
As Escrituras apontam para as vestes vermelhas de sangue, bem como para as vestes brancas como a luz, para a cruz e também para a coroa, para a Paixão e para a Páscoa, para a morte e também para a ressurreição, para a descida aos infernos e para a subida aos mais altos céus.
A exaltação de Jesus é tão certa quanto a sua humilhação.Há passagens que mostram tanto a desfiguração como a transfiguração de Jesus. Numa delas, o Messias descreve o drama do abandono (“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”, Sl 22.1), o drama da zombaria (“Caçoam de mim todos os que me vêem”, Sl 22.7) e o drama da cruz (“Perfuraram minhas mãos e meus pés”, Sl 22.16). Porém, a melancolia é bruscamente quebrada com a notícia de que “haverão de ajoelhar-se diante dele todos os que descem ao pó” (Sl 22.29).
Em uma segunda passagem, o profeta fala sobre o drama da feiúra de Jesus (“Ele não tinha nenhuma beleza que chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse”, Is 53.2, NTLH) e o drama da cruz (“Ele derramou sua vida até a morte, e foi contado entre os transgressores”, Is 53.12). Mas, antes de abordar a dor de Jesus, o mesmo profeta garante que o Senhor “será engrandecido, elevado e muitíssimo exaltado” (Is 52.13).A passagem mais conhecida e mais explícita sobre o assunto apresenta o drama do esvaziamento (“Embora sendo Deus, [Jesus] esvaziou-se a si mesmo”, Fp 2.7) e o drama da cruz (“E sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!”, Fp 2.8).
A mesma passagem, logo em seguida, menciona a glória do crucificado: “Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11).Há passagens que focalizam apenas a transfiguração. É o caso daquele versículo dos Salmos várias vezes transcrito para o Novo Testamento: “O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés” (Sl 110.1).
Outra passagem notável está no livro de Daniel, quando o profeta, exilado na Babilônia, em sua visão apocalíptica, no primeiro ano de Belsazar (548 a.C.), vê “todos os povos, nações e homens de todas as línguas” adorarem ao Senhor no momento em que ele descia com as nuvens dos céus (Dn 7.14).
Não é possível omitir a passagem de Apocalipse que diz: “O sétimo anjo tocou a sua trombeta e houve fortes vozes nos céus que diziam: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15).
É muito difícil enxergar o deslumbramento da glória presente e futura de Jesus. Se não podemos vislumbrar hoje toda a beleza de Jesus, podemos pedir a Deus que levante a cortina e nos deixe ver cada vez mais a sua glória, como aconteceu com as três testemunhas da transfiguração.
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(Extraído da Revista Ultimato - número 315: Desfiguração e transfiguração, p.3).
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