terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Mudança de vida


Em Marcos 1.4 ele pregava o arrependimento para remissão dos pecados. Em Mt. 3.2 temos o cerne de sua mensagem: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Em Lucas 3 João tratou duramente a multidão enfatizando a conversão. Ele disse: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Produzi, pois, frutos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. Está já posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se a lança no fogo. (Lucas 3.7-9)
Para João o importante era anunciar o caminho de arrependimento para o povo de Israel. E a exortação era que, o importante não era a religião judaica, por melhor que fosse à época. Era importante ter uma vida seguida de arrependimento, de mudança de vida. Por isso, João pregava a conversão do povo ao Senhor Deus de coração. Era preciso haver uma mudança, uma transformação para se chegar a Deus.
Era preciso que o Senhor produzisse uma regeneração no coração dos homens para que houvesse arrependimento na vida do povo. Portanto, esta era a pregação de João Batista: Arrependei-vos, arrependei-vos. 
Temos que nos espelhar em João Batista que nunca apelou na sua pregação, nem diante de Caifás, nem tão pouco diante de Herodes que o temia por causa da sua maneira de viver com Jesus Cristo. Precisamos ter no nosso coração o desejo de pregar fielmente a mensagem do Senhor Jesus Cristo, que é: Arrependei-vos, arrependei-vos por que já é chegado o Reino de Deus.
Não podemos apelar na pregação do Evangelho como muitos, barateando o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. Quando dizem: Venham para Jesus, ele precisa de vocês, ele ama a vocês, ele está apavorado atrás de vocês. Não, mil vezes não! Precisamos ter a pregação de João Batista nos lábios: Arrependei-vos e crede no evangelho do Senhor Jesus Cristo. Vocês precisam e carecem de Jesus e do seu perdão para remissão dos pecados. (Livro: Vida sincera)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Leituras em fevereiro de 2023

1. WRIGHT, N. T. Como Deus se tornou Rei. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson, 2020.  Questione qualquer cristão com um pequeno discernimento sobre os princípios de sua fé e ele não sentirá impedimento para especificar os quatro primeiros livros do Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas e João. Se esse cristão possuir uma certa bagagem na fé, provavelmente até saberá especificar quais dos autores eram apóstolos e para quais povos escreveram e pregaram. Mas será que conseguiriam responder essa enfática questão: Qual a pura e verdadeira mensagem dos Evangelhos? Este é um aviso que o bispo e acadêmico inglês N. T. Wright descreve neste livro. Com uma abrangência mais extensa e concreta sobre a relevância desses textos bíblicos para a vida, o autor convida os cristãos a lerem os evangelhos como o que realmente são: no auge da História, o Verbo se fez carne, viveu entre nós e, como Rei, abriu as portas de seu Israel para todos os povos. São Paulo: Editora Nutra Publicações, 2019. Contém 288 páginas. 

2. MARSHALL, Paul. Perseguidos: O ataque global aos cristãos. São Paulo: Mundo Cristão, 2014. Perseguidos não é um livro fácil de ler. Não foi concebido como obra de referência; não é mero estudo demográfico e estatístico sobre excessos sofridos por um segmento da sociedade. Seu enfoque é altamente pessoal e narrativo, apontando muitos casos específicos de abuso e tortura com pessoas reais em situações registradas e documentadas. Com dezenas de cenas de brutalidade e horror, o conjunto dessas narrativas é arrasador. Também vista como uma obra com escopo e objetivos similares aos encontrados em O livro dos mártires, de John Foxe, publicado no século 16, é considerado um dos livros mais influentes do último milênio. Seu alvo não é providenciar registro histórico, é mudar a história. Se de fato reservamos as emoções mais fortes para o que nos afeta diretamente, sugerimos que o leitor se sensibilize para a leitura deste livro. Nosso objetivo ao publicar Perseguidos em português não é apenas informar, mas degelar mentes e corações, e conclamar o povo de Deus para comprometer-se em oração, conscientização e ação social em defesa daqueles que sofrem. Contém 416 páginas. 

3. HOUSTON, James. A Oração. O caminho para quem busca a amizade com Deus. Brasília: Editora Palavra. 2009. Neste Livro de James Houston, profundo conhecedor da tradição da espiritualidade cristã, nos mostra que existe uma estreita conexão entre a nossa carência por relacionamentos humanos mais ricos e a nossa necessidade por intimidade com Deus. Segundo ele, cada dimensão de nosso relacionamento com as pessoas ou com Deus se entrelaçam de alguma forma, por isso, segundo o Dr. Houston, é fundamental que consigamos estabelecer relacionamentos duradouros com aqueles que estão ao nosso redor, sendo que de outra forma não poderemos reivindicar um relacionamento profundo com Deus o qual não vemos enquanto nossas relações com as demais pessoas as quais vemos são superficiais. Contém 320 páginas. 

4. HOUSTON, James. felicidadeA verdadeira plenitude da vida. Brasília: Editora Palavra. 2009. Todo mundo deseja ser feliz, porém poucos verdadeiramente o são. Todos nós vivenciamos momentos de felicidade, mas nos faltam solidez e senso de permanência. Ao explorar com habilidade a própria natureza da felicidade, tanto cultural quanto espiritualmente, o Dr. Houston mostra que a felicidade não é um produto que se encontra à venda, mas o fruto de uma dadivosa vida de bondade. “Em parte, este livro está sendo escrito porque eu mesmo não tenho sido feliz em muitas fases de minha vida. Ninguém nasce feliz, embora seja possível a todos atingir um certo grau de felicidade. Quando os frutos da felicidade começam a entrar em nossa vida, inicia-se um período de regozijo e nos vem um desejo de compartilhá-lo com nossos companheiros de sofrimento. Também escrevo movido por um profundo interesse quanto à busca da integridade no bem-estar pessoal. Há também uma motivação autobiográfica, pois escrever sobre o assunto tem me trazido à memória os erros que me levaram a becos sem saída e me fizeram perder o rumo na vida, os quais não desejo cometer novamente”. Contém 285 páginas.


O infinito amor


Vocês sabem bem da história do nosso primeiro pai Adão. Ele vivia em harmonia com o Pai Celeste no Jardim do Éden. Ele dominava sobre os animais, ele tinha plena comunhão com Deus, falava com Deus todas as tardes. Mas, havia uma coisa que ele não poderia fazer, era comer do fruto de uma árvore.
Deus dissera que ele não poderia comer do fruto daquela árvore. Mas, um dia a serpente veio tentar a Eva para que ela comece do fruto, e foi o que aconteceu. Eva comeu e deu ao seu esposo Adão. Assim entrou o pecado no mundo. E toda a criação herdou esse problema dos nossos primeiros pais. Agora havia a necessidade de Deus resolver o problema do pecado de Adão. Precisaria ter uma solução para o pecado. O que Deus fez?
Ele tirou alguém dele mesmo, o Seu próprio filho o Senhor Jesus para vir ao mundo e demonstrar o seu amor pelos seus. O Eterno Deus movido por seu infinito amor para com os seus escolhidos mandou Jesus para morrer e trazer salvação para o seu povo.
Por que estamos aqui hoje? Por causa do amor de Deus para conosco. Porque Ele nos amou primeiro, nós por amor a ele estamos aqui para aprender dele. Não estamos aqui porque eu e vocês somos bons, não, não. Todos somos pecadores e carecemos da glória de Deus. O texto sagrado diz: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí. (Jeremias 31.3)
Apesar de nós e da nossa estrutura pecaminosa, a Escritura diz que Jesus se encarnou assumindo essa natureza e fazendo parte da história humana, a fim de trazer redenção ao nosso coração. Ele nos trouxe a redenção para um propósito, o de vivermos para Ele. O propósito de ser como ele foi aqui na terra. (Livro: Vida sincera)

Ninguém mais


Alguém é marcante demais na vida humana. Este alguém era conhecido em sua época como Jesus de Nazaré. Trabalhou como carpinteiro a maior parte de sua vida adulta. Mas, ele foi tão extraordinário pela forma como viveu e pela influência que exerceu sobre a humanidade que a palavra “extraordinário” não consegue caracterizá-lo.
Ninguém mais — nem reis, ditadores, cientistas, educadores ou líderes militares — deu uma contribuição maior que a de Jesus à história do mundo. Pelo menos doze bilhões de pessoas passaram por este planeta, mas até hoje, dois mil anos depois de sua morte, ninguém chegou sequer perto de ocupar a posição singular que ele ocupou na história.
Nunca faltaram a este mundo grandes homens e mulheres. A história está repleta de nomes como Salomão, Davi, Hamurabi, Ciro, Alexandre o Grande, César, Gêngis Khan, Joana d’Arc, Napoleão Bonaparte, George Washington, Isaac Newton, Florence Nightingale. Luiz Mattos, Mario Bertini, Silas Firmino, Joaquim Gonzaga, Maria Posso e outros. Mas, ninguém se aproxima de Jesus Cristo em sua influência sobre a humanidade.
Isaac Newton é considerado por muitos especialistas o mais brilhante cientista que já existiu. Mas, esse homem jamais tentou se comparar a Jesus Cristo; pelo contrário, sabemos que ele foi um crente ardoroso e seguidor fiel do Nazareno.
Blaise Pascal é considerado um dos maiores filósofos do mundo e, no entanto, como Newton, nunca tentou usurpar o lugar de Jesus Cristo. Pascal creu durante toda sua vida no Salvador, até sua morte dolorosa. Aprendemos neste texto o que significa valorizar Jesus como o maior presente que a humanidade poderia receber. Mateus no capítulo 1 fala de Jesus o Senhor, o Salvador e o Redentor não do mundo, mas do seu povo. Mateus nos ensina a receber o menino de maneira prostrada e cheia de temor. (Livro: Vida sincera)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Rasgando a nossa alma


O Deus Eterno quer que demos vazão plena às tristezas profundas e dilacerantes da alma. 
Tem hora que precisamos dizer: chega de sorrisos falsos, chega de fingir ter superado o período de tristeza.
Chega de disfarçar a dor latente lá dentro! Às vezes, lá no fundo da alma, sabemos que ainda nem começamos a sofrer, então, chega de tentar nos aprumar para provar que somos espirituais, que somos fortes, como aquele que um dia disse: parem de chorar, parem de sentir dor, vocês não acreditam em Deus?
Não, mil vezes não! Sintamos a nossa dor, porque lamentar significa enfrentar o que nos fere na presença daquele que pode curar. Lamentar a nossa dor significa que confiamos no consolo e direção do Eterno Deus.
Precisamos dar o grito de Raquel: dá-me filhos, se não eu morro! Podemos dizer como Davi no Salmo 13i: Até quando, Senhor ? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?
Rasgando a nossa alma diante do Senhor, nos faz respirar e responder como Davi nesse mesmo Salmo: No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor , porquanto me tem feito muito bem. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Uma teologia centrada no homem!


Percebemos claramente que com o desenvolvimento da filosofia, surgiu um novo tipo de visão de mundo. Esse processo tenta explicar o universo como um sistema com a ajuda de algum princípio ou princípios gerais, acompanhado do uso de termos que implicam a concepção de um todo ou totalidade das coisas. 
A filosofia propõe uma explicação de Deus. A filosofia propõe que universo dá conta por ser existente e constrói uma para si mesmo. A filosofia propõe que o conhecimento elabora um esquema de existência que dará unidade prática à vida, em que a imaginação complementará as insuficiências do intelecto. 
A filosofia propõe que o centro da unidade na concepção do universo é o homem. E que o conhecimento será organizado unicamente no que diz respeito à sua relação com o bem-estar e o progresso da humanidade.
Que coisa gente! Essas ideias da filosofia chegaram nos púlpitos das igrejas, ditas protestantes. Temos visto pregadores até conhecidos, difundindo uma teologia centrada no homem, uma perspectiva sinergista. Então, a premissa é que a fé começa no homem e não em Deus. O homem decide o seu futuro eterno. O homem constrói o futuro com Deus. O homem tem que dar vazão ao Espírito Santo para Ele aja. 
Na verdade, a filosofia proposta pelos adeptos dela, tomou conta da visão de algumas igrejas hoje. E as pregações viraram um pensamento positivo e a vida é vivida da maneira que queremos e não conforme os propósitos, direção e vontade do Eterno Deus. 
Acredito que a igreja séria, bíblica, monergista, engajada com as verdades profundas das Escrituras sagradas, precisa ter voz e dizer as mesmas palavras que Paulo disse em 2 Coríntios 10:4-7Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão. Observai o que está evidente. Se alguém confia em si que é de Cristo, pense outra vez consigo mesmo que, assim como ele é de Cristo, também nós o somos.
Paulo chama a nossa responsabilidade quanto a destruição de fortalezas anulando os sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus. Ele nos dá o jeito certo de fazer isso: Devemos levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, isso com submissão. 
Temos que seguir os princípios das Escrituras no temor de Cristo, derrubando o ego humano, derrubando a visão de que somos donos de nós mesmos. Somos apenas servos, somos pó e cinza, necessitamos da graça para caminhar. Sem Cristo nada somos e nada podemos. Por isso, precisamos levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo. 
Que o Senhor nos ajude a fazer isso com sabedoria, graça e submissão. (Alcindo Almeida)



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Deus deseja que soframos?


Deus deseja que soframos? Essa é uma pergunta que pesa demais em nossa teologia. Se dissermos que sim, as pessoas olham para nós e dizem: o Deus de vocês é um tirano. Aliás, já vimos pregadores famosos chamando Deus de tirano. Se dissermos que não, as pessoas perguntarão de maneira enfática, sobre o motivo de tanta dor e sofrimento na humanidade. 
Perguntaram isso para C. S. Lewis e ele respondeu: Eu não estou certo de que Deus queira, particularmente, que sejamos felizes. Creio que ele quer que sejamos capazes de amar e de ser amados. E ele quer que nós cresçamos. Porque Deus nos ama que Ele nos dá a dádiva do sofrimento e da dor. A dor é o megafone de Deus para fazer com que um mundo surdo acorde e ouça sua voz.
C. S. Lewis disse que nós "somos como blocos de pedra, a partir dos quais o escultor consegue esculpir as formas de um ser humano. Os golpes do cinzel divino, que nos causam tanto dor e sofrimento, também nos tornam mais perfeitos." 
Isso nos faz lembrar das palavras de Paulo em II Coríntios 12:9,10: Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.
A graça aparece com mais profundidade na hora da nossa dor, a graça divina tem impacto muito significativo quando algo dói na alma. Paulo experimenta o processo de crescimento espiritual no meio da fraqueza, pois nesse momento, ele percebe o quanto é limitado, insuficiente e fraco. 
No meio do sofrimento ele diz que aprende e percebe o poder de Cristo em seu ser. No meio do sofrimento, ele diz que se regozija e agradece a Deus, pois nessa hora de fraqueza, ele se sente fortalecido em Cristo. 
A pergunta ecoa em nosso íntimo: Deus deseja que soframos? De certa forma sim, porque na alegria, achamos que somos os grandes conquistadores, mas na hora da dor, percebemos que se Deus não estiver conosco, estamos perdidos e sem chão. 
Na hora da dor e sofrimento, o consolo é muito profundo e vemos mais Deus em nosso ser. O fato é, que quando Deus nos manda o sofrimento, refletimos mais e contemplamos mais a sua graça, amor e cuidado! Na hora da dor e sofrimento, aprendemos a olhar para Deus e não para nós mesmos! (Alcindo Almeida)



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

A fé que vivemos


O teólogo italiano Carmelo Dotolo, professor de teologia das religiões, afirmou: "No pós-cristianismo significa afirmar que a fé não é mais um elemento crucial no diálogo entre aqueles que dizem que acreditam e a cultura na qual estão inseridos.”
Ele diz mais: "Da forma como eu a entendo, isso significa que, na atual condição sociocultural, o cristianismo não desaparece do horizonte existencial e do sentimento comum, mas vive uma marginalidade dentro de modelos cognitivos com os quais o cristianismo não interage mais em nível cultural e público. Nesse sentido, portanto, o cristianismo é vivido como um museu da tradição, que, de vez em quando, é visitado, que chama a atenção em algumas figuras-símbolo, mas que não incide na construção da identidade humana."
Perdoem a minha sinceridade e honestidade na avaliação dessas afirmações. Acredito que esse pensamento é patético e sem a menor noção do que significa a fé cristã. O teólogo italiano afirma que a fé não incide na construção da identidade humana. Como não? Todas as mudanças profundas no coração das pessoas, passa pela importância do protestantismo na vida humana. Todos os processos são absolutamente impactantes, principalmente no quesito alma. Uma pessoa tocada pela Palavra, tem mudanças profundas! 
É uma pena que Carmelo Dotolo não leu a história humana com a participação profunda do cristianismo. Tudo que tem a ver com a transformação, preocupação com a vida humana, investimento nas artes, rompimento com o legalismo asfixiante, passa pelo protestantismo. A Reforma com Lutero e Calvino é um divisor de águas profundo. 
Carmelo Dotolo demonstra escapismo e um socialismo impresso na mente do leitor. A leitura sobre o cristianismo é bem secular mesmo e sem o entendimento da verdadeira igreja de Cristo.
Claro que infelizmente, vivemos a era da superficialidade e do relativismo na cabeça de muitos que se dizem cristãos. Vivemos um teor de falsidade na prática do cristianismo atual. Pessoas que entram na igreja, mas não respiram a realidade genuína do Evangelho de Cristo. Mas, a essência do cristianismo é Cristo, a vida na presença dele. Portanto, precisamos nos arrepender e pedir para o Senhor nos ajudar a viver uma fé bíblica, sincera e honesta para a glória de Cristo. A fé que pregamos, precisa ser a fé que vivemos. O Evangelho precisa passar pela nossa alma todos os dias. Lembro da afirmação de Brennan Manning no seu livro: "A assinatura de Jesus: "Ser cristão é ser como Cristo. Devemos perder a vida de algum modo, a fim de encontrá-la. O cristianismo prega não apenas um Deus crucificado, mas também homens e mulheres crucificados."
Que Deus nos dê a graça de respirarmos o Evangelho de verdade sempre. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

A face de Jesus


Por volta do Século V, a Cristologia de Calcedônia declarou de forma paradoxal, que Jesus era de fato, plenamente divino e plenamente humano. Essas categorias abstratas estavam no centro da discussão da época. Após a Igreja precisar enfrentar o arianismo, que negava a divindade de Cristo; o apolinarismo, que negava sua humanidade; e o nestorianismo, que negava a unidade da pessoa de Cristo; surge uma nova controvérsia: o eutiquianismo, ou monofisismo, que, mais uma vez, negava a perfeita humanidade de Cristo. 
Leão escreve que Cristo é completo nas suas propriedades e completo nas nossas, ou seja, cada natureza guarda suas próprias características sem qualquer diminuição de tal maneira que a forma de servo não reduz a forma de Deus.
Havia dúvidas sobra a possibilidade de Jesus ter duas naturezas sendo Deus e homem ao mesmo tempo. Mas, quando abrimos o Evangelho de João, percebemos claramente que Jesus faz coisas extraordinárias como o Deus Eterno, e ao mesmo tempo, ele se comporta como um ser humano comum.
Os Evangelhos narram a história de Jesus, como Deus homem e divino ao mesmo tempo. João afirma: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. (João 1:1-4)
Esse Verbo divino se encarna, vem morar aqui conosco, se torna osso, se torna gente. Ele que veio do Pai, é Deus como o Pai e ao mesmo tempo ser humano, porém sem mancha de pecado e intercede por nós para sempre. Sem o Cristo encarnado, não há redenção, não há possibilidade de pecadores se aproximarem de Deus Pai. Quando olhamos para a face de Jesus, vemos a face humana de Deus. Sem Jesus, não temos chance de ver Deus.
Jesus é o Verbo divino que nos traz vida e comunhão com a Trindade. Ele é a fonte de vida divina para pecadores. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Coração em pedaços


Experimentar os processos complicados da vida não é nada agradável, é a tristeza que pega na hora do luto e a pessoa não quer sair da cama, não quer comer e nem falar com ninguém. A coisa pega quando a dor atinge o âmago do ser, lá dentro bate uma dor que encharca o coração de sangue. 
A coisa pega quando a pessoa se encontra num vazio sem tamanho e o coração arde de solidão. Tudo fica nublado quando a solidão arde lá dentro do ser de uma pessoa, não dá para dimensionar. Como afirma Andrew Solomon no seu livro O demônio do meio-dia: uma anatomia da depressão: "A depressão começa do insípido, nubla os dias com uma cor entediante, enfraquece ações cotidianas até que suas formas claras são obscurecidas pelo esforço que exigem, deixando-nos cansados, entediados e obcecados com nós mesmos — mas é possível superar isso. Não de uma forma feliz, talvez, mas pode-se superar. Ninguém jamais conseguiu definir o ponto de colapso que demarca a depressão severa, mas quando se chega lá, não há como confundi-la."
O texto de Jó 30:16,19 afirma: Tenho o coração em pedaços; a depressão apoderou-se de mim. Deus lançou-me para a lama. Tornei-me como pó e cinza. E o texto de Jó 30:26-31 continua e diz mais: E nessas alturas eu procurava soluções justas para essas situações. Pois para mim, foi o mal que me aconteceu. Esperava pela luz, foram as trevas que me envolveram. Tenho o íntimo agitado e em constante inquietação. Ondas de aflição me submergem. Estou com a pele enegrecida; mas não é por ter apanhado sol, é por causa do sofrimento. Ergo-me, diante de todos os meus concidadãos, e clamo por socorro. Tornei-me companheiro dos chacais, parceiro das avestruzes. O corpo ficou-me de cor escura. Os ossos queimam-me de febre. As canções de alegria e prazer que antes se ouviam à minha volta, tornaram-se agora em tristes lamentações.
Percebam o estado de Jó, ele está com o coração em pedaços; a depressão veio sobre ele.  Diante da dor e peso que ele vive, acha que Deus o lançou para a lama. Ele se sente como pó e cinza. Ele se sente em trevas, o seu íntimo está agitado e cheio de inquietação. Ele se sente abandonado por Deus e pelos amigos. Está num estado total de tristeza. O que fazer diante de uma situação tão difícil e complicada do ser?
Primeiro: clamemos ao Senhor pelo socorro. Como diz o Salmo 30:2Senhor meu Deus, a ti clamei por socorro, e tu me curaste. 

Segundo: busquemos ajuda dos amigos. O próprio Jó disse: Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim. Os amigos podem nos ajudar com um abraço, com um ouvido para nos ouvir e orar por nós.
 
Terceiro: procuremos ajuda terapêutica. Não tem problema e essa ajuda não é para os fracos, mas para os necessitados mesmo Essa é uma ferramenta divina. Os terapeutas nos ajudam nas crises e são instrumentos de Deus sim. Cuidado com essa doença, ela ataca o nosso ser mais profunda e necessitamos tratar dela. (Alcindo Almeida) 



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Leituras em janeiro de 2023


1. PLANTINGA, Alvin. Conhecimento e crença cristã. Brasília: Editora Monergismo, 2016. O livro é um marco para a discussão da racionalidade da crença cristã. Esta esplêndida versão reduzida das propostas deste livro torna-o acessível para os leitores e estudantes fora do campo da filosofia. É um imenso prazer dar as boas-vindas a esta versão de uma obra seminal. As marcas da humildade e do brilhantismo de Plantinga estão aqui presentes; ninguém pode ler este livro sem ser espiritualmente estimulado e intelectualmente desafiado. Contém 224 páginas. 

2. VANHOOZER, Kevin J. Tornando-se um pastor teólogo: Identidades e possibilidades para a liderança da igreja. Minas Gerais: Editora Ultimato, 2020. Durante séculos, os papéis de "pastor" e "teólogo" estiveram entrelaçados. Havia clareza sobre quem é o pastor e o que ele faz. No entanto, nas últimas décadas estes dois papéis seguiram caminhos separados. Uma crise de identidade e uma trágica divisão de trabalho atormentam o ministério pastoral e a igreja. Tornando-se um Pastor Teólogo" aponta exemplos históricos, bem como as dimensões bíblica e pública do chamado e da vocação pastoral. Uma seleção de textos e autores notáveis apresenta o papel essencial das Escrituras no ministério do pastor teólogo para a igreja dos nossos dias, enfraquecida teologicamente e débil na sua eclesiologia. Contém 240 páginas. 

3. STREET, John. Homens aconselhando homens. São Paulo: Editora Nutra Publicações, 2014. Vivemos em uma cultura onde a definição de homem é confusa e corrompida porque as pessoas rejeitaram a Deus e Sua Palavra e enveredaram-se por um caminho idólatra preferindo adorar a criatura ao Criador. (Rm 1.21,25) Nossa cultura sofre pelo fato de ter rejeitado ao Criador e seus desígnios para Sua criatura. Não há sabedoria do alto numa sociedade que muda a verdade de Deus em mentira e muda a glória de Deus em semelhança do que é corruptível. (Rm 1.23,25) Embora reivindique para si ser sábia e evoluída, aos olhos de Deus a nossa cultura é louca, nula em seus raciocínios, obscurecida (Rm 1.21,22) e os conselhos que oferece para os homens são conselhos loucos, desprovidos da sabedoria divina. Este livro visa lidar com os muitos dilemas da vida de um homem, não pela perspectiva corrompida e distorcida do nosso tempo, que não define nem distingue mais as características masculinas, e sim pela perspectiva da imutável, santa, incorruptível e perfeita Palavra de Deus. São conselhos que visam tornar o homem mais piedoso, mais consciente de sua própria pecaminosidade bem como da grandeza e santidade de Deus. Contém 568 páginas.  

4. CHAPMAN, Gary e R. York Moore. Visto, conhecido, amado. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2022. Fomos projetados para desejar o amor de maneira única. Embora você possa estar cercado por amigos e familiares amorosos, às vezes seus desejos mais profundos permanecem aparentemente insatisfeitos. Depois do sucesso de vendas do livro, As 5 linguagens do amor tem ajudado milhões de leitores a compreenderem a sua linguagem de amor e a linguagem da pessoa com quem eles se relacionam. Mas Chapman e Moore vão além ao mostrar que essas mesmas linguagens também são usadas por Deus para se comunicar conosco. Neste livro você descobrirá como Deus contribui uma linguagem de amor no âmago de quem você é. Contém 94 páginas. 

5.  WRIGHT, N.T. Indicadores fragmentados. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2020. Justiça, Amor, Espiritualidade, Beleza, Liberdade, Verdade e Poder. Esses são os ideais pelos quais todos se esforçam, são inerentes à humanidade, mas por que tantas vezes parecem inatingíveis? Se não vivermos de acordo com esses ideais ou “indicadores”, nossas sociedades e vidas individuais ficarão desequilibradas, gerando raiva e frustração – emoções negativas que nos separam de nós mesmos e de Deus.Com base na sabedoria do Evangelho de João, N. T. Wright explica por que esses sete indicadores são encarados como fragmentados. Ele também mostra como o cristianismo proporciona a visão, orientação e esperança para torná-los inteiros mais uma vez, curando a nós mesmos e ao mundo. Contém 208 páginas.  

6. CHAPMAN, Gary. Comunicação e Intimidade. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2021. O segredo para fortalecer seu casamento. Em Comunicação & Intimidade, Gary Chapman, doutor em Antropologia e aclamado autor de livros sobre relacionamento conjugal, oferece orientação para homens e mulheres que desejam viver a vida a dois com plenitude, afinidade e jovialidade, tornando o convívio diário prazeroso e enriquecedor para ambos. Com especial habilidade para tocar nas feridas que precisam ser tocadas, a fim de que haja cura, o autor foge de abordagens teóricas e impraticáveis e trabalha questões cruciais para a solução de dissabores que afetam a saúde do casamento. Comunicação & Intimidade é um livro para a vida real, sem maquiagens ou artificialidades, para quem reconhece suas fraquezas e caprichos, mas deseja superá-los para ser e fazer o cônjuge feliz. Contém 296 páginas.  

7. LAWSON, Steven J. A arte expositiva de João Calvino. Um perfil de homens piedosos. São Paulo: Editora Fiel, 2008. Esta obra é um retrato fiel de Calvino como pregador. Aqui vemos as convicções mais profundas que determinaram seu estilo de pregação, os passos que deu para a preparação da mensagem e a técnica que usou ao lidar com a Palavra de Deus - interpretando-a e aplicando-a a sua congregação. O autor oferece-nos grande encorajamento através do ministério de púlpito do grande reformador. Contém 142 páginas. 

Temos dores na alma!


Todos temos áreas emocionais dolorosas que geralmente estão relacionadas à nossa autoestima e autoimagem. Essas áreas dolorosas muitas vezes são definidas por experiências emocionais do passado, principalmente com nossos pais e outras pessoas que fizeram parte de nossa infância. Lembro muito bem dos meus momentos dolorosos na infância, foram cruéis.
Todos temos esse processo de dor em algum momento da vida. 
Algumas meninas têm a dor do abuso pelos próprios familiares, essa dor fica latente pelo resto da vida. Alguns meninos, com no meu caso, têm a dor do espancamento pelo próprio pai. As marcas ficam para a vida. Outros têm a dor do abandono pelos familiares, foram jogados na vida e largados a própria sorte. Alguns carregam as marcas até hoje e morrem de medo de cometerem isso com os filhos em qualquer grau.
Enfim, todos temos dores emocionais sejam de rejeição, abandono, espancamento, violência sexual e pressão em alguma área. A grande pergunta é: conseguimos resgatar a nossa infância e não sofrer mais com essas marcas? 
O texto sagrado nos diz em Jeremias 17:14 Cura-me, ó Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo; pois tu és o meu louvor. A cura para os traumas do passado, a cura para as dores do passado está em Cristo. Somente Ele pode nos dar paz e nos fazer resgatar todos os traumas, dores, angústias e tristezas que tivemos no passado. Somente Ele pode trazer serenidade diante de todos os processos dolorosos que vivemos seja na infância ou na adolescência. 
Cristo nos cura, nos salva e nos ajuda a ser grato em todo o tempo. Cristo redime a nossa história de dor, tristeza e lamento no coração pelo que passamos. Somente Cristo faz isso, os tratamentos com terapia ajudam, nos levam a rever os processos e tratá-los, mas no fundo, lá na alma, a cura, só pode vir de Cristo. Ele nos ajuda a lidar com todas as dores e redime-as todas. Jesus é o nosso médico da alma sempre. 
Louvado seja o nome dele para sempre! (Alcindo Almeida)