O interessante é que cresci muito no estudo da Bíblia e na maturidade. E na medida em que o tempo passou, pude me envolver com várias pessoas, mas, nas amizades profundas foram poucas. Aliás, uma delas permanece de maneira forte. Um amigo desses que a gente nunca se esquece na vida: Nelson Gonçalves Abreu. Alguém com quem pude dividir minha alma e o coração em dias alegres e tristes.
Nelson é alguém que até hoje desfruta sinceridade e companheirismo comigo. Deus colocou no meu coração um amigo também chamado Marcos Suel Alves Martins, alguém que caminhou comigo no Seminário, éramos da mesma turma. Alguém que dividiu momentos profundos de caminhada desde a adolescência.
Lembro-me bem desse grande amigo que dividiu momentos de tristeza e dor comigo, porque nós dois estávamos sem uma namorada, sem alguém para dividir um tempo de carinho e afinidade. Passamos momentos de vigílias juntos em sua casa orando e pedindo graça para Deus. Este tempo com o Marcos Suel está gravado no coração!
Bom, eu já estava no meio do primeiro ano, meu tutor que era o Rev. João Campos, convidou-me para trabalhar numa Congregação na favela – Santa Inês. Lá comecei a trabalhar com um grande amigo, o José Lopes. Nesse tempo precioso, construímos uma amizade que perdurou até o dia quando o Senhor o recolheu. José Lopes foi uma pessoa simples, analfabeta, mas profunda na relação com Deus. Como aprendi com esse homem!
Os dias foram passando, passando e lembro bem do dia dez de marco de 1993. Esse dia foi triste para mim, tempo árido, seco, cheio de escassez, eu ganhava 85.000 mil cruzados por mês e mal dava para comer no alojamento do Seminário, cujo apelido era: Casa da Dinda.
Lembro bem que naquele mês, tinha comprado 65 mil de livros, era uma urgência para prosseguir na matéria de grego. Eram três volumes de um dicionário. Comprei e pronto, tentei usar o limite de universitário do Banco Real, na época, mas não consegui. Estava apertado demais! Minha mãe não tinha como ajudar, tinha medo de falar com os amigos. Fiquei quieto, entrei no quarto e só orei pedindo graça ao Eterno Deus.
Naquele ano, tive inúmeras dificuldades e tive que guardar tudo no coração. Lembro bem do dia que comemorei o meu aniversário na casa do Peron Gutierrez. Ele sabia que estava sem grana para nada mesmo.
Lembro bem que a minha igreja, deu um terno de presente. E ganhei a assinatura da Revista Veja do amigo Maurício Lima. Esse terno que ganhei de presente serviu para todos os anos de Seminário. Usava para pregar, para casamentos e outros eventos. (Livro: Teologia e Amizade: A nossa formação pastoral. 25 anos da Turma do Seminário JMC: Luiz Carlos Gomes Ribeiro)
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