quarta-feira, 2 de junho de 2021

No caminho do deserto


Olhando para a vida de Moisés e toda a história que ele viveu, percebo que não é no palácio que alguém é trabalhado por Deus, geralmente é no deserto da vida mesmo. Moisés tem que ir para deserto da vida e aprender com Deus para se transformar num líder humilde, dependente, sensível e ligado em Deus. Na espiritualidade de Moisés recordar a caminhada no deserto é renovar a certeza do amor de Deus que se manifesta na sua história da sua vida e de maneira bem marcante. Essa lembrança é fonte de esperança, fortalece Moisés em sua caminhada cotidiana, fazendo-o reviver a mesma experiência em todos os tempos. 
No caminho do deserto Moisés descobre novas perspectivas. No deserto, Moisés tem um tempo propício para refazer a vida. Nesse tempo de deserto ele tem  conflitos, sofrimentos, vitórias e alegrias. No deserto, Moisés tem encontro com Deus. E nesse encontro, ele percebe que caminhar com Deus é algo muito profundo, sério e extremamente marcante para a vida espiritual.
Quando Moisés sai do deserto, ele percebe que está bem mais forjado, lapidado e firme em Deus. Ele está preparado para o enfrentamento pesado que terá no Egito. Pois, ele se tornará o libertador de Israel diante de uma tirania violenta de um homem que não teme a Deus, Faraó, rei do Egito. 
No caminho do deserto é o lugar que Deus remodela nosso coração, do jeito que Ele deseja. No caminho do deserto é o lugar que Deus usa para nos humilhar, para nos ensinar o significado da dependência do caráter e da vontade dele. No caminho do deserto é o lugar que Deus trabalha em nossa espiritualidade para que aprendamos mais sobre intimidade, comunhão e oração. 
Moisés nunca mais foi o mesmo depois dessa caminhada no deserto. Nós de igual modo, nunca mais seremos os mesmos quando experimentarmos os desertos da vida. O deserto é o momento de libertação das amarras que criamos para nós mesmos. Como diz Henri Nouwen, "o deserto é o forno dentro do qual a transformação acontece". O deserto é lugar de confronto, de luta interna e de amadurecimento para a vida espiritual. Lembremos que o nosso mestre Jesus passou pelo deserto da cruz, do Calvário para nos trazer redenção. Ele sofreu todo o peso da Cruz e trouxe a vida eterna para os seus eleitos. Ele resistiu firme e glorificou o Pai. No deserto, Ele foi aperfeiçoado e resistiu para a garantia da nossa redenção. (Alcindo Almeida)

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