Jesus usa o filho mais novo e mais velho para retratar os dois caminhos básicos pelos quais as pessoas tentam encontrar a felicidade e a realização: o caminho da conformidade moral e o caminho do autoconhecimento.
Cada um deles funciona como uma lente que colore o modo como enxergamos a vida, ou como um paradigma que molda a compreensão que temos das coisas. Ambos são maneiras que usamos para encontrar nosso valor e nosso significado, para lidar com os males do mundo e para separar o certo do errado.
O filho mais velho da parábola ilustra o caminho da conformidade moral. Os fariseus dos tempos de Jesus acreditavam que, como eram um povo escolhido por Deus, apenas conseguiriam manter sua posição de abençoados e receber a salvação final por meio da estrita obediência à Bíblia.
Há inúmeras variedades desse paradigma, mas todas essas variedades acreditam na priorização da vontade de Deus e das normas da comunidade à frente da realização pessoal.
Segundo esse ponto de vista, só conseguimos ser bem-sucedidos na felicidade, e o mundo conseguirá ser feito correto por meio da retidão moral. É claro que existirão falhas, mas quando elas acontecerem, seremos julgados pela abjeção e pela intensidade do arrependimento.
Conforme esse raciocínio, mesmo ao falhar devemos tentar manter a dignidade. Já o filho mais novo da parábola ilustra o caminho do autoconhecimento. Nas antigas culturas patriarcais, alguns optavam por tal caminho, porém, hoje em dia, um número muito maior o segue.
Esse paradigma sustenta que as pessoas devem ser livres para perseguir seus próprios conhecimentos e para buscar a autorrealização, independentemente dos costumes e das convenções.
Segundo esse ponto de vista, o mundo seria um lugar muito melhor se a tradição, o preconceito, a autoridade hierárquica e outras barreiras à liberdade pessoal fossem diminuídas ou removidas. (Livro Deus pródigo. Tim Keller)
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