quarta-feira, 29 de julho de 2009

O JEJUM QUE AGRADA A DEUS

- Texto para meditar: Mateus 6.16-18
“Ama a ti muito pouco quem ama alguma coisa junto contigo, que ele não ama por amor a ti” (Agostinho de Hipona, Confissões)

I) Faz parte da vida dos verdadeiros discípulos

Não está escrito se jejuares mas, sim quando jejuares. Jesus não tem dúvida que os seus seguidores irão jejuar. Ele sabe que isso faz parte do caráter deles. Foi o que aconteceu quando questionaram o porquê seus discípulos não jejuavam. Cristo responde que era porque o noivo ainda estava entre eles. Mas, o noivo lhes seria tirado e então eles jejuariam. O grande anelo de cada discípulo é desejar estar mais e mais perto daquele que se foi e que voltará.
Muitos deixam de lado o ensino da Escritura sobre jejum por acreditar se tratar de algo específico dos católicos e principalmente dos adeptos do pentecostalismo e da batalha espiritual. Mas isso não é verdade. Esta aí na escritura. Quando jejuardes...
O alerta de Cristo é contra a maneira hipócrita com a qual os fariseus jejuavam. A intenção de seu coração era ser reconhecido pelos homens e não por Deus. Isso já nos ensina sobre jejum particular e jejum coletivo e publico: não há nenhum problema com este ultimo, desde que a intenção seja para que Deus veja.

II) Busca a Satisfação da alma no único que pode nos satisfazer

É interessante notar como o jejum acompanha imediatamente o ensino sobre dar esmolas (preocupar-se e encontrar-se com o outro) orar (encontrar-se com Deus) para que possamos encontrar com quem nós somos a fim de desejarmos mais e mais de Deus.Com certeza, à medida que me aproximo de Deus e reconheço quem ele é, mais e mais vejo quem eu realmente sou e desejo me esvaziar de mim mesmo para que tudo em mim seja preenchido, dependa e se satisfaça em Deus.
É o que diz o Salmista no texto do Salmo 73.25-26: Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.
Essa idéia está presente na obra Fome de Deus de John PIper quando ele diz: Jejum é uma declaração periódica – e algumas vezes decisiva – de que nós preferiríamos nos banquetear à mesa de Deus no reino dos céus a nos alimentar das iguarias mais finas desse mundo. Jesus sabia o que ele tinha deixado nos céus. E ele sabia para o que estava retornando. Essa era sua grande esperança e alegria.
[Jejuamos] para nos satisfazermos e deleitarmo-nos com a presença de Deus em nós. Perceber que ele é o nosso maior tesouro e que ele vale mais do que o alimento que tanto desejamos a ansiamos
A questão para nós não é tanto se nós jejuamos, mas se nós ansiamos por Deus dessa maneira. A natureza da nossa fé é tal, que estamos satisfeitos com tudo o que Deus promete ser para nós em Jesus? Tão satisfeitos que podemos tomar a nossa cruz e segui-lo na Estrada do Calvário? Tão famintos por ele somente que nem as maravilhas e milagres de sua provisão são suficientes para satisfazer as nossas almas?
A debildiade da fome que leva à morte revela a bondade e o poder de Deus que deseja vida. Aqui não tem exortação, nenhuma tentativa mágica de forçar a vontade de Deus. Nós meramente olhamos com confiança para o nosso Pai celestial e por meio do jejum dizemos suavemente em nossos corações: “Pai, sem ti eu morrerei; vem em meu auxílio, dá-te pressa em me ajudar”.
A assistência que nós precisamos, acima de toda cura física, de toda segurança financeira, de todos os sucessos de empregos, de toda direção de carreira e de toda harmonia relacional é a assistência divina para ver e saborear a glória de Deus em Cristo.
A alegria em Deus é a coragem de andar com Jesus do deserto até a cruz e para a vida eterna. Mas conseguir manter essa alegria contra seus rivais mais sutis e inocentes (a fascinação das riquezas e o cuidados desse mundo) é uma batalha até nossa redenção final. E nessa luta, o jejum, é um emissário da graça. Ela vem a cada jejum com as mesmas palavras: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vida; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimentos; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exalto no Deus da minha salvação.”
O jejum que agrada a Deus aponta para uma fome que só pode ser saciada por ele. E é a oração que me faz mais e mais sedento do Senhor e sua Palavra e me faz jejuar para que meu tempo e meu ser seja para ele e encontre força e dependência dele.

III) Tem Como Objetivo A Glória de Deus

Um dos grandes erros da do jejum está nos objetivos pecaminosos na vida daqueles que fazem uso dele. Assim, o jejum passa a ser apenas e tão somente uma “arma” manipuladora de Deus nas mãos dos homens a fim de supostamente atingirem seus intentos egoístas.
Nós queremos ver nossos filhos e filhas pródigos retornando aos braços do Senhor, para a glória dele?
Nós queremos ver um povo desejoso da presença de Deus para a glória dele?
Nós queremos o crescimento da igreja e a exaltação do nome de Cristo entre os incrédulos, para a glória dele?
Nós queremos que a China, os países mulçumanos, os povos não alcançados também conheçam a Cristo, para a glória dele?
Nós queremos líderes governamentais honestos conduzindo este mundo segundo o poder que Deus lhes concedeu, tudo para a glória dele?
Tempos de incerteza na igreja foram marcados por oração e por jejum. Isso não muda e não força nada em Deus. Mas, de uma maneira extraordinária, que foge de nossa compreensão, estes momentos mudaram a história humana e, a história da igreja em particular. Veja o caso da igreja orando em Antioquia. Depois que jejuaram e oraram o Senhor separou Paulo e Barnabé para o trabalho missionário. A igreja cresceu por todo mundo na época e chegou até os dias de hoje como podemos ver. Este povo orou, jejuou e agiu para a glória de Deus
Veja o caso de Wesley que ouviu o clamor do rei conclamando a todos cristãos da Inglaterra a orar e jejuar pela ameaça de uma possível invasão da França ao seu país. Que alegria aquele servo de Deus revelou quando registrou em um de seus escritos que a França desistira de invadir aquele país.
É esse o desafio que Deus coloco diante de nós. Veja como Isaias 58 aponta para qual tipo de jejum agrada a Deus: aquele que busca não seus próprios interesses, mas os interesses dos outros em primeiro lugar. Cuidai dos vossos próprios interesses, diz o texto bíblico. Esse não é o jejum que Deus deseja.
Quais são os grandes objetivos de sua vida? Entre estes objetivos há espaço para a glória de Deus? Essa é a igreja que você quer? Essa é a vida que você quer com Deus? Grande projetos requerem grandes homens e mulheres que desejem mais da glória do Senhor e do resgate da imagem de Deus criador no outro – o que também glorifica a Deus.
Você quer esta igreja repleta de pessoas que temem o seu nome? Hoje pela manhã ouvimos a mensagem sobre aquilo que está em nosso coração? Será que nossa satisfação em Cristo – e somente nele – tem nos conduzido em triunfo em todas as situações.
Ah, como precisamos de professores que jejuam pelo seu trabalho e seus alunos; de oficiais que jejuam pelas suas ovelhas, por pais que jejuam e oram pelos seus filhos; por uma igreja que dobra os joelhos e ore para que ela mesma seja cada vez mais sem ruga, sem mancha, sem mácula e que brilha a alegria e a glória de Cristo nela.
Que possamos jejuar como agrada a Deus e não a nós mesmos. Será aí que poderemos ver – obviamente que não somente por isso – o quanto somos discípulos de Jesus. Será aí que mais poderemos nos dirigir a Deus e dizer: Tu és o meu tesouro na terra dos viventes. Será aí que a glória de Deus inundará o mundo como as águas cobrem o mar.

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Pr. Laércio Rios - IP. Parque S. Domingos.





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