Henri Nouwen entendia o acompanhamento espiritual como uma relação formal de supervisão e compromisso entre um líder espiritual experiente e um pastor. Mais tarde, passou a preferir os termos amizade espiritual ou amigo da alma, que transmitiam a ideia da relação de dar e receber inerente ao processo de compromisso espiritual e formação na fé. (Livro: Acompanhamento espiritual. Sabedoria para percorrer o longo caminho da fé)
Para Nouwen, um mentor espiritual era simplesmente alguém que fala connosco e ora connosco sobre a nossa vida. A sabedoria e a orientação surgem do diálogo e relação espirituais de duas ou mais pessoas de fé, comprometidas com disciplinas espirituais e com a responsabilidade necessária para viver uma vida espiritual.
A mentoria espiritual pode ser definida como uma relação iniciada por alguém em busca de espiritualidade, que encontra uma pessoa de fé experiente, disposta a orar e a responder com sabedoria e compreensão às suas perguntas sobre como viver a espiritualidade num mundo de ambiguidades e distrações.
A verdade é que necessitamos de mentores que são amigos espirituais, necessitamos de um lugar seguro onde podemos conduzir a nossa alma. Onde quer que fosse, Henri criava comunidades e, nelas, oferecia orientação espiritual, por vezes de modo formal, mas normalmente em conversas informais e nas suas relações de amizade.
Henri foi para o Canadá e lá foi uma pessoa que influenciou bastante gente nessa área do acompanhamento espiritual. A Bíblia fala desse movimento no texto de Provérbios 27:17: Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo. A ideia é de ter alguém que seja leal na amizade e mentoria, alguém que nos oriente espiritualmente, alguém que nos ajude a ser afiado pelo Senhor. Alguém que nos ajude a ter Cristo como centro, foco e significado profundo.
Alguém que não aponte somente o nosso pecado e falha, mas que nos ajude a ir para a cruz de Cristo. Alguém que nos ajude a nos parecer mais com Cristo nas palavras, gestos e atitudes. Mentores espirituais não são policiais divinos com regras sobre o que fazer e não fazer, mas são amigos para nos ouvir sobre os dilemas, lutas, anseios e questões da alma. Eles nos ajudam a termos um centro: Jesus Cristo de Nazaré. (Alcindo Almeida)
Excelente texto, muito verdadeiro e instrutivo.
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