sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Leituras em janeiro de 2020


 1.             ROTTERDAM, Erasmo. Elogia da loucura. São Paulo: Editora Lafonte, 2017. Neste libelo do teólogo Erasmo de Rotterdam (1469?-1536), quem fala é a Loucura. Sempre vista apenas como uma doença ou como uma característica negativa e indesejada, aqui ela é personificada na forma mais encantadora. E, já que ninguém lhe dá crédito por tudo o que faz pela humanidade, ela tece elogios a si mesma. O que seria da raça dos homens se a insanidade não os impulsionasse na direção do casamento? Seria suportável a vida, com suas desilusões e desventuras, se a Loucura não suprisse as pessoas de um ímpeto vital irracional e incoerente? Não é mérito da Loucura haver no mundo laços de amizade que nos liguem a seres perfeitamente imperfeitos e defeituosos? Nas entrelinhas de Elogio da Loucura, o humanista Erasmo critica todos os racionalistas e escolásticos ortodoxos que punham o homem ao serviço da razão (e não o contrário) e estende um véu de compaixão por sobre a natureza humana. Pois a Loucura está por toda parte, e todos se identificarão com algum dos tipos de loucos contemplados pelo autor. Afinal, como ele próprio diz - Está escrito no primeiro capítulo do Eclesiastes - O número dos loucos é infinito. Ora, esse número infinito compreende todos os homens, com exceção de uns poucos, e duvido que alguma vez se tenha visto esses poucos. Contém 111 páginas.

2.             NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do mal. São Paulo: Editora Lafonte, 2017. Além do bem e do mal é uma das obras mais representativas de Nietzche. Nela estão quase todas as questões que caracterizam o pensamento do filósofo. Ideias como vontade de poder, amarras religiosas e a singularidade do homem desafiam o leitor a refletir. Contém 224 páginas. 

3.             KELLER, Timothy. O profeta pródigo: Jonas e o mistério da misericórdia de Deus. São Paulo: Editora Vida Nova, 2019. Como Deus pode ser as duas coisas, misericordioso e justo? Essa pergunta não é respondida no livro de Jonas. No entanto, como parte da Bíblia como um todo, o livro de Jonas é semelhante a um capítulo que impulsiona o enredo geral das Escrituras. Ele nos ensina a olhar para o futuro e ver como Deus salvou o mundo por meio daquele que se dizia maior que Jonas (Mt 12.41), a fim de que pudesse ser justo e também justificador daqueles que creem (Rm 3.26). Em O Profeta Pródigo, Timothy Keller revela as camadas escondidas do livro de Jonas e mostra que, apesar de o protagonista dessa história ter sido um dos piores profetas de toda a Bíblia, ele tem muito em comum com a Parábola do Filho Pródigo e com o próprio Jesus, o qual vê muitas semelhanças entre si e o “profeta pródigo”. Keller interpreta a extraordinária (e enigmática) conclusão dessa história e nos mostra a poderosa mensagem por trás da vida de Jonas: a extraordinária graça de Deus. Somente quando nós, leitores, compreendermos inteiramente esse evangelho é que não seremos nem exploradores cruéis como os ninivitas, nem crentes farisaicos como Jonas, mas, sim, homens e mulheres à imagem de Cristo, transformados pelo Espírito. Contém 208 páginas.

4.             GRÜN, Anselm, Assländer, Friedrich. Trabalho e Espiritualidade - Como dar novo sentido à vida profissional. Rio de Janeiro: Vozes Nobilis, 2014. Muitos acreditam que espiritualidade e trabalho estariam em contradição. Aqueles que trabalham muito não seriam espirituais, e pessoas espirituais trabalhariam menos. Contrariando essa afirmação, Anselm Grün e Friedrich Assländer mostram em “Trabalho e Espiritualidade” como a união da oração e do trabalho dá certo e como a pessoa espiritual encontra um sentido em seu trabalho, independentemente de aspiração profissional e de sucesso. Contém 184 páginas.

5.             EAGLETON, Terry. A morte de Deus na cultura. São Paulo: Editora Record, 2016. O autor investiga as contradições, dificuldades e significados do desaparecimento de Deus na era moderna. Com base em um vasto espectro de ideias e problematizações de pensadores desde o Iluminismo até os dias de hoje, o autor discute o estado da religião antes e depois do 11 de setembro; as ironias do capitalismo ocidental, que deu origem à criação não apenas do secularismo, mas também do fundamentalismo; e os insatisfatórios substitutos surgidos na era pós-iluminista a fim de preencher o vazio deixado pela ausência de Deus. Com a lucidez e elegância que caracterizam o seu estilo, o autor reflete sobre as capacidades únicas da religião, a possibilidade da cultura e da arte como caminhos modernos para a salvação, o impacto no ateísmo da chamada guerra ao terror, e muitos outros tópicos importantes para aqueles que vislumbram um futuro em que comunidades misericordiosas prosperem. O resultado é um estudo do pensamento moderno que também serve como intervenção oportuna e extremamente necessária em nosso preocupante cotidiano político, a nos advertir, sem hesitar: se Deus está morto, o próprio homem também está chegando ao fim. Não restaria, portanto, muita coisa a desaparecer. Contém 224 páginas. 

6.             SHELLEY, Bruce. História do cristianismo: Uma obra completa e atual sobre a trajetória da igreja cristã desde as origens até o século XXI. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018. Já em sua quarta edição nos Estados Unidos, História do cristianismo tornou-se a principal escolha de leigos e líderes religiosos, inclusive sendo utilizado como texto-base em diversas salas de aula. De maneira clara e organizada, Dr. Bruce Shelley apresenta neste grande clássico a trajetória da igreja cristã para os leitores de hoje, usando como pano de fundo a vida de personagens importantes – suas motivações, as questões com as quais tiveram de lidar, as decisões que tomaram. O resultado é a História que se lê como uma história, quase tão dramática e emocionante como um romance. No entanto, não há ficção aqui, mas um trabalho minuciosamente pesquisado e cuidadosamente elaborado por Shelley com precisão histórica. A popularidade contínua deste livro comprova o sucesso da realização de seu propósito: tornar a história da igreja clara, inesquecível e acessível para todos os leitores. Contém 550 páginas.

7.             YANCEY, Philip e Paul Brand. Feito de um modo especial e admirável. A harmonia entre o mundo natural e o espiritual. São Paulo: Editora Vida, 2011. Veja essa extraordinária comparação do corpo humano com o corpo de Cristo dada pelos autores Philip Yancey e Paul Brand, fazendo um jogo com a análise desde as células, ossos, órgãos, e outros, trazendo a vida cristã no seu âmago e relevando cada detalhe que é muito importante nas pessoas, nas concepções, condutas e outros. A ala evangélica da fé, de modo especial, tende a fazer crer que todas as respostas podem ser codificadas em uma declaração abrangente de fé. Quem questiona doutrinas básicas é às vezes tratado como um estranho no Corpo de Cristo e é obrigado a passar pela humilhação da culpa e da rejeição. Por esse motivo, no mundo evangélico, a dúvida é muitas vezes um fenômeno privado. Aquele que, dentre nós, é tentado a ostentar esse tipo de severidade, deve retornar à analogia dos ossos vivos. Os novos crentes precisam de tempo para que os ossos da fé se fortaleçam. Contém 262 páginas. 

8.             HOPKINS, Evan. O andar que agrada a Deus. Londrina: Editora Ide, 2018. Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida (Rm 6:4). É de primordial importância que possamos ver claramente, não somente o destino final deste “andar”, mas também o seu ponto de partida. Uma característica marcante de todo o ensino do Santo Espírito é que Ele sempre nos conduz a Cristo, a algum fato no qual Cristo é o centro. Na passagem onde ocorrem as palavras, assim também andemos nós em novidade de vida, nossos pensamentos são direcionados para o fato histórico da crucificação de Cristo, com o objetivo de mostrar a origem e o motivo de nossa justificação. Revelando também a fonte e o segredo da nossa libertação prática da servidão ao pecado. Contém 112 páginas. 

9.             GONZÁLEZ, Justo. Cultura e Evangelho. O lugar da Cultura no Plano de Deus. São Paulo: Editora Hagnos, 2008. O desafio da missão cristã consiste, segundo o doutor, González, em entender correta e teologicamente o que é a cultura, que lugar ocupa no plano de Deus, como funciona e qual é a relação da igreja com a cultura, porque somente assim poderemos entender a nós mesmos e também nossa missão. Os sete capítulos do livro abordam magistralmente temas fundamentais: a relação entre fé e cultura, cultura e criação, cultura e pecado, cultura e diversidade, cultura e evangelho, cultura e missão e cultura e culto. Trata-se, portanto, de um livro muito útil e necessário para a vida e missão da igreja na América Latina. Contém 184 páginas. 


10.          NOUWEN, Henri. Pobres palhaços em Roma. Reflexões sobre solidão, celibato, oração e contemplação. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997.  Este livro nasceu durante umas poucas semanas de permanência do autor em Roma. Nesse tempo ele percebeu que no grande cenário que Roma representa, às vezes, os protagonistas não são nem os cardeais, nem a brigada vermelha, e nem sequer os grandes monumentos históricos. A história real da cidade é contada pelos palhaços. Esses palhaços aparecem nos intervalos dos atos, fazendo-nos rir e relaxar das tensões criadas pelos grandes heróis que viemos admirar. Contém 112 páginas.

Somos seres complexos


John V. Taylor disse certa vez: “Nenhum homem é uma ilha” tem uma voltagem cinquenta vezes maior do que “Nenhum homem é auto-suficiente.” O ser chamado homem, ou seja, ser humano, é cheio de loucuras e ações estranhas. Na verdade, algumas vezes, ele não é uma ilha, e em outras vezes ele é auto-suficiente. Calma, deixe eu tentar explicar esse processo doido envolvendo esse ser chamado homem. 
Olhemos para as loucuras dentro da própria história bíblica. Abraão, o homem escolhido por Deus para ser um patriarca e aquele que encabeçaria uma nova nação denominada como pode de Deus, tentou empenhar a própria esposa Sara diante de um Faraó, que nem conhecia Deus. Essa mesma senhora, quando soube na sua plena velhice, que Deus estava disposto a lhe dar um filho como promessa da aliança com seu esposo, riu dentro de sim mesma. 
Olhando para Salomão, o homem mais sábio que a terra já teve, escreveu milhares de provérbios declarando o tamanho da sua sabedoria, mas se inclinou diante dos deuses falsos da sua época, ofendendo a santidade de Deus. 
Temos no relato bíblico homens e mulheres que sabiam quem Deus era, o que Ele realizava no coração humano e mesmo assim, se confundiram na caminhada com Deus. Eles agiram como se não fossem uma ilha e agiram como se fossem auto-suficientes. Pois bem, é com esse tipo de gente que Deus faz aliança, faz um pacto eterno. Mesmo sendo meio volúveis nas ações e nos sentidos, Deus ainda quer dialogar e manter sua aliança eterna conosco. Opa! Conosco? Isso mesmo, porque falávamos dos personagens bíblicos, parece que estávamos fora dessa lista de estranhos e cheios de mudanças no ser. 
Somos iguais a Abraão, Sara e Salomão, temos os mesmos defeitos e, por vezes, queremos ser auto-suficientes na vida e nos detalhes dela. Que Deus tenha compaixão de nós e nos ajude a melhorar diante dessa empáfia, de que podemos fazer algo sozinhos. Podemos tomar as decisões da vida sozinhos, podemos andar e dirigir todos os detalhes da nossa vida sozinhos. Não podemos, somos seres complexos e precisamos a cada dia da graça, da sabedoria e da direção do Eterno Deus. (Alcindo Almeida)



quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Vida contemplativa

Vivemos num Século que aprecia bem pouco a arte de contemplar. A prática atual hoje é não desperdiçar o tempo, porque ele é dinheiro. O resultado é não apreciamos o belo da criação, não contemplamos uma criança crescendo e nem vemos as mudanças que ela passa ao longo do anos. Vivemos numa loucura tão grande que não é mais possível contemplar o nascer e o pôr do sol. 
Somos uma geração de tudo para ontem, tudo é rápido demais e não há espaços para sermos contemplativos. Não acompanhamos nem as próprias mudanças dentro nós. A vida corre e nós corremos mais que ela. Um estranho sentimento de estar apressado penetrou essa sociedade atual. O tempo virou a alma do negócio, realmente, tempo virou dinheiro. 
Gosto do que Henri Nouwen diz sobre a contemplação. Ele diz: “A vida contemplativa é algo em que o tempo lentamente perde sua opacidade e se torna transparente. Ela é um processo difícil e lento, mas cheio de força recriadora.” 
A vida contemplativa é dar vazão para o universo invisível dentro de nós. É ouvir a voz silente de Deus dentro de nós. É olhar para as mudanças internas que Deus tem feito em nós. Por isso, Davi dizia que contemplava Deus no mais profundo do seu ser. Ele dizia que a sua alma ansiava por Deus mesmo numa terra deserta. Porque ele sabia o que era ter um tempo de contemplação da graça e da bondade de Deus nele. 
Penso que precisamos parar um pouco no meio das agitações da nossa vida e ter esse momento de vida contemplativa, onde ouvimos Deus, vemos Deus e o sentimos lá dentro de nós. Pratiquemos a vida contemplativa! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Orar é abrir a nossa alma

A oração não é uma parte do viver, mas todo o nosso viver. A oração não é uma parte do nosso pensamento, mas todo o nosso pensamento. A oração não é uma parte das emoções e sentimentos, mas todos eles. Somos convidados nas Escrituras Sagradas a orar sempre. A colocar diante de Deus as orações com súplicas e com ações de graças. 
Interessante que os pensamentos que temos são o berço onde nascem os sofrimentos e as alegrias. Quando temos a mente vazia, nosso coração não consegue lamentar nem simplesmente festejar, os olhos não conseguem chorar e nem rir. Quando levamos o nosso pensamento a Deus em oração exercitamos a prática de praticar algo que traz saúde e bem estar espirituais para a alma. 
Orar é pensar em Deus ao invés de nos preocupar com as tarefas que temos para fazer ou trabalhos a realizar. Calma! Tudo tem o seu tempo devido, o tempo de elevar o coração diante de Deus na oração é algo que enriquece a alma, alimenta o nosso ser. 
Orar não é algo muito fácil, porque temos que transformar todas as emoções, dificuldades e alegrias num momento de reverencia na fala com Deus. Esse momento é quando cultivamos a presença amorosa de Deus Pai. Orar é falar para Deus o que sentimos lá dentro da alma. Orar é abrir toda nossa alma perante o Deus que sabe e conhece tudo, mas deseja que expressemos o que sentimos no mais profundo do nosso ser. 
Orar é uma terapia para alma, porque podemos nos abrir diante de Deus sem sermos questionados, pois sabemos, que Ele nos ouve e está atento para cada palavra e sentimentos do nosso ser. Não foi por acaso que Davi disse que Deus o conhecia, sabia do seu andar e levantar, de longe penetrava o seu pensamento e examinava o seu andar e deitar. E todos os caminhos dele eram familiares diante de Deus. E ele termina o Salmo 139 dizendo: Sonda-me ó Deus, e conhece meu coração! Prova-me e conhece as minhas preocupações! Vê se não ando por um caminho mal e conduze-me pelo caminho eterno. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O perfeito amor

Quando temos medo, vendemos a nossa alma para o mundo e passamos a depender dos movimentos humanos. Estes movimentos produzem insegurança e ansiedade para todos os passos da vida. O medo tira de nós a liberdade e nos faz vítimas dos movimentos humanos que nos cercam. Quando temos medo, dependemos do sucesso humano, dependemos das opiniões das pessoas. Quando temos medo fazemos tudo sem sentido e sem uma certeza do que somos lá dentro. 
João estava completamente correto quando afirmou essa verdade: Não há temor no amor, ao contrário, o perfeito amor lança fora o medo. João diz que o amor lança fora o medo. Essa é a certeza para vivermos sem medo. Então, a dependência da graça de Deus nos ajuda a vencer o medo e a insegurança que passamos na vida. Quando dependemos de Deus para todos os processos e acontecimentos da nossa vida, o medo se afasta de nós, vencemos a insegurança e nos envolvemos nos braços do Eterno Deus que nos ama e cuida dos detalhes da vida.
O medo geralmente tem um efeito de levar as pessoas a ficaram inseguras e sem chão. Elas têm medo de andar sozinhas, medo de falar, medo de seguir rumo as metas e sonhos da vida. Elas passam a viver sem certezas e sem uma segurança interna. Na presença de Deus, temos o fim do medo, o fim da insegurança. Deus nos ajuda a viver olhando com fé e segurança na vida, porque nos ampara e nos fortalece. (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Uma graça profunda


Nada nos torna melhores ou significativos a não ser a graça de Deus demonstrada para conosco. Somos o que somos pela graça. Somos escolhidos pela graça, temos saúde pela graça, temos fé pela graça e temos esperança na eternidade pela graça.
O Eterno Deus demonstrou o seu amor por nós, ainda que pecadores, lá na cruz. Nela, a justiça divina reivindicou o castigo pleno pelo pecado, ou seja, lá Cristo pagou a nossa pena de dívida que era contra nós e a cravou na cruz do Calvário. Com essa ação divina, para os que creem, não para todo mundo, como falam e ensinam, mas tão somente para os que creem, houve salvação de graça.
Na cruz do Calvário, tanto a justiça divina quanto o amor de Deus, cooperaram totalmente e mostraram de maneira profunda, o tamanho do amor divino por pecadores que precisavam da redenção.
De novo, lembro a todos nós: somos o que somos pela graça. Somos aceitos pela graça. Tem gente que diz que Deus tem que abençoar, tem que fazer o que queremos, tem que dar riquezas nessa vida. Que dó desse pensamento pobre, mediano, tacanho e sem o menor sentido. Deus não tem que fazer nada. Ele não tem que nos amar, Ele só nos ama porque quer, porque decidiu nos amar em Cristo. E nós só o amamos, porque Ele nos amou primeiro, como nos ensina o escritor João. E de novo, isso é graça eterna, favor imerecido, graça profunda, graça bondosa. Somente um Deus gracioso poderia fazer isso por pecadores como nós.
Como cantou o poeta: 

Amor, que por amor desceste! 
Amor, que por amor morreste! 
Ah! Quanta dor não padeceste!
Minha alma vieste resgatar
E meu amor ganhar!
Amor, que por amor seguias
A mim, que sem amor tu vias!
Oh! Quanto amor por mim sentias,
Eterno Deus, Senhor Jesus,
Sofrendo sobre a cruz!
Amor, que tudo me perdoas,
Amor, que até mesmo abençoas
Um réu de quem tu te afeiçoas!
Vencido, ó Salvador, por ti,
Teu grande amor senti!
Amor sublime, que perduras;
Que em tua graça me seguras,
Cercando-me de mil venturas!
Aceita agora, ó Salvador.
O meu humilde amor. 

Graças e mais graças ao Deus Eterno que nos amou e nos aceitou através do sacrifício do seu amado Filho: Jesus Cristo de Nazaré. (Alcindo Almeida).

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

O Século das distâncias


Todos nós sentimos lá dentro o desejo de sermos amados, compreendidos e aceitos pelos outros. Como pais de alguma forma, tentamos expor a necessidade de amar os filhos em quaisquer circunstâncias. Queremos amar os filhos em todo tempo e desejamos que eles nos amem também. Palavras nesses momentos quando demonstramos afeto, são muito importantes. 
Os homens em casa com suas mulheres desejam ser amados e aceitos. As mulheres, dentro da grande sensibilidade que possuem, desejam ser amadas, ouvidas e lembradas. As crianças são as mais frágeis, porque cedo demonstram a necessidade de serem amadas e assistidas em cada momento do seu crescimento. 
Vivemos no Século das distâncias, dos celulares que ocupam o espaço maior do nosso tempo. Temos visto menos afetos, menos carinho e menos papos ao redor da mesa. A nossa vida é tão corrida que não temos mais tempo para dividir nem com a família o que sentimos e desejamos. A carência afetiva tem gerado filhos mais secos, insensíveis e solitários na vida. 
Algo realmente está errado e sem um ajuste relacional. Falta mais amor em nós, falta mais sentimentos, falta mais abraço, falta mais relacionamento no meio da sociedade. Precisamos romper com o medo de nos doar para os outros em amor e graça. Precisamos daquela sensibilidade de Jesus em estar com as pessoas. Ele senta para comer com Marta e Maria, ele visita a casa de Lázaro. Ele toma café com o publicano Zaqueu, ele conversa do lado de poço com a mulher samaritana. Ele conversa com as pessoas e ouve as suas histórias. 
Pensemos sobre isso e procuremos as pessoas que amamos e falemos mais com elas e dividamos um pouco mais do que somos e fazemos.



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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A prioridade do coração

A identidade provém de alguma coisa. Todos ouvem as pessoas dizendo: Temos importância por causa disso ou daquilo. Alguns ficam muitos alegres e se sentem bem quando as pessoas dizem: você é aceito por nós. 
Esse negócio de identidade mexe com o coração humano. Alguns mostram sua identidade através dos títulos. Geralmente em nossa igrejas, os lideres gostam de notar a identidade dos pastores pela formação. A igreja ama esse negocio de apresentar a pessoa pelo grau de formação. Normalmente dizemos: esse é o fulano que é doutor em teologia, doutor em Novo Testamento, doutor em ministério tal e tal. Não quero entrar no mérito da questão, mas esse é o jeito que vários círculos demonstram a identidade. O pior mesmo é quando a pessoa apresentada se identifica com isso mesmo. 
Para nós que temos a compreensão das Escrituras Sagradas, o nosso sentido e significado vêm de Deus. A nossa identidade não está em nós mesmos, ela está em ser chamado de filho de Deus. A nossa afirmação de quem somos vem de Cristo, não de nós mesmos. Tudo que o que somos é para Ele, não para nós. A nossa identidade tem origem em Deus, por isso, não devemos viver em função de nós mesmos, para nós mesmos e nem para as conquistas. 
A nossa identidade é ser chamado de filho de Deus, a nossa identidade é ter Cristo como cetro de tudo. Títulos, posses, conquistas, tudo isso está diante dele. Não é nossa prioridade. A prioridade do nosso coração deve ser sempre Cristo! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

A arte de viver

Viver é sofrer, sorrir, chorar, se alegrar e perceber que ainda respiramos pela graça do Eterno dentro de nós. Viver é sentir o vento perto de nós e o ar que respiramos. Viver é olhar o sorriso de uma criança e o rosto marcado pela vida longa de um idoso. 
Viver é enxergar Deus em tudo que somos e fazemos. Viver é sentar para ouvir as histórias de quem amamos e andamos juntos. Viver é ouvir a voz do Eterno Deus nas Escrituras Sagradas. Viver é olhar para os lírios do campo e engrandecer o criador de tudo!
Viver é encarar a vida como um presente divino para o coração! (Alcindo Almeida).

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Olhando para o belo


Christian Bobin afirmou: As crianças são como os marinheiros: para onde quer que os seus olhos se voltem, qualquer lugar é uma imensidão.
Quando éramos crianças era bem assim mesmo, brincávamos depois da escola e olhávamos para o belo sem peso, tínhamos o jeito infantil se aflorando dentro de nós. Tudo era motivo de rir, e a alegria mesmo no meio das dificuldades era um jeito de expressar o coração imenso de força, sentidos e sonhos. Lembro bem de quando jogava bola, quando marcava um gol, levantava a mão para comemorar como o Sócrates. Aquele gesto como criança me fazia sentir como se fosse um jogador profissional mesmo! 
Quando partimos para o mundo adulto, ficamos insensíveis, paramos de brincar e ficamos sérios demais. Ficamos mais fechados e não temos esse negocio de imensidão no ser. Deixamos de ser crianças nos sentidos e nos sonhos. Talvez, precisamos olhar para o poema de Adélia Prado: O sonho encheu a noite, extravasou para o meu dia. Encheu minha vida, e é dele que eu vou viver. Porque sonho não morre. 
Quando caminhamos com Deus, voltamos a sonhar no mundo infantil, porque ele é leve, espontâneo, simples e verdadeiro. O mundo infantil traz imensidão e aguça os sentidos da nossa fé, porque ele vê mais além. No mundo adulto ficamos mais céticos, mais frios e menos singelos na fé. A criança brinca com os sentidos e sonha alto. 
Não deixaremos de ser adultos na vida depois que crescemos, mas vale a pena resgatar a alegria, singeleza, simplicidade e o jeito gostoso dos sonhos da infância, porque eles nos deixam mais leves e sensíveis ao mover de Deus dentro de nós. (Alcindo Almeida)



quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A vida não nos pertence


Gosto demais de Adélia Prado e ela diz num dos seus poemas: "A gente tem sede de infinito e de permanência, então, esse ser que assegura a permanência das coisas, é que eu chamo de Deus. É o absoluto.”
Puxa vida! Que mente brilhante e que capacidade de enxergar quem Deus é a necessidade de perceber a grandeza e infinitude dele. Recordo-me do texto de Jeremias 10.23: Eu sei, ó Senhor, que nossa vida não nos pertence; não somos capazes de planejar o próprio caminho. 
Essa é uma verdade absoluta que incomoda a gente. Porque gostamos de travar a nossa própria vida, os dias, as horas e os meses. Temos as regras para nós mesmos. Dizemos para os outros: amanhã faremos isso ou aquilo. Programamos as férias para o próximo ano e nem sabemos se estaremos vivos. O profeta Jeremias dá algumas dicas profundas para nós:

1. A nossa vida não nos pertence: Somos de ontem, como diz a Bíblia. Além de tudo isso, diz também que somos como a nuvem, nós voamos e passamos bem rápido nessa vida. Não dominamos nada na vida. Somos pó e cinza, somos limitados e incapazes de caminhar sozinhos. Nossa estrutura é muito frágil e passageira. 

2. Nós não somos capazes de planejar nosso próprio caminho: Quantas vezes somos arrogantes em traçar o futuro como se nada pudesse acontecer. Não podemos perder de vista que não conseguimos andar sozinhos. Precisamos da direção e cuidado de Deus. 
Que alegria saber que Adelia Prado concorda com Jeremias: Esse ser que assegura a permanência das coisas, é que eu chamo de Deus. 

Deus é o Senhor, tremendo, soberano e dono total da nossa vida. Sem Ele, somos os seres mais perdidos e infelizes dessa terra. Reflitamos sobre essa visão de quem somos e de quem Deus é. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Construção divina

Vivemos momentos de inúmeras formas na caminhada da vida. Em cada um deles, percebo que viver é uma permanente reconstrução de nós mesmos. Todos os dias erramos e acertamos, nos entristecemos e nos alegramos, sorrimos e choramos. Passamos momentos de aperto na vida, como a perda de pessoas da família, e que tira o nosso chão. Porque são pessoas que marcaram a nossa vida e história. Mas, dentro do plano eterno, Deus as tira do nosso meio de convívio porque chegou o tempo determinado na eternidade para irem. 
Celebramos as vitórias e lamentamos as derrotas da vida. Eu que o diga! Já aconteceram tantas histórias comigo ao longo desses 48 anos de vida. Sofri rejeição, tive aceitação e acolhimento, passei por abandonos terríveis e também tive encontros maravilhosos. Vivi alguns momentos de ser compreendido e momentos que não fui compreendido. Vivi momentos de ótimos resultados e momentos de péssimos resultados. Enfim, assim caminhamos todos os dias! Creio que para não morrermos soterrados na poeira das durezas e estranhezas da vida, precisamos entender que o Eterno Deus está nos moldando, nos forjando e nos lapidando na vida. Ele nos ensina em cada processo desses momentos bons e ruins da nossa caminhada diária. 
A Bíblia diz no livro do profeta Jeremias que Deus nos molda como um vaso de barro, e faz isso em todos os processos sejam eles ruins ou bons. Somos os vasos de barro que estão no trabalho de tecelagem divina sempre. Então, vivamos com todos os lados da nossa história, sabendo que o Deus Eterno nos moldará e nos lapidará em todo tempo.
Pode ser que em algum momento questionaremos: por que Deus permite tanta dor na nossa vida? O "por que” é um item totalmente humano comparado com o "para que divino." O “para que” é construção divina, moldagem, crescimento e amadurecimento divino na presença dele! Descansemos nessa verdade e enxergaremos com olhos mais firmes o mosaico divino da nossa história. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

A presença de Deus dentro de mim

Orar quer dizer permanecer na companhia de Deus, que já está presente. Minhas preocupações com pessoas e situações contempladas na oração, de fato, manifesta a presença de Deus dentro de mim. Não preciso ficar pulando feito criança e gritando: olhem para mim. Deus está por perto, basta eu me sintonizar e contempla-lo. (Philip Yancey. Oração. Ela faz alguma diferença)

sábado, 11 de janeiro de 2020

Lembranças mexem com a alma


As lembranças são parte do nosso ser. Lembramos de coisas boas e ruins que aconteceram na nossa vida. Lembranças mexem com a alma. Lembro-me de alguns fatos que gostaria de não lembrar. Um deles, foi a infância dura e complicada que vivi num bairro simples de São Paulo. Minha família era muito pobre, passamos apuros grandes em nosso crescimento. Papai e mamãe saiam cedo para trabalhar, eu e minha irmã ficávamos sozinhos. Não havia possibilidade de pagar uma pessoa para cuidar de nós. Tínhamos que fazer as tarefas de casa e estudar sozinhos. 
Tempos difíceis, cruéis e tristes aqueles que vivemos, não havia dinheiro para quase nada, era mais para comer. Usávamos a mesma roupa de escola a semana inteira. Era o mesmo tênis e a mesma mala o ano inteiro. Eu via no rosto sofrido de mamãe e dor de não poder dar o suficiente para nós. Que dor! 
O tempo passou, a infância passou, a adolescência chegou e veio a fase da juventude. Percebemos que sobrevivemos, tudo passou. Eu, pela graça, amor e bondade do Eterno Deus, cheguei à conclusão do Colégio Técnico e depois fiz a Faculdade de Teologia no JMC. Foi Deus que sustentou, foi Deus que me ajudou e me deu coragem para passar pelos problemas complicados da infância: rejeição; pobreza; solidão; ausência dos pais; sufoco para concluir os estudos por causa de poucos recursos, um pouco de fome e outros detalhes. 
Toda vez que lembro desse tempo, recordo no coração a canção de Marcos Góes - Bem querer. A letra tem uma parte que diz: És o meu bem-querer, meu Mestre e tudo que tenho e sou, vem de tua mão, Senhor. Que se estende e me abençoa, mesmo sem merecer, pecador, o mais miserável dos homens que sou. Me envolves com o teu amor e por isso, eu sou mais feliz. E tem mais uma parte que ela diz: Pois estou bem certo de que nada, nem na morte e nem na vida, vai me afastar de ti, de tua bênção e do teu amor. 
Sou grato a Deus porque essas lembranças de tudo o que aconteceu comigo, me ajudam a ver o quanto Ele cuidou de nós, o quanto nos abençoou mesmo no meio da dor. O consolo vinha dele, o amor e cuidado dele, eram sempre presentes. Ele estendeu sua mão e cuidou de cada detalhe da nossa vida! Louvado e engrandecido seja o dono da vida! (Alcindo Almeida)






sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Chega do Evangelho raso


Francis Schaeffer no seu grande livro A morte da razão diz que a geração cristã defronta com o problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É problema que se não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta. Schaeffer diz que para que comuniquemos a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e entender as formas de pensamento da nossa geração. Diferirão elas ligeiramente de lugar para lugar, e em maior grau de nação para nação. Contudo, características há de uma época tal em que vivemos que são as mesmas onde quer que nos achemos. 
O grande problema que tenho visto nesses últimos anos é que temos feito a leitura da geração, sem provocar mudanças estruturais, comportamentais e espirituais. Por que? Porque temos imitado o comportamento e a atitude dessa geração em ser descartável, superficial e relativista. Temos na verdade, nos moldado ao estilo e jeito dessa geração viver. Achamos que tudo é normal. Então, o garoto de 20 anos tem a namorada e vai para a cama com ela, e pensa tranquilamente que esse estilo de vida, comparado ao viver cristão é absolutamente normal. Os homens mentem, falam palavras impróprias, realizam negócios que ofendem a ética e está tudo normal. 
Realmente nossa influência tem sido nos amoldar ao estilo da geração atual com um comportamento nada parecido com a proposta de Schaeffer. Estamos no século 21 e as pessoas continuam correndo atrás de experiências e uma marca própria delas, mesmo que firam princípios e padrões bíblicos. Elas abrem mão de pensar e de impactar a vida como discípulas de Cristo. A grande verdade é que hoje apresentamos um Evangelho com pouco ou nenhum significado, cheio de símbolos e emoções, que, cada vez mais, resulta na morte da razão. 
Não, mil vezes não! Precisamos apresentar um Evangelho que tem a ver com o Cristo do Novo Testamento, um Cristo cheio de vida, pureza, santidade e com uma pregação que realmente fazia sentido e mudava corações. A pregação de Cristo era impactante e gerava mudanças no ser humano. Chega desse Evangelho raso, pobre, sem vida e sem impacto. Movamos essa geração com os ricos princípios do Evangelho de Cristo, com vida, alma, coração e santidade. (Alcindo Almeida)



quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Mais Palavra e menos secularismo

Sabemos os grandes efeitos da Reforma Protestante no Século 16. Sabemos do que Martinho Lutero fez na Alemanha como instrumento do Eterno Deus. Sabemos também da grande marca da teologia ensinada pelo reformador genebrino, Joao Calvino. O retorno às Escrituras mexeu com os pregadores de tal forma que houve o grande desejo de um retorno da pregação bíblica naquela época. 
A pregação expositiva teve um sentido novo na dinâmica da celebração dominical. O retorno às Escrituras também serviu para promover uma volta do olhar sério e profundo da sã doutrina, genuína, bíblica e com uma exegese fina. Catecismos e padrões de doutrina muito ricos nos seus conteúdos, promoveram espaços para o grande retorno às Sagradas Escrituras. 
Na tradição holandesa, olhamos com carinho o Catecismo de Heidelberg, a Confissão Belga e os Cânones de Dort. Na tradição britânica, os padrões de Westminster: a Confissão de Fé de Westminster, o Breve Catecismo e o Catecismo Maior. Na tradição suíça, a Primeira Confissão Helvética e a Segunda Confissão Helvética. Claro que essas confissões contribuíram para o grande às doutrinas das Escrituras. 
E hoje? O que está acontecendo com a nossa visão das Escrituras? Por que as pessoas têm olhado tão pouco para as Escrituras? Por que temos perdido o principal na celebração protestante que é o ensino das Escrituras? Acredito que o secularismo tem sido o grande ponto de desequilíbrio para a igreja hoje. Temos dado muita vazão para o universo secular, e isto tem nos afastado da fé reformada que visa sempre as Escrituras. 
Então ouvimos os detalhes da bolsa ao invés de concentrar nossa fé em Cristo. Queremos aumentar a nossa renda financeira, ao invés de dobrar mais o joelho e pedir a provisão que vem do céu. Queremos crescer profissionalmente para ter segurança na carreira, ao invés de entregar tudo o que somos e fazemos para o Deus soberano e criador da nossa vida. 
Algo realmente está errado quanto à herança para nós da Reforma Protestante no Século 16, porque vemos menos Palavra e mais humanismo, menos Palavra e mais secularismo e filosofias humanas. Que Deus tenha compaixão de nós e nos faça voltar com paixão aos princípios da Reforma Protestante que nos levam para as Escrituras com temor e reverencia diante da Trindade. (Alcindo Almeida)

Vivamos as Escrituras Sagradas

John Frame no seu livro A doutrina da Palavra de Deus afirma: “A Escritura é franca com respeito à verdadeira natureza da vida cristã: ter a Palavra de Deus e obedecê-la." Jesus disse: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama. 
Tudo o que sabemos, tudo o que recebemos sobre quem Deus é e o que Ele faz em nossa história, está na Escritura. Somos convidados a viver em função do que aprendemos nas Escrituras, elas nos moldam, nos forjam e nos transformam. O Senhor Jesus diz que os que têm os seus mandamentos e os guarda, naturalmente o ama. Algo natural que acontece na vida dos eleitos de Deus é que vivem de maneira encarnada a Palavra de Deus. Respiram as verdades da Palavra na própria alma. Falam da Palavra como vida, tratam todos os detalhes da vida como a Palavra ensina e exorta. Percebam que o texto diz que quem guarda os mandamentos tem o amor como meta, só que é o amor divino, o amor que transforma, edifica, constrói e gera mudanças profundas. 
Temos um problema com o cristianismo atual em nossa sociedade, porque muitos têm demonstrado exatamente o contrário. Há aqueles que dizem que são cristãos e maltratam o próximo incitando até o ódio. Há aqueles que dizem que são cristãos e são um péssimo testemunho na escola, porque colam, mentem e desrespeitam os professores. Há aqueles que dizem que são cristãos e enrolam os clientes nos negócios. Há aqueles que dizem que são cristãos e mentem feito pessoas falsas e hipócritas. Algo está errado nessa realidade de mandamentos e amor. Porque quem ama a Cristo, respira o seu caráter, tem a vida centrada nele. 
Devemos fazer uma reflexão profunda em nossa vida espiritual, se amamos ao Senhor Jesus, temos e guardamos os seus mandamentos. Que o Eterno Deus tenha compaixão de nós para que vivamos de verdade as Escrituras Sagradas. (Alcindo Almeida) 

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

O coração precisa ser compartilhado

Vivemos dias em que não só protegemos a nós mesmos da realidade, como também aconselhamos aos outros a não exporem o seu coração em demasia. Vivemos um tempo de muito individualismo, as pessoas não dividem mais a alma com ninguém. Abrir o coração diante das lutas e tristezas da vida é para os fracos. Os fortes vivem os seus dilemas sozinhos e criam fortalezas no coração para viverem sozinhos. 

Algo que devemos ponderar é o coração está envolvido, assim como a alma em todos os processos da vida, não tem como caminhar sozinho nessa vida. O coração precisa ser compartilhado, precisamos nos abrir com quem amamos e cultivamos relacionamentos. Como afirmou o teólogo e professor do Regent College, James Houston no seu livro Desejos: “O coração expressa a essência de nossa personalidade. Mais que a alma, o coração é utilizado para expressar o verdadeiro eu, o núcleo de amor e afeição humanos, onde temos de ser honestos conosco mesmos sobre nossos relacionamentos e desejos íntimos.” 
Podemos nos abrir e falar quem somos, podemos nos aconselhar mutuamente como Paulo ensina na Carta aos Colossenses 3: Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. 
O aconselhamento passa pelo aprendizado de nos abrir com um pastor, com um amigo ou com um mentor espiritual. A arte de dividir o coração com alguém gera cura, tranquilidade e paz lá dentro. Não nos fechemos sozinhos e nem soframos as lutas da vida sozinhos, tem gente sábia que pode nos ajudar e nos orientar e ver Deus nos momentos mais complicados da nossa vida. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Pontos essenciais da vida humana

Vivemos um desafio novo que é a tecnologia da informação. Com a internet substituímos a realidade pela virtualidade. Os bate-papos não são mais pessoais, são através de vídeo e teclados. Ontem vendo uma reportagem com uma amiga aqui da igreja, Aline Cavalcante, disse que passamos dois meses inteiros em comunicação e acesso virtuais no ano. São 60 dias dos 365 que permaneceremos nas redes sociais.
Há uma facilidade enorme de navegação e conversas virtuais. O grande perigo é que perdemos para o mundo artificial e o acesso à vida real está escapando de nós. Também perdemos aspectos essenciais da vida humana nesse mundo virtual da tecnologia da informação. Sabemos muito sobre os fatos no mundo, mas pouco sobre as pessoas que nos cercam. 
A sugestão é que deixemos um pouco de lado essa tecnologia virtual e olhemos para as pessoas ao nosso redor. Olhemos para o sorriso de uma criança no nosso colo. Sintamos o cheiro das pessoas que nos cercam. Toquemos os outros com uma abraço e um aperto de mão. Falemos algumas horas sobre a nossa infância no quintal de casa. Sentemos com as pessoas para rir e chorar, sentir, falar e viver. A tecnologia da informação virtual e dos contatos nas redes sócias são coisas boas, mas elas nunca serão melhores do que o relacionamento e convivência com as pessoas perto de nós. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O coração humano

O nosso coração foi criado pelo Eterno Deus para ter a satisfação em conhecê-lo e amá-lo e naturalmente receber a cada dia o seu grande amor. É interessante que mesmo que fujamos de Deus, não tem jeito, o nosso coração fica faminto. Porque Deus nos criou com um senso do divino dentro de nós mesmos. 
O coração humano foi criado pelo Eterno Deus com disposições espirituais. O coração clama pelo divino. Alguma coisa tem que ocupar esse coração. Tanto que o grande rei sábio, Salomão disse em Provérbios: Acima de todas as coisas, guarde seu coração,
pois ele dirige o rumo de sua vida. Esse coração que deve ser guardado mesmo, porque tudo procede dele mesmo. Os sentimentos estão lá, o estado pecaminoso está lá também. Todos os desejos, sonhos, complicações, tristezas e alegrias estão lá dentro de nós. 
As disposições mais profundas do nosso ser estão lá no coração. Lá no coração que o Espirito Santo age, provocando as mudanças para que ele se volte para a espiritualidade bíblica. Do contrário, somos inclinados para a nossa estrutura pecaminosa e má. Por isso, precisamos pedir todos os dias para que o Espirito Santo trabalhe em nós e renove o nosso coração. Para que Ele o incline para aquilo que é bom, precioso, de valor e que edifica sempre. 
O nosso coração foi criado pelo Eterno Deus para que o glorifiquemos, exaltemos e o sirvamos em tudo o que somos e realizamos. Só que temos uma luta interna nele, porque as inclinações são para o pecado, a queda dos nossos pais mexeu com a estrutura dele. Para ele se voltar para Deus, precisamos da graça divina agindo em nós. Assim, viveremos com o propósito de serviço com sinceridade e amor. Que Deus nos ajude e nos molde lá dentro! (Alcindo Almeida)