Sempre nos envolvemos com os sentimentos na vida, e quando falamos em espiritualidade, isso é bem notório. As pessoas dizem que sentem Deus e que são tocadas por Deus. Alguns pregadores dizem: Estou sentindo da parte de Deus, estou sentindo que vocês precisam disso ou daquilo.
Temos vários sentimentos que passam pela mente. O medo é um mecanismo de proteção que nos mantém vivos. Sem essa emoção, nos colocaríamos em situações perigosas e cheias de riscos. Mas, ele pode nos deixar impotentes na vida em termos de confiança na graça do Eterno Deus.
A raiva é um sentimento forte em nós. Um sentimento de injustiça gera a raiva para que ajamos em prol do que acreditamos. O problema dela é quando perdemos a razão. A alegria é um sentimento que mexe com a emoção e está diretamente associada ao prazer e à felicidade. Quando alcançamos algum objetivo, esse sentimento toma conta do nosso coração. E por fim, temos o sentimento da tristeza. É um estado de desânimo, cansaço e solidão. Esse sentimento só não pode se prolongar por muito tempo, porque pode gerar a depressão.
Flannery O’Connor (escritora norte-americana) fez algo diferente com os seus sentimentos. Ela orou a respeito deles. Trilhou um caminho muito antigo, como os salmistas do Antigo Testamento, que não se limitavam a identificar, expressar e desabafar seus sentimentos, mas também os processavam com sinceridade brutal na presença de Deus.
Flannery escreveu sobre o esforço empenhado nesse domínio artístico em vez de pensar em Deus e de se sentir edificada pelo amor que gostaria de ter. Ela disse: "Querido Deus, não consigo amá-lo como desejo. Tu és o crescente tênue de uma lua que contemplo e eu sou a sombra da terra que me impede de enxergá-la por completo. Tenho medo, querido Deus, medo de que minha própria sombra cresça tanto a ponto de bloquear a lua inteira, e eu me julgue por essa sombra que nada é." (Keller, Tim Oração: Experimentando intimidade com Deus, p.19)
O’Connor aprendeu que o único jeito certo e essencial de trabalhar os sentimentos é através da oração. O’Connor estava com o anseio de aprender a orar de verdade. Nesse processo todo podemos aprender que oração nos leva a um autoconhecimento. A oração nos faz trabalhar com os sentimentos e concentrá-los em Deus e na sua dependência.
Então, quando estamos com medo de algum caos na vida, oramos. Quando estamos com raiva de alguém ou algo, oramos e pedimos para Deus trabalhar isso em nosso interior. Quando estamos alegres, oramos e agradecemos a Deus por nos dar esse sentimento precioso.
Os sentimentos são reais, eles só precisam da direção correta e precisam ser redimidos pela graça divina para que os usemos para a glória de Deus e para o nosso amadurecimento na vida cristã. (Alcindo Almeida)
Amém 🙏🏻
ResponderExcluir