terça-feira, 12 de julho de 2022

Não podemos viver sozinhos


Quanto mais profundos com o outro, mais forte será a identidade de ambos que compartilham a mentoria. Perceberemos que outros têm os mesmos problemas que nós temos. Mas, precisamos aprofundar o nosso tempo de encontro com os amigos. Precisamos investir tempo em grupos de mentoria na nossa comunidade. Pessoas que temos afinidade e que precisam da nossa ajuda na caminhada.
Os encontros de mentoria ajudam as pessoas a se desenvolverem e se soltarem mais na abertura das narrativas da vida. Às vezes, nos esquecemos que tudo o que sabemos, tudo o que temos através da nossa existência deve ser compartilhado. Tudo é compartilhado na vida. Isso acrescenta ao nosso ser.
Por isso, James Houston que possui uma carreira longa (ele tem 96 anos) nos diz que é importante que não deixemos os velhos num asilo, porque lá eles não poderão contar suas histórias e nem terão encontros marcantes. Isso me faz lembrar de um filme profundo Uma lição de Amor. É a história de um homem que tem síndrome e mesmo assim se torna pai. E sua filha fica com ele depois da mãe abandonar os dois na rua. Ela cresce e desfruta de um tempo de qualidade sempre marcante com seu pai. Sam é o pai que faz de tudo pela sua filha. Nenhum dos pais vai ao parque com seus filhos, mas ele vai, e por isso, a menina o amava tanto. A justiça quer tirar a filha de Sam por ele ser incapaz de educar a criança depois dos sete anos. Ele acaba conhecendo uma advogada chamada Rita. E no contato com ela ele fez o filho de Rita sentir-se melhor.
Rita tem pouco tempo para o filho, está sempre estressada, precisando de um terapeuta. A sensibilidade de Sam é muito grande e ele compreende que Rita não tem tempo de qualidade com seu filho. Ela acha que ele não gosta dela e Sam diz que não é verdade, ele apenas quer tê-la mais perto. Rita tem crises e por isso, não deixa as atividades e correrias da sua vida. Até para comer é rápida demais.
Ela tem dificuldades em falar a verdade e manipula a verdade. Ao contrário, Sam sempre se preocupa com o que as pessoas pensam, tudo é importante para Sam. Ele diz que devemos ter paciência, constância, amor e aprender a ouvir as pessoas. Ele tem uma frustração: de não chegar lá na frente como os outros.
Rita tem medo de ser dispensável na vida. Ela tem limitações apesar de ser rica e uma ótima advogada. Mas, ela percebe que em Sam ela tem uma pessoa que presta atenção nela, a valoriza e olha nos olhos dela com profundidade.
O que aprendemos nesse filme? 
Que precisamos ter encontros com as pessoas para ouvirmos as suas narrativas e conflitos da vida. Um dia morreremos e não ficaremos para sempre aqui na terra. Essa realidade deve nos levar a valorizar o tempo de encontro com as pessoas. 
Não podemos viver sozinhos. Precisamos conviver e nos encontrar com as pessoas aprofundando a nossa relação com elas. Precisamos nesses encontros levar as pessoas a olharem para dentro de si mesmas. Precisamos levar as pessoas nesses encontros a se perguntarem: quem sou eu? (Livro: A amizade da alma: Fidelidade na mentoria da vida)

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