Hoje é dia 19 de junho de 2004, estava na casa do amigo Jesimar e meu celular estava sem sinal. Quando cheguei em casa, vi que tinha 9 chamadas feitas pelo Emilio Dantas. Quando retornei para ele, percebi a voz embargada do outro lado da linha. Ele disse: o nosso irmão Peron foi assassinado hoje, foi uma tentativa de roubo da sua moto.
Tive um choque nas emoções, solucei e comecei a chorar. Parecia uma facada no peito, a dor foi muito forte para mim. Era o meu amigo do peito, da alma, do coração que tinha partido para a eternidade. Embora saiba e reflita sempre sobre a eternidade, doeu a ausência dele.
A minha alma ficou triste, Deus levou meu amigo da alegria, da tristeza, das aventuras e dos momentos marcantes da vida. Deus dentro da sua soberania o levou para sua glória.
A alma chora pela dor da separação, mas se alegra pela eternidade que o Peron desfrutará com Jesus. Mas, há uma dor forte na alma, Peron era meu irmão do peito mesmo, amigo da alma, amigo de coração. Haja coração para passar por esse momento.
Bom, a realidade estava ali, Emílio estava falando sério, o nosso mano do peito estava morto. Peguei as coisas e fomos para o necrotério, quando cheguei lá vi o Jonatas, Sidnei, Wagner, Amaral, Aguinaldo, Emilio, Gilson, Amaral e Sérgio lá. O Guina me levou até lá dentro onde D. Miriam estava com o Peron.
Quando entrei naquele lugar gelado e cruel, vi o meu amigo naquele saco branco, a dor foi forte demais, havia um aperto grande na minha alma! Abracei a D. Miriam e ela disse: seu irmão foi para a casa do Pai.
Ficamos ali um tempo e eu estava completamente sem chão, mas abraçado com o Guina e o Jonatas descansamos em Deus mesmo no meio do choro e da dor. Aliás, a dor é parte da nossa vida, não tem jeito. No meio dela vemos Deus nos segurando e nos carregando para aguentar o coração machucado, sofrido e em angústia diante da morte.
Chegou a hora do culto fúnebre e do enterro! O Rev. Antonio me convidou para dar uma palavra. Que dureza para falar e expressar a dor desse momento! Não contive as lágrimas ao falar do meu irmão e amigo. Alguém que dividiu quase todos os momentos de alegria e dor na minha vida.
Vamos lá, seguimos para o cemitério do Tatuapé. Por coincidência ou não, eu e o Paco fomos os dois últimos a empurrarmos o caixão do Peron. O Paco virou para mim e disse: Eu vou junto com ele, a minha vida encerra hoje! Duro demais para um pai enterrar seu próprio filho e desse jeito! Deus sabe de tudo! Eu disse enquanto colocava o caixão para a gaveta: Vai na paz Negão do peito, você foi top na minha vida. Amigo para todas as horas e momentos da vida. Agradeço a Deus pela vida desse grande amigo e irmão!
Lembrei do livro do Henri Nouwen: Com o coração em chamas. Nouwen fala consigo e com seus amigos sobre a Eucaristia, tecendo uma rede de conexões entre a celebração da Eucaristia e a experiência humana cotidiana. O evento eucarístico revela as experiências humanas. Eu tive uma experiência profunda de amizade da alma com o meu truta Peron. Valeu demais. Morei 4 anos na sua casa, rimos, choramos, falamos de teologia, oração, namoro, amizade, lutas, conquistas, desafios e sonhos no Reino. Valeu demais! Valeu demais! (Livro: Teologia e Amizade: A nossa formação pastoral. Os 25 anos da Turma do Seminário JMC: Presbítero Luiz Carlos Gomes Ribeiro)
Perca que deixou muitas saudades. Mas louvado seja Deus,pq este irmão nos deixou ótimas lembranças. Lembranças
ResponderExcluirvalorozas. Não tive a oportunidade de conhece -lô pessoalmente , mas um amigão ,Pr. Gilberto Pires de Moraes que pastoriou por 13 anos em nossa igreja Canaã. Pr. Gilberto irmão muito amada do tbm
comentava muito bem, antes e depois da sua partida para o lar Celestial. Tiramos muitas lições para nossas vidas para o nosso crescimento espiritual.