O amor de Deus é a única coisa que importa nessa jornada. Não importa o que Deus tenha nos dado e não importa o que tenhamos feito para Deus, sem amor tudo significa absolutamente nada. Somos tão egoístas quando falamos de amor, porque tratamos tudo com o propósito de sermos beneficiados em algum processo de dedicar o amor para uma pessoa ou uma causa. Como Deus é bem diferente, Ele simplesmente ama e de graça. Ele ama porque resolveu amar e porque o amor está na sua essência. Deus não pode ser sem amar, o amor é uma parte do ser divino.
Claro que como pais, temos dificuldades para amar os filhos da maneira certa, com as linguagens de amor divinas. Porque do contrário, será impossível ama-los. Porque temos que vencer o nosso ego que se inflama quase sempre, quando somos impulsionados a sair de nós mesmos em prol dos outros.
Quero trabalhar as linguagens preciosas para amarmos os filhos à luz do amor que é descrito no capítulo 13 de I Coríntios, o amor de Deus. O texto afirma: O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba.
Percebam as ideais de Paulo falando desse amor divino que Deus empresta a nós pecadores.
1. O amor é paciente:
Paulo diz que o amor é paciente, ou seja, os cristãos tinham pouca paciência quando se reuniam com os outros. Daí a crise em não amar. O amor trata todos com a paciência profunda.Com os filhos, precisamos dessa linguagem da paciência em amor. Precisamos de tratá-los com paciência reconhecendo as dificuldades deles no quesito trato e compreensão diante daquilo que os ensinamos. Não estou dizendo que seremos leves ou irresponsáveis na educação. Mas, sabemos que quando fomos crianças e adolescentes, tivemos as dificuldades para compreender algumas facetas da vida.
Algumas vezes, minha esposa diz que preciso exercitar minha paciência com nossa filha. Ela até lembra que a Isabella tem somente 9 anos. Sei que não é algo fácil para praticarmos, mas precisamos ser pacientes em amor com os filhos. Enxergar a vida do lado deles. Devemos ter a mesma paciência que Deus Pai tem conosco, ele nos aceita apesar dos erros e falhas que cometemos. Não deixaremos de punir na hora que é necessário, mas saberemos exercitar a paciência para ama-los com graça e compaixão.
2. O amor é benigno tratando todos com bondade:
Paulo diz que o amor é benigno. Ele tem a ver com a bondade exercida para com todas as pessoas. Olhamos para os filhos e os tratamos com bondade e zelo. Bondade nas atitudes e cuidado. Bondade no jeito de falar, bondade no modo como tratamos todas as situações que envolvem os filhos.
Quando tenho que disciplinar nossa filha, eu a trato com essa bondade. Aprendi muito como filho em como não tratar o filho. Por ter sido espancado de maneira muito triste pelo meu pai, prometi a mim mesmo que jamais disciplinaria filhos sem exercer a bondade. Toda vez que faço isso, dou um beijo e a abraço dizendo que a amo.
Tratemos os filhos com bondade em todos os momentos!
3. O amor não arde em ciúmes de jeito algum:
A vida egocêntrica não é uma dependência química, mas um vício que nos leva a usar qualquer meio para obter o que queremos. Diante de cada transação e possibilidade de relacionamento, nossa tendência é perguntar: O que ganho com isso? Então agimos em benefício próprio. Esse estilo tem a ver com a manipulação e não com o amor verdadeiro.
Tim Keller afirma: O ego é incrivelmente atarefado, ou seja, ele faz de tudo para ser notado. Keller diz que o ego humano tem quatro características:
1.Ele é vazio: busca incessantemente por valor e nunca se satisfaz;
2.Ele é dolorido: vive chamando atenção para si e se machuca com facilidade;
3.Ele é atarefado: vive se comparando com os outros em busca do prazer de ser, fazer ou ter mais que os outros;
4.Ele é frágil: quando está orgulhoso corre o risco de estourar e murchar e ficar com complexo de inferioridade.
A única maneira de vencermos o ego é com a humildade. E humildade não é pensar mais ou menos de si mesmo, mas sim, pensar menos em si mesmo. Claro, havia inveja entre o povo e muitos eram soberbos nas ações deixando de lado a humildade. Paulo diz que o amor divino, remove todos esses processos da ação pecaminosa dos seres humanos.
O amor faz com que vençamos o ego e amemos os filhos sem sermos dominados por qualquer sentimento de inveja. Quem disse que nossos filhos não podem nos ensinar algo na vida?
Precisamos tomar cuidado com os ciúmes na relação familiar sempre.
4. O amor não se ufana e não se ensoberbece:
Bernard Meltzer disse: “A humildade é das coisas mais estranhas. No exato momento em que acreditamos tê-la obtido, a perdemos.” A humildade é indispensável quando o nosso propósito é fazer do amor algo marcante e profundo na vida. A humildade é uma característica essencial e satisfatória do amor.
Vejam que Paulo mostra que o amor não tem nada a ver fútil na vida que tem a ver como o orgulho, que visa o desejo de aclamação. Quando a humildade faz parte do amor como um estilo de vida, nosso desejo é realizar o mais plenamente em prol dos outros. Porque o amor não se comporta de maneira inconveniente. Ele não quer se aparecer.
No tratamento com os filhos, não podemos deixar o orgulho tomar conta. Ele pode nos impedir de tratar os filhos com graça e sabedoria. Ele pode nos impedir de agir com humildade em vários processos da educação. Os filhos se tornam muito do que somos nas palavras e atitudes. Eles olham tudo o que fazemos.
5. O amor não procura os seus interesses e não se exaspera:
Geralmente buscamos o que desejamos para nós mesmos. Porque somos filhos de Adão e a nossa natureza é inclinada para o pecado. Pensamos primeiramente em nós mesmos. Paulo mostra que o amor divino é o único que pode curar essa tendência adâmica de desejar o que é para si. Ele nos ajuda e nos entregar mais pelo outro.
Quando nos dispomos para o cuidado com entrega dos filhos, não somente imitamos o Deus de amor, como geramos um caráter doador e altruísta na vida dos filhos. Eles já começam a aprender o que farão com os seus filhos. Eles doarão o coração para os filhos, vendo o que fazemos com eles.
Paulo chama a atenção para o amor que se doa, que se preocupa e investe nos outros. A ideia que ele trabalha em Romanos 14, quando diz que nós, os fortes, devemos cuidar dos fracos e não agradar a nós mesmos. Pais cuidam dos filhos no meio das suas fraquezas e isso gera um desprendimento precioso na família.
6. O amor tudo sofre:
Mike Mason no seu livro A prática da presença das pessoas, publicado pela Editora Palavra, fala sobre o amor ao próximo, sobre como se relacionar com as pessoas. A tese do é que o relacionamento com as pessoas deve se dar numa dinâmica semelhante ao relacionamento com Deus.
Se devo falar e ouvir a Deus, também eu devo falar e ouvir às pessoas. Se eu devo separar na minha agenda um período para estar com Deus, também devo separar em minha agenda um período para estar com as pessoas. Se amar a Deus é o primeiro mandamento, amar ao próximo é o segundo e, de acordo com Jesus, primeiro e segundo são semelhantes. Além disso, o apóstolo João ensinou que o amor a Deus é demonstrado pelo amor ao próximo.
Assim, devemos agir com os filhos. Devemos ama-los mesmo que soframos. Esse amor deve ser até os mais profundos limites da nossa vida. Esse amor vai além dos pecados dos filhos, das suas fraquezas e debilidades na vida. Esse amor é um amor que sofre em favor deles. Para que eles cresçam e amadureçam na vida.
7. O amor tudo crê:
O verbo crer na linguagem original significa acreditar, confiar. Saibamos que o amor é sustentado por uma confiança elementar no ser humano, na vida e em Deus. Só quando acredito em alguma pessoa é que sou capaz de amá-la. Creiamos em Deus e na experiência de amor para como os filhos. Creiamos em Deus e nesse amor que vem dele para amarmos incondicionalmente os filhos com a linguagem divina do amor.
8. O amor tudo espera:
O verbo esperar na linguagem original significa romper as barreiras a fundo. Significa o desejo de desabrochar em busca do verdadeiro amor. É esperar na graça do amor divino que realiza milagres nas pessoas as quais amamos e nos dedicamos. Sabiam que o amor é sustentado por uma confiança elementar no ser.
A verdade é que o amor tudo espera. O amor funciona. É o motivador mais poderoso e tem uma profundidade e um significado bem maior do que a maioria das pessoas pensa. O amor sempre faz o que é melhor para os outros e tem o poder de nos fortalecer para enfrentar grandes problemas.
Nascemos com uma sede perpetua de amor. Nosso coração precisa de amor, assim como nossos pulmões precisam de oxigênio. O amor muda a nossa motivação de vida. Os relacionamentos se tornam significativos com ele. Nenhum casamento é bem sucedido sem amor. E nenhum tratamento com os filhos sem trabalhar esse amor que tudo espera fará sentido.
9. O amor tudo suporta:
O verbo suportar na linguagem original significa telhado, teto. Sabiam que o amor é como o telhado que nos protege. O telhado não permite que a umidade, nem a chuva, nem o sol com o seu calor e nem os ventos fortes nos machuquem. Assim é o amor, ele suporta tudo, ele guarda e ele nos protege de todas as dificuldades na família.
Somos convidados para amarmos os filhos como o lar que tem o telhado do amor e da graça de Deus. O amor é como uma casa na qual podemos morar, onde podemos nos sentir protegidos, seguros e amparados.
10. O amor jamais acaba:
Paulo diz que esse amor jamais chega ao fim. O amor divino é eterno em contraste com o nosso amor terreno que tem limites e rompe fácil, fácil.
O amor de Deus derramado em nosso ser produz mudanças profundas, porque temos que abrir mão do ego para nos doar para os outros, para nos doar para os filhos. E quando falamos de amor, ele sofre, ele espera, ele acredita e ele suporta absolutamente tudo. Porque esse amor vem do perfeito, vem do Eterno Deus que mandou seu Filho para nos amar e morrer por nós numa cruz e ao terceiro dia, Ele ressuscitou por amor! Esse amor divino nunca acabará porque foi derramado em nosso coração para sempre.
Termino citando Henry Drummond, que disse: “Quando pensar em sua vida, descobrirá que os momentos em que realmente viveu foram aqueles em que agiu movido pelo amor.” (Alcindo Almeida)