Vivemos num Século que aprecia bem pouco a arte de contemplar. A prática atual hoje é não desperdiçar o tempo, porque ele é dinheiro. O resultado é não apreciamos o belo da criação, não contemplamos uma criança crescendo e nem vemos as mudanças que ela passa ao longo do anos. Vivemos numa loucura tão grande que não é mais possível contemplar o nascer e o pôr do sol.
Somos uma geração de tudo para ontem, tudo é rápido demais e não há espaços para sermos contemplativos. Não acompanhamos nem as próprias mudanças dentro nós. A vida corre e nós corremos mais que ela. Um estranho sentimento de estar apressado penetrou essa sociedade atual. O tempo virou a alma do negócio, realmente, tempo virou dinheiro.
Gosto do que Henri Nouwen diz sobre a contemplação. Ele diz: “A vida contemplativa é algo em que o tempo lentamente perde sua opacidade e se torna transparente. Ela é um processo difícil e lento, mas cheio de força recriadora.”
A vida contemplativa é dar vazão para o universo invisível dentro de nós. É ouvir a voz silente de Deus dentro de nós. É olhar para as mudanças internas que Deus tem feito em nós. Por isso, Davi dizia que contemplava Deus no mais profundo do seu ser. Ele dizia que a sua alma ansiava por Deus mesmo numa terra deserta. Porque ele sabia o que era ter um tempo de contemplação da graça e da bondade de Deus nele.
Penso que precisamos parar um pouco no meio das agitações da nossa vida e ter esse momento de vida contemplativa, onde ouvimos Deus, vemos Deus e o sentimos lá dentro de nós. Pratiquemos a vida contemplativa! (Alcindo Almeida)
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