Os fariseus eram um grupo de pessoas que se achava melhor do que os outros. Eles sabiam muito dos aspectos da Lei, pelo menos intelectualmente conheciam muito. Este grupo se achava confiante em si mesmo e se julgava justo demais diante de Deus, e, portanto, desprezava os outros. Os escribas eram os professores da Lei Mosaica. Eles eram os escreventes de textos. Como por exemplo, o escriba que escreveu o rolo do livro ditado pelo profeta Jeremias. O escriba também tinha a função de interpretar a Lei como foi no caso de Esdras que deu um sentido sério para este trabalho
Só que no tempo de Jesus eles se tornaram extremamente legalistas como os fariseus e viviam para julgar os outros usando o conhecimento intelectual da Lei sem entender o significado da misericórdia que há na própria Lei. Eles eram peritos e eruditos na Lei mosaica, eles eram ligados ao partido dos sacerdotes e fariseus do Novo Testamento. E por isso, agiram assim com aquela mulher e para questionarem Jesus por não seguir à risca os rituais da Lei oral em Israel.
A prática dos homens da religião é de alguém que mede as pessoas. De alguém que olha para os erros dos outros sem olhar para os seus. Estes homens da religião são extremamente hipócritas em olhar para os pecados desta mulher que talvez se chamasse Susana, esposa de um homem chamado Manassés de Jerusalém.
Eles trazem essa mulher e a expõem diante de todos sem nenhuma compaixão. Eles a apresentam diante de Jesus e ainda o chamam de mestre. Que hipocrisia! Que falsidade! Porque eles não estavam preocupados com o bem moral da comunidade. Eles não estavam nem um pouco preocupados em cuidar do coração daquela mulher.
Eles simplesmente queriam atacar Jesus. E com isso, Jesus os ignora por algum tempo escrevendo não sei o que na areia. Alguns dizem que talvez fosse o pecado de cada um. Outros os dez mandamentos e especificamente o do adultério. Como não sabemos o que de fato era, silenciamos. E Jesus se levanta e diz a todos que ali estão: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. E o texto afirma que tornando a se inclinar escrevia na terra.
Parece-me que a coisa no Século XXI não mudou de jeito, pois, vemos pessoas na sociedade e na igreja que se acham as donas da verdade, se acham as mais justas e as melhores e desprezam as outras pessoas que estão ao redor. Há pessoas que usam a Escritura para condenar os outros.
Na resposta aos homens da religião Jesus mostra o quanto o ser humano é falho e hipócrita em julgar o outro se esquecendo dos seus pecados. Eu sou tão pecador quanto o meu próximo e quanto mais indiferente fico com respeito ao pecado, menos eu entendo a minha miséria. E mais eu olho para os erros dos outros.
Não somos melhores do que os outros. Erramos constantemente e precisamos de maneira profunda da graça de Deus na vida. Jesus mostra através dessa palavra que aqueles homens da religião não eram dignos de serem ouvidos porque estavam cegos diante da própria realidade do próprio pecado. Eles não procuravam a verdade genuína do Reino de Deus e sim, um meio de poderem acusar Jesus de algo. E como Jesus conhecia a hipocrisia daquele grupo, ele toca na ferida.
Jesus em nenhum momento nega o juízo de Deus, mas, ensina naquele momento que cada um deve aplicar em primeiro lugar a si mesmo. Seja no adultério, na mentira, na falsidade, na inveja, no orgulho, todos nós somos pecadores e necessitamos do toque de Deus através da sua Palavra. Na afirmação de atirar a pedra primeiro, o que não tinha nenhum pecado, Jesus mostra que só Deus tem o poder de julgar uma pessoa. Então, como aqueles miseráveis e hipócritas tinham o direito de julgar se eles mesmos eram tanto pecadores como aquela mulher?
O que a Palavra fala sobre este cuidado? A Bíblia afirma no Evangelho de João 5.27 que a autoridade de julgar é de Deus dada a Jesus. E deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do homem. No Evangelho de Mateus 7.1.5 é dito: Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
Jesus nos ensina claramente a olhar primeiramente para os nossos próprios erros e percebermos o quanto somos pecadores e falhos. Porque à medida que julgamos seremos julgados e quanto mais medirmos seremos medidos também. (Livro: A amizade da alma: Fidelidade na mentoria da vida)
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