
-Texto para reflexão: "Foi-me bom ter sido afligido pora que aprendesse os teus decretos" (Salmo 119.71).
A vida, não raro, se nos apresenta como um grande palco de sofrimento e dores. O sofrimento se apresenta como uma espécie de enigma que ultrapassa a nossa capacidade de entender. Mas, um entendimento que tenho é que ele nos aproxima cada vez mais de Deus. As Escrituras nos mostram em suas primeiras páginas, como a dor e o sofrimento entraram no mundo e, indica, também como uma conseqüência do pecado original dos nossos primeiros pais. A grande realidade é que sofremos. Na vida não podemos descartar nunca a realidade do sofrimento em ser o pedagogo de Deus em nossa vida. Há um pastor que escreve sobre as aflições como sendo bênçãos da dependência do Pai. E no seu livro As bênçãos na Aflição – ele diz algo extremamente profundo e relevante: O vale da sombra da morte se constitui num campo de tratamento de Deus para o nosso aperfeiçoamento espiritual (PARANAGUÁ, 2002, p. 31). Esta afirmação é uma verdade profunda e importante para nós. Pois, nas horas escuras, sombrias da nossa vida, é que percebemos o tratamento de Deus e o quanto precisamos descansar inteiramente nele. Interessante que as almas mais nobres e as vidas mais sublimes são exatamente as mais tentadas (PARANAGUÁ, 2002, p. 37).
É só quando percebemos que somos fracos, realmente podemos recorrer à aquele que é forte (PARANAGUÁ, 2002, p. 39). Saibam que as provas, os espinhos na carne e tentações da vida, não nos enfraquecem, mas apontam os nossos pontos fracos, de sorte que apelemos para a suficiência da graça e, deste modo, sejamos fortalecidos pelo Pai e aprendamos a descansar sempre nele.
Acredito que a fraqueza é o único meio de sermos conscientizados da real dependência do Senhor, da real e marcante necessidade de irmos descansar nos braços eternos do Pai. As fraquezas sempre abrem portas para a nossa dependência de Deus e nos mantém submissos à sua vontade e graça. Quando olhamos para os espinhos na carne, como aqueles do nosso querido apóstolo Paulo, aprendemos que eles não manifestações de tortura divina, mas bênçãos especiais enviadas para o desenvolvimento da experiência cristã autêntica. Os espinhos na carne nos levam a aprender o que significa descansar na graça do Pai e assim nos tornarmos fortes no meio das fraquezas ao ponto de dizermos as mesmas palavras de Paulo: "Porque quando estou fraco, então é que sou forte".
J. MacArthur diz algo muito precioso para o nosso coração: "Problemas, tentações e dor são inevitáveis na vida. Mas lembre-se que Deus usa essas coisas para produzir os preciosos frutos da humildade, comunhão e glória. Ele poderá não removê-los da nossa vida, mas promete graça suficiente para capacitarmo-nos a suportá-los com alegria por causa da submissão que temos da vontade dele para nós" (MACARTHUR, 1998, p. 208).
Nas lacunas da fraqueza, encontramos forças para viver na graça de Deus Pai. O salmista diz: "Foi-me bom ter sido afligido pora que aprendesse os teus decretos".
C. S. Lewis experimentou o sofrimento quando perdeu Joy sua amada esposa que foi acometida de um câncer do fêmur. Ele disse: "Porque Deus nos ama, ele nos dá o sofrimento. A dor é o momento de Deus para nos lapidar para que nos tornemos pessoas mais perfeitas" (LEWIS, 1983, p. 67).
Basicamente, lamentar significa enfrentar o que nos fere na presença daquele que pode curar. Isso não é fácil! Esse processo não incluirá passos que não exijam esforços. Teremos que praticar, com certeza. A cura das nossas feridas começa quando tiramos a nossa dor do isolamento diabólico e passamos a ver que, por mais que soframos, sofremos em comunhão com toda a humanidade, bem como com toda a criação (NOUWEN, 2002, p. 5).
Os esforços que fazemos por desconectarmos de nossos sofrimentos terminam por desconectar nosso sofrimento do sofrimento de Deus por nós. Gostamos de vitórias sem esforços, crescimento sem crise, cura sem dores e ressurreição sem cruz. Não é de admirar-se que nossas comunidades pareçam organizadas para manter à distância o sofrimento.
Jesus nos ensina ao entrar em Jerusalém num jumento que enlouquecemos quando somos insistentes em vitórias fáceis e quando passamos o tempo em futilidades tentando esconder aquilo que nos aflige (NOUWEN, 2002, p. 8). Jesus nos convida a permanecer em contato com os muitos sofrimentos de cada dia e a experimentar o começo da esperança e da nova vida, justamente aí onde vivemos, no meio das feridas, dores e falência humana. O caminho da paciência, que nos conduza vagarosamente para o triunfo é o da cruz de Cristo.
Que o Senhor derrame graça sobre nós para aprendermos que o sofrimento na vida é um instrumento para Deus nos lapidar sempre e como ele quer. E nos lembrar que no meio do sofrimento ele nos leva para aprender na sua presença!
Pr. Alcindo Almeida
- KIDNER, Derek. Comentário nos Salmos. São Paulo: Vida Nova, Vol. II, 1992.
- NOUWEN, Henri. Sofrimento que Cura. São Paulo: Paulinas, 2001.
- Transforma meu Pranto em Dança. São Paulo: Textus, 2002.
- MACARTHUR John. Nossa suficiência em Cristo. São Paulo: Fiel, 1998.
- LEWIS, C. S. O problema do sofrimento.São Paulo: Mundo Cristão, 1983.
- PARANAGUÁ, Glênio Fonseca. As bênçãos na Aflição. Londrina – PR: Editora IDE, 2002
É só quando percebemos que somos fracos, realmente podemos recorrer à aquele que é forte (PARANAGUÁ, 2002, p. 39). Saibam que as provas, os espinhos na carne e tentações da vida, não nos enfraquecem, mas apontam os nossos pontos fracos, de sorte que apelemos para a suficiência da graça e, deste modo, sejamos fortalecidos pelo Pai e aprendamos a descansar sempre nele.
Acredito que a fraqueza é o único meio de sermos conscientizados da real dependência do Senhor, da real e marcante necessidade de irmos descansar nos braços eternos do Pai. As fraquezas sempre abrem portas para a nossa dependência de Deus e nos mantém submissos à sua vontade e graça. Quando olhamos para os espinhos na carne, como aqueles do nosso querido apóstolo Paulo, aprendemos que eles não manifestações de tortura divina, mas bênçãos especiais enviadas para o desenvolvimento da experiência cristã autêntica. Os espinhos na carne nos levam a aprender o que significa descansar na graça do Pai e assim nos tornarmos fortes no meio das fraquezas ao ponto de dizermos as mesmas palavras de Paulo: "Porque quando estou fraco, então é que sou forte".
J. MacArthur diz algo muito precioso para o nosso coração: "Problemas, tentações e dor são inevitáveis na vida. Mas lembre-se que Deus usa essas coisas para produzir os preciosos frutos da humildade, comunhão e glória. Ele poderá não removê-los da nossa vida, mas promete graça suficiente para capacitarmo-nos a suportá-los com alegria por causa da submissão que temos da vontade dele para nós" (MACARTHUR, 1998, p. 208).
Nas lacunas da fraqueza, encontramos forças para viver na graça de Deus Pai. O salmista diz: "Foi-me bom ter sido afligido pora que aprendesse os teus decretos".
C. S. Lewis experimentou o sofrimento quando perdeu Joy sua amada esposa que foi acometida de um câncer do fêmur. Ele disse: "Porque Deus nos ama, ele nos dá o sofrimento. A dor é o momento de Deus para nos lapidar para que nos tornemos pessoas mais perfeitas" (LEWIS, 1983, p. 67).
Basicamente, lamentar significa enfrentar o que nos fere na presença daquele que pode curar. Isso não é fácil! Esse processo não incluirá passos que não exijam esforços. Teremos que praticar, com certeza. A cura das nossas feridas começa quando tiramos a nossa dor do isolamento diabólico e passamos a ver que, por mais que soframos, sofremos em comunhão com toda a humanidade, bem como com toda a criação (NOUWEN, 2002, p. 5).
Os esforços que fazemos por desconectarmos de nossos sofrimentos terminam por desconectar nosso sofrimento do sofrimento de Deus por nós. Gostamos de vitórias sem esforços, crescimento sem crise, cura sem dores e ressurreição sem cruz. Não é de admirar-se que nossas comunidades pareçam organizadas para manter à distância o sofrimento.
Jesus nos ensina ao entrar em Jerusalém num jumento que enlouquecemos quando somos insistentes em vitórias fáceis e quando passamos o tempo em futilidades tentando esconder aquilo que nos aflige (NOUWEN, 2002, p. 8). Jesus nos convida a permanecer em contato com os muitos sofrimentos de cada dia e a experimentar o começo da esperança e da nova vida, justamente aí onde vivemos, no meio das feridas, dores e falência humana. O caminho da paciência, que nos conduza vagarosamente para o triunfo é o da cruz de Cristo.
Que o Senhor derrame graça sobre nós para aprendermos que o sofrimento na vida é um instrumento para Deus nos lapidar sempre e como ele quer. E nos lembrar que no meio do sofrimento ele nos leva para aprender na sua presença!
Pr. Alcindo Almeida
- KIDNER, Derek. Comentário nos Salmos. São Paulo: Vida Nova, Vol. II, 1992.
- NOUWEN, Henri. Sofrimento que Cura. São Paulo: Paulinas, 2001.
- Transforma meu Pranto em Dança. São Paulo: Textus, 2002.
- MACARTHUR John. Nossa suficiência em Cristo. São Paulo: Fiel, 1998.
- LEWIS, C. S. O problema do sofrimento.São Paulo: Mundo Cristão, 1983.
- PARANAGUÁ, Glênio Fonseca. As bênçãos na Aflição. Londrina – PR: Editora IDE, 2002
Ok
ResponderExcluirDeus e mas
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