compulsão. A liberdade em Deus é o oposto das obsessões compulsivas. É evidente que esse processo em nosso coração não é algo fácil, porque somos movidos por necessidades prementes. Somos movidos pelo nosso ego que quer dominar todas as situações da vida.
Queremos a solução dos problemas de maneira instantânea e por isso, algumas vezes, usamos Deus como uma âncora e não como o Senhor absoluto de tudo na vida. O resultado para essa fobia humana é desgaste nas emoções, ansiedade e desconfiança no que Deus pode fazer.
Acredito que precisamos experimentar o que Davi expressa diante de Deus no Salmo 16:1, 2 e 11: Guarda-me, ó Deus, pois em ti me refugio. Eu disse ao Senhor: Tu és meu Senhor! Tudo que tenho de bom vem de ti. Tu me mostrarás o caminho da vida e me darás a alegria de tua presença e o prazer de viver contigo para sempre.
Quando olhamos nesse texto, percebemos que Davi declara a sua dependência total naquele que é absoluto, naquele que é o dono da criação, naquele que traz confiança, conforto, alegria e paz para os seus filhos. As inúmeras riquezas de Davi não são o seu bem, o seu poder como rei de Judá. A cidade de Hebrom não é o seu bem. As suas mulheres não são o seu bem. Mas, só Deus que é o seu Senhor, só Deus é o seu bem. Davi não tem outro bem além do Senhor. Queremos tranquilidade para a nossa vida?
Entreguemos a família, a nossa vida e tudo o que temos nas mãos do Senhor. Porque ele é o nosso Deus único, ele é o nosso prazer maior. Se o carro, a casa, a mulher, o marido e os filhos são o nosso prazer maior, então há algum problema na vida. Porque só há felicidade na nossa vida, quando temos o Senhor Deus como nossa única adoração, como nosso prazer maior.
Davi termina o Salmo dizendo: Tu me darás a alegria de tua presença e o prazer de viver contigo para sempre. A presença divina nos livra das compulsões da vida, nos livra de depender de nós mesmos, nos livra do ego, porque sabemos que ele está ao nosso lado e preenche o nosso ser com sua alegria e paz. Aprendamos a depender daquele que é a nossa alegria eterna e aquele que está presente para sempre em nosso coração! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 17 de março de 2020

Nele vivemos e existimos!

O escritor Henri Nouwen fala sobre o duro e doloroso desmascaramento de nossas ilusões. Ele diz é uma grande ilusão acharmos que a vida é uma propriedade a possuir ou um objeto a segurar, e que as pessoas podem ser manipuladas ou governadas.
Nouwen fala sobre a lógica que estabelecemos pela qual as coisas devem acontecer do jeito que queremos. Até os sonhos revelam tantas vezes quão grande é a nossa ilusão. Estamos vivendo um momento delicado em nosso país, a pandemia chegou aqui. Há medo cercando a vida das pessoas e todos estão meio perplexos com a velocidade do vírus entre nós.
Essa realmente é a hora de perceber que somos muito frágeis nessa vida, basta um vírus espalhado pelo planeta e percebemos que a nossa vida é tão insegura em termos de humanidade. Percebemos que se Deus não cuidar dos detalhes da nossa existência, estamos completamente perdidos.
Exatamente nessas horas percebemos o quanto essa vida terrena é uma ilusão. A grande maioria de nós tinha planos, metas, ações e inúmeros compromissos para esse mês e tivemos que cancelar, adiar e arrumar algum jeito de remanejar para quando der. Vale lembrar e refletir nas palavras de Paulo em Atos 17 quando afirma: O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.
No meio das ilusões que vivemos como seres humanos, temos uma certeza, Deus é o Senhor de tudo e de todos. Ele fez o céu e a terra, quem a todos dá vida, respiração e tudo mais. E Paulo dá um nocaute divino em nós quando afirma: Nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.
Saibamos disso, no meio de todos os acontecimentos, estamos debaixo da graça e do cuidado do Eterno Deus. Nele vivemos e existimos! (Alcindo Almeida)

domingo, 15 de março de 2020

O Reino de Deus dentro de nós

Jesus disse certa vez: O Reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.
Sofrer pelo Reino é abrir mão do nosso ego, da nossa soberba, da nossa fama de querer tomar o lugar do divino. É dizer que somos cristãos e vivermos como tais. Daí temos que lutar para não mentir, para não levar vantagem em cima de ninguém. É viver uma vida limpa, honesta e santa a tal ponto de não transar antes do casamento, porque a Bíblia diz que o nosso corpo é templo do Espírito.
É não abrir mão da santidade em nenhum momento da vida, seja nas palavras ou nas atitudes. É lutarmos contra nós mesmos para honrar o Evangelho da cruz. Enfim, sofrer pelo Reino de Deus é morrermos todo dia para a nossa própria vida. 
Sofrer pelo Reino é ter Cristo no centro do coração e da vida. O Reino de Deus está em nós e vivemos cada dia com essa perspectiva no coração. Tudo que fazemos é pelo Reino de Deus em nós. (Alcindo Almeida)

sábado, 14 de março de 2020

A Trindade fazendo em nós

O mundo está cheio de religiões que desejam construir escadas para que a humanidade suba até Deus. Infelizes dessas religiões, porque não somos nós que vamos até Deus. Ele que desce e vem até nós. Não somos nós que o amamos primeiro, ele que toma a iniciativa divina de nos amar e se entregar por nós numa cruz!
Precisamos revisar o ensino sobre o Evangelho, não é o homem que vai até Deus, não é o homem que conquista as bênçãos divinas. Deus que vem, Deus que nos abençoa porque ele quer e ponto final. O Evangelho genuíno, não é "nós fazemos", mas a Trindade fazendo em nós!
Jesus diz que ele é o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai, senão por Ele. Tudo passa pela Trindade, jamais pelo ser humano. Não há iniciativas de seres humanos para se comunicarem com Deus, não há a possibilidade de movermos o coração de Deus. Ele que realiza tanto o querer como o realizar. Ele que fala, toca no coração e realiza a regeneração em nós. Sozinhos, estaríamos totalmente perdidos e sem rumo.
Louvado seja o Eterno Deus que toca em nós e nos dá a graça de sermos amados por Ele sempre! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 13 de março de 2020

A casa de Deus Pai


A parábola do Filho Pródigo é um roteiro espiritual. O garoto rompe com o pai, pede a herança antes do pai morrer e vai para uma vida distante do afeto, atenção e cuidado do pai. O filho pródigo opta por uma vida solitária no mundo a fora e deixa de lado toda referência que ele tem diante do pai. Ele desfruta de tudo na vida, se diverte, destrói tudo o que o pai lhe deu e se encontra num estado deplorável de abandono, solidão e pecado.
O texto afirma: Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.
O garoto cai em si e percebe que a casa do pai é bem diferente, ele descobre que perdeu um lugar maravilhoso, seguro e amável. Ele descobre nas aventuras ilícitas da vida, que voltar para casa é fazer sua morada onde seu pai lhe dá segurança, afeto e graça. Ele reconhece seus erros e o quanto precisa, carece e necessita do pai. Ele reconhece que nem merece mais ser chamado de filho pelo seu pai. Ele deseja voltar para casa urgentemente. O que aprendemos com tudo isso?

1. A casa de Deus Pai é o centro do nosso ser onde podemos ouvir a voz que diz que somos filhos amados.
2. A casa de Deus Pai é o lugar onde desfrutamos da comunhão e amizade sem medo.
3. A casa de Deus Pai é o lugar onde somos abraçados e aceitos mesmo quando erramos e pecamos. A casa de Deus Pai é o lugar onde temos liberdade que o mundo e os prazeres não nos dão jamais. Como diz o escritor Henri Nouwen no seu livro A volta do filho pródigo: “Deus é o pai que olha para os seus filhos e vai ao seu encontro, abraça-os e os traz para a sua casa.” (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 12 de março de 2020

Criem silêncio!

No texto sagrado de Mateus, Jesus afirma: Quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. Esta passagem torna incontestável a necessidade de certo nível de silêncio e solidão na vida se alguém pretende orar bem, se pretende crescer na vida espiritual. Sem as águas profundas e purificadoras do silêncio e da solidão, podemos incorrer numa vida espiritual estagnada e infrutífera.
O grande Soren Kierkegaard comentando que o estado da sociedade na sua época, disse: “Se fosse médico e pedissem meu conselho, responderia: criem silêncio! Levem as pessoas ao silêncio. Não se pode ouvir a Palavra de Deus no mundo barulhento de hoje.” A ideia de Jesus é de termos um tempo a sós com o Pai. Entrar e fechar a porta do nosso quarto, tem a ver com silêncio, contemplação e intimidade.
O silêncio é algo que a vida na pós-modernidade não valoriza, por não ter qualquer função utilitária. O silêncio fica fora do mundo de lucro e utilidade; não se pode explorá-lo em busca de lucro; dele não tiramos quase nada. Porque no processo do silêncio temos que desnudar a nossa alma e nos preparar para ouvir a voz do Eterno Deus dentro de nós. 
O silêncio diante do Pai, no secreto do quarto, é na realidade, a oração do Espírito Santo orando dentro de nós. Lá dentro do nosso quarto podemos dizer quem somos, como estamos e quais as mudanças que precisamos experimentar. Lá dentro, o Espírito nos ajuda nas fraquezas e limitações do nosso ser.
Não tenhamos medo de silenciar o nosso coração no momento de oração e contemplação diante da Trindade. Aprendamos a reservar um tempo a sós com a Trindade. Precisamos entrar no quarto e desfrutar desse momento de comunhão, aprendizado e crescimento diante de Deus. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 10 de março de 2020

Remédio santo

Alexander Mac Laren disse: "A cruz é o centro da história do mundo; a encarnação de Cristo e crucificação do nosso Senhor constituem o sustentáculo em torno do qual giram os eventos dos séculos.”
Paulo afirma 1 Coríntios 2:2 que decidiu nada saber, senão a Jesus Cristo e este crucificado. A vida de Paulo foi pautada pela cruz de Cristo. Ele respira essa visão em tudo que ele falava, vivia e sentia. Tudo para Paulo demonstrava o seu entendimento da cruz no seu peito.
A cruz realmente é o centro da história desse Universo, a cruz diz o que somos e o que necessitamos. Nós necessitamos de redenção diante do estrago que o pecado gerou. Fomos manchados pela culpa em Adão e houve separação entre nós e o Criador. Algo precisaria acontecer para haver um resgate dos seres humanos na presença de Deus.
Deus decide no plano eterno que a cruz será o meio usado para esse resgate dos seus eleitos. Os seus eleitos experimentarão a reconciliação através da morte e morte numa cruz. J.C. Ryle disse: "A cruz é a única alavanca que até aqui tem revirado o mundo de cabeça para baixo, e tem feito os homens abandonarem os seus pecados. E, se isto não o fizer, nada o fará."
A cruz é o remédio santo para livrar os eleitos de Deus da condenação eterna. Sem cruz não há libertação, sem cruz não teríamos acesso à comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Bendito seja o Deus que foi até a cruz para nos livrar da pena eterna que nos separaria da comunhão com Ele. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 9 de março de 2020

O efeito da cruz

Meu amigo Glenio Paranaguá afirma no seu livro, Cruz credo, o credo da cruz: “O cristianismo é o reflexo pleno da obra de Deus consumada na cruz. Ninguém pode ser considerado um cristão se não tiver as marcas da cruz em sua vida. Só os crucificados podem ostentar as cicatrizes da cruz. Não é possível tornar-se cristão sem os sinais da cruz em sua maneira de viver. Sem a cruz não há qualquer evidência de vida substituída. A salvação de Deus não é uma reforma de tapera, mas a demolição completa dos escombros e a construção de um novo edifício. Deus não faz restauração. A cruz extirpa o velho. A ressurreição implanta o novo. A cruz veio para crucificar o velho homem. Sem a morte do velho homem na cruz com Cristo, não há possibilidade da manifestação do novo homem com a ressurreição do Senhor Jesus Cristo.”
Paulo disse que estava crucificado com Cristo e não vivia mais para si mesmo, ele vivia para Jesus que realizou a justificação trazendo a reconciliação com o Deus Pai. Quando a cruz atingiu o nosso ser, veio a redenção por meio da ação do Espírito Santo. A obra do Calvário quando Jesus derramou o seu sangue precioso, trouxe vida, restauração e santidade para nós mesmo como pecadores.
Paulo pregava a cruz de Cristo, pregava que Cristo veio salvar pecadores, dos quais, ele era o principal. Ele entendeu o efeito da cruz em seu ser. Como precisamos refletir sobre essa verdade. A cruz é o centro da redenção. O texto sagrado em Isaías afirma: Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
Na cruz, o Deus Pai fez cair toda maldade, pecado e pena sobre o seu Filho amado. Na cruz o cruel da raça humana eleita, caiu sobre Jesus. Na cruz, todos os distúrbios, mentiras, falsidades e toda hipocrisia foram expostos através do Filho de Deus. Ele morreu e depois ressuscitou para trazer graça, redenção e resgate para os seus eleitos.
Bendito seja o Eterno Deus pela nossa redenção através da cruz do Calvário e da ressurreição do Salvador e Senhor Jesus! (Alcindo Almeida)

sábado, 7 de março de 2020

Suprimento de necessidade

Lendo o capítulo 17 de I Reis, o texto nos mostra a experiência do milagre que aconteceu na casa da mulher viúva que Elias pediu água. Não foi por causa de Elias que houve o milagre. Nem por causa da confiança da mulher em Elias, não, não! O milagre aconteceu por causa da ação de Deus sob a vida do profeta Elias.
Elias foi um instrumento precioso nas mãos do Senhor para a realização daquele milagre. Houve muita abundância para vida daquela mulher e dos seus. Houve a providência de Deus para aquele lugar através da instrumentalidade do Senhor na vida do seu servo Elias.
Na nossa vida é assim também, Deus sempre usa alguém ou algum recurso para suprir as nossas necessidades dia a dia. Vejam que o suprimento foi abundante na vida daquela mulher. Deus sempre faz isso com o seu povo. Ele sempre supre as nossas necessidades de alguma forma através da sua preciosa providência. Portanto, cada dia temos que descansar na providência de Deus, pois, ele cuida sempre de nós. Como disse o apóstolo Paulo: O meu Deus segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória por Cristo Jesus. (Fil. 4.19)
Pelo fato de Deus suprir sempre as nossas necessidades, temos que adorá-lo, bendizê-lo todo dia da nossa vida. Por ele ser tão cuidadoso para conosco, ele é o nosso bem querer. (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 6 de março de 2020

Um sorriso de novo

Em Gn. 46 vemos a história do encontro de Jacó com o seu filho José. O velho Jacó estava sem esperanças quanto ao amado filho estar vivo e de repente, chega a notícia: José está vivo papai! Ele mandou nos buscar por causa da fome que há na terra.
Fico imaginando a reação de Jacó: Vocês devem estar doidos, só verei José na eternidade, quando partir daqui. O texto diz assim: Mas, os irmãos voltaram para o seu pai Jacó, em Canaã. Ao chegar, deram a notícia: José ainda está vivo e governa sobre toda a terra do Egito!
Jacó ficou paralisado de surpresa! Não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Mas, à medida que eles iam contando tudo que havia acontecido e o que José tinha dito e depois de ver as carroças enviadas por José para transportá-lo na viagem, ele recobrou o ânimo. 
O texto diz que o espírito do ancião reviveu, e ele disse: Já ouvi o suficiente. Meu filho José ainda está vivo! Preciso ir vê-lo antes de  morrer. 
É isso que Deus faz com os seus amados, Ele dá a possibilidade de sonhar, de ver os milagres, de ver um sorriso de novo no coração. De ver a esperança brotando de novo no coração.
O texto diz que o espírito do ancião reviveu. É isso que Deus faz com a gente! Deus faz o nosso coração reviver, a nossa esperança brotar de novo. Deus faz as feridas do passado serem curadas, tudo pela graça e bondade dele! Isso faz a gente sonhar de novo e depender cada vez mais do Eterno Deus. Isso faz a gente confiar mais que o Eterno Deus dirige e controla a nossa vida em cada detalhe dela! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 5 de março de 2020

Um mentor na vida

Hoje vivemos dias em que cada um anda por si mesmo. Temos um vazia enorme em termos de relacionamentos mais construtivos e afetivos. Percebemos que as pessoas lutam sozinhas e andam sem referenciais. No passado, nós crescíamos tendo como espelho, os mais experientes e vividos na jornada da vida. Muitos de nós crescemos querendo ser como os pais, porque eles eram nossos paradigmas, modelos e exemplos em vários aspectos da vida.

A geração de hoje, caminha sozinha e acha que pode crescer sem ajuda e sem direcionamento. Na vida espiritual, fica evidente e claro que precisamos de um acompanhamento espiritual, uma mentoria espiritual. A mentoria espiritual nos ajuda na conexão com Deus na oração e na vivência com as Escrituras Sagradas. Quando isso acontece, a vida começa a ser transformada, pois Deus trabalha de formas maravilhosas usando pessoas para nos ajudar no foco da espiritualidade.
Sendo assim, o propósito da mentoria é a nossa formação espiritual – a capacidade consciente e em permanente fortalecimento de viver uma vida espiritual a partir do coração e dos sentidos mais profundos da espiritualidade bíblica. Uma vida espiritual não pode crescer e amadurecer sem disciplina, sem prática e sem responsabilidade.
Nas Escrituras percebemos que a mentoria espiritual gera um crescimento profundo. Quando olhamos para o investimento de Paulo em Timóteo, percebemos que há um crescimento na vida desse jovem, fora do comum. Paulo pega esse jovem pastor e começa a dar dicas sobre a vida com Deus e o seu preparo como pastor da comunidade. Paulo faz o trabalho de mentoria dizendo para o jovem: Conserva a fé, e a boa consciência. Exercita-te a ti mesmo em piedade. Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir. Não despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. Timóteo, persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.
Vejam como a necessidade de um mentor na nossa vida é algo relevante. Busquemos mentores espirituais, que são instrumentos de Deus para cuidarem do nosso coração e da nossa espiritualidade bíblica. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 3 de março de 2020

A trindade humana



Vivemos no Século da independência, viemos um tempo de autonomia humana. O ser humano faz tudo, projeta tudo e decide tudo. Ele se acha o supra sumo do céu. Gosto do termo usado por Eugene Peterson para identificar essa autonomia humana, então temos uma “trindade substituta”. Eugene diz que esse método é muito pessoal e também bem trinitariano, mas também totalmente antagônico àquilo que é alcançado em submissão à autoridade do Espírito Santo. O pensamento/oração trinitariano diante das Escrituras cultiva um padrão e uma atitude que se submete a ser totalmente formado por Deus, da maneira que Deus se revela, total e pessoalmente, como Pai, Filho e Espírito Santo nas Sagradas Escrituras.

Eugene diz que a alternativa para isso é assumirmos a responsabilidade pela nossa própria formação. A forma mais popular de conceber o ser humano nos nossos dias é procurar entendê-lo de forma trinitariana. Ele sugere que as três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, foram substituídas pela trindade pessoal dos nossos Santos Desejos, nossas Santas Necessidades e nossos Santos Sentimentos. Vivemos num tempo no qual dependemos de nós mesmos.
Vivemos num tempo em que todas as decisões são nossas, não respondemos como nos ensina Tiago: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Essa trindade humana gosta de reinar mesmo, gosta de se impor. Que tragédia para a vida quando vivemos em função de nós mesmos. Nos esquecemos que nem o nosso ar, temos a possibilidade de controlar. Não somos capazes de decidir nada quanto ao movimento do Universo, que dirá controlarmos a nossa vida.
Não sejamos escravos dessa trindade humana, vacilante e pobre. Não podemos nada, não fazemos nada sozinhos. Precisamos do toque do Criador para todos os passos que dermos. Realmente, Tiago está coberto de razão quando afirma: Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. - Tiago 4:14,15 (Alcindo Almeida)

  

segunda-feira, 2 de março de 2020

Amigos que fortalecem

Nesses dias vi um filme excelente e bem antigo: O Terminal. A cada momento fui prestando a atenção nas inúmeras lições que o filme tem. Viktor Navorski é um cidadão da Europa Oriental que viaja rumo a Nova York justamente quando seu país sofre um golpe de estado, o que faz com que seu passaporte seja invalidado. Ao chegar ao aeroporto, Viktor não consegue autorização para entrar nos Estados Unidos.
Imaginemos viver em um aeroporto por dias depois de sermos impedidos de entrar na cidade de Nova York porque o nosso país está em guerra e o nosso documento foi invalidado. Bem, é assim que Viktor Navorski está e ele precisa improvisar uma maneira de sobreviver no aeroporto. Mesmo sem falar quase nada de inglês, o imigrante consegue a ajuda de Enrique Cruz para se alimentar. Em troca, ele deve levantar informações pessoas sobre um oficial da alfândega para o funcionário. Com o passar do tempo, Viktor Navorski começa a perceber um mundo à parte em sua "prisão" e conhece pessoas com quem tem relações quase familiares, como a aeromoça Amelia que encontra no estranho um ombro para lamentar suas relações amorosas.
Viktor Navorski faz amizades que se tornam relevantes, ele começa a perceber que não está sozinho na vida, tem gente que se importa com ele. Assim é na nossa vida, no meio das lutas e complicações dela, Deus coloca pessoas para nos cercar e nos ajudar. Deus manda esses amigos para nos socorrerem. Viktor Navorski percebe naquele lugar, totalmente novo para ele, que havia pessoas que tinham histórias de vida como a dele e que ele poderia contar. 
Busquemos os amigos que nos fortalecem, nos ajudam e nos dão apoio quando nos sentimentos sozinhos. Jesus é esse amigo, sempre presente, jamais nos abandona e jamais nos deixa solitários nessa vida. Ele nos assiste em todos os momentos da vida. (Alcindo Almeida)