sábado, 27 de dezembro de 2008

O Paradigma: Tornando-nos Mais Semelhantes a Cristo


Lembro-me muito claramente de que há vários anos, sendo um cristão ainda jovem, a questão que me causava perplexidade (e a alguns amigos meus também) era esta: Qual é o propósito de Deus para o seu povo? Uma vez que tenhamos nos convertido, uma vez que tenhamos sido salvos e recebido vida nova em Jesus Cristo, o que vem depois? É claro que conhecíamos a famosa declaração do Breve Catecismo de Westminster: “O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre”. Sabíamos disso e críamos nisso. Também refletíamos sobre algumas declarações mais breves, como uma de apenas sete palavras: “Ama a Deus e ao teu próximo”. Mas de algum modo, nenhuma delas, nem outra que pudéssemos citar, parecia plenamente satisfatória. Portanto, quero compartilhar com vocês o entendimento que pacificou minha mente à medida que me aproximo do final de minha peregrinação neste mundo. Esse entendimento é: Deus quer que seu povo se torne semelhante a Cristo. A vontade de Deus para o seu povo é que sejamos conformes à imagem de Cristo. Sendo isso verdade, quero propor o seguinte: em primeiro lugar, demonstrarmos a base bíblica do chamado para sermos conformes à imagem de Cristo; em segundo, extrairmos do Novo Testamento alguns exemplos; em terceiro, tirarmos algumas conclusões práticas a respeito. Tudo isso relacionado a nos assemelharmos a Cristo. Então, vejamos primeiro a base bíblica do chamado para sermos semelhantes a Cristo. Essa base não se limita a uma passagem só. Seu conteúdo é substancial demais para ser encapsulado em um único texto. De fato, essa base consiste de três textos, os quais, aliás, faríamos muito bem em incorporar conjuntamente à nossa vida e visão cristã: Romanos 8:29, 2 Coríntios 3:18 e 1 João 3:2. Vamos fazer uma breve análise deles. Romanos 8:29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito — mas não tudo — da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo. O segundo texto é 2 Coríntios 3:18: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Portanto é pelo próprio Espírito que habita em nós que somos transformados de glória em glória — que visão magnífica! Nesta segunda etapa do processo de conformação à imagem de Cristo, percebemos que a perspectiva muda do passado para o presente, da predestinação eterna de Deus para a transformação que ele opera em nós agora pelo Espírito Santo. O propósito eterno da predestinação divina de nos tornar como Cristo avança, tornando-se a obra histórica de Deus em nós para nos transformar, por intermédio do Espírito Santo, segundo a imagem de Jesus. Isso nos leva ao terceiro texto: 1 João 3:2: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é”. Não sabemos em detalhes como seremos no último dia, mas o que de fato sabemos é que seremos semelhantes a Cristo. Não precisamos saber de mais nada além disso. Contentamo-nos em conhecer a verdade maravilhosa de que estaremos com Cristo e seremos semelhantes a ele, eternamente. Aqui há três perspectivas: passado, presente e futuro. Todas apontam na mesma direção: há o propósito eterno de Deus, pelo qual fomos predestinados; há o propósito histórico de Deus, pelo qual estamos sendo transformados pelo Espírito Santo; e há o propósito final ou escatológico de Deus, pelo qual seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. Estes três propósitos — o eterno, o histórico e o escatológico — se unem e apontam para um mesmo objetivo: a conformação do homem à imagem de Cristo. Este, afirmo, é o propósito de Deus para o seu povo. E a base bíblica para nos tornarmos semelhantes a Cristo é o fato de que este é o propósito de Deus para o seu povo. Prosseguindo, quero ilustrar essa verdade com alguns exemplos do Novo Testamento. Em primeiro lugar, creio ser importante que nós façamos uma afirmação abrangente como a do apóstolo João em 1 João 2:6: “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”. Em outras palavras, se nos dizemos cristãos, temos de ser semelhantes a Cristo. Este é o primeiro exemplo do Novo Testamento: temos de ser como o Cristo Encarnado. Alguns de vocês podem ficar horrorizados com essa idéia e rechaçá-la de imediato. “Ora”, me dirão, “não é óbvio que a Encarnação foi um evento absolutamente único, não sendo possível reproduzi-lo de modo algum?” Minha resposta é sim e não. Sim, foi único no sentido de que o Filho de Deus revestiu-se da nossa humanidade em Jesus de Nazaré, uma só vez e para sempre, o que jamais se repetirá. Isso é verdade. Contudo, há outro sentido no qual a Encarnação não foi um evento único: a maravilhosa graça de Deus manifestada na Encarnação de Cristo deve ser imitada por todos nós. Nesse sentido, a Encarnação não foi única, exclusiva, mas universal. Somos todos chamados a seguir o supremo exemplo de humildade que ele nos deu ao descer dos céus para a terra. Por isso Paulo diz em Filipenses 2:5-8: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. Precisamos ser semelhantes a Cristo em sua Encarnação no que diz respeito à sua admirável humildade, uma humilhação auto-imposta que está por trás da Encarnação. Em segundo lugar, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua prontidão em servir. Agora, passemos de sua Encarnação à sua vida de serviço; de seu nascimento à sua vida; do início ao fim. Quero convidá-los a subir comigo ao cenáculo onde Jesus passou sua última noite com os discípulos, conforme vemos no evangelho de João, capítulo 13: “Tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido”. Ao terminar, retomou seu lugar e disse-lhes: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo” — note-se a palavra — “para que, como eu vos fiz, façais vós também”. Há cristãos que interpretam literalmente esse mandamento de Jesus e fazem a cerimônia do lava-pés em dia de Ceia do Senhor ou na Quinta-feira Santa — e podem até estar certos em fazê-lo. Porém, vejo que a maioria de nós fez apenas uma transposição cultural do mandamento de Jesus: aquilo que Jesus fez, que em sua cultura era função de um escravo, nós reproduzimos em nossa cultura sem levarmos em conta que nada há de humilhante ou degradante em o fazermos uns pelos outros. Em terceiro lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em seu amor. Isso me lembra especificamente Efésios 5:2: “Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”. Observe que o texto se divide em duas partes. A primeira fala de andarmos em amor, um mandamento no sentido de que toda a nossa conduta seja caracterizada pelo amor, mas a segunda parte do versículo diz que ele se entregou a si mesmo por nós, descrevendo não uma ação contínua, mas um aoristo, um tempo verbal passado, fazendo uma clara alusão à cruz. Paulo está nos conclamando a sermos semelhantes a Cristo em sua morte, a amarmos com o mesmo amor que, no Calvário, altruistamente se doa. Observe a idéia que aqui se desenvolve: Paulo está nos instando a sermos semelhantes a Cristo na Encarnação, ao Cristo que lava os pés dos irmãos e ao Cristo crucificado. Esses três acontecimentos na vida de Cristo nos mostram claramente o que significa, na prática, sermos conformes à imagem de Cristo. Em quarto lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em sua abnegação paciente. No exemplo a seguir, consideraremos não o ensino de Paulo, mas o de Pedro. Cada capítulo da primeira carta de Pedro diz algo sobre sofrermos como Cristo, pois a carta tem como pano de fundo histórico o início da perseguição. Especialmente no capítulo 2 de 1 Pedro, os escravos cristãos são instados a, se castigados injustamente, suportarem e não retribuírem o mal com o mal. E Pedro prossegue dizendo que para isto mesmo fomos chamados, pois Cristo também sofreu, deixando-nos o exemplo — outra vez a mesma palavra — para seguirmos os seus passos. Este chamado para sermos semelhantes a Cristo em meio ao sofrimento injusto pode perfeitamente se tornar cada vez mais significativo à medida que as perseguições se avolumam em muitas culturas do mundo atual. No quinto e último exemplo que quero extrair do Novo Testamento, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua missão. Tendo examinado os ensinos de Paulo e de Pedro, veremos agora os ensinos de Jesus registrados por João. Em João 17:18, Jesus, orando, diz: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo”, referindo-se a nós. E na Comissão, em João 20:21, Jesus diz: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Estas palavras carregam um significado imensamente importante. Não se trata apenas da versão joanina da Grande Comissão; é também uma instrução no sentido de que a missão dos discípulos no mundo deveria ser semelhante à do próprio Cristo. Em que aspecto? Nestes textos, as palavras-chave são “envio ao mundo”. Do mesmo modo como Cristo entrou em nosso mundo, nós também devemos entrar no “mundo” das outras pessoas. É como explicou, com muita propriedade, o Arcebispo Michael Ramsey há alguns anos: “Somente à medida que sairmos e nos colocarmos, com compaixão amorosa, do lado de dentro das dúvidas do duvidoso, das indagações do indagador e da solidão do que se perdeu no caminho é que poderemos afirmar e recomendar a fé que professamos”. Quando falamos em “evangelização encarnacional” é exatamente disto que falamos: entrar no mundo do outro. Toda missão genuína é uma missão encarnacional. Temos de ser semelhantes a Cristo em sua missão. Estas são as cinco principais formas de sermos conformes à imagem de Cristo: em sua Encarnação, em seu serviço, em seu amor, em sua abnegação paciente e em sua missão. Quero, de modo bem sucinto, falar de três conseqüências práticas da assemelhação a Cristo. Primeira: A assemelhação a Cristo e o sofrimento. Por si só, o tema do sofrimento é bem complexo, e os cristãos tentam compreendê-lo de variados pontos de vista. Um deles se sobressai: aquele segundo o qual o sofrimento faz parte do processo da transformação que Deus faz em nós para nos assemelharmos a Cristo. Seja qual for a natureza do nosso sofrimento — uma decepção, uma frustração ou qualquer outra tragédia dolorosa —, precisamos tentar enxergá-lo à luz de Romanos 8:28-29. Romanos 8:28 diz que Deus está continuamente operando para o bem do seu povo, e Romanos 8:29 revela que o seu bom propósito é nos tornar semelhantes a Cristo. Segunda: A assemelhação a Cristo e o desafio da evangelização. Provavelmente você já se perguntou: “Por que será que, até onde percebo, em muitas situações os nossos esforços evangelísticos freqüentemente terminam em fracasso?” As razões podem ser várias e não quero ser simplista, mas uma das razões principais é que nós não somos parecidos com o Cristo que anunciamos. John Poulton, que abordou o tema num livreto muito pertinente, intitulado A Today Sort of Evangelism, escreveu: “A pregação mais eficaz provém daqueles que vivem conforme aquilo que dizem. Eles próprios são a mensagem. Os cristãos têm de ser semelhantes àquilo que falam. A comunicação acontece fundamentalmente a partir da pessoa, não de palavras ou idéias. É no mais íntimo das pessoas que a autenticidade se faz entender; o que agora se transmite com eficácia é, basicamente, a autenticidade pessoal”. Isto é assemelhar-se à imagem de Cristo. Permitam-me dar outro exemplo. Havia um professor universitário hindu na Índia que, certa vez, identificando que um de seus alunos era cristão, disse-lhe: “Se vocês, cristãos, vivessem como Jesus Cristo viveu, a Índia estaria aos seus pés amanhã mesmo”. Eu penso que a Índia já estaria aos seus pés hoje mesmo se os cristãos vivessem como Jesus viveu. Oriundo do mundo islâmico, o Reverendo Iskandar Jadeed, árabe e ex-muçulmano, disse: “Se todos os cristãos fossem cristãos — isto é, semelhantes a Cristo —, hoje o islã não existiria mais”. Isto me leva ao terceiro ponto: Assemelhação a Cristo e presença do Espírito Santo em nós. Nesta noite falei muito sobre assemelhação a Cristo, mas será que ela é alcançável? Por nossas próprias forças é evidente que não, mas Deus nos deu seu Santo Espírito para habitar em nós e nos transformar de dentro para fora. William Temple, que foi arcebispo na década de 40, costumava ilustrar este ponto falando sobre Shakespeare: “Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus”. Para concluir, um breve resumo do que tentamos pensar juntos aqui hoje: O propósito de Deus é nos tornar semelhantes a Cristo. O modo como Deus nos torna conformes à imagem de Cristo é enchendo-nos do seu Espírito. Em outras palavras, a conclusão é de natureza trinitária, pois envolve o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

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Dr. John Stott. Sermão pregado na Convenção de Keswick em 17 de julho de 2007. Fonte do original em inglês: Tradução: F. R. Castelo Branco Outubro 2007

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O meu pai foi recolhido para a glória no dia 24.12


Quero informar a vcs que depois de uma doença que afetou o físico, não a fé, o meu pai foi recolhido para a glória no dia 24.12 .....!!!!
O ofício fúnebre foi realizado na Ig Batista da Vila Robertina - Ermelino Matarazzo. Contamos com a presença dos amados pastores: Aroldo Ribas, Adriano S, Gilberto Pires, Ibraulino Santos (pastor do meu pai), Kleverson H (pastor do meu pai), Israel Sifoleli, Marcos Rodrigues (pastor do meu tio Juba) e o meu cunhado Nelson Taibo).
Também contamos com a presença dos irmãos da igreja de lá, da IP Pirituba e de Ermelino Matarazzo. O Coral de Ermelino também cantou uma canção maravilhosa: Salmo142.
De coração quero agradecer pelas orações e pela presença dos amigos nas horas alegres e tristes também.
Obrigado pelas ligações, torpedos e preocupação com a nossa vida...
Obrigado pelas palavras edificantes nos e-mails de consolo...
De forma geral....obrigado por tudo: palavras, fones, skype, msn, e-mails e o tempo de conversa e oração, cafés e td mais!!!
Um abraço,
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Alcindo Almeida

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Um dia o céu tocou a terra


- Texto para reflexão: No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus (João 1.1).A mensagem de Deus sobre a salvação estava com ele na criação. De fato, por natureza, a mensagem era Deus mesmo. João quer que conheçamos Jesus, a Palavra e mensagem de Deus que estava com Deus desde o começo.
Aquele que transformou água em vinho, alimentou os 5.000 e ressuscitou Lazaro não apareceu na terra até nascer em Belém, mas estava sempre presente.
Jesus é o Deus conosco, como Mateus disse (Mateus 1.23).
Jesus é o Deus que veio nos visitar como Lucas diz (Lucas 7.16).
Jesus é o Filho de Deus como Marcos nos lembra (Marcos 1.1).
Jesus é a Palavra final de Deus (Hebreus 1.1-2).
Parece incrível, mas é verdade! Um dia o céu tocou a terra, a Eternidade visitou o tempo... O invisível se tornou em carne como o próprio evangelista João nos diz: O verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (João 1.14). O criador foi visto como uma criatura...para trazer sentido a própria raça humana. O Autor da vida veio e vivieu durante 33 anos na terra até experimentar a morte...Ele fez tudo isto para tocar e transformar alguém...Alguém como você, alguém como eu!
Então façamos deste Natal, uma época definitiva de reconciliação eterna com este verbo que é a própria Palavra, este Deus-homem que veio habitar conosco, que veio morar conosco para nos trazer a sua redenção e a sua graça eterna para pecadores absolutamente imerecedores.
Tenhamos uma reconciliação com este verbo que é a própria Palavra para que vivamos não para nós, mas para ele porque por meio dele, o céu tocou a terra!

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Pr. Alcindo Almeida

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Investido tempo precioso no Reino de Deus


- Texto para reflexão: “E enviou-os para proclamar o reino de Deus e curar os enfermos” (Lc 9.2).
A oração exige que nos coloquemos na presença de Deus com as mãos vazias, despidos proclamando a nós mesmos e aos outros que sem Deus nada podemos fazer (NOUWEN, Henri. Compaixão. São Paulo: PAULUS, 1998, p. 130). E se não podemos fazer nada sozinhos, precisamos pedir ele para que nos dê amor pelo seu Reino, amor pela Evangelização da Sociedade pobre e sem rumo na vida espiritual. Mas, para isto acontecer devemos ter a consciência do envio de Jesus para a proclamação do Reino de Deus.
Algumas perguntas que vêm ao nosso coração são: Como está a nossa ocupação no Reino de Deus? Temos investido tempo precioso no Reino de Deus?
Precisamos da consciência de que nós somos os enviados de Deus para a proclamação da boa nova, do Evangelho da graça de Deus. E algo que devemos nos lembrar é da advertência de Paulo para si mesmo: “Ai de mim se não pregar o Evangelho...”.
Nós fomos chamados para anunciar a paz àqueles que estão no meio da perdição. Aqueles que estão perdidos nos delitos e pecados. Aqueles que estão sem tranqüilidade, sem alegria no coração. Somos os embaixadores do Reino de Deus como Paulo fala em II Coríntios 5.20 que devem levar a paz bendita do nosso Senhor Jesus, que devem levar a reconciliação diante de Deus por meio de Jesus Cristo.
Jesus nos enviou para anunciar o Shalom de Deus, a paz que traz reconciliação do homem com Deus. A paz que livra o homem da condenação e o traz para o Reino de Cristo. (Rom. 5.1)
É claro que a idéia de cura está clara no texto e se Deus quiser nos usar para a cura de alguém hoje, ele pode muito bem fazê-lo conforme o seu poder que opera em nós. Mas, creio que devemos nos preocupar em exercer a compaixão para com aqueles que estão com dores, ansiosos, solitários, vazios, infelizes, desanimados e tristes.
Jesus está dizendo assim para os seus discípulos: Olhem, vocês devem viver com o próximo e dizer para ele através da vida de vocês, que o Reino de Deus está próximo deles. Vocês devem tratar as pessoas com amor e ser instrumentos de cura nas suas enfermidades da alma. Com esta ação, as pessoas escutarão a nossa pregação. Pois, as ações levam as pessoas escutarem umas às outras. E falarem entre si e a curarem as feridas umas das outras (NOUWEN, Henri. Compaixão, 1998, p. 145). Estas ações são de pessoas que andam na presença de Deus e anunciam um Evangelho não só de palavras, mas de amor e de verdade.
Quando abrimos as Escrituras no livro do profeta Isaías 61 e vemos a promessa de que Jesus seria ungido pelo Espírito Santo de Deus, para pregar ao seu povo uma boa nova, ou seja, uma notícia de salvação. E o efeito precioso desta boa notícia é que ela traz restauração para o homem e também libertação do pecado. O Reino de Deus cura os quebrantados de coração ou seja, ele vem ao encontro de pessoas que estão em penúria total, pessoas que estão algemadas pela carne, pela dureza de coração. Louvado seja o Redentor do nosso coração!

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Alcindo Almeida

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A realidade da dor e da morte


Diariamente eu tenho que lidar com a dor das pessoas. É um que está com câncer eu vou ao Hospital visitar. É o outro que está em coma no Hospital. É o irmão que perdeu o emprego, o casal que se separou e tenho de chorar pelas partes rompidas. Enfim, são inúmeros sentimentos que passo na vida diária do trabalho pastoral. Mas, uma dor que tenho vivido é a doença do meu pai.
Ele está no Hospital e acredito que vive os seus últimos dias de vida. Ontem estava com ele numa parte da enfermaria. E é duro demais vê-lo no estado que está. É duro ter de levá-lo ao banheiro, ter que dar a comida na boca dele. É duro ter que vê-lo gemer de dor e muita dor. Ontem eu e minha mãe pensamos que ele partiria porque ficou pálido e com o corpo roxo. Mas, ele passou e ainda está entre nós.
É interessante que uma das formas para abrirmos os caminhos de Deus na vida é pensar em nossa própria mortalidade. Como diz o Dr. James Houston: Qualquer que seja a nossa idade nos recusamos a viver com a consciência da morte (HOUSTON, James M. Meu legado espiritual: Uma jornada de fé na pós-modernidade. São Paulo: Mundo Cristão, 2008, p. 68).
A nossa cultura não nos permite refletir sobre a morte e isso nos faz ter uma vida meio vazia da nossa pessoalidade e da necessidade enorme de dependermos de Deus sempre. É numa hora dessa que vemos o quanto somos frágeis, fracos e impotentes na vida.
É exatamente nas vésperas da morte de alguém que amamos é que guardamos no fundo do nosso coração a certeza de que a nossa identidade está eternamente sob a proteção do nosso eterno e bondoso Deus.
Como Soren Kierkegaard diz que “a mortalidade não é uma fonte de desespero. É uma verdadeira consciência da presença de Deus como fonte de alegria que é derramada sobre nós”.
Eu e a minha família temos percebido isto. Há um conforto em nós de saber da fé e segurança em Deus mesmo no meio da realidade bem presente da morte. Meu pai também tem este mesma visão, tanto que disse: Deus tem um plano para todos nós. E eu já estou pronto para me encontrar com o Senhor.
Mesmo no meio da dor e tristeza, isto traz conforto. Às vezes, em não consigo mais ficar muito tempo no quarto. Porque aperta demais o coração ver a dor que ele passa. Mas, sem tentar explicar muito, mesmo no meio da morte encontro paz e refrigério diante do Senhor.
É mais ou menos a realidade do que Martin Luther king disse: "A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio".
O importante de tudo é que Deus está sempre ao nosso lado e nos mantém seguros mesmo no meio da dor e da realidade da morte.

Vencendo a corrida

Texto para reflexão: Fp 3.12-16

A maioria de nós lê biografias para satisfazer a curiosidade a respeito de grandes nomes na esperança de descobrir o “segredo” de sua grandeza. No ano de 1952, Edmund Hillary tentou escalar o Monte Everest a mais alta montanha do mundo com 8.800 metros.
Algumas semanas depois de uma tentativa fracassada, pediram-lhe que falasse para um grupo de pessoas na Inglaterra. Propositadamente, colocaram uma grande gravura do Monte Everest na parede do auditório.
Quando ele viu a gravura, abaixou a cabeça e caminhou para o palco cabisbaixo. Mas, ao lhe perguntarem se havia desistido, ele se levantou, apontou para a figura da montanha no fundo do palco e disse em voz alta: “Monte Everest, dessa vez você me derrotou, mas na próxima eu o derrotarei, porque você já cresceu tudo o que tinha de crescer, mas eu ainda estou crescendo!” Em maio do ano seguinte, Edmund Hillary tornou-se o primeiro homem a escalar o Monte Everest. Após uma perda progressiva da audição, o compositor alemão Ludwig Van Beethoven ficou totalmente surdo aos quarenta e seis anos. Apesar disso, continuou compondo, e algumas de suas melhores composições, inclusive cinco sinfonias, foram escritas durante seus últimos anos.
Aqui neste texto de Filipenses 3, Paulo apresenta sua biografia espiritual, seu passado (Fp 3.1-11), presente (Fp 3.12-16) e futuro (Fp 3.17-21).
Neste texto, vemos Paulo como um atleta, cheio de vigor espiritual, avançando para o alvo. Em suas epístolas, Paulo usa várias ilustrações para comunicar a verdade acerca da vida cristã. Quatro tipos de imagens destacam-se em particular: a militar( revesti-vos de toda armadura), a arquitetônica (habitação de Deus), a agrícola (aquilo que o homem semear) e a atlética deste capítulo.
Cada cristão está em uma pista de corrida; cada um tem uma raia específica, dentro da qual deve correr, e cada um tem um objetivo a alcançar. Quem alcançar o objetivo que Deus planejou será recompensado. Quem falhar, perderá a recompensa, mas não a cidadania (ver I Co 3.11-15, em que a mesma idéia é apresentada usando uma imagem arquitetônica).
Quais são os elementos essências para vencer a corrida e, um dia, receber a recompensa prometida?

1- Insatisfação (Fp 3.12-13a) “Não julgo, havê-lo alcançado.”

Essa é uma declaração de um cristão consagrado que nunca se deu por satisfeito com suas realizações espirituais. Muitos cristãos estão contentes com a própria situação, pois comparam sua carreira com de outros cristãos, que normalmente não fazem nenhum progresso em suas vidas. Se Paulo tivesse se comparado com outros, seria tentado a se orgulhar e, talvez, a relaxar um pouco. Afinal, eram poucos os cristãos de seu tempo que haviam tido experiências como as dele! Mas Paulo não se comparou com outros; antes, se comparou consigo mesmo e com Jesus Cristo. Ainda não alcançou a perfeição(Fp 3.12), mas já é “perfeito” [maduro] (Fp 3.15), e uma das características dessa maturidade é a consciência da própria imperfeição!
Em várias ocasiões, a Bíblia adverte sobre o perigo de iludir-se quanto à própria condição espiritual. É dito a igreja de Sardes: “tens nome do que vive e estás morto”(Ap 3.1). Sua reputação não correspondia à realidade. A igreja de Laodicéia vangloriava-se de sua riqueza, e auto-suficiência, Jesus diz: “vocês são pobres, miseráveis, cegos e nus (Ap 3.17). Ao contrário desta igreja, os irmãos de Esmirna consideravam-se pobres, quando, na verdade, eram ricos! (Ap 2.9)”.

2. Dedicação (Fp 3.13b)

“Uma coisa” – essa é uma expressão importante para a vida cristã. “Só uma coisa te falta”, disse Jesus para o jovem rico que se considerava justo (Mc 10.21). “Pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa”, explicou para Marta quando ela criticou sua irmã” (Lc 10.42). “Uma coisa sei”, exclamou o homem que passou a ver pelo poder de Cristo (Jo 9.25).“Uma coisa peço ao Senhor,e a buscarei”, testemunhou o salmista (Sl 27.4). Muitos cristãos estão envolvidos demais com “várias coisas”, quando, na verdade, o segredo do progresso é concentrar-se em “uma coisa”.
O cristão deve dedicar-se a correr a carreira cristã. Nenhum atleta é bem sucedido ao fazer de tudo; seu sucesso deve-se a especialização. Os vencedores são os que se concentram e mantêm os olhos fixos em seu objetivo, sem deixar que coisa alguma os distraia. Como Neemias, que reconstruiu os muros de Jerusalém, respondem aos convites que podem distraí-los dizendo: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer” (Ne 6.3).“Um homem de ânimo dobre [é] inconstante em todos os seus caminhos” (Tg 1.8). A concentração é o segredo do poder.

3. Direção (Fp 3.13c)

Os incrédulos são controlados pelo passado, mas o cristão que participa da corrida olha para o futuro. Você já imaginou o que aconteceria em uma corrida, se os corredores começassem a olhar para trás? Se o agricultor que está arando não deve olhar para trás (Lc 9.62), quanto mais o corredor, pois, se o fizer, o resultado poderá ser uma colisão e ferimentos graves. O cristão deve estar voltado para o futuro, “esquecendo-se das coisas que para trás ficam”. Convém lembrar que, na terminologia da Bíblia, o verbo “esquecer” não significa “deixar de lembrar”. A menos que se trate de um caso de senilidade, de hipnose ou de problemas neurológicos, nenhum individuo maduro é capaz de se esquecer do que aconteceu no passado. Na Bíblia “esquecer” significa “não ser mais influenciado ou afetado por algo”.Quando Deus promete: “Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre”(Hb 10.17), não está sugerindo que terá uma crise de memória curta! Isso é impossível para Deus. Antes, está dizendo: “não os acusarei desses pecados; não afetam mais sua situação diante de mim, nem influenciam minha atitude para com eles”.
Assim, “esquecendo-me das coisas que para trás ficam” não indica uma proeza mental impossível, nem um exercício psicológico por meio do qual tentamos apagar os pecados e erros do passado. Significa, que quebramos o poder do passado sobre o futuro. Não é possível mudar o passado, mas mudar seu significado é algo que se pode fazer.
Um excelente exemplo disso é José (Gn 45.1-15). Quando se encontrou com seus irmãos pela segunda vez e lhes revelou sua identidade, não guardou mágoa deles. Sem dúvida, o haviam maltratado, mas ele olhou para o passado do ponto de vista de Deus. Assim, ele não acusou seus irmãos de coisa alguma. José sabia que Deus tinha um plano para sua vida – uma carreira para completar – e ao realizar esse plano e olhar para o futuro, rompeu o poder do passado.

4. Determinação – (Fp 3.14)

“Prossigo!” O mesmo verbo é usado no vs 12, e tem o sentido de esforço intenso. Os gregos costumavam usar esse termo para descrever um caçador perseguindo avidamente a presa. Um individuo não se torna um atleta vencedor ouvindo palestras, lendo livros ou torcendo em jogos. Antes, o atleta bem sucedido entra em jogo e se mostra determinado a vencer! O mesmo zelo que Paulo manifestava ao perseguir a igreja (Fp 3.6) pode ser observado em seu serviço a Cristo. Aliás, não seria maravilhoso se os cristãos demonstrassem tanta determinação em sua vida espiritual quanto demonstram quando vão à academia ou quando jogam futebol no fim de semana?
O atleta cristão corre com disposição, pois sabe que Deus deve operar nele e capacitá-lo a vencer a corrida (Fp 2.12-13). Deus opera em nós para que possa operar por meio de nós. Quando o individuo dedica-se as coisas da vida espiritual, Deus lhe dá maturidade e o fortalece para a corrida. “Exercita-te, pessoalmente, na piedade” (I Tm 4.7-8).

5. Disciplina (Fp 3.15-16)

Não basta correr com disposição e vencer a corrida; o corredor também deve obedecer às regras. Nos jogos gregos, os juízes eram extremamente rigorosos com respeito aos regulamentos, e o atleta que cometesse qualquer infração era desqualificado. Não perdia a cidadania (apesar de desonrá-la), mas perdia o privilégio de participar e de ganhar um prêmio. Era esse tipo de situação que Paulo tinha em mente em I Co 9.24-27: “Todo atleta em tudo se domina” (I Co 9.25). O atleta que se recusa a treinar é desqualificado, como também é o atleta que transgride as regras do jogo (II Tm 2.5). Um dia, todo cristão vai se encontrar diante do tribunal de Cristo (Rm 14.10-12). O termo grego para “tribunal” é bema, a mesma palavra usada para descrever o lugar onde os juízes olímpicos entregavam os prêmios! Se nos disciplinarmos a obedecer às regras, receberemos o prêmio.
O relato bíblico é repleto de gente que começou a corrida com grande sucesso, mas que fracassou no final por não atentar para as regras de Deus. Não perderam a salvação, mas perderam a recompensa (I Co 3.15). Que venhamos atentar para o texto de Hebreus 12.1: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta”. Amém.

Pr. Marcelo de Oliveira
Contato: Bibliografia : Wiersbe, Warren W. Comentário bíblico. Vol.6
Lopes, Hernandes Dias. Vencendo gigantes. Ed. Hagnos.

Maravilhoso casamento da Gabila e Andi....















“O SENTIDO DO NATAL”


Texto para reflexão: “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados... mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho...”. (Carta aos Hebreus 1.1 e 2).

O Natal é um momento especial.
Mas, qual o verdadeiro sentido do Natal?
Seria uma festa para trocas de presentes? Para encontros de confraternização? Para uma ceia ou banquete de uma noite em família? Para enfeitar a casa com luzes e cores? Para montar presépios? Para comer, comer, e prometer iniciar um regime no novo ano? Ou ainda aquelas gentilezas e sensibilidades momentâneas transformadas quase que mecanicamente em “Feliz Natal”.
Às vezes as representações natalinas são tão confusas como Papais e Mamães Noel, presépios, gnomos, duendes que tiramos o foco do que esse momento realmente representa.
A perspectiva do que seria um “bom natal” para a sociedade dos nossos dias parece bem diferente da verdade expressa pelo Evangelho. Senão vejamos:
o Um bom natal acontece quando a nossa situação econômica está boa.
o Um bom natal acontece quando a economia do país oferece indicadores positivos (consumo, humor do mercado, saúde das empresas, consumo, crédito abundante, mercado de trabalho aquecido, etc).
o Um bom natal só existe quando a nossa situação familiar está ajustada e equilibrada.
o Um bom natal quando estamos seguros em nosso trabalho, nossos relacionamentos.
o Um bom natal quando posso me considerar feliz, satisfeito com a realidade da minha vida pessoal, emocional, afetiva.
Gostaria de sugerir a você uma reflexão sobre esse momento, cujo sentido é muito mais profundo do que temos muitas vezes dimensionado.
Qual o verdadeiro sentido do Natal?

I- É O DIA EM QUE O DIVINO SE TORNA HUMANO.
O Natal não foi um show, nem um ritual.
O nascimento de Cristo tem conseqüências que vão além da festa de um dia de Dezembro. Ele tem dimensão e peso de um propósito eterno.
Jesus nasceu para que a esperança viesse ao coração do homem, reescrevendo toda a sua história.
Ele vem trazer luz para as trevas da nossa existência; alegria para o coração entristecido; alento para o cansado; esperança para o desesperando
Ele vem dizer que Deus nos ama, que se importa com a nossa vida e com as coisas que nos acontecem e com a nossa condição humana.
No Natal o que é Eterno se faz história. O principio e o fim tem realidade, tem concretude histórica, tem nascimento, vida e morte.
O Natal nos diz que Deus é um Deus transcendente, isto é, acima de sua criação. Mas é também o Deus imanente, isto é, envolvido com a sua criação.
Como no evento que dividiu a história em antes e depois de Cristo (AC e DC), a nossa vida também conhece esse divisor do antes e depois da chegada de Cristo à nossa existência.

II- É O DIA EM QUE O MISTERIOSO SE TORNA CONHECIDO.
“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas” (Hb 1:1 e 2).
Como Deus é? Ele se mostra e se revela a todo aquele que crê. Das mais diferentes formas e maneiras. Como a Moisés através de uma sarça ardente (um arbusto que estava em chamas e não se queimava). A Elias (o profeta) através de uma brisa suave que lhe falou ao coração.
Agora Ele se revela e se dá a conhecer através de Jesus Cristo.
Em Cristo Deus nos mostra o seu rosto de amor - O amor nasceu no Natal.
Seu propósito eterno de amar o homem é expresso de forma plena e absoluta na manifestação da vida de Jesus.
Um amor tão imenso e tão palpável. Tão profundo e tão experimentável. Tão alto e tão accessível.
Nossa bondade não pode conquistar o amor de Deus. Nem nossa maldade pode perdê-lo. Mas, infelizmente, você pode resistir a esse amor.
Mas Deus continua a nos estender a sua mão. Se Ele o estiver tocando com essas palavras, deixe isso acontecer, não resista.
“Deus ama você com um amor sobrenatural. Você não pode ganhá-lo sendo simpático. Você não pode perdê-lo sendo um perdedor. Mas você pode ser cego o suficiente para resistir a esse amor” (Max Lucado, em “João 3:16”, Ed Thomas Nelson Brasil).
Não, não faça isso. Pelo amor de Deus, não. Por amor a você não.


Concluindo,
Você é parte do plano de Deus para a história deste universo.
Eu e você fazemos parte desta história do amor de Deus, e Ele deseja se mostrar a nós sem segredos, sem distancias, sem obstáculos.
Por que ?
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Por tudo isso eu posso dizer a você: FELIZ NATAL!
Em Cristo,
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Pr. Hilder C Stutz

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Deus é soberano em meio a toda e qualquer crise por Jaime Kemp

O apóstolo Paulo certamente entrou no rol dos profetas quando afirmou em 1 Timóteo 4.1: “O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios”.
Depois, continuou em 2 Timóteo 3.1-5: “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também”.

Ele previu exatamente o que estamos atravessando, você não concorda? Temos a impressão de que Paulo caminhou pelas ruas das grandes cidades do mundo, e aqui no Brasil em São Paulo ou no Rio, que se debruçou na varanda do quarto andar de um prédio de apartamentos em Recife, na linda praia de Boa Viagem, e usou, em cada uma dessas cidades, sua “visão de raios X”, vendo atrás de cada parede os abortos, roubos, seqüestros, estupros, assassinatos, abuso infantil, espancamento de mulheres e de crianças, pastores e padres levando vidas duplas, enganando por anos suas congregações; donos de financeiras “passando a perna” em seus associados (sem nem mesmo perderem o sono). Ele viu também pais irresponsáveis, homossexuais se agitando sem o menor pudor em passeatas, viu confrontos raciais e preconceitos de todas as espécies; construtoras utilizando material de baixa qualidade em seus prédios sem se preocuparem com prováveis desabamentos, fraudes de seguro, lojas pornográficas se multiplicando, o aumento do consumo de crack, cocaína... E a longa lista continua...
Paulo estava certo: os tempos seriam difíceis... Estamos, nestes dias, atravessando uma nova crise financeira, só que desta vez totalmente globalizada. Essa crise já está afetando o Brasil, e por menor que seja o estrago, comparado a outros lugares, certamente desestabilizará vários setores.
É inevitável que esse quadro resulte em aumento de pressão na já estressada vida familiar. Mais pais de família deverão ser pressionados a buscar mais meios legítimos (e às vezes não tão legítimos assim) de sustento às suas famílias. Igrejas sofrerão instabilidade em suas ofertas e contribuições, devido ao maior desemprego de seus membros.
No mundo em que vivemos é fácil nos tornarmos mais amargos, confusos, desconfiados, desencorajados e até deprimidos. E pensamentos pessimistas acabam se confundindo com os realistas, tendendo a desestruturar até a mais otimista das pessoas.
Como encarar e vivenciar tudo isso? Será que não haverá mais coisas boas pelas quais possamos ser gratos? Será que daqui para frente a tendência é de que tudo vá piorando até chegar o princípio do fim?
Creio que não! Ainda podemos exalar o aroma das flores que nascem no campo. Ainda se pode ouvir o choro de um recém-nascido. Deliciosos pãezinhos de queijo ainda podem ser saboreados com um cafezinho, ou com guaraná. Coloridos pores-do-sol podem ser admirados, e Deus ainda se assenta em seu trono!
Enquanto participamos dos recentes acontecimentos mundiais, no ressurgimento da crise financeira global, na crise de integridade existente na sociedade como um todo, inclusive na Igreja, fui encorajado por outra declaração de Paulo, já ao final de sua segunda carta a Timóteo: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: “O Senhor conhece quem lhe pertence” e “afaste-se da iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor” (2 Timóteo 2.19).
Isso não é fantástico? O fundamento que o Senhor estabeleceu não será destruído. Não importa quão pior fique a situação, Deus não muda! Mas... se Deus não muda, então quem está mudando? Nós... Eu e você!
A última parte do versículo diz: “Afaste-se da iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor”. Então, devemos nos cuidar para que, apesar dos tempos difíceis, não façamos ou nos associemos com atividades que sejam duvidosas.
Para que nossas famílias sobrevivam em tempos cada vez mais difíceis em todas as áreas, da financeira à moral, devemos:
1. Reconhecer que o Senhor permanece no trono e no controle total. Ele nos ama com amor eterno e nada – absolutamente nada – pode nos acontecer sem que passe por sua permissão (lembre-se de Jó, de que Satanás precisou pedir a autorização de Deus para tocar nele).
2. Nunca nos esquecer de que Deus é bom e, portanto, não há como Ele ser cruel. Crueldade divina não existe. Devemos ler os eventos que nos ocorrem como a ação de Deus para que sejamos mais parecidos com seu Filho.
3. Lembrar que Deus é sábio demais para cometer erros. Nós, seres humanos, somos pecadores, falhos e nos envolvemos em sofrimento e dor. Muitas vezes inevitáveis, mas muitas também desnecessárias, por desconhecimento dos princípios bíblicos deixados por Deus para que pautássemos nossas vidas.

A crise mundial existe, é real e palpável. Por mais, ou menos, que ela esteja atingindo a você e a sua família, devemos nos lembrar de que Deus permanecerá. Ele é imutável. Sua Palavra é sólida e é nosso referencial em tempos de tempestade. Portanto, é imprescindível que nestes tempos instáveis, duvidosos, em que tudo passa a ser relativo, nos firmemos na Rocha Eterna.
Podemos, sim, olhar para cima e ter esperança, porque Ele é soberano sobre tudo e todos!
“Antes de ser castigado, eu andava desviado, mas agora obedeço à tua palavra. (…) Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os teus decretos” (Salmos 119.67, 71).
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Jaime Kemp é doutor em Ministério Familiar e diretor da LC – Sociedade Religiosa Lar Cristão. Foi missionário da SEPAL – Serviço de Evangelização para a América Latina – por 31 anos e fundador de VPC – Missão Vencedores Por Cristo. É palestrante e autor de 50 títulos. Casado com Judith Kemp, é pai de três filhas e avô de três netos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O desafio de ser parecido com Jesus Cristo

- Texto para Reflexão: Sede meus imitadores como eu sou de Cristo (I Cor.11.1).

Hoje eu comecei a ler um livro do Dr. James M. Houston. E o nome do livro é: Meu legado espiritual: Uma jornada de fé na pós-modernidade. Ele fala que os intensos ventos inclusivistas do secularismo ocidental sopram com ímpeto sobre nós, fazendo o cristianismo se desviar da fé bíblica como nunca antes.
Esse desvio constitui um dos maiores desafios à igreja cristã e ocorre não apenas do lado de fora, mas também dentro de nós. Portanto, não é de admirar que os cristãos de hoje estejam terrivelmente confusos, tanto indivíduos quanto instituições.
Há pessoas que enxergam isso com clareza. Outras negam a realidade e pioram a situação, caminhando precipitadamente na direção errada, mesmo que as intenções sejam boas. No meio dessa balbúrdia, os que têm voz profética são vistos como arrogantes, ao passo que as vozes pragmáticas são consideradas realistas (HOUSTON, James M. Meu legado espiritual: Uma jornada de fé na pós-modernidade. São Paulo: Mundo Cristão, 2008, p. 13).
A grande crise hoje na vida de um cristão, não é mais quanto a realidade de Deus na vida. A grande crise é fazer de Jesus a nossa própria vida, o nosso próprio sonho, a nossa verdadeira meta a seguir.
A grande crise hoje é tentar viver e seguir Jesus Cristo nos mínimos detalhes da vida. O relato da natureza eclesiástica hoje é expressar a fé através das bênçãos que Deus pode dar e não expressar o que ele é na nossa vida. Por isso, a questão da esperança e dos ideais espirituais do Reino, foram trocados pela idéia de uma prosperidade terrena e fútil.
Quando lemos um texto como este, ficamos meio confusos e desacreditados deste negócio de sermos parecidos com Jesus Cristo.
A grande verdade neste texto é que Paulo reconhece que é comprado, ele reconhece que a vida não é sua. Esta afirmação sua não é soberba, ele reconhece a quem adora e qual é o desejo maior do seu coração (BARBOSA, Ricardo. VII Encontro do Projeto Timóteo. São Paulo: Louveira, março de 2001).
Paulo tem um centro da sua existência. Ele é um imitador da glória de Jesus. E quando ele faz a afirmação: Sede meus imitadores como eu sou de Cristo, evidencia uma espiritualidade viva, pois Jesus está no centro da sua existência mesmo. Jesus está no centro do seu coração.
No coração de Paulo está o centro, o foco da sua vida espiritual (NOUWEN, Henri. Cartas a Marc sobre Jesus. São Paulo: LOYOLA, 1999, p. 11). E qual é o centro da vida espiritual de Paulo? É Jesus Cristo, ele está sempre no centro da vida de Paulo e é exatamente, por isso, que ele pôde dizer aos cristãos de Corinto: Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.
A grande verdade é que a vida cristã deveria alimentar nosso crescimento em Cristo e deveríamos a cada dia manifestar mais o seu Reino através de uma similaridade com a vida dele.
Estamos aqui na terra para sermos uma fiel testemunha de Cristo. É um processo que exige que tenhamos coragem moral e desprendimento para confrontar os desafios culturais, oferecendo resistência às pressões insidiosas que podem nos levar a depender de técnicas, e não do amor e do Espírito de Deus. É um processo que exige que alimentemos as amizades espirituais e permitamos que a comunidade cresça espiritualmente em vez de se organizar de modo artificial. É um processo que exige que estejamos mais à disposição das pessoas para repartir com elas a alegria da salvação de Deus.
Como afirma Ariovaldo Ramos:

“Estamos aqui na terra para nos parecer com Jesus tornando a terra melhor do que antes. A nossa passagem aqui é para lutar pela justiça e pela paz em Cristo, por meio de Cristo” (Reflexão sobre as Bem-aventuranças).
A vida cristã é uma vida de redenção diária ao Reino e vida de Jesus Cristo. Nossos sentimentos e desejos precisam ser trocados e, na verdade, redimidos, para que entremos na realidade indicativa ou profética da vida cristã.
Quanto mais nos parecemos com Cristo, mais podemos desejar sua volta para habitarmos e reinarmos com ele. Quanto mais nos parecemos com Cristo, mais a violência some, mais a justiça prevalece e mais o ser humano é resgatado para Deus.
Que ele nos dê a graça de nos parecer diariamente com ele!

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Alcindo Almeida

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A VIDA, ARTE DOS ENCONTROS


- Texto para reflexão: “Uma coisa sei: Eu era cego, e agora vejo” (João 9.25).

Há algum tempo atrás li um artigo com o tema acima, assinado por Marcos Inhauser, que evidenciou-nos uma verdade sobre a qual vale a pena refletir.
“Viver, diz ele, é a arte dos encontros, e eles nos fazem ser mais ou menos efetivos na vida dos outros e na própria vida”.
Isso porque há vários tipos de encontros na vida. Há aqueles que são inevitáveis. Pode ser a pessoa chata, a grossa, a escandalosa no jeito de ser ou falar, a mal educada, a mal cheirosa. Desse último tipo, lembro-me de subir as escadarias que levavam à torre da Catedral de Strasbourg (França) atrás de um senhor e seu pequeno filho, sem possibilidade de ultrapassá-los. Não se tratava de uma penitencia, mas, foi um tormento sem fim.
Há encontros em que você se sente bem em ter encontrado, ter podido ajudar e nem fica sabendo quem era a pessoa.
Há os encontros que ocorrem quando não se espera mais nada. Há encontros em que as pessoas trocam idéias, compartilham sonhos e fortalecem a vida.
Há também encontros em que as pessoas só falam obviedades que nada acrescentam, e você fica com a sensação de que está perdendo seu tempo.
Há encontros em que a pessoa só fofoca, denigre e inveja. Estes nos matam.
Há encontros em que o silêncio é mais proveitoso que as palavras. Há outros em que o olhar, o toque, os carinhos dispensam as palavras.
Há encontros em que a palavra deve ser bem pensada, sentida, vivida, e há encontros em que a vida pára para que as pessoas possam viver.
São muitos e diferentes encontros.
Há encontros que influenciam nossas vidas.
Isso diz respeito a relacionamentos. Desenvolva relacionamentos que possam tornar-se importantes em sua vida. Cerque-se de pessoas que possam agregar valor à sua vida, tornando-a uma pessoa melhor. Que o incentivem em vez de esgotá-lo, empurrando-o para a direção errada ou tentando derrubá-lo.
Lembro-me dos encontros quase diários com meus avós. Eles não só me davam prazer, como me influenciaram profundamente, acrescentando-me valores e princípios que muito contribuíram em meu crescimento.
Nunca minimize o impacto que outros podem ter sobre a sua vida. Se você observar bem, verá que quase todas as nossas tristezas podem ser remontadas aos relacionamentos com as pessoas erradas, e as nossas alegrias, aos relacionamentos com as pessoas certas.
Há encontros que marcam a vida.
Tive alguns encontros assim.
Num deles, enquanto aguardava sozinho para ser atendido por um profissional da área jurídica em uma sala de reuniões, fui surpreendido com a entrada (equivocada) de um homem alto, com um sotaque americano. Olhando para mim, antes que esboçasse qualquer manifestação, ele disse-me: “Deus não tem problemas; Deus tem soluções”.
Aquele momento, aquele encontro, marcou minha vida. Tornamo-nos amigos e pude encontrar aquele homem mais algumas vezes. A última vez que soube notícias dele, estava na Finlândia, trabalhando num projeto missionário naquele país.
Há encontros que transformam a vida.
Nesse último, não posso deixar de falar sobre a vida e o viver de Jesus de Nazaré. Todos os que se encontraram com Ele tiveram suas vidas transformadas. Ninguém deixou um encontro com Ele sem ser tocado quer por suas palavras, suas atitudes, seu olhar.
Certa vez um homem cego de nascença encontrou-se com Jesus, ou melhor, foi encontrado por Jesus (João 9:1-25). Após um diálogo com as pessoas ao redor, Jesus o curou, para alegria dele e espanto dos presentes. Depois disso ele (o cego que fora curado) foi interrogado a respeito de quem fizera aquilo, ao que respondeu: “uma coisa sei: eu era cego, e agora vejo”.
Aquele encontro transformou a vida daquele homem para sempre.
Concluindo,
John Wooden em seu livro “O melhor de mim” escreveu: “Há obrigatoriamente uma escolha em tudo o que se faz; Por isso, tenha em mente que, no final, a escolha que você faz é o que faz você”.
Que este seja o dia desse encontro que transforma a vida – um encontro com Jesus.
Um bom dia para você!
Em Cristo,
______________

Pr. Hilder C Stutz

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Salvador maravilhoso......


Ontem na celbração da noite na nossa comunidade o Pr. Gerson Borges cantou esta canção que mexeu demais com o nosso coração:


Salvador maravilhoso,
Deus que tomou meu lugar
Cordeiro entregue ao Calvário
Morto pra nos salvar,
Ô ô ô, morto pra nos salvar
Consolador, Conselheiro,
Deus que me vem abraçar
Na noite escura da alma
Tu vens comigo andar,
Ô ô ô, Tu vens comigo andar


Por isso nós te adoramos,
Por isso vamos louvar,
Pois dessa graça que sara,
Só tu nos podes dar
Ô ô ô, só Tu nos podes dar

Pai poderoso e infinito,
Deus que não cansa de amar,
Em meio às nossas fraquezas,
Nós vamos te buscar,
Ô ô ô, nós vamos Te buscar

Por isso nós te adoramos,
Por isso vamos louvar,
Pois dessa graça que sara,
Só tu nos podes dar
Ô ô ô, só Tu nos podes dar
Ô ô ô, só Tu nos podes dar
Ô ô ô, só Tu nos podes dar...
_____________________
(Gerson Borges)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Deus tem amor profundo por nós


- Texto para refexão: A tua benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas mãos (Salmo 138.8).


O fato precioso é que Deus nos criou para a união com ele. Esse é o propósito original de nossa existência. E Deus é definido como amor (IJo 4.16). Como diz Brennan Manning:

“Viver com a percepção de quanto somos amados é o eixo em torno do qual gira a vida cristã. Ser amados é a nossa identidade, o âmago da nossa existência. Não se trata apenas de um pensamento que reflete nosso senso de grandeza. É o nome pelo qual Deus nos conhece, e o meio de ele se relacionar conosco” Ap 2.17 (MANNING, Brennan. O obstinado amor de Deus. São Paulo: mundo Cristão, 2007, p. 20).

Como é bom compreender as implicações da fé cristã. Quando estamos dilacerados, em nossa impotência, em nossa fraqueza. É exatamente neste hora que o Senhor Jesus se faz mais presente do que nunca. Na verdade, ele está sempre presente. Mas, só conseguimos avaliar mais e perceber mais quando enfrentamos as realidades de sofrimento e pressão na vida.

É na hora da dor e da angústia que percebemos que a fé em Deus pode ser fortalecida. E percebemos mais que a mão do eterno Deus continua estendida para nós. Como conversava com uma amiga ontem, depois de ouvir o relato dela sobre a morte da sua mãe. Deus está olhando para nós mesmo quando achamos que não. Ele nunca nos abandona, ele nunca nos desampara!
A presença de Deus em nossa vida mostra claramente que a mão dele está estendida sobre nós. Deus mostrou isso através de um casal que ele mandou para orar por minha esposa e por mim num momento de dor na vida.

Saibamos desta verdade, Deus está com a sua estendida para nós como diz o profeta Isaías. Ele não nos abandona nunca. Como ele mesmo diz no Livro: Porque eu o Senhor te tomo pela minha mão direita e te digo: Não temas que eu te ajudo (Is. 41.13). Louvado seja o nome deste Deus que estende a sua mão para nós!
Somos amados por este Deus de propósito. A nossa vida não é um achado. Estamos na agenda eterna de Deus por amor. Nossos pais podem nos esquecer, os professores podem nos negligenciar, os filhos podem ter vergonha de nós. Mas, no alcance das orações está aquele que criou os oceanos: Deus! Ele se importa conosco. Deus se importa!
Max Lucado diz que “neste momento, neste minuto. Não é preciso esperar na fila ou voltar amanhã. Ele está conosco” (LUCADO, Max. Os mais brilhantes pensamentos de Max Lucado.Rio de Janeiro. Thomas Nelson, 2008, p. 11). Por isso, Davi diz que o amor de Deus dura para sempre. Não poderia estar mais próximo do que neste segundo.

A lealdade dele não vai aumentar se formos melhores nem diminuir se formos piores. Ele se importa com a nossa vida e história. Por isso, o profeta Jeremias diz: Com amor eterno te amei e com benignidade te atrai.
O propósito de Deus na nossa vida pode ser tomado de nós ou o nosso valor pode ser diminuído? Não. Ninguém pode abatê-lo. Deus se importa conosco sempre. Simplesmente porque assim ele escolheu. Então ele nos ama quando não sentimos que não merecemos ser amados. Ele nos ama quando ninguém mais nos ama. Enquanto outros nos abandonam e ignoram, Deus nos amará sempre! Por isso, Paulo diz: Chamarei meu povo a quem não é meu povo; e chamarei minha amada a quem não é minha amada (Romanos 9.25).
Max Lucado diz que “nós fomos tecidos e não somos um acidente. Não fomos produzidos em massa, não somos um produto de uma linha de montagem. Somos deliberadamente dotados, colocados com amor neste mundo pelo Artesão Mestre” (LUCADO, Max. Os mais brilhantes pensamentos de Max Lucado. Rio de Janeiro. Thomas Nelson, 2008, p. 21).
O que estas verdades trazem de implicações para nós?

· Podemos confiar em Deus sem qualquer medo;
· Podemos todas as coisas naquele que nos fortalece;
· Não precisamos ter dúvidas na nossa fé;
· Não precisamos nos desanimar na vida. Deus nos ama sempre;
· Ajamos no sentido de atingir a nossa meta a cada dia sabendo que Deus está no controle da vida;
· Podemos ter sonhos e alegria no coração sabendo que Deus nunca nos abandonará;
· Vivamos cada dia de uma vez sem medo do amanhã;
· Vejamos a graça de Deus todos os dias da vida.

Que a graça do eterno seja sobre nós para compreendermos estas verdades!

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Alcindo Almeida


BARBOSA, Ricardo. Conversas no caminho. Curitiba PR: Encontro, 2008.
CHAMPLIN, R. N. Comentário do Livro de Salmos. São Paulo: Hagnos, 2001.
LUCADO, Max. Os mais brilhantes pensamentos de Max Lucado. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2008.
MANNING, Brennan. A Assinatura de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
________________. O obstinado amor de Deus. São Paulo: mundo Cristão, 2007.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Na Avenida de Deuteronômio 8


- Texto da reflexão: E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem (Dt. 8.2-3).
Há um filme de uma história verídica de “Dawn Anna". Uma inesquecível históriade amor, adversidade e superação. Dawn Anna é o comovente testemunho do poder do amor e da família perante as dificuldades da vida. Ela é mãe solteira, luta por encontrar um trabalho como professora para poder sustentar os seus 4 filhos. Quando finalmente consegue esse trabalho como professora e treinadora e inicia uma relação com uma pessoa que ela conhece, subitamente se abate sobre ela uma debilitante doença.
Após uma complicada cirurgia, ela se vê forçada a aprender a falar e a andar de novo. Por fim, a desgraça volta a bater-lhe à porta, mas desta vez se trata de uma tragédia nacional que choca o mundo inteiro. Dawn terá de concentrar toda a sua força interior e o amor da família que criou para conseguir ultrapassar esta inacreditável tragédia e heroicamente continuar com a sua vida.
Esta recente tragédia ocorrida afetou a vida dela e da sua família. Ela esteve balada anteriormente e agora fica decepcionada com a morte da sua filha de apenas 16 anos de idade. Mas, o que chama a atenção é ela não pega atalhos para enfrentar esta dor. Apesar de todo sofrimento e angústia, ela transforma a dor em algo positivo.
Quando caminhamos em Dt. 8, percebemos que as palavras nos convidam para uma leve tentativa de nos desviar, de pegarmos atalhamos. Porque não gostamos muito de palavras como: humilhar, provar e ter fome (Dt. 8.2-3). Então preferimos os atalhos humanos que nos permitem pelo menos fugir das podadas espirituais que Deus nos traz por meio da provação e sofrimento.
O texto nos aponta algumas placas divinas para seguirmos e que nos ajudarão a passar pela Avenida com um coração disposto a aprender o moldar e trabalhar de Deus na nossa vida.
A primeira placa divina é:

·Humilhação: 


O texto fala que era para o povo se lembrar de todo o caminho pelo qual o Senhor Deus tem o conduziu nos quarenta anos no deserto. E o fim de tudo era para humilhá-lo. Quando estudamos o termo humildade, percebemos que ele consiste em não se querer “alcançar coisa alguma, nem estados de recolhimento nem a calma absoluta”, mas em “nos abandonarmos inteiramente nas mãos do eterno Deus como diz Anselm Grun no seu livro Exigências do Silêncio. Humildade aqui implica em uma atitude de resposta à experiência de Deus e da própria fraqueza e impotência perante ele. Trata-se, pois, de um presente, que o homem não é capaz de conseguir com suas próprias forças.
A humilhação que vem da parte de Deus para o povo de Israel é para lutar e combater o grande vício de querer andar sozinho e depender de si mesmo. Deus manda a humilhação para Israel aprender que só pode ser conduzido pelo poder de Deus. Só pode experimentar um caminho seguro naquele deserto com a presença de Deus. Ele faz isto conosco, ele nos aponta a placa divina da prática da humildade para que reconheçamos a ação dele na vida.
Às vezes, ele nos coloca em alguns caminhos que trazem grandes sofrimentos para o coração, mas são os caminhos de tratamento do caráter e dependência total dele. São caminhos que moldarão o nosso temperamento, o nosso coração para uma maior comunhão diante do Deus soberano.
É interessante quando olhamos para o próprio Deus sendo moldado por meio da humilhação. Ele é o modelo de dependência do Pai. Jesus Cristo de Nazaré. Ele passa por uma humilhação que faz a sua vida passar pela cruz em submissão diante do Pai e dos seres humanos. Ele foi servo em humildade diante de todos.
A vida do nosso mestre foi de cruz, e humilhação, serviço e submissão. Ele abriu mão de posição e status da sua glória por causa desta palavra: humilhação. Por isso, o profeta Isaías fala que ele foi homem de dores, desprezado, oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca (Is. 53.3 e 7).

A segunda placa divina é:

·Provação: 


O texto fala que a provação era para o povo saber o que estava no coração, se guardaria ou não os mandamentos. Provação quer dizer teste. A Bíblia mostra claramente que as provas revelam o nosso verdadeiro caráter. A Bíblia diz em II Crônicas 32.31: Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes de Babilônia, que lhe foram enviados a perguntarem acerca do prodígio que fora feito na sua terra, Deus o desamparou para experimentá-lo, e para saber tudo o que havia no seu coração.
A palavra aqui experimentar é a mesma que testar ou provar. Então aprendemos que as provas nos dão oportunidades para desenvolver o nosso caráter, com a ajuda e com a graça marcante de Deus na vida. A Bíblia diz no Salmo 11.5: O Senhor prova o justo e o ímpio. Lembro-me do texto de Gn. 22.1: Depois disto, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse...
A proposta que Deus faz é: Toma teu filho: A ênfase é no teu. Nenhuma alternativa ou substituto foi permitido. O filho prometido, nascido de sua esposa Sara, o filho longamente esperado que nasceu através de uma intervenção miraculosa de Yahweh na vida da estéril Sara, tinha que ser entregue no sacrifício. Teu único filho: Abraão tinha outros filhos, de Hagar e Quetura. Mas Isaque era o único filho nascido de seu casamento com sua primeira e única esposa reconhecida adequadamente, Sara. Isaque também era o único que, como semente de Abraão e Sara, continuaria a linhagem da semente pactual. Isaque representava a recompensa do Deus de Abraão (Gn 15.1). Isaque representava o futuro de Abraão, social e espiritualmente. A quem amas: Deus reconhecia o forte vínculo paterno entre pai e filho.
O coração de Abraão estava preso no mais poderoso, mais delicado e valorizado relacionamento que poderia existir entre pai e filho. Só que mesmo assim, Deus testou Abraão, provou qual era verdadeiramente o affectus (afeição) de Abraão. E Abraão como vice gerente da aliança, ele foi em direção a ordem de Deus.
O texto diz no versículo 3 que ele se levantou de madrugada e preparou tudo. No versículo 4 diz ele foi ao lugar. E no versículo 9 diz que ele amarrou o seu filho amado, o filho da promessa e o deitou no altar em cima da lenha. E no versículo 10 diz que ele estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o seu filho. Este homem de Deus segue a placa divina do teste espiritual. Deus nos convida para o mesmo exercício na Avenida do capítulo 8 de Deuteronômio. E uma placa que ele nos ensina a olhar é a da provação. Para que aprendamos a entregar tudo para Deus.

A terceira placa divina é:

·Entendimento: 


O texto diz que tudo isto aconteceu para o povo entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor. Isso é uma verdade na nossa vida! Deus nos faz ver esta placa divina para termos compreensão de que na vida não podemos andar só. Dependemos de alguém maior do que nós. Não conseguimos passar pelas lutas sem a direção e graça de Deus. E só entendemos isto quando o nosso coração é sensível para compreender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor.
Jamais peguemos atalhos quando estivermos na Avenida da humilhação, da provação e da dor! (
Alcindo Almeida).

“GERANDO MEMÓRIAS POSITIVAS”


- Texto para Reflexão: Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança” (Provérbios 23.18).

Entramos no último mês do ano. Parece que o tempo anda mais rápido do que podemos acompanhar.
Embora saibamos que todos recebemos os mesmos 365 dias de 24 hs cada, parece que para alguns (dentre os quais eu me incluo) esse tempo pareceu menor, e passou mais rápido.
Numa certa história em quadrinhos, o personagem principal faz a seguinte observação: "Deus me colocou na Terra para realizar um certo número de coisas. No momento, estou tão atrasado que nunca vou morrer".
Tenho encontrado amigos no dia a dia que se confessam cansados, às vezes apreensivos ante toda a realidade que nos cerca.
Lembro-me de um testemunho que li certa vez (“Os melhores discursos de Martin Luther King” Ed Zahar) citando uma mulher de 70 anos, irmão Pollard, que viveu na comunidade de Montgomery, Alabama, EUA, na época do boicote aos ônibus. Quando um dia lhe perguntaram, enquanto seguia a pé, se não desejava uma carona. “Não”, ela respondeu. Perguntaram-lhe, então, “A senhora não está cansada?”. Com sua sabedoria agramatical, ela disse: “Meus pé tá cansado, mas minha alma, não”.
Creio que nesse testemunho há um princípio precioso para a vida, às vezes estressante do dia a dia: as verdades escritas em nossa alma nos mantêm sempre de pé.
Assim, por estas convicções, permita-me sugerir a você três atitudes :

I – OLHE PARA TRÁS COM GRATIDÃO.
Confesse: por mais difícil que tenha sido até aqui, foi bom ter conseguido.
“Sabemos quem guarda o futuro... ao agradecer a ele pelo passado”. Charles Swindoll (em “Dia a dia com Charles Swindoll”, Ed Mundo Cristão, pág 25).
Nessa história real que vai sendo escrita em nossa existência, somam-se recordações magníficas e abençoadas, assim como o registro de nossas dores e fracassos. Altos e baixos constroem nossa vida. Força e fragilidade; vitórias e derrotas; alegrias e tristezas. A vida é feita dessa alternância.
Mas, estar aqui deve ser motivo de gratidão.
“A gratidão abre as portas para a plenitude da vida; transforma aquilo que já temos em suficiente e ainda mais. Transforma a negação em aceitação; o caos em ordem; confusão em clareza. Transforma uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. Gratidão traz sentido ao nosso passado, traz a paz para o presente e cria uma sólida visão para o amanhã”. Melody Beattie (autora e jornalista americana).

II– VIVA O PRESENTE COM PERSEVERANÇA.
Na verdade, todos queremos viver confortavelmente com o palpável, com o familiar, com a lógica forjada, mesmo que sobre falsa aparência de segurança.
Mas, ante a fragilidade da vida e dos sistemas ofertados, devemos estar conscientes de que a vida é um desafio a ser vivido com perseverança.
E nada pode tirar o lugar da perseverança e da persistência. Talento não irá. Nada é mais comum do que pessoas que não são bem sucedidas, porém, talentosas. Genialidade também não irá. Instrução não irá. O mundo está cheio de gente instruída mas sem uma proposta que vale a pena seguir. Persistência e determinação é que fazem a radical diferença.
Seja perseverante. Enfrente os desafios com coragem e determinação. Planeje contando em fazer correções de rumo quando se fizer necessário.
Hoje é o melhor momento para começar. Priorize o que é importante em sua vida e detenha-se nisso.
Um cartaz do lado de fora de um viveiro de planejamento paisagístico dizia: "O melhor momento para se plantar uma árvore foi há 25 anos... O segundo melhor momento é hoje". Aja, agora!

III– OLHE O FUTURO COM FÉ.
Qual a sua visão sobre o futuro? Como você tem olhado para o amanhã? Que tipo de sonhos você tem alimentado em sua vida, sua família, seu trabalho, seus relacionamentos?
“Felicidade não é uma estação final em que você desembarcou; mas é uma maneira de viajar”. George Jackson
Construa sua vida, agradecido por estar hoje aqui. Olhe para seu presente como uma dádiva a ser vivida com intensidade, conteúdo, profundidade e perseverança.
Olhe o futuro com fé, pois, mais que um momento de expectativas, ele será uma oportunidade para ver Deus agir.
Trabalhe para gerar uma memória positiva ante os fatos e experiências da vida.
As experiências positivas, celebre-as de maneira inesquecível. Tenho certeza de que você já foi capaz de vivenciar algumas delas.
As experiências negativas ou difíceis para quais tenha passado, transforme-as em desafios e possibilidades. Lembre-se:
Sem esperança, nos trancamos dentro de nós mesmos,
Deixamos de sonhar e não permitimos que Deus intervenha a nosso favor.
Concluindo,
Meu convite a você é que creia na promessa de Deus para sua vida:
“Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança”. (Provérbios 23:18)

Em Cristo,
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Hilder C Stutz

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Temos de passar pela Avenida de Deuterônomio 8


- Texto da reflexão: E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem (Dt. 8.2-3).

Há um homem muito importante no cristianismo chamado Dietrich Bonhoeffer. A importância de Bonhoeffer começa com sua oposição ao partido nazista e sua influência na igreja alemã durante a ascensão de Hitler (Século XX). Este homem é uma marca do cristianismo porque morreu com muito sofrimento até ser enforcado, mas não negou a sua fé jamais. Ele foi humilhado, mas glorificando ao Deus eterno.
Para Bonhoeffer, a verdadeira graça é a graça que custará a vida de um homem. É a graça feita custosa pela vida de Cristo, que foi sacrificado para comprar a redenção do homem.
Bonhoeffer enfrentou a morte diariamente por muitos anos e chegou a algumas conclusões corajosas com relação a que postura poderia ser adotada pelos cristãos diante dela. Ele argumentava que se pode experimentar o milagre de vida enfrentando a morte diariamente; a vida poderia ser vista de fato como o dom de Deus que é (Cartas e Documentos de Prisão, 1942).
Ele afirma algo sério para nós:

“Quando Jesus chama alguém, ele chama para vir e morrer. Não temos nenhum motivo ou direito de escolher outro caminho senão aquele que Deus escolheu em Cristo Jesus. A cruz é um símbolo da nossa salvação quanto o padrão para a nossa vida” (MANNING, Brennan. Meditações para maltrapilhos. São Paulo: Mundo Cristão, 2008, p. 70).

Quando lemos este texto, parece que não gostamos muito porque só ouvimos falar da bondade de Deus e da forma terna que ele sempre nos trata. E isso é verdade mesmo! Só que não falamos de uma avenida que não é o Diabo que coloca na nossa caminhada, é Deus. Moisés nos lembra de maneira honesta e séria esta realidade quando afirma: E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração... Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis.
Esta é a Avenida do sofrimento. É a Avenida da humilhação, da provação e da dor. Esta Avenida nós não gostamos e nem queremos entrar nela. Porque ela traz um instrumento da parte de Deus que mexe com a nossa estrutura e fé.
A humilhação é um processo de Deus para nos provar e trazer ao coração um crescimento. Porque sem dor, sem provação, sem tribulação na vida não há amadurecimento. Não há um teste de fé. Sem abnegação e dor na caminhada cristã temos a tendência de achar que somos capazes sozinhos de fazer tudo.
Vejam que a humilhação vem para provar o coração do povo. E muito provavelmente era para o povo exatamente não se esquecer do Deus da aliança e não andar sozinho. Então Deus faz Israel passar pela Avenida do sofrimento e da humilhação. Para que aquele povo andasse na dependência do caráter de Deus e não das próprias forças.
Para experimentarmos uma fé mais profunda, temos de passar pela Avenida deste capitulo 8. Porque a nossa confiança é uma atitude adquirida gradativamente em meio a muitas crises, humilhações e provações profundas.
A nossa confiança é purificada no crisol das provações.
Na nossa família tem sido assim. Atualmente estamos na Avenida do capitulo 8 de Deuterônomio. Nosso pai está enfermo numa cama e vemos, a cada dia, ele definhando e definhando. Não sabemos o que fazer porque nem a morfina resolve muito. O remédio mais precioso é a oração dos santos. É por meio dela que temos aprendido a viver a realidade desta Avenida. E a grande verdade é que não podemos fugir dela. A chegada a Avenida do capítulo 28 de Deuterônomio será determinada pelo eterno e soberano Deus.
A grande lição que temos tirado é que Deus está nesta Avenida e um dia ele nos levará para um tempo de tranqüilidade. Mas, independentemente de toda a dor que passamos, sabemos em quem temos crido. Cremos no Deus que nos ama e nos toma pela mão. Sabemos que quer na morte ou na vida, o louvaremos sempre. Porque a Bíblia diz que Deus é Deus de eternidade a eternidade.
Louvado seja Deus pela Avenida de Deuterônomio 8!


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Alcindo Almeida

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Desfiguração e transfiguração...Revista Ultimato

A mais completa descrição de Jesus como o Servo Sofredor diz que a “sua aparência estava tão “desfigurada”, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano” (Is 52.14). A narrativa do que aconteceu com Jesus naquele alto monte diz que “ali ele foi “transfigurado” diante deles [Pedro, Tiago e João]. Sua face brilhou como o sol” (Mt 17.2).Esses dois retratos de Jesus opostos entre si -- a desfiguração e a transfiguração -- mostram duas realidades contrárias: o sofrimento e a glória do Messias. A menos que se destrua por completo a história da redenção, ninguém poderá negar os dois eventos, nem mesmo fazer pouco caso deles.
As Escrituras apontam para as vestes vermelhas de sangue, bem como para as vestes brancas como a luz, para a cruz e também para a coroa, para a Paixão e para a Páscoa, para a morte e também para a ressurreição, para a descida aos infernos e para a subida aos mais altos céus.
A exaltação de Jesus é tão certa quanto a sua humilhação.Há passagens que mostram tanto a desfiguração como a transfiguração de Jesus. Numa delas, o Messias descreve o drama do abandono (“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”, Sl 22.1), o drama da zombaria (“Caçoam de mim todos os que me vêem”, Sl 22.7) e o drama da cruz (“Perfuraram minhas mãos e meus pés”, Sl 22.16). Porém, a melancolia é bruscamente quebrada com a notícia de que “haverão de ajoelhar-se diante dele todos os que descem ao pó” (Sl 22.29).
Em uma segunda passagem, o profeta fala sobre o drama da feiúra de Jesus (“Ele não tinha nenhuma beleza que chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse”, Is 53.2, NTLH) e o drama da cruz (“Ele derramou sua vida até a morte, e foi contado entre os transgressores”, Is 53.12). Mas, antes de abordar a dor de Jesus, o mesmo profeta garante que o Senhor “será engrandecido, elevado e muitíssimo exaltado” (Is 52.13).A passagem mais conhecida e mais explícita sobre o assunto apresenta o drama do esvaziamento (“Embora sendo Deus, [Jesus] esvaziou-se a si mesmo”, Fp 2.7) e o drama da cruz (“E sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!”, Fp 2.8).
A mesma passagem, logo em seguida, menciona a glória do crucificado: “Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11).Há passagens que focalizam apenas a transfiguração. É o caso daquele versículo dos Salmos várias vezes transcrito para o Novo Testamento: “O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés” (Sl 110.1).
Outra passagem notável está no livro de Daniel, quando o profeta, exilado na Babilônia, em sua visão apocalíptica, no primeiro ano de Belsazar (548 a.C.), vê “todos os povos, nações e homens de todas as línguas” adorarem ao Senhor no momento em que ele descia com as nuvens dos céus (Dn 7.14).
Não é possível omitir a passagem de Apocalipse que diz: “O sétimo anjo tocou a sua trombeta e houve fortes vozes nos céus que diziam: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15).
É muito difícil enxergar o deslumbramento da glória presente e futura de Jesus. Se não podemos vislumbrar hoje toda a beleza de Jesus, podemos pedir a Deus que levante a cortina e nos deixe ver cada vez mais a sua glória, como aconteceu com as três testemunhas da transfiguração.
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(Extraído da Revista Ultimato - número 315: Desfiguração e transfiguração, p.3).

O eu, o nós e a auto-estima....Por Rubem Amorese




Vivemos um tempo em que as pessoas se amam. Um fenômeno de dimensão sem precedente na história do Ocidente. A expressão “auto-estima”, como justificativa politicamente correta ou objetivo universalmente aceito para qualquer ação, está presente em cada conversa de cafezinho, em programas pedagógicos, no planejamento governamental, na boca de políticos e até de quem não sabe o que dizer. Você precisa de um bom motivo para justificar o que deseja fazer? Diga que faz bem à sua auto-estima; que você se ama.
Entre os crentes, a expressão já foi justificada biblicamente e aceita, sem receio de mundanismo: para amar o meu próximo como a mim mesmo, preciso primeiro amar a mim mesmo. Amar ao próximo, portanto, “requer” auto-estima. Acho positiva essa moderna preocupação com a saúde do “eu”. Em especial, quando ela se materializa na cultura da saúde: na onda do “fitness” (malhação em academias) para qualquer idade, nas caminhadas, na hidroginástica, na comida saudável, na dieta da moda, nos “spas”, nas grelhas que eliminam a gordura, nos cereais matinais, nos iogurtes com bacilos, nos complexos vitamínicos, no consumo de fibras, na redução de colesterol, nos três litros de água por dia etc.
Essa moda traz também o cuidado com a mente e com o “eu espiritual”. Surgem, então, os livros de auto-ajuda, as revistas especializadas em bem-estar e forma física e mental; os gurus do anti-estresse, os mentores espirituais, os psicólogos pessoais (“personal shrinks”), conselheiros financeiros etc. Não é difícil notar que toda essa preocupação com a saúde vem sendo incorporada pelas novas gerações como estilo de vida. Chega a assumir a força de religião. Por exemplo, uma caminhada no parque, hoje, é uma desculpa aceitável para recusar uma hora extra. Já estava agendada. Já no limite do aceitável, você pode justificar a falta a um casamento dizendo que tem trauma de casamentos à tarde. Bem, talvez compreendam que você está cuidando de sua auto-estima.
O lado saudável de tudo isso não deve, no entanto, nos encobrir uma sutil ameaça ao cristianismo: a confusão entre auto-estima e egoísmo. Nos dois casos, estou investindo em mim mesmo. Mas o “ego-ismo”, significando “eu-ismo”, tende a me afastar dos outros, levando-me a um individualismo que separa, isola.
Temo que, em poucos anos, se tivermos que escolher entre nós e eu, o eu ganhe todas. Temo que a auto-estima se fortaleça às custas da solidariedade. E que esse eu se transforme em um dragão que devore a caridade; devore aquele amor altruísta que se faz “pão e vinho” e se derrama em serviço, em “lava-pés”. Talvez eu esteja exagerando em meus temores. Queira Deus! Mas tenho orado, nesse sentido, por nossa igreja. Peço que a hipertrofia do nosso eu não nos conduza à transgressão. Peço por discernimento. Peço que aprendamos a cuidar de nós mesmos sem esquecer o ensino de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24).

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• Rubem Amorese é consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. É autor de, entre outros, Louvor, Adoração e Liturgia e Icabode -- da mente de Cristo à consciência moderna.