terça-feira, 31 de outubro de 2023

Leituras em outubro de 2023


1. HALÍK, Tomáš. Toque as feridas: sobre sofrimento, confiança e a arte de transformação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016. Pertence à fé cristã a coragem de perceber as feridas do nosso mundo e de tocá-las com a fé, porque encontramos Deus em todo lugar onde as pessoas sofrem. E mesmo que alguém não possa encontrar Cristo no ambiente tradicional da Igreja, para ele sempre haverá a oportunidade de encontrá-lo nas feridas abertas do nosso mundo. Em 14 meditações, Tomás Halík mostra que uma fé "sem feridas" revela-se uma ilusão. Contém 212 páginas.

2. SOUSA, Ricardo Barbosa. Quando a alegria não vem pela manhã. Minas Gerais: Ultimato, 2021. Quando a alegria não vem pela manhã é um livro sobre oração. Na verdade, sobre a frustração das orações não respondidas. Ricardo Barbosa explora três conhecidas parábolas de Jesus sobre a oração, ao mesmo tempo em que lida com a ausência de respostas fáceis. Como lidar com o que consideramos silêncio de Deus? Como ouvir o que pensamos ser um “não” às nossas orações? Quando a alegria não vem pela manhã escancara a dor e o sofrimento, e também o mistério e o milagre da oração que reconcilia e dá esperança. Contém 120 páginas.

3. LEWIS, C. S. O grande divórcio. O romance atemporal sobre uma viagem de ônibus do Inferno para o céu. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2020. Lewis novamente emprega seu formidável talento para fábulas e alegorias. O escritor se encontra no Inferno embarcando em um ônibus com destino ao Paraíso. A incrível oportunidade é que, quem quiser ficar no Céu, fica. Este é o ponto de partida para uma meditação extraordinária sobre o bem e o mal, a graça e o julgamento. A ideia revolucionária de Lewis é a descoberta de que os portões do Inferno estão trancados por dentro. Nas próprias palavras de Lewis, "Se insistirmos em manter o Inferno (ou mesmo a Terra), não veremos o Céu: se aceitarmos o Céu, não seremos capazes de reter nem mesmo as menores e mais íntimas lembranças do Inferno. Contém 160 páginas.

4. TOZER, A.W. Homem: o local onde Deus habita. São Paulo: United Press, 2020. Aquilo que o faz um ser humano não é o seu corpo, mas o seu espírito, no qual a imagem de Deus originalmente reside. Muitas vezes, pela fragilidade de nossa espiritualidade, colocamos Deus num local inatingível, mítico e distante, sendo totalmente alheio às coisas humanas, ao que se passa em nosso coração. E, nessa triste condição, descansamos – Satisfeitos com o raso, com uma religiosidade vazia, sem conhecer a profundidade do amor do Pai ou mesmo entender o que significa ter Cristo dentro de nós. Homem: O local que Deus habita é uma obra clássica e essencial na vida de qualquer seguidor de Cristo que deseja não somente o entendimento sobre a Palavra, mas tê-la viva em sua caminhada. Por essas páginas, cuidadosamente escritas por A.W. Tozer, entre tantas argumentações magistrais, seremos levamos à compreensão da razão pela qual somos chamados, a real necessidade de nossa fé ser inegociável, a relevância de nosso progresso espiritual e os passos vitais para amarmos a Deus por Ele mesmo, sem subterfúgios. Contém 208 páginas. 

5. POWELL, John. Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? São Paulo: Editora Crescer, 2015. O livro aborda aspectos característicos para que se estabeleça a condição do desenvolvimento humano e sua implicação com a necessidade de uma comunicação honesta, evidenciando a significância da busca de pessoas que estejam aptas a perceberem o indivíduo tal como é. Traduz a importância da sinceridade, aclamando que a medida em que o indivíduo for capaz de evidenciar-se, o outro também terá maiores chances em fazer o mesmo, propiciando assim, ensejo do auto conhecimento. Contém 160 páginas.

6. FRAME, John. Teologia em três dimensões. Um guia para o triperspectivismo. São Paulo: Vida Nova, 2023. John Frame nos oferece uma introdução clara e acessível do estudo “triperspectivista” em que temas da teologia são considerados de modo proveitoso a partir de várias perspectivas sem prejudicar sua unidade e veracidade. Uma explicação clara e atual da abordagem criteriosa de John Frame ao estudo da Bíblia (e a tudo mais!) a partir de três “perspectivas” distintas. É fruto de uma vida inteira de reflexão e ensino. Contém 140 páginas.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Com as Escrituras Sagradas no coração


Hoje comemoramos 506 anos da Reforma Protestante. Ela se originou na Alemanha em 1517 quando Lutero publicou suas 95 Teses que, recomendando que a religião se mantivesse fiel à fé individual baseada nas normas das Escrituras Sagradas e não da visão humana, não na ordenanças do papa.
Lutero desafiou a teoria e a prática das indulgências papais. Houve um resultado para a vida de Lutero, ele foi excomungado pelo papa,. Lutero não teve nenhum medo e queimou em público, o decreto papal de excomunhão. 
O imperador Carlos V, os príncipes alemães e os eclesiásticos se reuniram em 1521, na Dieta de Worms e convidaram Lutero a se retratar. Lutero se negou e foi declarado fora da lei. A grande verdade é que ele correu até risco de morte.
O movimento da Reforma se espalhou entre o povo e Lutero foi recebido como líder revolucionário, já que a Alemanha também estava dividida por motivos econômicos. Em 1555, a guerra civil que Carlos V começara, terminou com a Paz de Augsburgo, onde se estabeleceu que cada um dos estados germânicos, poderia escolher entre o catolicismo e o luteranismo.
O movimento da Reforma na Suíça foi comandado pelo pastor suíço Ulrico Zwinglio, que, como Lutero, considerava a Bíblia a única fonte de autoridade moral e espiritual. Dois breves conflitos surgiram entre protestantes e católicos. Após o segundo conflito, a paz se estabeleceu e  receberam autonomia para escolher a própria religião.
Em Genebra, aparece no cenário o reformador chamado João Calvino, aquele que era o teólogo protestante e profundo nas Escrituras. Ele era de Noyon na França e fugiu para Genebra. Lá Calvino liderou a instauração de uma variação do protestantismo que, em sua homenagem recebeu o nome de Calvinismo.
Quando João Calvino começou a escrever a primeira edição das Institutas da Religião Cristã, em 1535, com a idade de 26 anos, sua intenção era de servir grandemente aos interesses protestantes, mas sua influência deve ter excedido em muito sua expectativa. Provou ser o trabalho mais influente da Reforma Protestante. 
Os protestantes de outros países viram em Calvino e na sua obra, um pilar de grande força para a obra iniciada, pois. Todos percebiam que Calvino ele era um teólogo do mais alto grau, enquanto que os romanistas, temeram sua caneta como um dos inimigos mais fortes.
Na Escócia, o reformado religioso John Knox implantou o calvinismo como religião nacional. Posteriormente, o Parlamento criou a Igreja Presbiteriana Escocesa.
Diante deste relato profundo sobre estes homens de Deus, o que isso tem a ver conosco hoje?  Nós somos marcantes na história? Qual reforma precisa acontecer hoje a começar em nós? Não estou dizendo que seremos um Lutero ou um Calvino da vida. O momento da história deles foi único. Deus os usou de maneira especial nessa época. Mas, precisamos impactar a vida dos que nos cercam com as Escrituras Sagradas. Precisamos vivenciar o Evangelho de Cristo na alma e no coração! 
Temos respirar a Palavra não nos conformando com esse Século, mas sendo transformados e renovados pela Palavra que que glorifiquemos a Cristo com um testemunho vivo, sincero e honesto quer nas palavras ou nas atitudes da vida. (Alcindo Almeida)

Ansiedade: insegurança do nosso ser!


Rollo May, em seu livro O significado da ansiedade, afirma que a ansiedade normal é proporcional ao perigo ou ameaça objetiva à existência de uma pessoa. A ansiedade neurótica é desproporcional em relação ao perigo objetivo.
Sabemos que a causa da nossa ansiedade é a insegurança que experimentamos quando éramos crianças. Todos os que não tiveram a sensação de segurança necessária. Se não tivemos uma segurança no cuidado e demonstração de afeto, temos grande probabilidade para termos ansiedade. 
Não afirmamos que é uma regra, porque muitos conseguem vencer todos os conflitos da infância e passam bem pela ansiedade. Mas, a maioria dos casos de ansiedade tem como origem os traumas da infância insegura e cheia de processos dolorosos. Então, diante de todas as pressões internas e das emoções reprimidas temos como resultado uma condição de desconforto, e o mesmo leva as pessoas a terem a ansiedade.
ansiedade nos tira o chão, ela nos faz ficar com medo do que pode acontecer amanhã, ela nos faz ficar inseguros quanto aos problemas mais crônicos para resolvermos. Perdemos o sono, perdemos o equilíbrio e muitas vezes, a confiança no caráter de Deus. 
O texto de I Pedro 5.7 afirma: Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Diante de todos os conflitos, as lutas internas, as inseguranças do nosso ser, diante de todos os problemas emocionais que tivemos no nosso desenvolvimento, o princípio das Escrituras ensinado por Pedro é que devemos lançar tudo diante do Senhor, devemos colocar tudo diante do Eterno Deus, porque ele cuida de cada detalhe da nossa vida. Sem desespero, sem medo, sem temor, precisamos entregar tudo para Deus mesmo. 
O Eterno Deus sabe de cada detalhe sobre a nossa vida e sobrevivência. Ele sabe do que necessitamos para enfrentar as lutas dessa vida. Porque Ele que nos sustenta, ampara e dirige a nossa vida. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Zero de racionalização


A nossa forma mais comum de defesa do ego é a racionalização. Como uma técnica de autojustificação, é o que usamos para mascarar a nossa natureza pecaminosa. Encontramos alguma razão que justifique nossos atos. 
A racionalização não é apenas enganosa, mas também corrompe todo o senso de integridade e inteireza do nosso coração. A grande verdade é que racionalizamos nossa falha, nosso pecado e chegamos a dizer: todo mundo faz, porque não podemos fazer também? O fato é que sempre encontramos justificativas para nossas ações; conciliamos nossos ideais com nossos atos; transformamos nossas preferências emocionais em conclusões racionais. 
Falhamos nos procedimentos da vida e sempre queremos dar uma justificativa. Falhamos no relacionamento com Deus e dizemos: somos humanos, não somos Jesus Cristo, só Ele era perfeito e ponto final. 
A racionalização é a ponte que transforma os desejos em fatos e por trás da dela escondemos o que temos de feio dentro do nosso coração. O grande Davi disse: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno. (Salmo 139:23,24) Percebam que ele não esconde nada diante de Deus e nem usa racionalização para evidenciar que é pecador. Ele pede para que Deus trabalhe no ponto principal do seu ser, que é o seu coração. Ele pede para que Deus o prove e o conheça nos seus pensamentos. Davi pede para que Deus veja se há nele algum caminho mau e pede para que o guie pelo caminho eterno. Davi tem zero de racionalização quanto ao pecado. Ele sabe que é pecador e que falha. Portanto, pede para Deus fazer uma ressonância magnética espiritual do seu coração, para que ele fique limpo, sereno, puro e sincero diante de Deus que vê tudo. 
Na presença de Deus precisamos ser honestos, verdadeiros e sem racionalização, porque Ele enxerga tudo dentro de nós e por isso, precisamos de autenticidade diante dele. Porque na presença de Deus estamos desnudos, abertos e Ele vai lá no mais profundo do nosso ser! (Alcindo Almeida) 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Silêncio e oração


Henri Nouwen trabalha no seu livro Caminho do coração os temas: solidão, silêncio e oração. Esses temas são apresentados como características próprias do retirar-se do mundo, a exemplo dos primeiros monges. Mas, com pessoas vivem no meio do mundo, com suas preocupações, atividades e rotinas bem diferentes dos pais do deserto, não é algo tão fácil assim.
Em certa medida podemos ter essa disciplina, na qual a solidão nos conduz ao silêncio e ambos à oração. Segundo Nouwen a solidão é uma fornalha de transformação, que modifica o olhar da pessoa sobre os outros e sobre o mundo, dissipando as ilusões que a cerca. 
Nouwen diz que a solidão não é um lugar terapêutico, mas um lugar de conversão, onde morre o velho eu e nasce um novo eu em Cristo Jesus. O silêncio é complemento e aquilo que intensifica a solidão, tornando-a uma realidade. Da experiência da solidão e do silêncio brota a experiência da oração incessante. Os pais do deserto não pensavam a solidão como um estar só, mas um estar com Deus; não pensavam o silêncio como um não falar, mas um estar atento para escutar o Senhor no coração. Assim, a oração exige uma disciplina.
O aristocrata romano Arsênio disse: "Retira-te do mundo, fica em silêncio e ora sempre." Solidão, silêncio e oração têm o conceito central da espiritualidade do coração. diante das das situações que vivemos e dos desafios como cristãos, necessitamos de solidão, silêncio e oração
Toda vez que tenho demandas enormes no ministério pastoral, tento praticar isso. Tento ir para o silêncio do quarto e ali me coloco pronto para ouvir Deus falando. Lembro sempre das palavras de Davi no Salmo 5.3: De manhã, Senhor, ouves a minha voz;  de manhã te apresento a minha oração e fico esperando. Ele quer falar com o Senhor, mas depois de apresentar a oração para Deus, Davi espera. Na minha leitura, essa espera tem a ver com solidão e silêncio. Praticamos a solidão e o silêncio para perceber o mover divino em nosso ser. São poucas as vezes que respiramos Deus, sentimos o momento a sós com Ele.
Esses momentos são preciosos para o coração, neles ouvimos, nele meditamos, nele esperamos em Deus e não em nós mesmos. Aprendamos a praticar a disciplina da solidão, do silêncio e da oração. (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Perspectiva humana


Nós sofremos com a quebra natural de um ciclo da vida. 
Nós sofremos quando algo sai fora do eixo na nossa vida, entristecemos o coração e algumas vezes, achamos que Deus não olha para nós. Seja com a morte, perdas diversas, separação, doença e sonhos não realizados. O fato é que Nós sofremos com o que não acontece do jeito que esperamos. 
O Eterno Deus olha para nós sim, o problema é que olhamos sempre na perspectiva humana, na finitude das coisas. Deus está trabalhando em nosso ser a cada dia e a sua vontade para o processo da nossa caminhada, é perfeita e santa.
Basta confiarmos no seu propósito eterno e descansarmos nele, mesmo que os acontecimentos da vida sejam tristes e difíceis. O salmista Davi afirmou as seguintes palavras no Salmo 56:3,4: Em me vindo o temor, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal? 
Não importa o que acontecerá com a nossa história nos dias que Deus nos dará, o que importa é que Ele tem o controle absoluto de tudo e quando vier o temor, podemos confiar nele, assim como Davi confiou e foi ajudado na hora certa. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Não vivamos ansiosos


A grande sacada na vida é equilibrar e integrar as emoções no nosso ser. Como fazemos isso? Dependendo de Jesus Cristo de Nazaré em tudo o que somos e fazemos. Não vivemos perdidos, porque fomos encontrados por Ele. Não vivemos desesperados, porque Ele está ao nosso lado sempre. Não vivemos ansiosos, porque lançamos sobre Ele todo o nosso fardo e lutas. 
O texto sagrado afirma de maneira profunda: Venham a mim! Andem comigo e irão recuperar a vida. Vou ensiná-los a ter descanso verdadeiro. Caminhem e trabalhem comigo! Observem como eu faço! Aprendam os ritmos livres da graça! Não vou impor a vocês nada que seja muito pesado ou complicado demais. Sejam meus companheiros e aprenderão a viver com liberdade e leveza. (Alcindo Almeida)

Marcando a vida das pessoas


Nós vimos um filme maravilhoso chamado: Amor Esquecido. Ele narra a história de Rafal Wilczur, um ex-cirurgião que é abandonado pela esposa e que perde a memória após ser atacado durante um assalto. Depois de viver por anos como andarilho, 
sem ter para onde ir e sem se lembrar de seu próprio nome, ele assume uma nova identidade. Chamado de Antoni Kosiba, Wilczur é acolhido por um fazendeiro e passa a realizar procedimentos médicos como se fosse um charlatão. 
Entre suas proezas, ele ajuda um homem que acreditava estar permanentemente impossibilitado de andar a caminhar novamente, e salva a vida de Maria (Maria Kowalska), após ela sofrer um grave acidente com o namorado, o conde Czyński (Ignacy Liss). Mas suas atividades ilegítimas acabam o colocando na cadeira de réu, onde ele terá de responder pelo exercício ilegal da profissão.
O filme tem vários momentos profundos, como o fato de Kosiba se preocupar tanto com as pessoas. Ele não mede esforços para socorrer pessoas. Ele acaba se casando com uma mulher do Vilarejo. Divide com ela momentos bem marcantes da vida. A menina que ele salvou tem um papel importante, ela é destemida, quer estudar medicina e começa a tocar piano e trabalhar num local como garçonete. E ela vira uma grande amiga de Kosiba.
Kosiba desenvolve sua vida de maneira simples e não se lembra que era o maior médico da Polônia nos anos 30. Ele teve um amigo que viu ele sendo espancado pelos assaltantes e não fez nada. Deixou seu amigo sofrer, porque nutria o desejo de ser reconhecido como um médico importante. Seu amigo fora de cena, lhe daria a grande chance. 
Ao ver os fatos no filme, percebo que temos a grande chance de marcar a vida das pessoas com o talento que Deus nos deu, com as habilidades e dons. Kosiba perdeu a memória, mas isso não o impediu de usar sua capacidade para ajudar pessoas. Ele salvou várias vidas, mesmo sem memória, apenas com as suas mãos fazia o que sabia. 
Isso me faz lembrar de Davi, ele serviu sua geração conforme os desígnios de Deus. Ele amou gente, socorreu gente, salvou pessoas. Cuidou de pessoas que ninguém queria perto. Ele não passou em vão na vida. Da mesma forma que esse homem do filme, ele passou em vão na vida. Que Deus nos dê a graça de servirmos as gerações para a glória do seu nome! (Alcindo Almeida)



Amigos leais


No relato de II Samuel 1.26 encontramos as palavras de Davi em relação ao seu amigo da alma: Ah, querido irmão Jônatas! Estou triste pela sua morte. Sua amizade foi um milagre surpreendente, amável muito além de todos os que conheci ou imaginava conhecer.
Esse choro e declaração de Davi, partem de um coração que via na amizade, um valor exuberante. Para Davi, Jônatas era o tipo de gente que se poderia confiar e amar em qualquer momento. 
Esse amigo leal nunca o traiu, ao contrário, sempre o encorajou, o animou e fortaleceu a direção da vida em Deus. Por isso, Davi chora, chora com saudades daquele que não veria mais. E diz que essa amizade foi um milagre divino para seu coração.
Amigos são assim, eles marcam a nossa vida, eles nos trazem lembranças profundas. Amigos, sempre os queremos por perto. Com eles, desfrutamos das alegrias e tristezas. Dividimos com eles os espaços da alma.
Jônatas foi um verdadeiro amigo para Davi, o defendeu diante de seu próprio pai. andou com ele, o ajudou nas horas escuras da alma. O texto sagrado afirma que Jônatas amou a Davi como a sua própria alma, porque sua amizade para com Davi, era a mais sincera do ser. O choro de Davi foi da perda de um amigo leal, alguém que realmente esteve ao seu lado.
Que Deus nos dê amigos leais assim na caminhada, amigos que valem a pena ter! (Alcindo Almeida)

Sem necessidade de aprovação


O escritor Anselm Grün afirma: O maior anseio é que a vida seja bem-sucedida e que nós nos experimentemos como seres amados e preciosos. O maior medo é o de fracassar na vida, de perder a vida e de permanecer a sós com o desejo de ser amado.
Uma grande luta de todos nós seres humanos é o da aceitação. A aceitação nos permite viver plenamente, confiante naquilo que está dentro do ser. Em todos os processos da vida queremos ser aceitos: no nascimento, no crescimento, no amor e nas emoções. Nosso coração bate com o desejo de ser aceito, de ser lembrado e notado. Cada pessoa tem em si o desejo profundo de ser acolhido, de ser aceito pelos outros sempre. Essa é uma necessidade que temos como pessoas, como seres humanos. 
Carl Jung disse que cada um tem dentro de si diversos pares de polaridade. Um deles é razão-sentimento: quando vivemos apenas na razão, os sentimentos vão para a sombra e se tornam sentimentalismo. Isso acontece porque estamos divididos no ser.
Qual a medida para trabalharmos corretamente a ideia de aceitação? A primeira dinâmica na nossa vida é saber que somos aceitos diante de Deus por meio de Jesus Cristo. 
A segunda dinâmica é ter a certeza de que a nossa identidade não está em nós mesmos. A nossa identidade está em Cristo, somos reconstruídos em nosso ser através de Cristo. Desde a queda, ficamos com essa perda em nosso ser, temos medo do que as pessoas acham sobre nós, buscamos afirmação no que as pessoas dizem sobre nós. Só que quando somos tocados e trabalhados por Cristo, não vivemos mais em função da aceitação humana, a nossa identidade é outra, ela é Cristo. 
A terceira dinâmica é saber que a identidade em Cristo nos faz reconhecer nossa maldade, o nosso pecado e a necessidade de sermos lapidados por Ele. Somos trabalhados no caráter e aprendemos com Ele, assim, não precisamos de performance e nem apresentar habilidades para sermos aceitos. Somos aceitos por Cristo mesmo sendo pecadores, ponto final. Paulo teve esse conceito em seu coração, por isso disse: Cristo veio salvar pecadores, dos quais eu sou o principal. 
Tendo consciência do que Cristo fez por nós, conseguimos conhecer a nós mesmos e encontrar a paz interior. Vivemos gratos pelo que Ele fez e fará em nós, para que sejamos seus imitadores, sem necessidade de aprovação de ninguém, porque nele, já somos aceitos e acolhidos para sempre. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 17 de outubro de 2023

O pioneiro da África


Algo se moveu na vegetação rasteira. David Livingstone parou imediatamente de caminhar. De repente, ele viu o movimento de uma cauda, uma cauda de cor bege com um tufo na extremidade. 
Ao olhar mais de perto, ele pôde distinguir a forma de um leão escondido entre os arbustos. E não era um leão pequeno não, e sim um que deveria pesar pelo menos uns 180 quilos, e que agora estava a não mais de três metros de distância. 
Sem tirar os olhos do animal enorme nem por um segundo, David ergueu a mão por cima dos ombros para pegar seu rifle. Ele apoiou a coronha da arma no ombro e alinhou a mira com os olhos do leão. De forma suave, ele apertou o gatilho. Bum! 
A ponta do rifle se acendeu com o brilho da pólvora em chamas. A bala de chumbo encontrou o alvo, ao acertar o leão no pescoço. No entanto, em vez de cair morto, o leão se ergueu rugindo em agonia. 
David observou com espanto, o animal se agachar nas patas traseiras e depois saltar com ímpeto para o atacar. O rifle voou da mão de David Livingstone. Uma grande dor percorreu seu corpo, quando as mandíbulas do leão lhe apertaram com força o braço esquerdo — cada um dos dentes afiados do leão rasgava sua carne. Antes que David conseguisse entender o que estava acontecendo, a fera o ergueu no ar e começou a sacudi-lo, como um gato sacode um rato. Em seguida, ele o lançou ao chão e o atacou de novo, ao lhe morder o braço com força. David podia sentir o hálito quente do leão contra o seu corpo e sua saliva escorrendo através de seu casaco rasgado. 
O animal colocou a pata sobre sua cabeça de modo a prendê-la ao chão, e David sentiu a ponta de cada garra pronta para destroçar seu crânio. Mesmo com a dor excruciante em seu corpo, David podia sentir o coração bater com violência dentro do peito. Ele estava vagamente ciente de gritos ao longe. No entanto, seu mundo havia se reduzido a apenas ele e o leão, e o leão estava vencendo. 
Mais uma vez, o animal ergueu David sem esforço no ar e o sacudiu. Desta vez, David sentiu a pele se rasgar e seus ossos se quebrarem. Bum! — outro tiro ecoou e o leão largou David Livingstone como um saco de batatas. David ficou no chão, atordoado, e a sentir uma dor paralisante por um segundo, então ele rolou o próprio corpo com velocidade para o lado. Deus nos ajude, ele clamou quando viu o leão se preparar para atacar mais uma vez. Será que nada  seria capaz de matá-lo? 
O leão investiu dessa vez contra o ajudante de David, Mebalwe. O africano caiu ao chão enquanto o leão fechava sua boca enorme firmemente ao redor de sua coxa. Os homens da aldeia, que haviam ficado em pé, congelados e atordoados, enquanto o ataque acontecia à sua volta de repente entraram em ação. 
Cinco, dez, quinze lanças foram lançadas contra o leão. O animal ainda saltou pela última vez sobre um outro homem; contudo, o efeito combinado dos tiros e das lanças por fim cobrou seu preço, e o leão caiu morto. Essa foi a última coisa da qual David Livingstone se lembrava antes de perder a consciência. 
Quando David voltou a si, 15 minutos depois, ele se viu deitado na varanda da casa da missão em Mabotsa. Seu amigo, o missionário Roger Edwards estava curvado sobre ele parecendo muito ansioso, limpando com cuidado seu ferimento com um pano úmido. Atordoado, David tentou se sentar. 
Uma dor lancinante subiu por seu braço esquerdo e lhe atravessou o corpo. Ele se lembrou do som do osso quebrando e dos dentes do leão totalmente enterrados em seu braço. Então todos os outros detalhes do ataque vieram à tona em sua mente. Chocado, ele percebeu que havia sobrevivido ao ataque. 
E Mebalwe? Será que ele havia sobrevivido? David agarrou o braço de Roger Edwards com a mão direita e perguntou sobre seu ajudante. Sim, ele está vivo, Edwards disse. Ele tem feridas profundas na perna por causa dos dentes, mas não acho que ele tenha quebrado nenhum osso.  Aliviado, David voltou a se deitar. 
Pelo menos ninguém morreu tentando salvá-lo. Embora a maioria das  pessoas atacadas por leões na selva acabe morta, de alguma forma ele sobrevivera. Ele se encontrava muito, muito longe da Escócia, onde os animais mais selvagens com os quais ele se deparara haviam sido as ovelhas que pastavam nas encostas montanhosas perto da cidade de Blantyre, onde havia crescido. Se as pessoas de lá pudessem vê-lo agora. 
Essa foi uma das aventuras missionárias de David Livingstone. Ele amou a África e se deu por ela mesmo. Viveu cada instante da sua vida em favor dos nativos e dos lugares onde andava pregando o Evangelho de Jesus Cristo de Nazaré. Sabemos da história linda dele, em seu ardor, desejando que Deus lhe conservasse a vida e o usasse como instrumento para que o Evangelho penetrasse no continente africano.
Livingstone orava assim: Oh Jesus, rogo-te que agora me encha do seu amor e me aceite e me use um pouco para a sua glória. Até agora não fiz nada por ti, mas quero fazer algo. Oh Deus, imploro-te que me aceite e me use, e que seja tua toda a glória. Além disso, escreveu o seguinte: Não teria nenhum valor nada do que possuo ou chegue a possuir, se não tiver relação com o reino de Cristo. Se algo do que possuo, pode servir para o seu reino, lhe darei isso a ti, a quem devo tudo neste mundo e na eternidade.
Atravessou, de ida e de volta, o continente africano, da desembocadura do rio Zambeze até São Paulo de Luanda, sendo ele o primeiro branco a realizar semelhante façanha. 
Gravadas em sua tumba se podem ler estas palavras: O coração de Livingstone permanece na África, seu corpo descansa na Inglaterra, mas sua influência continua. Mas gravadas na história da igreja de Cristo estão os grandes triunfos obtidos no continente negro durante um período de mais de 75 anos depois de sua morte, inspirados em grande parte, pelas orações e pela grande persistência desse grande cristão.
Certo comerciante, ao visitar a abadia de Westminster, em Londres, onde se encontram sepultados os reis e personagens eminentes da Inglaterra, perguntou qual era a tumba mais visitada, excluindo a do soldado desconhecido. O zelador respondeu que era a tumba de David Livingstone. São poucos os humildes e fiéis servos de Deus que o mundo distingue e honra desta maneira.(David Livingstone - Série heróis cristãos ontem & hoje. O pioneiro da África)

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

A minha cruz levou


Há algum tempo li um livro maravilhoso de Alister Mcgrath: Encarnação. A verdade e o imaginário cristão. Ele trabalha o princípio de que Jesus Cristo é o Deus encarnado. Ele diz que a encarnação é a clarificação da graça divina para que subamos aos lugares celestiais.
Eu estava tomando uma água enquanto espera a lavagem do carro umas 18 horas. O meu coração vibrou em pensar que por meio das palavras e atos de Jesus e a forma maravilhosa dele tocar pecadores, a minha vida na dele dá sentido. 
Vibrei e louvei ao Jesus de Nazaré hoje porque fui tocado pelo divino, o ser puro da Trindade veio morar no meio de gente pecadora como eu. Fiquei me perguntando: Que amor é esse? Um Deus santo, puro, imaculado, perfeito, divino, grandioso, veio para salvar um pecador tão desastroso como eu. 
Sou imperfeito, tenho uma natureza ruim. Tenho todos os defeitos de um ser humano caído. Então, como o Senhor Jesus desceu aqui para salvar esse pobre pecador? Só posso lembrar da canção: Maravilhosa graça seu infinito amor. Tomou o meu lugar a minha cruz levou sua vida entregou para me resgatar. Para sempre eu canto o que fizeste a mim! 
E como diz o escritor sagrado: Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação. (Romanos 5:8-11) 
Sou grato ao Eterno Deus por vir morar conosco através de seu Filho amoroso e por me salvar das trevas e me reconciliar com o Pai para sempre! (Alcindo Almeida)

sábado, 14 de outubro de 2023

Os movimentos da vida espiritual


Lendo um livro de Henri Nouwen: 
Crescer, os três movimentos da vida espiritual. Percebo que foi muito feliz ao apresentar três movimentos da vida espiritual. Nouwen separa de forma sistemática e franca realidades da vida religiosa e social. Ele trabalha os três movimentos da seguinte maneira:

• O primeiro fala da procura por nosso eu interior.
• O segundo fala da procura pelo próximo.
• O terceiro fala da busca por Deus.

Nouwen trabalha a questão da vida corriqueira cotidiana, com seus males da desconfiança e separação pelo medo da violência, medo de ser enganado, medo de tudo. Ele também trabalha a nossa insegurança com relação ao futuro. Aquele medo que todos nós temos de perder o emprego, de perder uma oportunidade, de perder um membro da família. Tudo isto de alguma maneira afeta a nossa maneira de comportar-se com as pessoas. 
Hoje as pessoas não se sentirem à vontade umas com as outras e, por isso, elas precisam que se crie um espaço. E uma palavra que tem feito parte das relações é esta hostilidade. Por isso, nos distanciamos das pessoas. E na perspectiva divina, precisamos de pessoas, precisamos de relacionamentos construídos para nossa vida. 
E por fim, Nouwen fala da busca por Deus. Necessitamos de comunhão com o Senhor. Necessitamos alimentar a nossa alma. Como Davi diz: Não darei sono aos meus olhos e nem repouso as minhas pálpebras, enquanto não achar um lugar para o Senhor. Precisamos ter comunhão com o Eterno. Precisamos desfrutar desse tempo de abertura da nossa alma perante o dono da nossa vida. 
Que o Senhor toque em nós para tenhamos esse tempo precioso na comunhão e amizade diante dele. (Alcindo almeida)

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Sem máscaras


A grande verdade é que nenhum de nós deseja ser uma fraude ou viver uma mentira. Não desejamos ser uma pessoa falsa ou fingida, isso corrói e afeta o nosso ser. Parece que os medos que experimentamos e os riscos da vida nos empurram para vivermos máscaras. 
Temos muito medo de mostrar para as pessoas que nos cercam, a nossa página interna. Temos medo de mostrar quem nós somos. Temos medo de mostrar um pouco do ser, porque pensamos que as pessoas podem nos tratar com desprezo e até fazer chacota do nosso ser. 
Gosto demais do rei Davi, um dos personagens do Velho Testamento que impacta a gente. Quando todo o povo notou que não foi o rei que assassinou a Abner, filho de Ner. Davi disse naquele dia: Não sabeis que, hoje, caiu em Israel um príncipe e um grande homem? E continua falando algo que é surpreendente. Ele disse: No presente, sou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são mais fortes do que eu. Retribua o Senhor ao que fez mal segundo a sua maldade. (2 Samuel 3:39)
Davi abre a sua página interna, o grande rei em Israel diz para os filhos de Zeruia que é fraco. Mesmo sendo rei, temido, herói, reconhece sua fraqueza como ser humano. Reconhece que não pode nada sozinho. Reconhece que é sujeito a qualquer fraqueza como ser humano. 
Não tem problema reconhecermos que somos fracos, por isso, não precisamos viver com máscaras, escondendo a nossa fragilidade e fraquezas. Somos humanos, temos medos, temos ansiedades, temos inseguranças, temos marcas complicadas no coração. Temos dores que trazem desconforto em nosso ser. 
Davi disse com todas as palavras: No presente, sou fraco. Fraqueza é para gente, gente normal reconhece os seus pesos e fragilidades. Gente normal tira as máscaras e diz quem é no ser! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Convivência diária


O melhor lugar para sermos nós mesmos é na família. Em casa temos mais liberdade para tudo na vida. Em casa que aparecem os erros e pecados mais frequentes. Exatamente na nossa família que podemos corrigir os erros que cometemos na vida.
Em casa ficamos nervosos mais facilmente, às vezes gritamos e ofendemos a esposa ou o esposo. Gritamos com os filhos, ficamos irritados. Ficamos em silencio ou falamos demais. É na nossa casa que somos realmente normais.
Não tem lugar melhor para treinarmos todos quanto às verdades da Palavra divina. Na convivência diária somos treinados no amor que devemos dar ao cônjuge, na humildade que devemos ter no tratamento com os filhos.
Na paciência quando eles nos irritam e realizam as mazelas deles. Na bondade e mansidão quando o cônjuge é ofendido. No serviço mutuo entre pais e filhos. E também na pratica do respeito entre marido, mulher e filhos. Nesse processo todo, podemos ser treinados para mostrar o quanto nossa família está nas mãos do Senhor. Em casa somos moldados para depender mais de Deus para nos ajudar a praticar o fruto do Espírito em todas as ações.
No lar aprendemos e somos treinados a perdoar, confessar pecados, renunciar a nós mesmos e a sofrer pelos membros da família em amor. Esse treinamento divino diante de todos os processos da vida de uma família, nos ajuda a proclamar o Evangelho lá fora. Lá fora proclamamos o Evangelho aprendido e vivido dentro de casa.
A nossa família é o instrumento para sairmos e mostrarmos para as pessoas que Deus é verdadeiro, porque perdoamos como Ele perdoa, nós amamos como Ele ama. Nós somos humildes e pacientes como ele é. No lar que ensinamos os ossos filhos a orar e a confiar em Deus para todos os fatos da vida.
Gosto demais do que o Francis Chan fala no seu livro Você e eu para sempre: o casamento à luz da eternidade. Ele diz que o nosso casamento, ele foi feito para refletir a glória de Deus. Ele diz: Seu casamento se destaca nessa geração?
Esse relacionamento foi projetado para refletir a glória de Deus. Ou fazemos brilhar a luz que caracteriza quem é filho de Deus, ou participamos da maldade e depravação do mundo ao nosso redor. (Livro: O que acontece na nossa casa! Temos lutas e alegrias!)

sábado, 7 de outubro de 2023

Nossa pequenez


João afirma as seguintes palavras: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparcas. (João 1:26-27)
Para João, Cristo era o máximo, ele quem fazia toda a obra. Nele estava a plenitude de todas as coisas. João foi humilde no seu ministério dando toda a glória ao Senhor Jesus. Por isso, ele foi um exemplo de arrependimento e entrega ao Senhor Jesus. João dizia que depois dele viria um que ele não era sequer digno de desatar a correia da alparca. 
Isto era um costume entre os escravos os quais carregavam e cuidavam das sandálias de seus senhores. Sendo assim, João declara que não era digno de cumprir este dever de um escravo, no sentido de ser servo do Senhor Jesus Cristo. 
É interessante que este ato de desatar as alparcas das sandálias de um senhor era dado ao escravo mais vil, penoso e desgraçado. E João em sua humildade diante de Jesus queria dizer que não ocupava nem a posição do mais vil escravo, em comparação com a glória da posição de Jesus como aquele que batizaria o seu povo com o Espírito Santo e com fogo. 
Percebemos que a humildade de João é profunda. Ele sabe quem é o mestre. Ele reconhece sua pequenez como servo. Que o Eterno Deus nos dê a graça de compartilharmos dessa humildade profunda, que reconheçamos quer somos pó, somos barro e que Cristo é o centro de tudo. Jesus é a pessoa que deve dever glorificada em tudo na nossa vida. 
Nós não somos dignos de nada, Cristo é o maior, Cristo é o Senhor digno de toda honra e de toda a glória hoje e para sempre! (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Somos tomados e abençoados


O escritor Henri Nouwen trabalha uma idéia bem profunda sobre o fato de sermos 
amados como filhos de Deus. Ele trabalha quatro palavras sobre a nossa vida espiritual: tomados, abençoados, partidos e entregues. 
Ele disse numa reflexão: eu sou tomado, eu sou abençoado, eu sou partido e sou entregue. Nouwen diz que isso significa que somos amados filhos e filhas de Deus e quando experimentamos essas palavras reconhecemos Jesus e o imitamos quando se entregou por nós no Madeiro. 

A primeira palavra é: somos tomados. Deus nos escolheu e nos amou em Cristo. Nouwen diz que Deus nos viu desde toda a eternidade e somos únicos aos seus olhos. Esse é um grande sinal de que somos amados filhos de Deus.

A segunda palavra é: somos abençoados. Ser abençoado significa que Deus anda conosco. Pela graça, somos abençoados por Deus. Ele olha para nós e abençoa com sua bondade sobre a nossa vida. 

A terceira palavra é: somos partidos. Nouwen tem a convicção de que o nosso sentimento de fragilidade neste mundo está muito ligado às relações. No meio das demandas da vida o nosso coração fica partido. Todos temos fragilidade nas necessidades. todos nós temos angústia e dor interior. 
Nouwen diz que todos nós temos corações partidos. Em algum momento, as pessoas não nos amaram, do modo como queríamos ser amados. Em algum momento, sentimo-nos rejeitados, abandonados, incompreendidos e marginalizados. 
Nouwen diz precisamos de ter a coragem para abraçar a nossa fragilidade, em vez de negá-la. Precisamos acolher a nossa fragilidade. Reconhecer que sentimos dor, estamos feridos e não fingiremos o contrário. Precisamos exclamar e assumir que sofremos, sim sofremos nessa vida. 

A quarta palavra é: somos entregues. Nouwen diz que somos tomados, abençoados, partidos para sermos dados ao mundo. Pela graça partilhamos a vida com os outros que sofrem.  convosco, porque quero que saibam que, tal como a morte de Jesus deu fruto para as gerações 
Somos envolvidos com todos os dramas da vida para ensinarmos as próximas gerações sobre o cuidado de Deus na nossa vida. Vivemos uma vida que partilha que se doa, que divide os espaços para somar. 
O que seremos nessa vida, pessoas distantes? Ou pessoas que somam, pessoas tomadas pela graça e amor do Eterno? Seremos pessoas gratas pela bênção do Eterno Deus na vida? Que Deus nos dê a grande graça de vivemos como tomados, abençoados, partidos e entregues. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 3 de outubro de 2023

A solidão da cruz


Quando Jesus se aproximou da sua morte, já não podia experimentar uma tranquilidade como o Jesus histórico. A dor tomou conta da sua alma, o seu suor se transformou em sangue. Porque em seu corpo, Ele levava a nossa podridão do pecado. Ele levava a dor do pecado, da pena e da sujeira dos seus eleitos, então, clamou: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Mas, mesmo nesse estado constrangedor, Jesus sabia que o Pai estava com Ele e disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. 
A solidão da cruz deixou o nosso Cristo profundamente marcado. Ali Jesus sentiu dor, pesar, angústia profunda, morte cruel. Essa solidão da cruz trouxe a vida eterna para o nosso coração. Lá Cristo experimentou o Inferno da dor para que fôssemos libertos das trevas e da condenação eterna. 
Quando Cristo se rende no madeiro e diz: Está consumado! A obra está realizada, os pecados dos eleitos foram pagos. O filhos de Deus, voltam para a comunhão. E ao ressuscitar, a esperança brotou no peito dos eleitos. Por isso, cantamos juntamente com o poeta: Quando percebo que na cruz maldita, por teu amor Jesus morreu por mim. E me livrou do jugo do pecado, ali vertendo sangue carmesim. Canta minh'alma, então, a ti Senhor: Grandioso és Tu, grandioso és Tu! Canta minh'alma, então, a ti Senhor: Grandioso és Tu, grandioso és Tu! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

O nosso verdadeiro eu!


Na sociedade de hoje, damos grande ênfase à autenticidade. 
Falamos em colocar máscaras sobre a face de nosso verdadeiro eu e em representar papéis que disfarçam nossa pessoa real. A implicação disso é que, em algum lugar, dentro de nós, está escondido o nosso eu real. E como diz John Powell: "Supostamente, esse eu é uma realidade estática e estruturada e há momentos em que me sinto compelido a camuflá-lo. Talvez haja alguma justificativa para essa maneira de falar, mas acredito que isso pode ser mais enganoso do que benéfico. Não há uma pessoa real, verdadeira e fixa dentro de você ou de mim, simplesmente porque ser uma pessoa implica sempre tornar-se uma pessoa, estar num processo."
Quando tratamos dessa área na perspectiva bíblica percebemos que o nosso eu, precisa de um significado diferente. Quem define a nossa página interior não somos nós. Paulo diz que ele era o que era pela graça. Ele diz que estava morto para si mesmo, a fim de Cristo viver nele. A identidade de Paulo era Cristo, seu ego, seu eu, sua estima, sua formação, seu status de fariseu, tudo isso ele considerou por perda, pelo amor a Cristo.
Não podemos negar a nossa identidade em momento algum. Temos o eu real sim, mas esse eu precisa ser redimido por Cristo. Precisamos abrir mão de nós mesmos para que Cristo seja o centro do nosso ser. A vida em Cristo torna o interior sadio, leve e sem necessidade de auto afirmação. 
Podem perceber que todas as vezes que queremos mostrar quem somos, seja no trabalho, em casa, na sociedade ou no lugar onde moramos, atropelamos o verdadeiro sentido da vida. Passamos a ser orgulhosos e presunçosos. Não necessitamos aparecer e nem provar nada para ninguém, quando Cristo é a nossa identidade, porque Ele que sempre aparece. 
Não é fácil tratar desse assunto do ser, porque geralmente queremos a afirmação dele. Portanto, não esqueçamos que o nosso eu real, precisa ser redimido em Cristo Jesus. Assim, seremos mais humildes, mais simples, mais serenos sem procurar os sentidos em nós mesmos. (Alcindo Almeida)