quarta-feira, 30 de junho de 2021

Lapidação na vida


Olhando para o texto de II Samuel 7, vemos o rei Davi num momento de sucesso. Conquistou tudo, venceu os seus inimigos e agora tem descanso diante deles ao seu redor. De repente, pinta a brilhante ideia de construir uma casa para Deus. Ele tem uma casa de cedros, algo bonito e bem precioso.
Ele conversa com o profeta Natã e o mesmo diz que ele pode fazer o que quiser, que Deus era com ele. Mas, não é assim que se faz. Deus então mostra para Davi como as coisas funcionam. O texto diz: Vai e dize a meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-me-ás tu casa para minha habitação? Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje; mas tenho andado em tenda, em tabernáculo. Em todo lugar em que andei com todos os filhos de Israel, falei, acaso, alguma palavra com qualquer das suas tribos, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que não me edificais uma casa de cedro? Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tomei-te da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo, sobre Israel. E fui contigo, por onde quer que andaste, eliminei os teus inimigos diante de ti e fiz grande o teu nome, como só os grandes têm na terra. (2 Samuel 7:5-9)
A pegada espiritual para o coração de Davi é que Deus estava construindo uma casa e um reino para ele, não ele para Deus. Davi que precisava de uma construção divina nele, não ele realizando algo para Deus. Deus mostra para Davi que há uma construção divina nele. Deus mostra que Davi foi tirado da sua simplicidade em cuidar de ovelhas. Deus o formou, Deus trabalhou nele para que se tornasse príncipe sobre o povo.
Deus ensina para Davi que foi sempre com ele em todos os processos da vida. Deus o protegeu de Saul, de Absalão, de Golias e de outros inimigos na vida. O nome de Davi foi grande porque Deus o tornou grande, o nome de Davi ficou famoso por causa de Deus, não de Davi.
Precisamos de humildade para reconhecer Deus em nossa vida. Não somos nós que realizamos nada. Deus realiza tudo em nós, Ele que faz a nossa história acontecer. Ee que trabalha em nós nos moldando e nos lapidando na vida.
Davi aprende que a misericórdia divina o acompanha em todos os momentos da vida, e ele só permanece vivo porque Deus o amparou, o dirigiu e o sustentou em cada momento da sua vida. Saibamos dessa verdade: Deus nos sustenta, Deus no ampara e realiza tudo em nós. Como Paulo afirma em Efésios 3:20: Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 29 de junho de 2021

Nada pode nos separar do amor de Deus


O grande teólogo Paulo diz em Romanos 8.31 a 34: Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós.
A pergunta de Paulo é para chamar a atenção do que acontece na vida dos eleitos de Deus que são guiados pela graça do cuidado divino. O que diremos de um Deus que ama gente que não vale nada? O que diremos do Deus que não poupa o seu próprio Filho, mas o entrega por todos nós? Nós diremos que continuaremos amando-o e confiando que ele fará que todos os acontecimentos da nossa vida concorram para o nosso bem como afirma o texto de Romanos 8.28.
Nós diremos que continuaremos amando-o porque o Eterno nos deu Jesus Cristo para nos salvar e nos perdoar na cruz do Calvário, tudo isso pela graça e bondade dele. Algo que faz o nosso coração arder neste texto é a fala de Paulo referente ao amor que se manifestou de modo supremo, no sacrifício do próprio Filho do Eterno Deus em favor de gente pecadora como nós.
A pergunta de Paulo: Se Deus é por nós, quem será contra nós? tem por um momento a situação em termos de tribunal de justiça que o cristão comparece para ser julgado. Daí a pergunta querendo expressar quem ousará apresentar-se como advogado de acusação?
Na pensamento teológico de Paulo não tem ninguém humanamente falando porque o próprio Deus é o juiz de todos os seus eleitos que estão na situação de Romanos 8.29. Em Jesus ele declarou absolvição e justificação. Então quem poderá questionar a sua sentença? A resposta para qualquer acusador que aparecer é certa e ativa: É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
A avaliação de Paulo é que absolutamente nada pode nos colocar entre o amor dele por nós e as acusações do inimigo da nossa alma. Nenhuma das provações e aflições que tenhamos experimentado ou qualquer coisa poderá nos separar do amor divino. 
Nas lutas espirituais através das regiões celestiais há um grande combate contra o povo de Cristo, mas por meio dele, e do seu poder que domina e permanece, nada pode nos separar do seu amor que é imutável e eterno por nós como seus amados. (Livro de Redenção graciosa)

sábado, 26 de junho de 2021

A afirmação do que somos


O texto de Mateus 3.16 e 17 afirma: Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. 
Mateus diz que depois de Jesus ter sido batizado, saiu logo da água e os céus abriram e o Espírito Santo desceu em forma de pomba sobre Jesus e uma voz do céu dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. 
Vejam que coisa extraordinária na vida do nosso Senhor Jesus Cristo. Ele não precisa de aplausos humanos para a confirmação do seu ministério, ele não precisa ser espetacular, Jesus não precisa mostrar-se um super-homem. Ele não precisa andar sobre brasas vivas de fogo para receber alguma confirmação ministerial. Ele não precisa de absolutamente nada da terra para receber a confirmação de quem ele é. A confirmação vem de cima, vem do seu próprio Pai: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Quando nos voltamos para o nosso individualismo, para o envolvimento com o nosso ego, nos esquecemos de que quem faz as coisas em nós é o Senhor. Quem cura é Jesus, não nós. Quem fala palavras de verdade e poder é o Senhor e não eu. Quem supre as necessidades da vida é Deus e não nós. Quando nos envolvemos com o orgulho esquecemo-nos de que a palavra de confirmação de quem somos, vem de cima e não da terra. Vejam que a afirmação de que Deus tem prazer em Jesus, alegria, felicidade nele, é do próprio Pai e do Espírito Santo. A Trindade mostra quem é o Filho. Não é o Diabo, que precisa fazer isto.
Quando reconhecemos que é o Pai que faz a afirmação do que somos, aprendemos melhor o que significa ser um discípulo dele. Aprendemos o que é o caminho da simplicidade, o caminho da humildade. Precisamos aprender que o caminho do cristão não é o caminho da auto-afirmação, este caminho é para o mundo. 
O caminho do cristão é o da descendente que termina na cruz. Este é o verdadeiro caminho que nos conduz à alegria perene, a uma paz que o mundo não pode ter. Porque este caminho resultará nas palavras que o nosso Senhor ouviu de seu Pai: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Paulo afirma em Galatas as seguintes palavras: Eu já estou crucificado com Cristo e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim. A fé vivida por Paulo é aquela consumidora do Evangelho. E como diz Brennan Manning: “Ela destila nossa imaginação, eletrifica nosso cérebro com o relâmpago da Palavra, enche-nos até a boca com a dinamite de sua glória, unge-nos da cabeça aos pés com o querosene da salvação e ateia fogo em nós.” (Livro: Vida sincera)

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Loucuras e estragos


Ontem estava lendo um texto em I Samuel 22:18,19 que diz: Então, disse o rei a Doegue: Volve-te e arremete contra os sacerdotes. Então, se virou Doegue, o edomita, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou, naquele dia, oitenta e cinco homens que vestiam estola sacerdotal de linho. Também a Nobe, cidade destes sacerdotes, passou a fio de espada: homens, e mulheres, e meninos, e crianças de peito, e bois, e jumentos, e ovelhas.
O segredo precioso das Escrituras é que elas não escondem o que o ser humano é de fato. Nesse texto vemos o estado deplorável da natureza humana. O rei Saul está com ódio, inveja, remorso, medo, insegurança e um desejo de vingança diante de Davi, só por causa da musica que as mulheres cantaram e que colocaram Davi num patamar maior do que o de Saul.
A sua raiva e ódio são tão grandes que, depois que Aimeleque elogia a fidelidade de Davi na casa do rei, esse sacana e safado do Saul, manda o pilantra do Doegue matar os sacerdotes juntamente com Aimeleque. Espera aí! O rei ungido de Deus mandou fazer isso por causa do ódio para com outra pessoa? Exatamente, o homem da religião manda matar os sacerdotes sem dó, sem compaixão.
Quando lemos essa história nos assustamos com isso no meio dos homens de Deus. Como o rei Saul poderia fazer isso? Só por causa do testemunho em relação a fidelidade de Davi na casa de Saul.
Nessa história aprendemos mais uma vez que o ser humano é mal, astuto e vingativo. Aprendemos que o ódio pode ferir tanto o coração e faze-lo perder a noção de respeito e coerência na vida. Saul manda matar 85 homens de Deus que não fizeram nada de errado. Ele perde a razão, perde a espiritualidade só por causa do desejo de matar o jovem Davi.
O ódio nos destrói, o ódio acaba com o senso de equilibro no coração. A raiva amargura o coração e ele perde a noção do perigo. Não é por acaso que a Bíblia diz que a vingança pertence ao Senhor, porque toda vez que queremos nos vingar, é um estrago para nós e para os outros. Saul faz loucuras e estragos enormes por causa da vingança e ódio de Davi.
Que o Eterno Deus nunca nos deixe expressar a maldade exagerada do nosso ser. Que o Eterno Deus nos proteja de nós mesmos para que não cometamos as loucuras do nosso coração. Que o Eterno Deus nos guarde do ódio, da vingança e do rancor! (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Palavra no coração


O tesouro maior da vida é o Senhor Deus e nele temos a fonte certa, na sua Palavra encontramos a fonte para o nosso coração. O salmista afirma algo profundo no Salmo 119.62: À meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus retos juízos. A noite é um tempo precioso para investir na espiritualidade. A noite é revestida de silêncio e mais fácil para buscar a presença do Senhor. O salmista tem tanta alegria na Lei do Senhor, que tem o sentido da gratidão no coração. Ele quer ser grato pelos retos juízos divinos. E eles são tão importantes, que na hora de silêncio e descanso, se lembra desses retos juízos.
Lutero fala em seus escritos que devemos retribuir a Deus tudo que temos e somos. Ele fala de doação na casa dele. Ele fala de dar ao Senhor tudo com a nossa emoção e coração. Tenho a impressão que o salmista tem a noção correta de levantar no seu leito de descanso para se lembrar de tudo o que o Senhor dá, e o melhor para a direção da vida, os retos juízos para a vida.
Precisamos agradecer ao Senhor pela Palavra no coração, precisamos louvá-lo todos os dias por esse presente divino para a alma. Porque essa Palavra traz a direção para a vida sempre!
A. W. Tozer diz que “a alma tem olhos para e ouvidos para ouvir. Estes podem estar fracos por causa do longo desuso, porém são vivificados pelo toque de Cristo, tornando-se capazes da visão mais aguçada e da audição mais sensível.” Precisamos de olhos e ouvidos para ouvir o convite das Escrituras, para a adoração ao Senhor pelo que ela faz, realiza em nós. Pela mudança que produz no coração nos tornando mais parecidos com Jesus Cristo de Nazaré! (Livro: Ouvindo as Escrituras. Refletindo no Salmo 119)

terça-feira, 22 de junho de 2021

O Jesus da proximidade


O texto de Mateus 8.16 e 17 diz: Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos endemoninhados, e ele expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes. E assim se cumpriu o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças.
Imaginemos a visão de Mateus quando vê o cumprimento de Isaías sobre as ações de Jesus trazendo libertação para as pessoas que o cercavam. Ele cumpre as profecias em vida, não na cruz no sentido de tocar nas pessoas, ouvir seus dramas, olhar para elas e curá-las nas suas enfermidades e debilidades da alma e do corpo. Não é simples o que Isaías disse: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças.
Claro que devemos ter cuidado com a ideia de que há cura na expiação e que todo cristão tem o direito de se apropriar dessa cura. Ou seja, que o cristão não pode ter mais nenhuma enfermidade no corpo porque o Senhor Jesus já levou toda enfermidade lá na cruz. Essa interpretação é absolutamente equivocada das Escrituras. Devemos lembrar que a enfermidade é uma consequência da culpa de Adão e Eva. 
O fato é que Deus não tem obrigação alguma de curar todas as doenças. A ação dele em nós é nos salvar pela graça mediante o sacrifício do Senhor na cruz do Calvário. Então qualquer pessoa que passa pelo caminho de Jesus de Nazaré pode ser curada. Pode ser tocada pela graça dele, como aconteceu na vida daquela mulher que tinha um corrimento no seu corpo e ao tocar tão somente nas vestes dele, foi totalmente curada.
O fato é que Jesus cura pessoas seja na alma ou no corpo. Ele liberta vidas das amarras, dos sofrimentos e das crises mais profundas da alma. Vejam que foram trazidos a Jesus muitos endemoninhados. E o texto diz que ele expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes. Ele fez tudo isso para cumprimento do foi dito pelo profeta Isaías.
Claro que do jeito que acontecia naquele tempo de Jesus, era um momento singular, especial e histórica para marcar a presença dele na terra como o Salvador do seu povo. As curas, as falas, os milagres mais profundos, as libertações foram sinais da presença histórica do Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo para cumprimento do plano de redenção do seu povo. 
Hoje ele ainda cura corações, cura o corpo dentro do projeto divino. Ele olha para pecadores como nós e estende sua graça em favor de nós. Bendito seja o nome do nosso Senhor Jesus que olha para nós! (Livro: O Jesus da proximidade. Olhando para Jesus no Evangelho de Mateus)

segunda-feira, 21 de junho de 2021

O Eterno Deus olha para nós


Meditando em Naum 1.7, percebemos que o Eterno Deus está pronto a perdoar, Ele é bom, é uma fortaleza no dia da angústia e conhece os que confiam nele.
No texto, Deus é atencioso e misericordioso para com um povo que não merece misericórdia. Hoje é assim também em nossa vida, Deus é eternamente misericordioso em nossa vida. Ele nos assiste na angústia e nos conhece pela sua graça e amor. 
Esse é um grande motivo para adorá-lo e bendizê-lo em nosso coração. Porque o Eterno Deus olha para nós no meio da nossa luta e tribulação. Ele nos ajuda em tempos de angústias, ele é bom , sempre bom. Ele é uma fortaleza para pecadores como nós. Quando estamos em lutas e dificuldades, Deus vem com sua bondosa mão e nos socorre, nos ampara e nos ajuda.
Só podemos nos ajoelhar e render graças a esse Deus amoroso e gracioso. O Deus que é a nossa fortaleza, socorro presente nas horas escuras e demonstra sua bondade sempre em nosso ser. (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Suportando pessoas


No filme Cartas para Deus: a esperança é contagiosa, vemos que Tyler Doherty é um extraordinário menino de 8 anos, armado com grande fé e coragem enquanto encara sua batalha diária contra o câncer. Cercado por uma família amada e por sua comunidade, as orações de Tyler tomam a forma de cartas, que ele escreve e envia diariamente para seu amigo: Deus. 
Estas cartas param nas mãos do carteiro Brady, que está passando por dilemas e buscando sentido para sua vida. A princípio, Brady não sabe o que fazer, mas por fim, sua decisão torna-se uma evidência da bravura e graça de Tyler.
Tyler influencia a vida de Brady de maneira tão extraordinária, que Brady começa a perceber a possibilidade de esperança, para o caos de vida que ele está passando. Acredito que nós somos esses pequenos Tyler, pessoas que passam pela vida para dar sentido, para fortalecer e para amparar de alguma forma, seja com uma atitude, uma palavra, um gesto, uma oração, uma ligação, um papo, um abraço, enfim alguma coisa que fazemos para ajudar as pessoas nas suas lutas e fraquezas.
Tyler é um instrumento da graça para ajudar Brady no meio dos seus conflitos e dores da alma. Taylor é amigo, parceiro e com suas cartas, toca no ser do Brady. Paulo afirmou essas palavras em Romanos 15:1,2: Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.
Precisamos suportar os outros nos seus dilemas da alma, abraçar, chorar rir e orar pelos aflitos na vida. Taylor ajudou demais o seu amigo em suas lutas da vida, foi uma referência, mesmo sendo um menino tão novo, mas tinha a graça divina nele. Que Deus nos ajude a ser suporte para as pessoas ao nosso redor! (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Foco na vida


O grande escritor Paulo disse aos cristãos de Filipos: Por fim, irmãos, quero lhes dizer só mais uma coisa. Concentrem-se no que é verdadeiro, no que é nobre, no que é correto, no que é puro, no que é amável e no que é admirável. Pensem no que é excelente e digno de louvor. O teólogo nos convida a viver de maneira certeira, objetiva e absolutamente sincera. Seguem os conselhos dados por ele:

1. Foquemos em tudo que é verdadeiro:

Na sociedade há muitas coisas ilusórias. Há uma forma complicada de viver hoje. Há propostas indecentes e que não têm nada a ver com os valores divinos. Paulo insiste com a igreja de Filipos para viver em função do que é verdadeiro, honesto e sincero. Precisamos disso na nossa vida hoje, focar naquilo que é verdadeiro, honesto e sincero.

2. Busquemos tudo que é nobre e correto:

Paulo chama a atenção para tudo o que é respeitável, justo e correto. Muitas coisas não são respeitáveis, e os cristãos precisam tomar cuidado com elas. Isso não significa viver alheio aos fatos e movimentos que acontecem, mas tudo que é desagradável e não tem a ver com a nobreza da vida, não devemos dedicar atenção. Tudo aquilo que foge dos princípios da nobreza e justiça precisa ser afastado de nós. Tudo aquilo que atrapalha o que é nobre, não pode controlar o nosso pensamento.
Paulo também trabalha aquilo que é justo, aquilo que é correto. Um cristão que anda com Cristo, tem como primazia na vida a justiça e a retidão.

3. Busquemos tudo que é puro e amável:

Puro refere-se, provavelmente, à pureza moral, uma vez que as pessoas daquela época, eram tentadas sempre por causa da impureza sexual. Como precisamos tomar cuidado com essa área sexual, que é tão perigosa e tão complicada. O escritor aos Hebreus 12:14 afirma: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Lembrando que a ideia de puro no grego é aquele que é livre de manchas. Assunto sério demais! Como precisamos dessa santidade na vida.
Amável significa atraente. Precisamos desse jeito de viver na vida. Precisamos buscar aquilo que é belo e atraente, aquilo que glorifica o nome do nosso Senhor.

4. Respiremos tudo que é admirável:

Nós como cristãos devemos encher a nossa mente com pensamentos que têm a ver com o admirável. Devemos encher a nossa mente com aquilo que glorifica o nome do Eterno Deus.

5. Pensemos no que é excelente e digno de louvor na vida:

Tudo o que tem virtude e louvor deve fazer parte da nossa motivação para nos aperfeiçoar. Tudo que tem a ver com excelência, glorifica a Deus. Isso faz parte da nossa vida e pensamento. Enchamos o nosso pensamento da Palavra e teremos o excelente em nosso ser. Que Deus nos dê graça para isso. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 15 de junho de 2021

Nada está perdido


Ontem cedo, estava lendo o livro de Rute, a moça que perdeu esposo, perdeu a referência e não sabia o que fazer da vida e optou por cuidar da sua sogra. Sua sogra foi marcada pela perda de seus filhos. Rute se sente na obrigação de amparar a sua sogra e andar com ela. Sabemos da história que desemboca no casamento de Rute com Boaz. Vemos tudo acontecendo no livro e percebemos caráter solido em Rute, percebemos santidade, firmeza, discrição, serviço e respeito.
Que mudança na vida da órfã Rute! Rute se torna a esposa de Boaz. Tudo está transformado na sua realidade da vida. Chega de humilhação, de dor e de sofrimento na vida dessa moça e da sua sogra. O Eterno Deus mudou toda a jornada da estrangeira moabita, que não tinha o direito de nada, mas agora entra na genealogia do Messias. 
O texto sagrado afirma em Rute 4:13-16: Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o Senhor lhe concedeu que concebesse, e teve um filho. Então, as mulheres disseram a Noemi: Seja o Senhor bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste. Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos. Noemi tomou o menino, e o pôs no regaço, e entrou a cuidar dele.
Que alegria, que festa, que regozijo no coração de Rute, Boaz e Noemi. As mulheres aparentemente abandonadas, agora têm resgate na história divina. O menino chegou para somar, para alegrar e para revigorar o coração dessas mulheres e de Boaz, o resgatador. Quem chegou? Chegou o menino Obede! Como o texto afirma: Salmom gerou a Boaz, Boaz gerou a Obede, Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.
Que extraordinário! Como é? Rute tem na sua descendência a Davi? Espera aí! De Davi vem o nosso resgatador divino? De Davi virá o Messias? Isso mesmo? Exatamente, de Rute, vem Davi e de Davi Cristo, o nosso Senhor e Salvador.
Que história marcante para o nosso coração. Nada está perdido, nada está fora do controle divino. Deus está no seu trono e traçou cada passo, cada momento da nossa história. Não estamos sozinhos nela, não estamos abandonados e nem perdidos. Deus continua abençoando e marcando vidas, como marcou a vida de Rute, Boaz e Noemi. Creiamos no Deus da providencia, de amor e de cuidado em nossa vida! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Atração e traição


De repente surge na vida do homem de Deus, chamado Sansão, uma linda filistéia chamada Dalila. Seu nome significa flerte, ou delicadeza, e condizia bem com seu aspecto misteriosamente dúbio, em que uma sensualidade natural convivia harmonicamente com uma inesperada delicadeza. Dalila com o seu corpo belo, era um convite irresistível e ao mesmo tempo sedutor para derrubar o homem de Deus, se ele não tivesse temor divino.
Dalila não era confiável, mas atraía e foi exatamente o que aconteceu com Sansão, ele foi envolvido pelo jeito e beleza dela. Houve atração por Dalila conforme nos diz o texto em Juízes 16:4: Depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila.
Lá estava Sansão nos seus braços e completamente apaixonado por ela, sem perceber que Dalila era uma serpente dotada de artimanhas que levariam esse guerreiro a ruína. Mas, ele estava envolvido pelos prazeres que o levavam a perder a cabeça. Dalila foi contratada pelos inimigos de Sansão para descobrir o seu segredo.
A proposta de pagamento era de mil e cem siclos de prata. Ela tentou de tudo, fez de tudo para receber essa grana, nessa hora não havia nenhum sentimento e nenhum respeito por Sansão. Até que naquela mesma noite ela recebeu Sansão novamente no seu leito, e depois de renovadas as carícias, pediu que ele revelasse a origem de sua força descomunal. Sansão respondeu com mentiras algumas vezes, até que não resistindo as propostas dessa mulher venenosa, cedeu, abriu a alma, rasgou o coração para ela e revelou o seu segredo da força. A fala dele foi: Minha força está nas minhas sete tranças – disse ele. – Sou consagrado ao Senhor desde meu nascimento, e a navalha não pode cortar jamais os meus cabelos.
A desgraça estava feita, agora era tarde demais para Sansão. Ele pensou que como livrou-se dos primeiros inimigos, poderia se livrar agora, mas sentiu que a força maior que até então o sustentara em seus combates, não tinha mais. Um dos filisteus vazou os seus olhos com a lâmina ardente da espada, tornando-o cego para sempre. Dalila se retirou e recebeu sua grana, o mal está feito.
Que dureza não? Situação caótica a do homem de Deus. Envergonhado e deixado de lado pela prostituta Dalila. Esse caiu na atração e na traição. O pecado é sempre assim, ele vem com uma forma bonita e elegante. Vem com propostas convidativas, mas o seu fim é de cegar os olhos da gente mesmo.
Sansão não percebeu o quanto o mal estava cercando-o, ele caiu direitinho, foi envolvido e enganado de maneira absurda. A dica para nós é para tomarmos cuidado com o pecado que nos assedia. Como diz o escritor aos Hebreus 12:1,2: Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
Que o Eterno Deus nos ajude a fugir das ciladas do pecado e que o honremos em todos os momentos da nossa vida. (Alcindo Almeida)

sábado, 12 de junho de 2021

A trajetória de Jesus


Em Mateus 3, Jesus se aproxima de João Batista para ser batizado e João age como qualquer pastor agiria hoje. Ele imediatamente diz para o Senhor: Senhor, que isto, eu é que preciso ser batizado pelo Senhor, não eu devo batizá-lo.
Jesus sabendo qual é o seu caminho, qual é o desígnio, o propósito do Pai diz para João Batista: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu. Esta é a palavra de Jesus evidenciando qual era de fato o seu caminho, o caminho de Jesus era o da humildade. Tanto que ele está ali para ser batizado, ele está ao lado de pessoas pecadoras, indignas do amor de Deus para ao lado delas ser batizado.
É difícil entendermos esta trajetória de Jesus, mas, é a que ele segue e para isso ele se despoja da sua própria glória como o Deus-Filho, para ser o Jesus de Nazaré. Jesus segue o caminho da discrição e da pequenez em nome da humildade no seu ministério. 
Conosco a coisa parece ser um pouco diferente, pois, vivemos em busca do espetacular, vivemos em busca do sucesso. Precisamos de reconhecimento na vida para que nos afirmemos como pessoas. Jamais as pessoas podem perceber que somos irrelevantes e que não podemos oferecer muita coisa para os outros. Alguns já estão pensando como ganharão mais no ano, para poderem comprar coisas, para se mostrarem relevantes para a sociedade que nos cerca.
Vejam que as tentações são para que sejamos significativos, para que sejamos espetaculares, para que mostremos para os outros que somos alguma coisa. Só que com Jesus não era assim, ele preferia estar do lado onde não precisasse aparecer, tanto que no cenário do Batismo, o batizador é João Batista.
Temos que fazer esta opção todos os dias da nossa vida. Se seremos pessoas que querem causar impacto, serem relevantes ou se seremos pessoas que procuram todos os dias o caminho da simplicidade, o caminho da humildade da mesma maneira que o Senhor Jesus. Brennan Manning disse algo precioso: “Cada vez que desfechamos um golpe mortal no ego, a páscoa de Jesus é traçada em nossa carne. Cada vez que escolhemos caminhar aquela milha adicional, por oferecer a outra face, abraçar em vez de rejeitar, somos compassivos em vez de competitivos, beijamos em vez de morder, perdoamos e nos abstemos de massagear a contusão mais recente de nosso ego ferido, estamos passando da morte para a vida."
Quando nos tornamos pessoas simples no Reino de Deus experimentamos a comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Assim desfrutamos de um caminho que nos conduz a paz e a alegria verdadeiras. Quando contemplamos o caminho da humildade reconhecemos que não precisamos de auto-afirmação, e sim, da graça de Deus todos os dias na nossa vida, pois, somos miseráveis, somos pecadores que apesar do estado, somos amados de Deus. (Livro: Vida sincera. Série Intimidade com a Palavra - Evangelho de Mateus)

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Elogio e bajulação


Dale Carnegie falando sobre elogio e bajulação, diz, que “elogio é sincero; a bajulação, não. Um sai direto do coração; o outro, da boca para fora. Um é generoso; o outro é egoísta. Um é universalmente admirado; o outro é universalmente condenado."
Temos uma dificuldade com a bajulação, porque ela se aproveita da necessidade humana de ser importante e se sentir valorizado e cria uma falsa percepção sobre quem a escuta. A bajulação geralmente é cheia de vazio e não aponta um adjetivo sobre a pessoa que seja realmente o que ela é. A bajulação é genérica. Ela pode ser utilizada para qualquer pessoa em quase todas as situações.
O que acontece com o elogio? O elogio é real, ele trata de todos os aspectos verdadeiros e honestos de uma pessoa. E geralmente o elogio trabalha com a verdade, não com a superficialidade.
Há dois textos interessantes para ponderarmos, o primeiro é o de Provérbios 27:2: Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios. E o segundo de Provérbios 29:5: O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede aos passos.
Aprendemos com Salomão sobre o verdadeiro elogio, o que edifica, o que soma e glorifica Deus. Esse é o que percebemos as virtudes nas pessoas. Não nós que falamos sobre nós mesmos, os outros que detectam os movimentos das qualidades em nosso coração. E com toda certeza, não será uma fala da boca para fora, não será sem sentido, mas será para honrar mesmo e isso na presença de Deus.
E segundo texto trata da bajulação. Tomemos cuidado com bajulação. Tem pessoas que querem tirar proveito com essa ação, não são sinceras, honestas e verdadeiras. Bajulação é sempre recheada de superficialidade mesmo e precisamos estar atentos para não sermos envolvidos com ela. Porque faz bem ao ego e engana mesmo.
Que Deus nos dê sabedoria e graça para trabalhar o elogio e tomar muito cuidado com esse veneno que é a bajulação. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 8 de junho de 2021

Segurança e liberdade


Zygmunt Bauman diz que o há uma balança entre segurança e liberdade. Isso não encontra uma média exata e, consequentemente, uma tende para cima, enquanto a outra tende para baixo. Segurança e liberdade nunca vêm na mesma proporção e, por isso, não podemos ter ambas ao mesmo tempo e na quantidade que quisermos.
Qual a necessidade para se ter segurança nessa vida? Para Zygmunt Bauman, "identidade" significa aparecer, ser diferente e singular. Para qualquer um dos lados da moeda, há que se pagar um preço, pois da mesma forma que segurança sem liberdade equivale à escravidão, a liberdade sem segurança equivale a estar perdido e abandonado.
Acredito que a maioria das pessoas busca os dois itens na vida segurança e liberdade. Queremos segurança para o futuro, segurança para as coisas acontecerem na vida, segurança no casamento, segurança para os filhos, segurança para poder viver no meio da sociedade perdida e que busca valores superficiais. Queremos liberdade para nos expressar, liberdade para sonhar, falar, andar, respirar e crescer.
A grande verdade é que segurança e liberdade só podem ser encontradas na presença do Eterno Deus. Segurança e liberdade vêm do céu para o nosso coração. Para que vivamos, para que respiremos e existamos. Sem Deus é impossível querer algo que traga segurança e proporcione liberdade.
Liberdade só a temos em Cristo quando somos tocados pela graça de conhece-lo. Liberdade temos pela graça especial em sermos encontrados por Cristo Jesus. Perdoe-me o grande pensador e escritor Zygmunt Bauman, mas podemos ter segurança e liberdade ao mesmo tempo, como? Em Cristo Jesus, o nosso libertador divino e a nossa segurança eterna! (Alcindo Almeida)

Somos pequenos


O texto de Atos 14.15 afirma: Nós também somos homens, de natureza semelhante à vossa, e vos anunciamos o Evangelho para que destas práticas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar, e tudo quanto há neles.
No meio de uma visão acerca dos poderosos, Paulo e Barnabé se declaram meros homens orientados pelas mesmas emoções dos outros seres humanos caídos e falhos. Paulo e Barnabé se declaram homens com a mesma natureza fraca e limitada. Paulo mostra exatamente a fragilidade humana, ele e Barnabé não conseguiam agir sem a ação divina na vida deles. Tanto que ele chama a atenção para o Deus vivo - uma típica expressão judaica, que se refere a Deus como vivo, em contraste com os deuses dos pagãos da época.
Paulo faz questão de afirmar que ele e Barnabé eram humanos, Deus o dono de tudo é que estava acima deles. Bem legal essa visão de Paulo e Barnabé. Deus é o todo poderoso e nós humanos frágeis na vida! Nunca podemos perder de vista essa realidade profunda: somos pó e cinza.
Somos frágeis, somos limitados, somos insuficientes no nosso ser. Deus é o maior, Deus é o Senhor absoluto de todas as coisas. Ele que controla tudo, Ele que dirige absolutamente tudo. Homens são finitos no sentido de natureza humana. Somos incapazes de realizar algo sozinhos.
Há uma empáfia nos seres humanos, quando se acham donos do próprio nariz. Alguns acham que controlam tudo e não dependem de ninguém. Essa frase de Paulo precisa marcar a nossa vida em todos os sentidos: Nós também somos homens, de natureza semelhante à vossa. Somos humanos, somos pequenos, somos limitados, somos completamente dependentes do Deus Eterno. Sem Ele, estamos perdidos e sem vida! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 7 de junho de 2021

A necessidade mais profunda


Freud dizia que tudo o que fazemos é provocado pelo desejo de ser grande. O filósofo John Dewey disse que a necessidade mais profunda da natureza humana é o desejo de ser importante.
Todos nós queremos ser grandes em alguma área da vida. Queremos ser notados de alguma forma. A ânsia da natureza humana é obter reconhecimento, esse é um sentimento para tentarmos satisfazer a nossa carência afetiva e emocional.
Temos exemplos de famosos lutando para sentirem-se importantes. George Washington queria ser chamado de o poderoso presidente dos Estados Unidos. Colombo solicitou o título de o Almirante do Oceano. A rainha Catarina, a Grande, recusava-se a abrir cartas que não se referissem a ela como Majestade Imperial. Vitor Hugo aspirava ver a cidade de Paris recebendo o seu próprio nome, para homenagea-lo.
Um dia, visitando um grande homem da sociedade, ele dizia: Você sabe com quem está falando? Eu respondi com muita certeza: Sei sim, estou falando com um pecador miserável, filho de Adão que descerá para debaixo da terra como qualquer outro ser humano criado pelo Eterno Deus.
Esse é uma deficiência dos filhos de Adão, serem lembrados, notados e reconhecidos de alguma maneira. Só que na presença de Deus não precisamos ser grandes, importantes e reconhecidos. Só precisamos de Cristo mesmo, esse é o verdadeiro sentido da existência.
Em Cristo temos significado e identidade. Nele e por causa dele, somos novos seres diante da Trindade. Quando temos os sentidos em Cristo não dependemos da afirmação das pessoas sobre o que fazemos ou somos, porque o mais importante é ser em Cristo Jesus! Essa é a grande marca para o ser.
Lembrando de novo do que o filósofo John Dewey disse: A necessidade mais profunda da natureza humana é o desejo de ser importante. Quando temos Cristo como a nossa referência e identidade não precisamos ser importantes, porque Ele é o mais importante é o mais valioso na nossa vida e coração! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Conexão com a alma e o coração


Zygmunt Bauman, autor de dezenas de obras em que aprofunda seu conceito de modernidade líquida disse que "os laços humanos anteriormente se davam em comunidade, e a comunidade, com seus costumes, crenças e contextos, preexiste ao indivíduo. Hoje, esses laços se dão em rede. "A rede é mantida viva por duas atividades: conectar e desconectar. O atrativo da "amizade Facebook’ é que é fácil conectar, mas a grande atração é a facilidade de desconectar", compara. Na relação frente a frente e olho no olho, quebrar as relações é traumático, porque é preciso ter razões ou inventar desculpas, mentir etc. Na internet a ruptura é fácil."
Bauman afirmou que “os laços humanos são uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Bênção por ter confiança numa pessoa e se sentir capaz de fazer algo por ela, o que não existe na "amizade Facebook". Bauman lamenta que muitos jovens não sabem a riqueza que perderam, porque não viveram esse tipo de amizade. A maldição vem porque, quando se cria um laço, faz-se uma espécie de juramento de estar sempre ao lado do outro. Você empenha seu futuro. Hoje, porém, vivemos como pessoas solitárias numa multidão de solitários."
Isso é algo sério demais, porque temos uma geração muito só, fechada em si mesma e sem desenvolver amizades mais sólidas e significativas para a vida hoje. Escrevi um livro sobre amizade da alma e nele tento trabalhar a necessidade de ter amigos, ter mentores nessa vida e uso como modelo as amizades existentes nas Escrituras, como Davi e Jônatas e Jesus com seus discípulos mais próximos.
Necessitamos de amigos para ajudarem na nossa formação da vida. Não há a possibilidade de serem superficiais como Zygmunt Bauman fala “conectar e desconectar.” Amigos não são descartáveis, eles são eternos, eles ficam conosco até a morte. Eles são os meios divinos para que não permaneçamos no individualismo da vida. Eles são instrumentos da graça divina para que imitemos a comunhão que há na Trindade.
Rede social aproxima pessoas virtualmente, amigos de verdade nos aproximam do coração. Rede social trabalha com as questões superficiais da vida, amigos de verdade trabalham o coração. Não é por acaso que Salomão afirmou em Prov. 17:17: Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.
Tenhamos amigos que nos conectam com a alma e o coração! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Direção para a vida


O salmista afirma algo profundo no Salmo 119.62: À meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus retos juízos.
A noite é um tempo precioso para investir na espiritualidade. A noite é revestida de silêncio e mais fácil para buscar a presença do Senhor. O salmista tem tanta alegria na Lei do Senhor, que tem o sentido da gratidão no coração. Ele quer ser grato pelos retos juízos divinos. E eles são tão importantes, que na hora de silêncio e descanso, se lembra desses retos juízos.
Lutero fala em seus escritos que devemos retribuir a Deus tudo que temos e somos. Ele fala de doação na casa dele. Ele fala de dar ao Senhor tudo com a nossa emoção e coração. Tenho a impressão que o salmista tem a noção correta de levantar no seu leito de descanso para se lembrar de tudo o que o Senhor dá, e o melhor para a direção da vida, os retos juízos para a vida.
Precisamos agradecer ao Senhor pela Palavra no coração, precisamos louvá-lo todos os dias por esse presente divino para a alma. Porque essa Palavra traz a direção para a vida sempre!
A. W. Tozer diz que “a alma tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Estes podem estar fracos por causa do longo desuso, porém são vivificados pelo toque de Cristo, tornando-se capazes da visão mais aguçada e da audição mais sensível.” Precisamos de olhos e ouvidos para ouvir o convite das Escrituras, para a adoração ao Senhor pelo que ela faz, realiza em nós. Pela mudança que produz no coração nos tornando mais parecidos com Jesus Cristo de Nazaré! (Livro: Ouvindo as Escrituras. Refletindo no Salmo 119)

quarta-feira, 2 de junho de 2021

No caminho do deserto


Olhando para a vida de Moisés e toda a história que ele viveu, percebo que não é no palácio que alguém é trabalhado por Deus, geralmente é no deserto da vida mesmo. Moisés tem que ir para deserto da vida e aprender com Deus para se transformar num líder humilde, dependente, sensível e ligado em Deus. Na espiritualidade de Moisés recordar a caminhada no deserto é renovar a certeza do amor de Deus que se manifesta na sua história da sua vida e de maneira bem marcante. Essa lembrança é fonte de esperança, fortalece Moisés em sua caminhada cotidiana, fazendo-o reviver a mesma experiência em todos os tempos. 
No caminho do deserto Moisés descobre novas perspectivas. No deserto, Moisés tem um tempo propício para refazer a vida. Nesse tempo de deserto ele tem  conflitos, sofrimentos, vitórias e alegrias. No deserto, Moisés tem encontro com Deus. E nesse encontro, ele percebe que caminhar com Deus é algo muito profundo, sério e extremamente marcante para a vida espiritual.
Quando Moisés sai do deserto, ele percebe que está bem mais forjado, lapidado e firme em Deus. Ele está preparado para o enfrentamento pesado que terá no Egito. Pois, ele se tornará o libertador de Israel diante de uma tirania violenta de um homem que não teme a Deus, Faraó, rei do Egito. 
No caminho do deserto é o lugar que Deus remodela nosso coração, do jeito que Ele deseja. No caminho do deserto é o lugar que Deus usa para nos humilhar, para nos ensinar o significado da dependência do caráter e da vontade dele. No caminho do deserto é o lugar que Deus trabalha em nossa espiritualidade para que aprendamos mais sobre intimidade, comunhão e oração. 
Moisés nunca mais foi o mesmo depois dessa caminhada no deserto. Nós de igual modo, nunca mais seremos os mesmos quando experimentarmos os desertos da vida. O deserto é o momento de libertação das amarras que criamos para nós mesmos. Como diz Henri Nouwen, "o deserto é o forno dentro do qual a transformação acontece". O deserto é lugar de confronto, de luta interna e de amadurecimento para a vida espiritual. Lembremos que o nosso mestre Jesus passou pelo deserto da cruz, do Calvário para nos trazer redenção. Ele sofreu todo o peso da Cruz e trouxe a vida eterna para os seus eleitos. Ele resistiu firme e glorificou o Pai. No deserto, Ele foi aperfeiçoado e resistiu para a garantia da nossa redenção. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 1 de junho de 2021

Perfeição em Deus


O texto de Mateus 5:48 afirma: Sede, portanto, perfeitos - como vosso Pai. A palavra grega teleios que Mateus emprega, significa que o homem vai do dilaceramento à inteireza. As palavras são muito enfáticas: Portanto, sereis perfeitos - sereis preenchidos com o espírito daquele Deus cujo nome é misericórdia e cuja natureza é amor.
A ideia de perfeição tem a ver com sermos completos diante de Deus e cada vez mais, refletirmos o caráter dele na vida. A ideia é de sermos inteiros diante de Deus na prática da sua Palavra.
Não temos a ideia de sermos sem nenhum pecado, porque somos pecadores. Não é a ideia de sermos os santarrões da vida, nem o de sermos altamente qualificados na vida espiritual. Negativo! Temos falhas, temos erros, falhamos em vários detalhes da nossa caminhada. Mas, quando Jesus nos exorta a sermos perfeitos é de sermos cheios de Deus, cheios da vida de Cristo Jesus. João Calvino comentando esse texto afirmou: “Por mais distantes que estejamos da perfeição de Deus, dizemos que somos perfeitos, como ele é perfeito, quando visamos o mesmo objeto, que ele nos apresenta em si mesmo. Se for considerado preferível, podemos afirmar assim. Não há comparação aqui feita entre Deus e nós: mas a perfeição de Deus significa, primeiro, aquela bondade livre e pura, que não é induzida pela expectativa de ganho; e, em segundo lugar, essa notável bondade, que luta com a malícia e a ingratidão dos homens.”
Não é fácil buscar essa perfeição em Deus, porque lutamos todos os dias contra a nossa própria natureza que é egoísta, má e cheia de defeitos cruéis. Mas, lutamos e pedimos graça para o Eterno para que sejamos imitadores seus. Amando, servindo, nos doando, sendo misericordiosos, afetuosos, bondosos, graciosos e longânimes.
Que Deus nos dê a graça de sermos perfeitos no sentido de completos para que o nome dele seja sempre exaltado e honrado! (Alcindo Almeida)