Na sociedade de hoje, damos grande ênfase à autenticidade. Falamos em colocar máscaras sobre a face de nosso verdadeiro eu e em representar papéis que disfarçam nossa pessoa real. A implicação disso é que, em algum lugar, dentro de nós, está escondido o nosso eu real. E como diz John Powell: "Supostamente, esse eu é uma realidade estática e estruturada e há momentos em que me sinto compelido a camuflá-lo. Talvez haja alguma justificativa para essa maneira de falar, mas acredito que isso pode ser mais enganoso do que benéfico. Não há uma pessoa real, verdadeira e fixa dentro de você ou de mim, simplesmente porque ser uma pessoa implica sempre tornar-se uma pessoa, estar num processo."
Quando tratamos dessa área na perspectiva bíblica percebemos que o nosso eu, precisa de um significado diferente. Quem define a nossa página interior não somos nós. Paulo diz que ele era o que era pela graça. Ele diz que estava morto para si mesmo, a fim de Cristo viver nele. A identidade de Paulo era Cristo, seu ego, seu eu, sua estima, sua formação, seu status de fariseu, tudo isso ele considerou por perda, pelo amor a Cristo.
Não podemos negar a nossa identidade em momento algum. Temos o eu real sim, mas esse eu precisa ser redimido por Cristo. Precisamos abrir mão de nós mesmos para que Cristo seja o centro do nosso ser. A vida em Cristo torna o interior sadio, leve e sem necessidade de auto afirmação.
Podem perceber que todas as vezes que queremos mostrar quem somos, seja no trabalho, em casa, na sociedade ou no lugar onde moramos, atropelamos o verdadeiro sentido da vida. Passamos a ser orgulhosos e presunçosos. Não necessitamos aparecer e nem provar nada para ninguém, quando Cristo é a nossa identidade, porque Ele que sempre aparece.
Não é fácil tratar desse assunto do ser, porque geralmente queremos a afirmação dele. Portanto, não esqueçamos que o nosso eu real, precisa ser redimido em Cristo Jesus. Assim, seremos mais humildes, mais simples, mais serenos sem procurar os sentidos em nós mesmos. (Alcindo Almeida)
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