quinta-feira, 30 de julho de 2020

Peso de glória

Nossos livros sagrados dão-nos algum relato desse objeto. Trata-se, evidentemente, de uma descrição simbólica. O céu está, por definição, inteiramente fora de nossa experiência, mas toda descrição inteligível precisa utilizar elementos de nossa experiência. A descrição que as Escrituras dão-nos do céu é, por conseguinte, tão simbólica como a que o nosso desejo pode criar por si só: o céu não é de fato coberto de jóias, da mesma forma como não é de fato a beleza da natureza ou uma boa peça musical. 
A diferença é que as imagens bíblicas possuem autoridade. Elas vêm-nos de escritores que viveram mais perto de Deus do que nós e resistiram à prova da experiência cristã através dos séculos. O atrativo natural dessas imagens autorizadas é, para mim, a princípio, muito pequeno. À primeira vista, ele arrefece meu entusiasmo em vez de estimulá-lo. E é isso que eu deveria esperar. Um cristianismo incapaz de sugerir novos aspectos desse país distante, além dos que minha própria sensibilidade não me tivesse levado a imaginar, não seria superior a mim. (Livro Peso de glória de C. S. Lewis)

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