sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Saindo desse mundo totalmente tecnológico


- Texto para reflexão: "Andou Enoque com Deus" (Gn. 5.22).

Um sociólogo escreveu – A multidão solitária. E nesse livro ele fala que com o crescimento da cidade e da tecnologia houve uma mudança na consciência humana. Antigamente havia direção para dentro, hoje é para fora no sentido de dar vazão para a tecnologia.
A tecnologia nos leva a criar a idéia de usá-la como extensão para um ambiente técnico. Então vivemos um mundo tecnológico. Vivemos num mundo dirigido pela visão tecnológica. Não somos apenas órfãos, mas somos uma ferramenta no mundo técnico.
Olhamos para a nossa vida e pedimos ferramentas para trabalhar. A igreja sem perceber ficou secularizada porque todo o ambiente é técnico. O problema das pessoas hoje é que não conseguem consertar os relacionamentos porque é uma questão técnica. Daqui a pouco precisaremos de chave de fenda para consertar os relacionamentos.
O ambiente técnico influencia a alienação e que desemboca na solidão humana (James Houston, Encontro no Servo de Cristo, 2006). Quando saímos da zona rural ficamos mais secos e menos sensíveis a realidade dos que sofrem. A solidão é algo que nem o contato social resolve.
O que é essencial para rompermos com esse mundo tecnológico?
Precisamos compartilhar a consciência de "nós" – Deus e nós – nós e Deus. Isso através da experiência de Enoque: caminhando com Deus.
Quando convivemos com a consciência de Deus vivemos uma amizade interna e olhamos mais para o nosso mundo interior. Algo que precisamos reconhecer é a necessidade de uma consciência salmica. Todos os cristãos sérios decoravam os Salmos. No Século XII, o vestibular era decorar os 150 Salmos. As pessoas não tinham uma consciência de solidão porque tinham o tesouro das palavras de Deus. Quando surgia a dor e o sofrimento havia Salmos. Quando havia choro, tinha um Salmo de consolo humana (James Houston, Encontro no Servo de Cristo, 2006).
Esse livro da Bíblia tinha acesso para todos lerem. Não estava em latim, mas na língua de todos os povos. As crianças aprendiam a escrever com os Salmos. As emoções eram redimidas através dos Salmos. Perdemos a reflexão dos Salmos e substituímos uma consciência salmica pela tecnológica.
Agostinho nas suas confissões explora a consciência dos seus pecados. Ele reconhece que a necessidade é conhecer a consciência interna na presença de Deus. Ele nos ensina a conhecer os caminhos internos na presença de Deus. E o propósito é se conhecer à medida que conhecemos a Deus. Não dá para conhecer a Deus sem se conhecer. Quando conhecemos a Deus, conhecemos a nós mesmos: não o eu.
A vida com Deus de maneira interna nos leva para o nós. A idéia de se tornar um com o outro. É a idéia de andarmos com Deus todo tempo, toda hora, cada minuto da nossa existência. Assim como foi na vida de Enoque, ele andou com Deus.
O Ocidente sempre teve mais consciência do que o Oriente. A herança da autoconsciência de Agostinho tem sido secularizada. Quanto mais tivermos uma consciência aguçada, teremos uma visão tecnológica.
Descartes ensina o homem a entrar para si mesmo. Agostinho ensina a entrar para o nós. A comunhão requer compreensão mútua. O problema é que estamos sozinhos dentro de nós mesmos e envolvidos pela tecnologia que nas arrasta para distâncias do caminhar com Deus.
Urgentemente necessitamos de uma reforma relacional com Deus e com o próximo para que não sejamos mais dominados pela tecnologia e sim pela graça de Deus. Urgentemente precisamos de uma reforma relacional que nos faça andar com Deus e desfrutar de uma comunhão aboslutamente profunda e marcante como foi na vida desse homem chamado de Enoque. Ele teve tanta comunhão com Deus que ele o tomou para si.
Que tenhamos essa graça de andar com Deus sempre e não sermos dominados pela tecnologia secular!

Alcindo Almeida
Pastor na Igreja Presbiteriana de Pirituba - São Paulo.
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