O mundo muda rapidamente e somos induzidos para que as coisas sejam resolvidas de modo imediato, tudo é para ontem. Na empresa, as coisas precisam de urgência e se as tarefas não são executadas, o funcionário é demitido, não há mais filas no banco porque o caixa eletrônico tem tudo a disposição para tornar o atendimento rápido e eficiente. Para ir ao cinema, tem a compra online que é rápida e prática. Tudo voa, a vida voa, o tempo voa e percebemos que a velocidade das coisas nos angustiam, nos deixam ansiosos e precoces em tudo.
A realidade é que mesmo que tentemos resolver as questões da vida, da melhor forma, haverá momentos em que sentiremos que tudo está em desordem e precisamos de algo a mais. Tudo está acelerado demais, a inteligência artificial tem resolvido alguns problemas da vida, numa velocidade impressionante. Só que no meio dessa velocidade, a dinâmica da vida está passando rápido demais. Mal respiramos e tudo já aconteceu!
Precisamos de uma renovação do coração para tratar a nossa ansiedade que nos consome por dentro, para tratar a nossa vulnerabilidade e a nossa fé. Precisamos de um tempo para a alma. Por isso, Davi disse essas palavras profundas no Salmo 63:1-3: Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água. Assim, eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória. Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.
O Salmo 63 é um diário de Davi no meio do deserto. Ele mostra a prioridade de Davi quando estava vivendo no meio da pressão e lutas da vida. O segredo de Davi passar pelo processo complicado dos problemas da vida, reside no fato de amar a Deus e não apenas desejar seus favores temporais ou mesmo espirituais, ainda que se tratasse de questão humanitária. Davi ama a Deus, por isso o deseja numa terra deserta e seca. No meio das agitações da sua vida, ele tem sede de Deus, ele almeja o Deus da sua vida.
No meio de todos os processos complicados da vida de Davi, ele contempla Deus e reconhece que a graça é melhor do que a sua vida. No meio de tantas mudanças e correrias dessa vida atual, precisamos contemplar Deus, experimentar a sua graça, essa que nos sustenta, nos faz enxergar o divino e não o humano. A graça nos faz depender de Deus e não das coisas. Na dependência da graça de Deus ficamos menos ansiosos e menos vulneráveis na vida. (Alcindo Almeida)
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