Toda vez que falamos sobre legalismo, pensamos sempre nos outros, nunca em nós mesmos. É bom termos a convicção de que as raízes do legalismo estão no nosso próprio coração pecaminoso e caído. O nosso coração manifesta a condição pecaminosa no desejo deformado de confiarmos em nosso próprio mérito e na nossa própria habilidade. Acreditamos que temos a plenitude do saber. Achamos que somos melhores do que todos que nos cercam.
E viramos pessoas legalistas só por acharmos que somos os donos da verdade. Em contrapartida, a graça nos mostra que jamais poderemos ser os auto suficientes na vida, somos incapazes, somos imperfeitos e precisamos dela sempre.
Quando falamos de legalismo nas Escrituras, logo olhamos para as histórias dos Evangelhos sobre os fariseus. Deles, tiramos o termo farisaico, definido como severa auto justiça e hipócrita. Ser farisaico significa um compromisso extremo com a observância religiosa e ritual, isso além da crença.
Jesus falou assim dessa classe farisaica: Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar. (Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.) Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós. (Mateus 23:13-15)
Jesus confronta o farisaico em todas as páginas dos evangelhos, porque ele queria mostrar um cristianismo através de obras, pensando assim que isso traria alguma possibilidade de salvação. Os fariseus batiam no peito louvando a si mesmos porque eram dizimistas, oravam e guardavam a lei como ninguém.
O fariseu era tão arrogante e tão legalista que comparando-se com um coletor de impostos em Lucas 18, ele disse: Graças te dou porque não sou como os demais homens. Isso é uma hipocrisia e um legalismo sem tamanho. Isso é auto justiça, isso é uma religião cheia de movimentos humanos, mas sem a graça, sem o amor divino no coração.
A solução para isso é percebermos que todos nós somos miseráveis, todos nós carecemos da graça. Não somos melhores do que os outros. Somos todos servos de um só Senhor: Jesus Cristo de Nazaré. A glória é dele e não nossa.
Ser legalista é trabalhar a lei de modo ritualista, e olhar somente para os defeitos dos outros. Saiamos dessa prisão, vejamos tudo pela graça. Não quero dizer que seremos liberais com a prática da obediência e dos preceitos da Palavra de Deus, mas que olharemos com mais graça para a vida, com leveza e sem sermos legalistas com dogmas e regras achando que elas trazem salvação, não. A salvação, a mudança de vida, a vida de cruz em Cristo, é fruto da graça e da vontade de Deus, não de regras, costumes e práticas religiosas. (Alcindo Almeida)
Que benção,Graça maravilhosa me alcançou.
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