quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Leituras em novembro de 2023

1. LAWRENCE, Frank Laubach. Praticando a presença de Deus. Como alcançar a vida cristã profunda. Rio de Janeiro: Danprewan, 2003. Praticando a Presença de Deus' é um clássico da literatura cristã! Esta é a segunda edição em português de um livro inspirador para os cristãos que almejam alcançar um relacionamento com Deus. A obra é um relato das experiências de Lawrence e Laubach sobre viver na presença do Senhor. Em alguns trechos o leitor poderá identificá-la como um diário das experiências vividas pelos autores. Em outros momentos, a leitura o levará a uma reflexão sobre a busca de um Deus pessoal. É uma ferramenta muito eficaz, na prática da meditação bíblica. Irmão Lawrence e Frank Laubach não foram contemporâneos. Viveram em épocas diferente, Lawrence no século XVII e Laubach no século XIX. Mesmo não se conhecendo, tiveram algo em comum: buscar um relacionamento real com Deus. Para isso se disciplinaram a viver, minuto-a-minuto, num constante diálogo com Deus. Contém 153 páginas. 

2. LUTZER, Erwin. Os brados da cruz. Uma jornada no interior do coração de Jesus. São Paulo: Editora Vida, 2003. O livro Os Brados da Cruz, do renomado escritor Erwin Lutzer conduz os leitores à maior e mais empolgante das viagens: ao interior do coração de Jesus. Essa jornada percorre sete momentos singulares na vida de Cristo: suas últimas palavras na cruz. Cada brado não foi proferido em vão. Repletos de significado para todas as gerações, eles ainda guardam a mesma força de quando foram emitidos no Calvário. São brados que exprimem perdão, compaixão, resignação e vitória. Acima de tudo, revelam a plena humanidade de Cristo e seu exemplo de vida em cumprir a vontade do Pai até o último instante de vida. O livro Os Brados da Cruz ainda são ouvidos em nossos dias. Clamam ao coração do homem e querem conquistá-lo. Permita que as últimas palavras de Jesus toquem, surpreendam e transformem sua vida. Quando melhor compreendermos o que ela deve significar para cada um de nós. Quem tem ouvidos ouça! Leia o livro Os brados da cruz. Contém 166 páginas.

3. FERGUSON, Sinclair B. Somente Cristo: Legalismo, antinomianismo e a certeza do Evangelho. São Paulo: Editora Vida Nova, 2019. Desde os dias da igreja primitiva, os cristãos lutam para compreender a relação entre lei e evangelho. Se a salvação é pela graça e a lei não pode salvar, como afirma o apóstolo Paulo, qual a relevância da lei para os cristãos de hoje? Ao revisitar a famosa mas esquecida “controvérsia do cerne” que, no século 18, acentuou o debate acerca da relação e da proporção adequada entre a graça de Deus e nossas obras —, Sinclair B. Ferguson explora essa questão central e por isso ainda tão relevante. Ao fazê-lo, explica como nossa compreensão da relação entre lei e evangelho determina a maneira de encararmos o evangelismo, a busca da santificação e até mesmo nossa compreensão do próprio Deus. Contém 304 páginas. 

4. FLÁVIO, Anderson. (org.) Conexões entre psicologia e espiritualidade. São Paulo: Editora Scortecci Editora, 2023. No livro, que é da Scortecci Editora, os leitores encontrarão conhecimento sobre a espiritualidade feminina, sobre a importância da gratidão como um componente da espiritualidade, a discussão religiosa entre ansiedade e pecado, alguns aspectos da inteligência espiritual, a relação entre a arte da música e a espiritualidade e sobre a espiritualidade da juventude. A publicação faz ainda algumas considerações sobre a psicanálise e a espiritualidade, sobre o processo de luto e a espiritualidade e, por fim, sobre os efeitos da espiritualidade na família. Contém 212 páginas.

5. YANCEY, Philip. Onde bateu a luz. A história de um dos mais premiados escritores cristãos da atualidade. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2022. Onde bateu a luz apresenta a narrativa autobiográfica de Philip Yancey, um dos maiores escritores cristãos da atualidade. Seu ambiente é uma América do pós-guerra em ebulição, em que o fundamentalismo religioso e o movimento dos direitos civis colidem. A morte do pai em meio a um surto de poliomielite quando Philip ainda era criança mergulha sua família numa severa crise, com repercussões para toda a vida. Em páginas de beleza ímpar, Yancey narra seu despertar para o amor e a graça de Deus, que se revelam o caminho para superar os fardos do passado e as tragédias familiares mais pungentes. A obra, assim, não apenas retrata o papel da fé no mundo contemporâneo, mas é desde já um clássico da literatura cristã, uma autobiografia espiritual capaz de tocar profundamente o coração dos leitores. Contém 304 páginas.

O medo atrapalha


Somos pessoas medrosas. O medo atrapalha a nossa vida, ele nos faz agir com o desejo de querer controlar tudo com forças sem necessidade. A verdade é que o medo nos deixa perturbados, e muitas vezes, raivosos com Deus e com as pessoas. Porque as questões da vida não acontecem como queremos e essa realidade produz cada vez mais medo. 
Quando não entendemos os acontecimentos da vida como um plano e direção do Eterno Deus, passamos por momentos de escuridão e depressão profunda na alma. O medo gera escravidão e barra a compreensão que tudo na vida tem um propósito. (Livro Coração sábio. Eclesiastes)

As Institutas ou Tratado da religião cristã


A realidade é tal que, em suma, a esperança não é outra coisa que a confiante espera pelos bens que a fé creu que verdadeiramente foram prometidas por Deus. Assim, a fé crê que Deus é verdadeiro; a esperança espera confiante que Ele revelará em tempo a Sua verdade. A fé crê que Ele é nosso Pai; a esperança espera confiante que Ele se revelará Pai para nós. A fé crê que a vida eterna nos é dada; a esperança espera confiante que um dia a teremos. A fé é o fundamento sobre o qual a esperança repousa; a esperança alimenta e sustenta a fé. Porque, assim como ninguém pode esperar nada de Deus, senão aquele que primeiramente creu em Suas promessas, assim também, de novo, é necessário que a fé, em sua fraqueza, seja fomentada e sustentada, mantendo-se sempre disposta e esperando pacientemente, para não desfalecer. (CALVINO, João. As Institutas ou Tratado da religião cristã. São Paulo: CEP, Vol. 2 - Edição clássica)

terça-feira, 28 de novembro de 2023

História da redenção


O escritor sagrado afirma em Hebreus 1:1-4: Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. 
Sabemos que o livro Hebreus se concentra em estabelecer a superioridade e a divindade de Jesus Cristo sobre toda a criação, anjos e quaisquer outros seres celestiais. O escritor sagrado usa uma série de referências do Velho Testamento para apresentar um caso convincente para a preeminência de Jesus e seu relacionamento único seu Pai.
O escritor sagrado enfatiza que Deus falou à humanidade de várias maneiras por meio de profetas no passado. Nos últimos dias, Ele falou por meio de Seu Filho, Jesus Cristo. Isso mostra que Jesus Cristo é a revelação final na história da redenção.
O escritor sagrado apresenta a obra redentora de Jesus na cruz. Jesus providenciou a purificação dos pecados, através do sacrifício na Cruz para a salvação dos seus eleitos. O Filho de Deus, digno de adoração, digno de toda honra e majestade, se coloca como o Redentor, aquele que morreria na cruz em favor do seus povo.
O herdeiro de todas as coisas, aquele que fez o universo. Aquele que é o resplendor da glória e a expressão exata do ser de Deus. Aquele que sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder, vem habitar no meio de pecadores, de pessoas miseráveis para remir, para perdoar, para trazer vida eterna. Jesus desce do céu para praticar o ato mais profundo da história divina, ele pega a ladeira que o levaria às profundezas, para nos trazer perdão e graça. 
Como entender a ação da Trindade em favor de pecadores? Não merecemos tamanha graça e amor, não merecemos. Mas, esse Cristo cheio de glória e majestade nos amou antes da fundação do Universo. 
Louvado seja o seu nome para todo o sempre! (Alcindo Almeida) 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Desejos do coração


Sabemos que desde a queda lá no jardim do Éden, o ser humano já chega ao mundo com o vício obstinado de buscar seu próprio bem-estar, de buscar aquilo que é para si mesmo. Tanto que a primeira palavra que uma criança aprende é não. 
Todos nós, filhos de Adão, vivemos viciados em satisfazer todos aqueles anseios que somos incapazes de recusar ou de reprimir. Temos anseios e desejos do coração em todos os dias. Vivemos sempre propensos aos nossos desejos e lutamos para serem realizados. Essa herança da queda no jardim do Éden se manifesta de duas formas:

- Egocentrismo: temos a tendência de nos preocupar excessivamente conosco mesmos, o que impulsiona diversas ações para nós mesmos. Tim Keller no seu livro Ego transformado, discute como a condição do ego torna o homem vazio, dolorido, atarefado e frágil. O orgulho do homem torna o seu ego super-inflado, confiante que possui competência para conduzir sua vida sem Deus. Naturalmente, ao colocar qualquer coisa no lugar de Deus, sobra muito espaço e vazio. Por outro lado, o ego super-inflado dói. O ego vive chamando a atenção para si mesmo, exige avaliação da sua aparência e a maneira em que é tratado. Há algo errado com a auto-identidade e com a percepção do eu. Consequentemente, o ego é super-atarefado, faz de tudo para ser notado, vive ocupado tentando preencher o vazio. 

- Vícios e comportamentos destrutivos: O fato é que herdamos a natureza pecaminosa em Adão e Eva. E há uma maneira de tentarmos preencher os anseios mais profundos, muitas vezes buscando satisfação em coisas que nos desconecta da realidade, nos levando a comportamentos prejudiciais. Esses comportamentos têm origem no vício em si mesmo. Pensamos coisas ruins e as vezes, as praticamos. Nossa natureza é má. Não há como fugir disso no sentido de natureza corrompida.

Como viver diante da realidade do pecado em nós e desse ego inflamado que temos?  Vivemos a satisfação em Cristo e pedirmos todos os dias para que o nosso ego seja crucificado. Precisamos pedir ao Senhor Jesus Cristo que nos ajude a ama-lo com todo o nosso coração. 
Precisamos fazer a oração de Davi todos os dias no Salmo 139:23,24: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. (Alcindo Almeida)

sábado, 25 de novembro de 2023

Consumidos pela ansiedade


Um grande problema nosso é que acompanhamos o pensamento da nossa sociedade que quer urgentemente que todos nós sejamos auto-suficientes e que nos bastemos a nós mesmos. Isso gera uma ansiedade maior ainda. Ela quer que resolvamos os problemas, sejam quais forem, e de maneira rápida.
Somos pressionados a suprir todas as necessidades materiais da vida e impressionar a todos com um estilo perfeito de vida. E como isso limita o coração da gente. E as consequências são de ansiedade profunda na vida.
A ansiedade nos faz esquecer que até o tempo da nossa vida está sob a direção do nosso criador. Muitas vezes não conseguimos caminhar na graça do Pai, com uma vida espiritual sadia porque não entendemos que todo propósito tem um fim direcionado e controlado por Deus.
Perdemos de vista a ideia de que Deus está no controle da nossa vida. É bom sabermos que todos os nossos dias estão contados na presença dele. Jesus afirma que não cai um fio de cabelo da nossa cabeça se o Pai não permitir.
Você não sabe o que acontecerá amanhã? Fique na paz do Senhor, Ele sabe daquilo que precisamos. Jesus disse isto aos seus discípulos: O vosso Pai sabe o que tendes necessidade, antes que lho peçais. (Mateus 6.8) Jesus indica a possibilidade de uma vida sem preocupações, uma vida em que todas as coisas estão se fazendo novas.
Jesus mostra para os seus discípulos que comida, bebida, regalias, busca por sobrevivência são coisas para os que não têm dependência de Deus Pai. Deve haver alguma diferença entre os discípulos de Jesus e os gentios, pois, os tais não têm esclarecimento algum, por isso, apegam-se tanto às coisas materiais.
Para os servos de Deus, a vida deve ser bem diferente, pois, Deus sabe qual é o melhor para a nossa vida, para a nossa sobrevivência. (Livro: Coração sábio. Série Intimidade com a Palavra. Eclesiastes)

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Fé e confiança


Refletindo em Gn. 12.1-3, aprendemos na experiência de Abraão que a casa que Deus nos oferece é a sua aliança eterna. E as bases para esta casa são fé e confiança na aliança que Deus faz conosco. Fé é no caráter daquele que nos deu a certeza da aliança. Quando moramos na aliança, no clã de Deus, não sofremos de vazio e temos a restauração da nossa alma na presença daquele que nos enche da sua graça e amor.
Abraão creu em Deus e que Ele tinha o melhor para o seu coração. Deus mandou ele ir e foi.
Deus mandou apresentar Isaque para uma entrega profunda, ele entregou. Deus falou que Abraão seria pai de uma multidão e ele creu pela fé.
Sei que nos dias atuais, com tanta coisa complicada acontecendo, é complicado crermos com fé e confiança, mas Deus continua o mesmo. Deus age, mexe em estruturas e faz milagres profundos. Ele muda direções e eventos da vida humana, conforme o seu querer.
O Deus Abraão é o mesmo de sempre, só precisamos confiar e crer nele sempre. Só precisamos depender do seu eterno plano e na sua vontade soberana. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

A vida passa rápido


As dinâmicas da vida mudaram muito. Hoje as pessoas escolhem o mundo e a profissão. Tudo é especializado na vida. Essa é uma forma de abrigo para a identidade. Antes a nossa identidade era dada e hoje criamos a nossa própria identidade através do que conquistamos. São os nossos próprios esforços que nos dão nossa identidade artificial que não satisfaz nosso coração. O nosso futuro nos apresentará uma visão cada vez pior da nossa identidade. De fato, esta é a era do computador e da tecnologia.
Vivemos o mundo da especialização. E essa realidade nos torna em pessoas solitárias e abandonadas. Porque vivemos num mundo de competição que visa o ter mais do que o ser. Tudo isso produz um número grande de alienação na nossa vida.
Os valores relacionais hoje são primários e a visão da sabedoria divina é algo em segundo plano. Não pensamos muito que a vida passa muito rápido e voamos como a Bíblia afirma. A categoria errada é a do sucesso hoje para tudo na vida. Você deve ter conhecimento humano, intelectual para expandir e crescer cada vez mais. Essa realidade do sucesso humano é a antibíblica.
A visão bíblica nos mostra que precisamos voltar para a nossa humanidade e ver que corre sangue em nossa veia. Precisamos enxergar a realidade de quem somos: pessoas que passam rápido pela vida humana.
Quanto mais tecnológico menos ser humano seremos na vida e menos perceberemos que a vida é um relâmpago. Menos perceberemos que o valor maior da vida é Deus e não o terreno. Salomão nos chama a atenção para esta realidade! (Livro Coração sábio. Série Intimidade com a Palavra - Livro de Eclesiastes)

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Perdão divino!


A colina da caveira, como era chamado o Calvário, nos faz lembrar que Deus não tem como maneirar. A marcante santidade divina exigia um castigo enorme. E ainda que Deus nos perdoasse por causa de Cristo, não seria essa sua função ou obrigação. Ele nos perdoa por misericórdia imerecida para conosco, cuja correta punição seria o inferno.
Como diz Erwin Lutzer: A cruz é a ponte de amor do Redentor. Nela, atravessamos o abismo que nos separa de Deus, que graciosamente providenciou o perdão para os que crêem. A grande verdade é que se não entendermos isso, não compreenderemos o Evangelho.
O texto sagrado afirma: Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. (Isaías 53:4-6)
Isaías mostra como Jesus sofreu na cruz em favor dos seus eleitos. Ele levou no seu ser as enfermidades da nossa alma. Isso estava na cruz e pesou sobre ele. Ele foi ferido na cruz por causa do nosso pecado! Ele foi moído pelas nossas iniquidades. 
O castigo que traz liberdade, paz e comunhão com o Pai, estava lá com ele na cruz do calvário! Estávamos perdidos nos pecados e o Pai fez cair na cruz, sobre Cristo, todo o peso do nosso pecado!
Louvado seja o Pai, o Filho e o Espírito Santo pela cruz, porque a morte do redentor trouxe renovação, perdão e graça! Agradeçamos sempre ao Senhor pela obra da cruz, porque nela recebemos o perdão divino para sempre. Somos livres da condenação por meio da cruz do Calvário! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Tempo na presença do Eterno Deus


Pouco se sabe sobre o Irmão Lawrence. Nicholas Herman nasceu em Lorraine, França, em 1611. De família pobre, aos 18 anos de idade foi convertido a Cristo. Mais tarde, tornou-se soldado e, depois, um lacaio, um empregado que abria a porta de carruagens, servia a mesas, etc. Mais tarde ainda, em 1666, quase aos 55 anos, entrou para uma comunidade religiosa conhecida como os Carmelitas, localizada em Paris. 
Tornou-se um irmão leigo entre estes devotos descalços de Cristo. Foi entre eles que recebeu o nome de Irmão Lawrence. Passou 25 anos nessa comunidade e lá morreu aos 80 anos, em 1691. Durante os anos em que serviu, trabalhou a maior parte do tempo na cozinha do hospital. Tornou-se conhecido dentro da comunidade e depois fora dela, por sua fé comedida e serena, e por sua simples experiência da presença de Deus. Por fim, pessoas de outras partes da França passaram a interrogar o Irmão Lawrence, sobre o modo como elas poderiam alcançar uma realidade semelhante em sua própria experiência diária com Cristo. 
Até líderes da Igreja procuraram-no para pedir conselho e ajuda. Pouco restou-nos de suas palavras. Temos algumas cartas breves escritas por ele, além de quatro memórias intituladas conversações, escritas por outras pessoas que passaram para nós o que ele teria dito a elas. Em 1692, um ano após a morte do Irmão Lawrence, algumas de suas cartas foram publicadas.
O impressionante é ver como esse homem teve uma espiritualidade marcante e contagiante. Irmão Lawrence foi alguém sensível na relação com Deus. Nós temos esse exemplo para cultivar o tempo de comunhão na nossa devoção. Irmão Lawrence era alguém que levava a sério o momento a sós com Deus. E nós somos chamados para esse tempo de devoção e de comunhão com o Senhor. Como diz o texto sagrado: Não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras, até que eu encontre lugar para o Senhor, morada para o Poderoso de Jacó. (Salmo 132:4,5)
Que aprendamos a cultivar esse tempo na presença do Eterno Deus. Que aprendamos a reservar um espaço para contemplarmos a face do Senhor. Para aprendermos sobre Ele, sobre sua vontade e querer para a nossa vida. (Alcindo Almeida)



quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Amemos com gentileza no coração


Gentileza significa reconhecer e acolher com afeto as necessidades de alguém. Significa enxergar o valor de cada pessoa que encontramos. É um traço muito mais simples e poderoso do que pensamos, e identifica aqueles que são capazes de amar. Quando praticamos a gentileza com o cônjuge?
Quando ajudamos nas tarefas domésticas e falamos carinhosamente com a nossa esposa, quando somos mais tranquilos para administrar os conflitos da família. Fazer da gentileza um estilo de vida traz grande satisfação, não apenas para os outros, mas para nós mesmos. Quando escolhemos ser gentis, apesar das circunstâncias, percebemos a transformação que nossa atitude gera.
Há um texto precioso em Colossenses 3:16-17: A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos instruam e exortem mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Neste texto notamos que Deus deseja que a sua própria Palavra seja constante entre nós com toda a sua riqueza. Este envolvimento com a Palavra resultará na exortação mútua com toda a sabedoria. E o convite de Paulo para nós é que na inspiração da graça cantemos a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais. E tudo quanto fizermos, por palavra ou por obra, deve ser em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. 
Como se dá essa prática numa comunidade para viver unida?
Através da amizade e convivência diária. Esta palavra foi usada por Jesus na sua última e longa conversa com seus discípulos quando disse que não os chamava de servos, mas de amigos porque o que tinha recebido do Pai dava a eles a graça de conhecer. 
Amizade está relacionada com o fato de viermos uma realidade que nos é comum. Essa amizade se expande pela troca de ideias, troca de histórias de vida e coração e na troca da gentileza mútua.
Vivemos num tempo que a palavra amizade tem sido desconstruída por palavras impessoais que começam a dominar a vida. A desconstrução passa pelas palavras: consumo, cliente, marketing, carros, viagens, lazer, ego, individualismo, computador e etc. Na igreja a amizade tem que ser resgatada dia-a-dia. (Livro: O que acontece em casa! Temos lutas e alegrias!)

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Todos nós somos miseráveis


Toda vez que falamos sobre legalismo, pensamos sempre nos outros, nunca em nós mesmos. É bom termos a convicção de que as raízes do legalismo estão no nosso próprio coração pecaminoso e caído. O nosso coração manifesta a condição pecaminosa no desejo deformado de confiarmos em nosso próprio mérito e na nossa própria habilidade. Acreditamos que temos a plenitude do saber. Achamos que somos melhores do que todos que nos cercam. 
E viramos pessoas legalistas só por acharmos que somos os donos da verdade. Em contrapartida, a graça nos mostra que jamais poderemos ser os auto suficientes na vida, somos incapazes, somos imperfeitos e precisamos dela sempre.
Quando falamos de legalismo nas Escrituras, logo olhamos para as histórias dos Evangelhos sobre os fariseus. Deles, tiramos o termo farisaico, definido como severa auto justiça e hipócrita. Ser farisaico significa um compromisso extremo com a observância religiosa e ritual, isso além da crença. 
Jesus falou assim dessa classe farisaica: Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar. (Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.) Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós. (Mateus 23:13-15)
Jesus confronta o farisaico em todas as páginas dos evangelhos, porque ele queria mostrar um cristianismo através de obras, pensando assim que isso traria alguma possibilidade de salvação. Os fariseus batiam no peito louvando a si mesmos porque eram dizimistas, oravam e guardavam a lei como ninguém. 
O fariseu era tão arrogante e tão legalista que comparando-se com um coletor de impostos em Lucas 18, ele disse: Graças te dou porque não sou como os demais homens. Isso é uma hipocrisia e um legalismo sem tamanho. Isso é auto justiça, isso é uma religião cheia de movimentos humanos, mas sem a graça, sem o amor divino no coração.
A solução para isso é percebermos que todos nós somos miseráveis, todos nós carecemos da graça. Não somos melhores do que os outros. Somos todos servos de um só Senhor: Jesus Cristo de Nazaré. A glória é dele e não nossa. 
Ser legalista é trabalhar a lei de modo ritualista, e olhar somente para os defeitos dos outros. Saiamos dessa prisão, vejamos tudo pela graça. Não quero dizer que seremos liberais com a prática da obediência e dos preceitos da Palavra de Deus, mas que olharemos com mais graça para a vida, com leveza e sem sermos legalistas com dogmas e regras achando que elas trazem salvação, não. A salvação, a mudança de vida, a vida de cruz em Cristo, é fruto da graça e da vontade de Deus, não de regras, costumes e práticas religiosas. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Vida de cruz!


Refletindo em textos sobre a espiritualidade cristã, percebo que hoje em diversos grupos chamados evangélicos, busca-se a "bênção" e não a cruz de Cristo. Não é estranho?
Porque na verdade, o que nos torna uma bênção na vida e na espiritualidade cristã, é justamente a cruz como centro na vida. Só que o caminho dela é duro, traz renúncia de nós mesmos. Por que alguns só querem a bênção do céu, mas não querem se tornar bênção através do caminho pela cruz?
Jesus afirmou de maneira séria: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me! Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á. (Marcos 8:34,35) A vida de cruz implica em renúncias nós mesmos por causa de Cristo, por causa do Evangelho.
Não servimos a criarmos causa das bênçãos que Ele nos dá, mas porque Ele é o nosso Senhor e Salvador. Porque nos amou em se entregou por nós é porque somos dele! Vida de bênçãos ou vida de cruz? 
Claro que é a vida de cruz, essa nos mostra o verdadeiro sentido do evangelho, a bênção está na compreensão da verdade em Cristo! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Uma aventura divina


Precisamos entender e avaliar com clareza que Deus tem um plano, um futuro e uma direção para cada um de nós. Embora o Deus Eterno não nos prometa uma vida livre de problemas e sofrimentos, Deus promete uma vida preciosa a ser desfrutada nele. Ele promete uma vida que nos conduz para a dependência total dele. 
Essa é a grande diferença do cristianismo para qualquer movimento religioso. A proposta do cristianismo é viver não para si mesmo, mas para o serviço a Cristo. Vivemos a vida para Deus e não para nós mesmos. Isso é uma aventura divina, quando nos entregarmos completamente à vontade soberana. Todos os dias são para Cristo, tudo que acontece em nossa vida, seja com dor ou alegria, está diante de Deus. 
Não é por acaso que Davi diz no Salmo 138:8: O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo; a tua misericórdia, ó Senhor, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos. Tudo que diz respeito a nossa vida e história, Deus levará a bom termo. Aconteça o que for, Deus estará conosco, nos dirigindo e nos amando. Davi tem essa percepção espiritual em seu coração, por isso, ele respira Deus, anda com Deus e depende de Deus.
Não sei a história de todos, mas sei que Deus está nela, amparando, controlando, dando o tom divino e derramando graça em todos os momentos dela. Não entendemos algumas ações do nosso Deus, mas sabemos que tudo, absolutamente tudo, coopera para o bem dos que Ele ama e dos que são chamados por Ele. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 7 de novembro de 2023

O perdão promove paz!


O texto sagrado afirma em Mateus 18:21-22: Pedro, então, aproximando-se dele disse-lhe: Senhor, quantas vezes tenho de perdoar o pecado do meu irmão contra mim? Até sete vezes? Jesus lhe respondeu: Não lhe digo sete vezes, mas setenta e sete vezes.
É impressionante como temos dificuldades para perdoar os que nos ferem. Preferimos desprezar, esquecer e até deletar da nossa mente. Quando perdoamos a alguém que nos ofendeu, recusamos azedar o nosso coração. Quando não perdoamos os que nos feriram, a ferida da alma fica bem aberta e exposta. E com toda certeza trataremos com hostilidade as pessoas que nos maltrataram ou nos feriram.
Pedro cutuca a Jesus sobre as vezes em que devemos perdoar e ele até cita o número de sete vezes ao dia. Jesus responde ampliando a dinâmica do perdão para o infinito. A fala de Jesus para Pedro é que o perdão não tem limites. Da mesma forma que Jesus nos perdoa, devemos perdoar também.
Diante desse ensinamento de Jesus, o perdão aprofunda o nosso caráter cristão porque aprendemos a lidar com a gentileza, com a graça e o amor de Deus em nosso ser. Perdoamos os que nos feriram e não praticamos a vingança contra ninguém, porque estamos imitando o caráter de Cristo. O perdão promove paz e amor nos relacionamentos e lança fora a amargura, o rancor e ódio.
O nosso modelo de perdão é Cristo, lá na cruz Ele nos perdoa sem merecermos, lá na cruz Ele se entrega em favor de nós e aplaca a ira divina contra nós. Lá na cruz Ele nos perdoa e nos dá acesso ao Pai com liberdade e graça.
Quando perdoamos os nossos ofensores, trazemos a graça para perto e aproximamos as pessoas de nós. Na cruz, o amor de Deus foi satisfeito pela sua própria justiça, através do sofrimento, carregando sobre si a pena pelo pecado.
Na cruz, através do sofrimento, dos pregos, dos espinhos, do suor e do sangue derramado pelo Cristo, fomos perdoados. O escritor Wolf afirmou: O perdão corta a corda de equivalência entre a ofensa e a maneira como tratamos o ofensor. Através de Cristo, somos perdoados, a nossa ofensa é tratada e somos aceitos pelo Pai.
Da mesma forma, perdoamos os nossos ofensores e os aceitamos como irmãos através de Cristo. Quantas vezes temos de perdoar o pecado do nosso irmão contra nós? Sempre, sempre e sempre! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Com os olhos no futuro


Quando falamos em fé, sabemos que ela não é só uma inclinação para realidades que ainda virão, mas estão ainda totalmente ausentes; a fé nos dá algo. Ela nos dá agora algo da realidade esperada, e esta realidade presente constitui para nós uma prova das coisas que ainda não se veem, conforme o escritor afirma em Hebreus 11. O texto afirma: 
Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.  
A fé como uma dádiva de Deus para nós atrai o futuro para dentro do presente, de modo que aquilo que não é, torna a ser. O fato do futuro existir, muda o presente e o presente é tocado pela realidade futura. Como assim? 
Esperamos Cristo no presente, não o vemos de maneira física, mas a fé nos traz a certeza do que esperamos no presente, para o futuro. Cremos que Ele virá no futuro e esperamos agora, a fé nos ajuda a crer nessa promessa futura. 
Vivemos no presente com os olhos no futuro e as promessas do passado, fortalecem a nossa fé no presentes e nos faz confiar no futura celestial. A fé que recebemos como dom de Deus nos faz perseverar naquilo que esperamos. 
Tudo muda de percepção quando encaramos a realidade da fé como presente divino para andarmos espiritualmente falando. Sofremos, mas sabemos que a fé nos ajuda a passar pelo sofrimento dependendo de Deus. Choramos, mas pela fé nos alegramos em Cristo, [porque Ele está conosco. Cremos pela fé na sua presença e consolo. Quando alguém em Cristo morre, cremos pela fé, que essa pessoa está nos braços eternos e temos segurança. 
A fé é esse instrumento divino para nos ajudar a viver em meio ao caos com os olhos focados em Cristo. Pela fé cremos nele, na sua obra redentora, na sua ressurreição e na sua volta pela segunda vez. 
Agradeçamos a Deus por esse presente tão rico, profundo e abençoador em nossa vida cristã. (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Nossa alegria não é energética


Henri Nouwen diz que nossa concepção sobre a alegria é baseada no sucesso, no progresso e nas soluções fáceis para nossas mazelas e problemas. Só não podemos esquecer que a alegria e felicidade não passa pelo sucesso e nem pelo dinheiro. 
A nossa alegria não é energética, como total ausência de angústias, dores e sofrimentos, e uma constante presença de felicidade constante. Claro que a alegria de Cristo nos preenche completamente no ser, mas a nossa alegria não significa ausência de dor, de angústia e pesar. Sofremos na vida, temos feridas na alma. Choramos mesmo sendo pessoas alegres em Cristo Jesus.
Temos os dias de noites escuras, temos os momentos de perdas em que o choro vem, embora a alegria também invade sempre o nosso ser. A oração do profeta Habacuque apresenta uma fala prudente e valiosa, cheia de realidade e profundidade: Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.  
Isso não é confissão positiva, ele não determina que a figueira florescerá e nem amarra as tristezas que vêm sobre o seu coração, mas aprende que sua alegria é real, apesar das dificuldades e lutas da vida. Habacuque nos ensina que mesmo que as coisas piorem, ainda assim se alegrará no Senhor sempre. Portanto, na hora da dor e das perdas, nos alegrmoes no Eterno Deus. (Alcindo Almeida)