Rute
uma princesa moabita, imbuída de elevados ideais e atitudes diferentes, não
estava satisfeita com a idolatria de seu próprio povo e quando chegou a
oportunidade, abriu mão do privilégio da realeza em sua terra, aceitando uma
vida de pobreza entre um povo que ela admirava. Rute fez amizade com essa
família judia e começou a comparar o diferente modo de vida com o seu próprio.
Aprendeu
a admirar as leis e costumes judaicos, e a insatisfação que já sentia com a
idolatria de seu povo, tornou-se uma objeção positiva. Quando um dos filhos de
Noemi a pediu em casamento, ela se sentiu feliz e orgulhosa em aceitar. Não
ficou com remorso frente ao que estava renunciando: a vida de luxúria no
palácio, o título real, as perspectivas de riqueza e honra no futuro, pois,
percebia o valor do povo ao qual agora se unia.
Com
a morte de Elimeleque e seus dois filhos, Noemi, pobre e viúva, ficou sem saber
o que fazer ou para onde ir. Então disse a Rute e à sua outra nora Orfa: Minhas filhas, devo partir, e decidi voltar
a minha cidade natal, Beit Lechem. Lá, as coisas não devem ser muito boas, e
não vejo razão porque também vocês deveriam sofrer. Portanto, aceitem meu
conselho e voltem à casa de seus pais. Seus maridos estão mortos e, talvez, se
permanecerem em sua própria terra, poderão encontrar outros homens com quem se
casar. Eu perdi meus filhos para sempre, mas vocês são jovens, poderão
encontrar outros maridos.
Orfa
se despediu tristemente de sua sogra. Mas, Rute que tinha atitudes profundas e
relevantes se apegou a Noemi em prantos e lhe implorou para partir com ela. Com
estas tocantes palavras pediu: Eu te
suplico, não me peças que te deixe, e que retorne após te seguir, porque aonde
quer que fores, eu irei; e onde pousares, pousarei; teu povo é o meu povo e teu
Deus é o meu Deus; onde morreres, morrerei, e ali serei enterrada; somente a
morte me separará de ti.
Rute
sabia muito bem o que estava fazendo. Noemi a havia prevenido das dificuldades
com que se defronta um judeu em qualquer tempo, mas Rute estava inabalável em
sua determinação de seguir sua sogra e de se apegar a fé de Israel.
Só
o futuro provaria que Rute seria justamente recompensada por sua elevada
decisão, pois, mesmo em seus momentos de pobreza ela não se arrependeu, por
quê? Ela tinha atitudes diferenciadas!
Era
tempo de colheita quando Ruth e Noemi chegaram à terra prometida. Estavam
exaustas após a longa jornada e Rute conseguiu fazer com que Noemi repousasse,
enquanto saiu aos campos de Beit Lechem (em hebraico significa Casa do Pão), para
ver o que poderia encontrar para saciar a fome. Entrou em um campo onde havia
muitos homens ocupados na colheita de grãos, enquanto alguns os amarravam em
fardos e outros os empilhavam em carretas para transportá-los. Com certa
hesitação, mas estimulada por sua fome e pelo pensamento de que deveria levar
alguma coisa para sua sogra, Rute entrou no campo e se sentou por algum tempo
para descansar, enquanto esperava para ver o que a sorte lhe traria. De repente,
foi surpreendida ao ouvir uma voz que lhe disse, suave e gentilmente: Que Deus esteja contigo, estrangeira!
Rute
retribuiu a gentil saudação. E ficou grata ao ouvir a mesma pessoa bondosa
continuar: Entra no campo! Não te
acanhes! Recolhe algumas espigas, sacia tua fome! Era o próprio Boaz, juiz
de Israel naquele tempo e proprietário daquele campo, que assim se dirigia a
Rute. Ela agradeceu e colheu algumas espigas. Mal sabia ela que tudo aquilo era
providência do divino respondendo a sua atitude nobre de estas ao lado da sua
sogra. Ela ficou ali, colheu o trigo de um canto do campo e se preparou
novamente para partir. Ainda não precisas partir - sugeriu Boaz.
Rute
estava muito feliz com sua boa jornada. Já havia recolhido mais do que poderia
carregar. Vale lembrar que na época segundo a Lei, os pobres poderiam colher
tudo o que os segadores deixassem cair. Ela e Noemi estavam agora bem-providas
por um bom tempo. Mais uma vez, agradeceu a Boaz e prometeu voltar.
Rute
estava muito contente quando voltou e contou para sua sogra o que lhe havia
acontecido nos campos de Boaz. Noemi ficou feliz pelo fato de Rute ter sido tão
bem-sucedida e por ter encontrado favor aos olhos de Boaz, o nobre proprietário
das terras. E quando Rute estava na presença de Boaz de novo (aos seus pés) ela
diz que ele é o resgatador. Boaz diz: Bendita
sejas tu do Senhor, minha filha; mostraste agora mais bondade do que dantes,
visto que após nenhum mancebo foste, quer pobre quer rico. E imediatamente
ele fala do testemunho dela: Agora, pois,
minha filha, não temas; tudo quanto disseres te farei, pois toda a cidade do
meu povo sabe que és mulher virtuosa.
Esta
mulher era reconhecida como alguém que fazia a diferença diante de todos. Ela
tinha um testemunho marcante na cidade toda. Ela tinha uma atitude que a fazia
diferenciar de todas as demais mulheres. Ela era santa nas atitudes, ela era
fiel para com a sua sogra.
Deus
quer que sejamos pessoas como Rute. Pessoas que fazem a diferença onde estão.
Pessoas que são leais nas amizades, na conduta e no compromisso de cristão.
Boaz enaltece o caráter desta moça várias vezes, porque ela era diferente
mesmo!
Deus
quer isto para nós e Rute é uma exemplo vivo para nossa vida e caminhada.
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Alcindo Almeida
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