sexta-feira, 30 de junho de 2023

Seres tecnológicos


Estamos criando instituições cristãs absolutamente tecnológicas. Daí a grande necessidade de voltar para a nossa humanidade e ver que corre sangue em nossa veia. De que temos uma história de narrativa. 
Temos a necessidade de dividir a nossa história com outras pessoas. Devemos perceber que quanto mais institucionais, mais nos isolaremos das pessoas. 
Quanto mais tecnológicos menos humanos seremos. Precisamos urgentemente parar de olhar um pouco para as atividades da nossa comunidade e olhar para as pessoas, para as suas lutas, para as dores delas e sentarmos para ouvi-las.
Um texto bíblico que nos ajuda a entender a necessidade de mentoria espiritual é o de Tiago 1.12-15. Tiago diz que a tentação nasce da nossa própria cobiça, que é gerada no coração. Então abrir o coração para alguém é permitir que esses pensamentos se tornem conhecidos, de preferência, muito antes de se tornarem em cobiça. 
O pai espiritual (mentor) é esse amigo que nos ajuda a discernir e conhecer esses movimentos do coração. Ele nos ajuda a buscar em Deus o socorro, a paz, o perdão e a transformação.
Trata-se de um relacionamento humano e espiritual mais profundo e íntimo, que penetra o coração e os sentimentos mais secretos dele. É como Anselm Grün sugere na prática dos monges que se dispõem para serem lideres e mentores dos outros.
O mentor deve ser um celeiro com experiência no coração para exercer a função de pai para a comunidade a quem ele serve. Celeiro então é esse pai que cuida e ouve as dores dos outros. Ele tem de ser humilde para ouvir os outros com amor. (Livro A amizade da alma: Fidelidade na mentoria da vida)

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Leituras em junho de 2023

A vida passa muito rápido


Os valores relacionais hoje são primários e a visão da sabedoria divina é algo em segundo plano. Não pensamos muito que a vida passa muito rápido e voamos como a Bíblia afirma. A categoria errada é a do sucesso hoje para tudo na vida. Você deve ter conhecimento humano, intelectual para expandir e crescer cada vez mais. Essa realidade do sucesso humano é a antibíblica.
A visão bíblica nos mostra que precisamos voltar para a nossa humanidade e ver que corre sangue em nossa veia. Precisamos enxergar a realidade de quem somos: pessoas que passam rápido pela vida humana.
Os dias da nossa vida correm numa velocidade assustadora e por isso, precisamos perceber Deus em todos os processos dela. E entender que a vida não se reduz as conquistas que temos, a vida tem a ver com o nosso relacionamento com Deus.
Na verdade, o grande sucesso da vida é andar com Deus, desfrutar de uma comunhão e amizade profundas com Deus. O grande sucesso da vida é refletir sobre a eternidade com Deus que não se compra com conquistas e nem com dinheiro. Nós a recebemos pela graça de Cristo em nosso coração, através da sua entrega na cruz por nós. 
Quando somos transformados por Cristo em nosso ser, passamos a desfrutar da eternidade com Ele. Nunca mais teremos medo do futuro, porque temos a Cristo, isso é sucesso espiritual, eterno e imperdível. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Ego: nosso adversário!


O ego é uma crença doentia na própria importância, ego é arrogância. O ego é uma ambição egocêntrica de nós mesmos. Como afirma Ryan Holiday: "O ego é aquela criança petulante dentro de cada um, que prefere fazer as próprias vontades acima de tudo ou de qualquer pessoa. A necessidade de ser melhor do que, mais do que, reconhecido por, muito além de qualquer utilidade plausível."
O ego é o senso de superioridade e de certeza que ultrapassa os limites da autoconfiança e do talento. É quando a noção de nós mesmos e do mundo se torna tão inflada que começa a distorcer a realidade que nos cerca. O ego é a autoconfiança se transformando em arrogância, orgulho e prepotência.
Salomão afirma em Provérbios 16:18: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. O ego é uma negação de atitude humilde perante Deus. Salomão mostra que arrogância de si mesmo gera queda mesmo. O ego é o nosso verdadeiro adversário interno, ele nos considera tão grande e inigualável, que nos impede de enxergar nossos próprios erros. Ficamos completamente inflamados conosco mesmo. Achamos que tudo depende de nós que somos os melhores e absolutos.
Precisamos tomar cuidado com o nosso ego, ele sai de dentro, não de fora. Precisamos rogar a Deus que nos dê humildade, porque Ele dá graça para os humildes, mas resiste aos soberbos, egocêntricos e prepotentes. 
Precisamos olhar mais para os outros com simplicidade e não com empáfia. Toda vez que citamos a nós mesmos e os nossos feitos, trazemos para perto o centro do ego e achatamos a humildade no ser. Precisamos imitar o caráter de Cristo em nosso viver, olhando para sua humildade, simplicidade e doação. 
Jesus sempre fugiu dos holofotes. Sempre cultivou o caminho da singeleza. Ele foi batizado por um ser humano, mesmo sendo Deus. Ele comeu com pecadores, ele abraçou gente que a sociedade queria distância. Jesus nos ensina a vencer o caminho do ego com a singeleza e humidade de coração. (Alcindo Almeida)

domingo, 25 de junho de 2023

Meus livros editados


1. Reconstruídos em Deus I Pedro. Fôlego.

2. Minuto de graça. Volume 1. Fonte Editorial.

3. A vida de Deus em nós. I, II e III João. Fôlego.

4. Minuto de graça 2. Fonte Editorial.

5. Vida de discípulo. I e II Timóteo. Fôlego.

6. Provérbios - inteligência para a vida. Fonte Editorial.

7. A amizade da alma: Fidelidade na mentoria da vida. Fonte Editorial.

8. Salmo 23: Descanso no pastor da nossa alma. Fôlego.

9. Depressão: redescoberta da força na fraqueza. Fonte Editorial.

10. Um jeito doce de viver com seu cônjuge. Fôlego.

11. Vida sincera. Mateus. Fôlego. Sem estoque

12. Redenção graciosa. Romanos. Fôlego.

13. Coração verdadeiro. I Samuel. Fôlego.

14. Poesia e oração. Salmos - V. 1. Fôlego.

15. Poesia e oração. Salmos - V. 2. Fôlego.

16. Poesia e oração. Salmos - V. 3. Fôlego.

17. Poesia e oração. Salmos - V. 4. Fôlego.

18. Poesia e oração. Salmos – V. 5. Fôlego.

19. Com Gilberto M. Graça divina. Efésios. Fôlego.

20. Coração Sábio. Eclesiastes. Fôlego.

21. Simplicidade, fé e oração. Tiago. Fôlego.

22. Alegria verdadeira - Filipenses. Fôlego.

23. Os encontros de Jesus - Pessoas que foram transformadas por ele. Fôlego.

24. Vivendo na presença do Pai. Fôlego. Sem estoque

25. Silenciando o coração diante do Pai. Fôlego. Sem estoque

26. Uma fonte para a espiritualidade. Abba Press. Sem estoque

27. Senhor, cura a minha alma! Abba Press. Sem estoque

28. Minuto de graça. Volume 3. Fonte Editorial.

29. O que acontece lá em casa! Temos lutas e alegrias! Fonte Editorial.

30. Ouvindo as Escrituras- Salmo 119.

31. Minuto de graça. Volume 4. Fonte Editorial.

32. Teologia e amizade. Fonte Editorial. Teologia e Amizade: A nossa formação pastoral. (vários autores)

33. Minuto de graça. Volume 5. Fonte Editorial.

34. Eu Sou. Evangelho de João (lançamento no dia 24 de setembro pela Editora Palavra)

sábado, 24 de junho de 2023

Somos pó e cinza


Realmente somos pó e cinza, não somos absolutamente nada diante do Criador. E os nossos dias são como o vento. Não adianta relutarmos, do pó viemos e para o pó voltaremos. Isto rompe com aquela sensação de estarmos no controle da nossa vida. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Programa: Leitura que Edifica - Episódio 2

 Livro em destaque: Esperança em tempos de medo de Timothy Keller  



O sofrimento é necessário


Paulo trabalhou muito a questão do sofrimento na vida. Ele disse em 
2 Coríntios 11:30 e 31: Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é eternamente bendito, sabe que não minto.  
O sofrimento é necessário na nossa vida, porque ele prova a profundidade da nossa fé. O sofrimento é necessário, porque ele nos ensina sobre a graça da humildade. O sofrimento mostra a nossa impotência, fraqueza, limitação e necessidade de Deus. O sofrimento nos coloca diante de Deus e nos torna mais realistas no sentido de compreender a fragilidade e vulnerabilidade humana.
O sofrimento nos convida a perceber o quanto somos pó, barro e o quanto não conseguimos andar sozinhos. Quando vemos uma pessoa padecendo no leito de dor e nada resolve, clamamos para o Eterno Deus, reconhecendo a nossa pequenez.
O sofrimento mostra que a sombra de tristeza, da dor e da angústia é parte dos seres humanos caídos, convivemos com a dor na vida. Perdemos pessoas queridas, sofremos acidentes e ficamos debilitados. Perdemos a visão, sofremos com as doenças que afetam o normal no cotidiano. Perdemos oportunidades que causam sofrimento. Perdemos a namorada, perdemos o emprego, perdemos processos. Tudo isso gera sofrimento em nosso ser!
Diante de tudo isso, diante da fornalha do sofrimento temos algo que nos conforta e nos ajuda a passar por ele: o Eterno Deus está presente, mesmo quando não temos uma solução para a dor e o sofrimento. Podemos ter esperança no meio do sofrimento, porque temos Cristo em nossa vida. Somos consolados pela graça divina e isso fortalece a nossa fé. Somos cuidados pelo Senhor na hora da dor e do sofrimento. 
Louvado seja o Eterno Deus pela presença, paz e cuidado na dor! (Alcindo Almeida)

terça-feira, 20 de junho de 2023

Coração cheio de sabedoria


O Salmo 90.12 afirma: Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios. O velho Moisés pede algo confiante naquilo que Deus é: eterno e soberano. Ele pede para o Eterno que ele nos ensine sempre a contar os nossos dias, de tal maneira, que tenhamos um coração cheio de sabedoria. 
O reformador João Calvino diz que é para Deus nos ensinar conforme o número dos nossos dias. Moisés entende que a sabedoria no seu contexto é algo raro e valioso para um homem. Por isso, ele pede para que Deus ajude o seu povo a alcançar um coração totalmente instruído na sua Lei divina. E uma das maneiras é nos lembrar a brevidade da nossa vida.
Não duramos muito tempo aqui nesta terra, temos uma eternidade espiritual dentro de nós. E o exercício da sabedoria é quando olhamos para a estrutura humana e percebemos que ela é totalmente frágil e dependente da ação soberana do Eterno Deus. 
Moisés pede instrução no coração para compreender mais a sabedoria e reinado do seu Deus. Essa é uma oração valiosa porque precisamos tanto da sabedoria e do discernimento espiritual para falarmos e vivermos o que combina com a caminhada nas Escrituras. 
Que tenhamos esse coração sábio diante do Senhor Deus e aprendamos a orar sempre dizendo: Eterno Deus, ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios na tua presença sempre. (Livro Poesia e oração)

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Temos um Senhor absoluto!


Jesus afirmou no texto sagrado de 
Mateus 22.36-38: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento.
O que o Senhor ordena nesse texto  é que o amor e adoração não sejam divididos, mas sejam perfeitos e de todo o nosso coração. Isso tem a ver com amar ao Senhor com todo o ser.  Amar ao Senhor com tudo que há dentro de nós, lá no mais profundo da alma. Amar ao Senhor com todo o nosso entendimento, ou compreensão do que temos da grandeza, majestade e poder do nosso Deus.
A nossa devoção precisa ser centrada naquele que é o dono da nossa vida, Deus é o foco maior do nosso coração. Nada pode ocupar o lugar que é único do dono do nosso coração. Por isso, Jesus exorta aos seus discípulos que amem ao Senhor Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Amamos a Deus com todo ser, porque assim, Ele será sempre a primazia na vida.
Claro que buscamos os processos naturais que Deus deu para a sobrevivência. Levantamos cedo, nos preparamos todos os dias e vamos para o trabalho. Realizamos as atividades normais de um dia. Estudamos, nos preparamos para as provas, comemos, praticamos esportes, cuidamos da saúde, conversamos, temos reuniões de planejamento. Fazemos aniversário, visitamos amigos e parentes. 
Enfim, desfrutamos da vida cotidiana em todo o tempo, mas em todas as ações da vida nos lembramos que temos um Senhor absoluto na vida. Ele é a nossa fonte prioritária, Ele é o foco central do nosso ser. Diante dele nos rendemos, nos prostramos e reconhecemos que Ele providencia absolutamente tudo. Ele é o Senhor a quem amamos com todo o nosso coração e alma. Porque Ele é quem nos faz viver, andar e sentir. Amemos ao Eterno Deus de todo o nosso coração, de toda a alma e de todo nosso entendimento. (Alcindo Almeida)

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Ferimentos da alma


Será que podemos passar pela vida sem ferimentos psíquicos, emocionais e também afetivos? Muitos livros de autoajuda prometem que é possível. A pergunta é: será que isso é verdade? Acredito que não, sendo honestos, todos nós temos ferimentos na alma e no coração! 
O salmista afirma: Na minha aflição, eu clamei ao Senhor; ele me respondeu e me livrou da angústia. Um fato real na vida de Davi é que a aflição fez parte da sua existência. Ele sofreu na alma e no coração. Assim, nenhum ser humano que habita nessa terra, será isento de passar pelos ferimentos da alma. Temos ferimentos mesmo na alma.
O Evangelho de Jesus nos ajuda a aceitar com humildade e confiança os limites da natureza humana. Na presença de Deus temos a esperança que nos proporciona um remédio espiritual na fé cristã. Nesse processo encontramos alívio para os ferimentos da alma. 
Deus usa a igreja como instrumento para que as pessoas feridas recebam o bálsamo que traz alívio diante de tantas dores, angústias e sofrimento da alma. Na presença de Deus, aprendemos a aceitar os ferimentos da alma, como uma condição humana. Na presença de Deus percebemos a nossa fragilidade e vulnerabilidade. 
Deus nos assiste diante das nossas próprias feridas, dores e marcas profundas da alma, nele temos a cura para todos os processos complicados. Em Cristo, temos o consolo no meio das feridas e dores da alma. Em Cristo vivemos mais tranquilos mesmo com ferimentos, angústia e dor. Ele traz alívio, descanso e graça no meio das dores da alma. (Alcindo Almeida)

Renovados e cheios da graça


Quando olhamos para a grandeza das perfeições divinas, ficamos sem compreender no sentido mais profundo das palavras humanas. Pela graça de Deus, podemos conhecê-lo a Deus de forma mais completa, evidentemente, conforme Deus se mostra para nós. Porque, como Calvino expressou: o conhecimento que o homem pode apreender acerca da existência do criador é oriundo tanto da criação como das Escrituras sagradas. 
Calvino disse que o conhecimento que se pode obter de si mesmo não é puro ao ponto de nos levar à contemplação verdadeira do Criador. Calvino considera tal conhecimento como o chamado sensus divinitatis, Deus imprime na mente e no coração do homem uma compreensão acerca dele mesmo. Todos os seres humanos têm uma noção sobre Deus. 
Para os eleitos, há um conhecimento profundo, um conhecimento que faz com que vejam e provem a glória de Deus. Somos tocados pela experiência que Paulo trabalha em 2 Cor. 3.18: Todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, estamos sendo transformados de glória em glória nessa mesma imagem.  
Ao contemplar a glória, cada dia somos transformados e somos renovados no conhecimento de Deus. Para que contemplemos a glória precisamos de tempo, comunhão e reverência. Precisamos de um momento para cultivar a presença de Deus de maneira íntima e prazeirosa. Nesse tempo, somos lapidados, renovados e cheios da graça divina.
Valorizemos esse conhecimento sobre quem Deus é na sua glória e majestade. (Alcindo Almeida) 

terça-feira, 13 de junho de 2023

Os ídolos lá dentro do coração


Eugene Peterson escreveu: “Gostamos dos ídolos porque gostamos secretamente da ilusão de controlá-los. São deuses destituídos de divindade para que continuemos a ser deuses de nós mesmos. A adoração de ídolos (em todas as dimensões: céu, terra, embaixo da terra) sempre foi o jogo religioso predileto. A adoração de ídolos é o vazio batizado de espiritualidade.”
O texto de Deuteronômio 5:6-10 afirma: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu, o Senhor , teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
O que é um idólatra? 
Idolatria é um termo genérico para referir-se a quaisquer práticas de adoração a ídolos, sejam religiosos ou não; tais práticas estão subentendidas no conceito de idolatria como incoerentes com valores e ideias associadas a um Deus transcendente, e por tal natureza único.
Infelizmente temos idolatria em formas que vivemos. Embora, não tenhamos santos nos altares, as vezes temos ídolos lá dentro do coração. Talvez, a nossa carreira seja o nosso ídolo do nosso coração, talvez a nossa formação, o nosso status, a beleza, o pai, mãe, marido, esposa, filhos.
O fato é que temos ídolos do coração, então qualquer coisa que absorve o nosso coração e a nossa imaginação mais do que Deus, qualquer coisa que busquemos para dar aquilo que somente Deus pode dar, é um processo de idolatria. Tudo o que ocupa o devido lugar de Deus, vira o nosso ídolo do coração. Tim Keller diz que a idolatria acontece quando pegamos as coisas boas da vida e as convertemos em algo essencial, em nosso porto seguro, em algo que domine nosso pensamento e imaginação.
Qual será o nosso ídolo escondido? Aprovação humana, desejo de agradar, beleza, reputação, religião, nacionalismo, política, teologia, relacionamentos, necessidade de controle, dinheiro, poder, sucesso, família, fama, conquistas, faculdade, doutorado e ganância? 
Percebemos que todas essas coisas podem nos levar e ter um ídolo do coração. Por isso, precisamos orar como Davi dizendo: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno. (Salmos 139:23,24)
A. W. Tozer disse: "Um ídolo na mente é tão ofensivo a Deus quanto um ídolo na mão." A nossa realização não está em coisas que podem nos preencher, a nossa realização está em Jesus, Ele é o centro do nosso coração. Ele é o foco da nossa adoração. (Alcindo Almeida)


domingo, 11 de junho de 2023

Novas afeições


Saibamos de uma verdade seria e muito importante: não conseguiremos limpar pecado algum da vida se não reconhecermos primeiramente que fomos perdoados através da cruz.
Para andarmos com uma vida séria, profunda e fiel, precisamos entender que a nossa santidade começa no coração. A essência da santidade não é um novo comportamento, novas atividades ou novas disciplinas.
Santidade tem a ver com novas afeições, novos desejos e novos motivos que então nos levam a um novo jeito de viver diante de Deus. Se não vermos os nossos pecados completamente perdoados, então as afeições, os desejos e motivos serão errados. Somos pecadores que são tornados justos, pela graça de Cristo na cruz do calvário. 
Só podemos ter a vida de santidade, porque Deus nos empresta um pedaço dessa santidade, para que a nossa vida seja diferente. Por isso, o texto sagrado afirma em 1 Pedro 1:15,16: Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.
Para andarmos em santidade precisamos de graça, graça para amar os que nos odeiam. Graça para fugir das tentações que surgem na nossa vida. Graça para não dar vazão aos desejos da carne. Graça para honrarmos o nosso casamento sempre! Graça para respirarmos o Evangelho com verdade, retidão e justiça.
Que Deus nos ajude a ser santos como Ele é, para a glória e honra do seu nome! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Fomos feridos por pessoas


Temos muita dificuldade em trabalhar a prática do perdão em nossa caminhada com as pessoas. A Bíblia afirma em Colossenses 3:13-14: Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. 
Para que suportemos e perdoemos aqueles que nos feriram, precisamos tratar a realidade de que fomos feridos e essa ferida precisa ser tratada. Não é possível ignorar ou recalcar a dor, mas enfrentá-la. Levar a sério a nossa dor é algo necessário. Quando alguém nos fere, a marca fica, e quando não perdoamos quem nos feriu, nós que sofremos e a dor é somente nossa. 
O problema é que essa ferida não curada gera muito rancor e muita raiva. A raiva é a força que nos distancia do outro, e nos faz ignorar os fatos e o problema da ferida aberta. Algumas pessoas foram espancadas e a dor ficou lá dentro, outras foram abusadas tanto no corpo, como nas emoções. E quando elas não perdoam, a dor fica latente. Essas pessoas ficam cheias de tristeza na alma.
O que aconteceu lá traz quanto as feridas, traz resultados profundos na alma. A caixa preta precisa ser aberta para resolver as questões da ferida, da dor e da tristeza.
Vejam que a fala de Paulo é bem séria. Ele diz: Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós. O perdão é um ato de libertação de tudo que está dentro de nós por causa do ferimento, da dor e da tristeza instaladas no interior do nosso ser. 
O perdão é um ato que nos tira o peso que temos com o outro que nos feriu. Ele nunca mais nos trará danos na alma. Precisamos transformar a nossa ferida em graça. Assim como o Senhor nos perdoa, também devemos fazer o mesmo. 
O primeiro processo já aconteceu em nosso ser, somos perdoados para que também perdoemos os que nos feriram. O perdão nos transforma em bons terapeutas, que lidam com outros feridos. Aqueles que sofreram abusos, violências, abandonos, alguma rejeição e  espancamentos. Aqueles que foram feridos na alma têm a graça do perdão diante daqueles que fizeram isso. Essa graça vem de cima para o nosso coração. 
Jesus Cristo de Nazaré foi a cruz por nós, lá Ele nos perdoou, nos redimiu, nos amou e nos resgatou. Somos livres para amar, porque Ele nos amou primeiro. Com Cristo em nosso ser, temos a graça de perdoar todos aqueles que nos feriram na estrada da vida. Nós perdoamos não com o nosso perdão, mas com o perdão que vem da cruz de Jesus Cristo de Nazaré. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 6 de junho de 2023

A oração é um refúgio


O grande propósito da oração é alcançar o silêncio, no qual todos os pensamentos deixam de existir, quando somos um com Deus. Os monges dizem: "A dignidade do ser humano consiste em orar sem distração. Isso significa tornar-se um com Deus."
Orar significa alcançar o espaço onde Deus é centro de tudo em nós, nada mais importa, nada mais é precioso como está na presença do Eterno Deus. Lá, nessa presença desfrutamos de quem Deus é, o que Ele tem para nós e nos alimentamos da comunhão profunda com Ele.
A oração, portanto, é um refúgio, um espaço de liberdade, onde nenhuma pessoa é mais importante do que Deus. As contas não são lembradas, a agenda é esquecida, os compromissos ficam para depois. Tudo fica para depois desse tempo de contemplação, oração e meditação em Deus. Nessa hora de silêncio e oração não importa nada, nada e nada, a não ser Deus. 
Quando o propósito da oração está em segundo plano, Deus não é a nossa prioridade. Alguns amam a agenda primeiro, ganhar dinheiro primeiro, lotar o dia de atividades, mas a oração fica para domingo na hora do culto. O resultado será de fraqueza espiritual, sono profundo na espiritualidade. Será de vida oca na intimidade com Deus. Exatamente, por isso, que o salmista afirma no Salmo 25.14: A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.
Realmente a oração é um refúgio para alma, um conforto para nossa alma, uma experiência que nos deixa mais próximos do Eterno Deus. Ela nos faz descansar na soberania, na graça e no amor do Senhor. Oremos, oremos e oremos sempre! (Alcindo Almeida)


segunda-feira, 5 de junho de 2023

A via iluminativa


Anselm Grun afirma no seu livro O depósito da nossa fé: A oração sem mudança de comportamento é apenas narcisismo; ação sem contemplação é ativismo. A essência do ser humano exige ambos os lados. Temos três caminhos da mística: a via purgativa, a via iluminativa e a via unitiva: a purificação ou esclarecimento interno, a iluminação e a união.
A verdade é que o encontro consigo mesmo tem muito a ver com o esclarecimento. E o soltar-se é um aspecto interessante da iluminação. Não confiamos mais em nossa pequena luz, mas naquilo que realmente é.
Davi afirma no Salmo 36.9: Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz. Na luz divina contemplamos o Eterno Deus. No caminho da oração está a nossa contemplação do Senhor! Assim, a via purgativa tem a ver com a forma verdadeira como comparecemos diante do Senhor. Estamos com o coração limpo-me leve para orar ao Senhor!
A via iluminativa e a via unitiva tem a ver com a iluminação e a união com Cristo. Estamos unidos em Cristo, temos sua mente, o nosso discernimento diante dele é espiritual. Temos a iluminação da Palavra dentro de nós. Ouvimos, meditamos e oramos em sintonia com Cristo!
Nós contemplamos o Eterno Deus através da oração quando paramos o que fazemos e reservamos um tempo precioso para simplesmente estar ali!
Que Deus nos ajude a viver esse tempo de oração no coração! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 2 de junho de 2023

O ritmo do Seminário era duro demais!


O ritmo do Seminário era forte demais, a media final era 8,0 sem choro! Eu levantava todos os dias às 4:30 para ler e estudar. Grego e hebraico, foram duas matérias que precisavam de muita atenção dada. Hebraico era descoberta total e tinha que ralar mesmo! Eu e o Edmilson em dias de prova, fazíamos a chamada das palavras para tradução. Isso caia na prova do professor Tarcizio Carvalho.
Como foi complicado nos adaptar com as matérias. O professor Hermisten Maia Pereira da Costa dava trabalhos e mais trabalhos, mais as leituras dos textos. Mestre Canelhas tinha um monte de leituras também e uma prova brutal. Hebraico tinha tradução do livro de Amós e a prova no final do semestre. O professor Sebastião Arruda era exigente nas provas e no desenvolvimento das línguas portuguesa e inglesa.
Ufa, chegou o dia quinze de dezembro de 1993, final de ano e graças a Deus passei em todas as matérias. Era um alivio saber que não fiquei em exame e nenhuma matéria. As forças estavam concentradas para o meu preparo para o ano de 1994. Lembro que escrevi no meu diário no final de 1993: Estou com grandes dificuldades financeiras. Os irmãos Maurício, Emílio, Valter e Júnior me deram uma força. O Paco e Miriam me deram um fogão novo.
O Valter e Maurício me ajudaram a comprar uma Geladeira. É uma luta grande! Às vezes, bate uma solidão enorme no coração e ao ver essas lutas, percebo o quando preciso da graça e dependência do Eterno Deus!
Cheguei em 1994, voltando ao aulas em fevereiro. Tivemos uma mudança de apartamento, subimos para o terceiro andar. Vamos para um AP novo. Muitas matérias novas e começamos a estudar com dois novos professores. Os professores Heber Campos e Augustus Nicodemus. Ambos chegaram de fora. Estudaram o doutorado e estão ansiosos para aplicarem conosco o que aprenderam mais na longa formação de estudos na teologia e no Novo Testamento.
Eu tive o privilégio de conhecer alguns alunos novos que vieram para somar no curso diurno do JMC, um deles se chama Nelson Gonçalves Abreu Júnior. Conversei bastante com ele, o convidei para ir nos visitar no nosso apartamento. Gostei do cara, parece ser diferente. Chegou o mês de abril, estou numa correria muito grande, a grana está curta e o Seminário está cada vez mais puxado. Há um meio que o Banco Real oferece aos universitários, dez dias no especial sem juros.
A verdade é que estou suando esse benefício direto desde o inicio do ano. Está tudo apertado mesmo, tenho que pagar o condomínio e tenho que comprar alguns livros bem caros. Hoje é dia 04 de abril e bateu uma solidão enorme no coração! Chegou o final do semestre! Graças a Deus! Mas, foi muito difícil, tivemos uma prova de quase 7 horas com o Dr. Heber Campos. Ele deu a matéria toda do semestre e fizemos uma avaliação dissertativa.
Estou exausto e sem forças, acabei indo para o hospital com uma dor enorme na cabeça e uma fraqueza sem tamanho. Lembro que no dia 22 de junho, fui na casa do Maurício Lima para comemorar o seu aniversário. É o ano da Copa do Mundo. Estamos assistindo com a galera da igreja: Brasil e Holanda na semifinal. Que tensão, a Holanda empatou o jogo, estamos todos em silêncio e chegou a hora de Branco cobrar uma falta. Acredito que dará para irmos a final. Gol do Brasil! Estamos lá.
Chegou o dia 08 de julho de 1994, comemorei mais um aniversário na vida. Estou feliz por completar 23 anos de idade na presença do Pai. Uma grande amiga do coração chegou no Seminário para me levar ao Shopping, jantaremos juntos. Essa amiga é a Marta Reis, sempre gentil, atenciosa e preocupada comigo.
Grato a Deus pela amizade da Martinha e sua parceria na vida. (Livro: Teologia e Amizade: A nossa formação pastoral. 25 anos da Turma do Seminário JMC: Luiz Carlos Gomes Ribeiro)