quarta-feira, 30 de abril de 2008

É preciso aprender a brincar! Rubem Alves


Eu disse "caixa de ferramentas" e "caixa de brinquedos". Santo Agostinho disse "ordem da utilidade" e "ordem da fruição". Freud disse "princípio da realidade" e "princípio do prazer". Martin Buber disse "o mundo do 'isso'" e "o mundo do 'tu'". É tudo a mesma coisa. Mas quem disse primeiro foram as Sagradas Escrituras. Elas contam que Deus estava infeliz. O vazio em que vivia lhe dava tédio. Por isso teve um sonho. Sonhou com um jardim _não há nada que dê mais alegria que um jardim. E decidiu plantar um jardim para ficar alegre.
Começou nos confins do vazio, criando as grandes estrelas, o Sol, a Lua, e foi afunilando, afunilando, até chegar a um lugar bem pequeno, onde plantou o seu sonho: o Paraíso. Fontes, árvores frutíferas, flores, pássaros, borboletas, animais de todo tipo e até um vento fresco e perfumado que soprava nas tardes.
Cecília Meireles resumiu essa estória num minúsculo poema enorme:
"No mistério do Sem-Fim equilibra-se um planeta.No planeta, um jardim.No jardim, um canteiro.E no canteiro, o dia inteiroEntre o mistério do Sem-Fim e o planetaA asa de uma borboleta...".
Era o jardim das delícias, destino dos homens, destino do Universo, destino de Deus! O Paraíso era melhor que o céu. Prova disse é que Deus passeava pelo jardim ao vento fresco da tarde... Terminado o seu trabalho de seis dias, Deus parou de trabalhar. Entregou-se então àquilo para que o trabalho havia sido feito: uma deliciosa vagabundagem contemplativa. Os olhos olharam para o jardim e experimentam o êxtase da beleza! "E viu Deus que era muito bom..." Os olhos de Deus brincavam com o jardim. Nada havia para ser feito. Tudo para ser gozado.
Nos limites do meu conhecimento, Jacob Boehme (1575-1624) foi o único teólogo que entendeu isso. Herética e eroticamente, ele disse que a única coisa que Deus faz é brincar e que o Paraíso era um lugar para que os homens brincassem uns com os outros e com as coisas ao seu redor _homem e mulher, para que um brincasse com o corpo do outro. Perderam o Paraíso quando desaprenderam a arte de brincar.
Os poemas sagrados colocam as coisas na ordem certa. A semana bíblica começa com os dias de trabalho e termina com o dia de gozo. A igreja alterou essa ordem. Primeiro o dia da contemplação: o corpo descansa para trabalhar melhor...
A forma como as ferramentas são aprendidas é muito simples. Tudo começa com o sonho. O corpo sonha. Pois, como Freud percebeu, ele é movido pelo "princípio do prazer". O sonho é o meu pequeno paraíso. Se fôssemos feiticeiros, se tivéssemos o poder mágico dos deuses, bastaria dizer o sonho em voz alta para que ele se realizasse.
Mas somos fracos seres humanos e temos necessidade de pensar. O sonho dá ordens à inteligência: "Pense, invente as ferramentas de que necessito para realizar o meu sonho". Aí a inteligência pensa. Se o sonho não existe, é inútil dar ordens à inteligência. Ela não obedece.
Veio-me a idéia de que a inteligência muito se parece com o pênis. Não se assuste: o mundo está cheio das analogias mais estranhas. Pois o que é o pênis? É um órgão que, no seu estado normal, é um apêndice ridículo, flácido, que realiza funções excretoras automáticas, que não demandam grandes reflexões. Mas, se provocado pelo desejo, ele passa por curiosas metamorfoses hidráulicas que lhe dão a capacidade de ter prazer, de dar prazer e de criar vida. Se não há desejo, é inútil que a cabeça lhe dê ordens.
Assim também é a inteligência. No cotidiano, ela se encontra num estado flácido que é mais do que suficiente para a realização das tarefas rotineiras. Quando, entretanto, é provocada pelo desejo, ela cresce e se dispõe a fazer coisas ditas impossíveis. Assim viu Fernando Pessoa, que disse: "Sinto uma erecção na alma". Uma inteligência flácida é uma inteligência sem desejo.
Meu amigo Eduardo Chaves observou que, ao contrário do que anuncia o best-seller "Inteligência Emocional", a verdade é o oposto. Não há inteligência emocional. A inteligência jamais procura a emoção. É a emoção que procura a inteligência. É a emoção que deseja ser eficaz para realizar o sonho. Mas a capacidade de brincar também precisa ser aprendida. E ela tem a ver com a capacidade do corpo de ser erotizado pelas coisas à sua volta, de sentir prazer nelas. Nossos sentidos _a visão, a audição, o olfato, o tato, o paladar_ são órgãos de fazer amor com o mundo, de ter prazer nele.
Mas não basta ter olhos, nariz, ouvidos, língua, pele. Os sentidos, no seu estado natural, podem sofrer daquela flacidez sobre que falei... Roland Barthes sugeriu, então, que a educação dos sentidos fosse semelhante ao "Kama Sutra", o ensino das várias posições possíveis de fazer amor com o mundo. Mas isso, é claro, exige que os professores sejam mestres na dita arte...

Exposição de Mateus 5.5 na IP Pirituba

BEM-AVENTURADOS OS MANSOS

Neste final de semana na IP Pirituba às 18:30 - exporemos as bem-aventuranças.
Será o texto de Mateus 5.5.
Um ab e até lá se Deus assim nos permitir...
Pr. Alcindo Almeida
IGREJA PRESBITERIANA DE PIRITUBA
R. Joaquim de Oliveira Freitas, 2466
e-mail:
ippba@terra.com.br
Site:
www.ippirituba.org.br

terça-feira, 29 de abril de 2008

O Senhor é o descanso da nossa alma



- Texto para Reflexão: Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma (Salmo 23.2-3).

Davi expressa o descanso total que há para a sua vida em Deus, quando ele diz que o Senhor o faz repousar em pastos verdejantes, ou seja, apriscos que eram preparados em pastagens de terrenos férteis, nos quais pudesse se proteger do calor do sol. Uma ovelha numa pastagem desta, não sofreria nenhum cansaço. E quanto a guiar a águas tranqüilas, Davi quer expressar que não é um lugar onde há correntezas fortes que impedem as ovelhas de beberem água e descansarem de maneira tranqüila. Então ele como ovelha do Senhor tem um lugar de tranqüilidade na presença de Deus e ali pode descansar e acompanhar o fluir suave das águas (CALVINO, 1999, p. 509).
Davi não tem falta alguma na sua vida, pois, toda a providência de cuidado da parte de Deus está na sua vida. Por isso, diz no versículo 3 que o Senhor restaura a sua alma. São nestes lugares tranqüilos que encontramos forças para renovar o nosso vigor. Nestes lugares que paramos para orar, para experimentar a presença de Deus Pai. E lá nestes lugares encontramos da parte de Deus descanso, alento, refrigério, restauração para o nosso coração.
Esses lugares são necessários para alimentar a nossa alma. Precisamos deles, não para fugir do mundo, mas para compreendê-lo, não para nos afastarmos do trabalho e da rotina, mas para respondermos com mais responsabilidade a eles (SOUSA, 1999, p. 58). Precisamos de um lugar onde a voz de Deus seja ouvida, um lugar onde o coração repouse de maneira tranqüila.
Há muitas pessoas que têm dificuldade para este momento de reflexão, de deserto, porque estão muito envolvidas com encontros, badalações, cheias de programas, atividades tais que impedem a parada para este momento de descanso na presença do Pai. Se não temos dado espaço para este momento, precisamos parar e ponderar, pois, este momento é onde nos encontramos com a Trindade. Neste momento, seja onde for, ele é preenchido pela presença marcante do Pai, de tal maneira que o mesmo se transforma em lugares tranqüilos semelhantes aos que Davi experimentou na presença do Pai.
É exatamente isto que Deus faz conosco como o seu povo. Ele é o pastor que traz descanso, alento, refrigério, restauração para o nosso coração todos os dias da nossa vida. Por isso, ele é o nosso pastor amado por excelência.





segunda-feira, 28 de abril de 2008

Mandato espiritual para a vida de quem anda com Deus


Hoje temos em nosso país uma série de problemas. O lixo tem aumentado, provocando mais poluição. Como conseqüência direta, as doenças têm aumentado e surgido com maior gravidade. O sarampo aqui em São Paulo, a malária e a dengue no Rio de Janeiro, a dengue no nordeste do país, a febre amarela na região norte são exemplos de falta de saneamento básico, falta de política pública séria, falta de responsabilidade dos governantes e do povo.
O desemprego tem aumentado assustadoramente. temos um número de mais de 2 milhões de pessoas desempregadas. A corrupção tem aumentado muitíssimo. Os desmandos dos corruptos engravatados que governam e a morosidade da lei contribuem para isso. O nosso governo, apesar do real, tem feito muitas loucuras que acabam trazendo resultados ruins para as classes baixas do país. Como o Proer que deu um valor de 29 bilhões para os bancos que estão falindo. E o furo para o governo será de aprox. 8 bilhões de reais o qual afetará tão somente o pobre.
Quando Ciro Gomes era o Ministro da Economia tínhamos uma dívida externa de 60 bilhões de dólares. Hoje ela está no estratosférico absurdo de 190 bilhões de dólares, que é o valor atual. Diante de tantas disparidades na nossa sociedade brasileira, o que podemos fazer como povo de Deus, como sacerdotes, como embaixadores de Deus aqui na terra para que, pelo menos, estas situações sejam amenizadas em nossa sociedade?
Podemos amenizar a situação cumprindo os mandatos que o pacto de Deus conosco exige.
E uma deles é o mandato espiritual.
O que significa esse mandato? Significa que o homem é responsável por um relacionamento de amor, e de obediência para com Deus, que é a base de todos os outros relacionamentos. Deus fez o homem à sua imagem e à sua semelhança, por isso, há a possibilidade de haver um contato entre Deus e o homem.[1]
Vejam que a imagem de Deus no homem se constituía dos seguintes elementos:

1- O homem foi dotado de uma natureza espiritual
[2]:

Ele recebeu de Deus uma mente, uma consciência e uma vontade livre (Adão somente). A mente lhe facultava o pensar, raciocinar, o compreender e o falar para dominar a terra e, assim, glorificar a Deus. A consciência lhe facultava a capacidade de obedecer perfeita e livremente a Deus. A vontade livre mostra perfeição moral de sua natureza (sem luta da carne e do espírito). O que ele fazia combinava com a vontade perfeita de Deus.

2- Ele foi dotado de uma consciência moral:

Ele recebeu de Deus capacidade de conhecimento. Ele possuía santidade, e justiça. Mas, vale salientar que a santidade e a justiça que ele possuía eram finitas, limitadas. Porque estas coisas são de criaturas dependentes. Por exemplo, santidade é um atributo no homem mutável. A santidade no homem é dependente, em última instância, da ação do criador. Deus a deu à suas criaturas racionais, homens e anjos, mas eles a perderam voluntariamente, porque a santidade neles é algo finito e dependente de uma ação direta, imediata do criador. Se o criador decide definitivamente não mantê-lo em santidade, ele voluntariamente perde a santidade.
[3]
Bem, esta imagem de Deus nos permite ter uma comunhão com o nosso Pai. Como foi com Adão no Jardim do Éden (Gn 3.8). E Deus com a demonstração do seu infinito amor providenciou várias coisas para o homem manter relacionamento com o criador e com o seu próximo. Mas, neste mandato há um requerimento de Deus para o homem que é a obediência a ele (Gn 2.17).
E o homem dentro do seu livre arbítrio
[4] não obedeceu a prescrição de Deus. E dentro disso fica para nós esse exemplo para exortação e o exemplo de Noé (Gn 6.22) e de Abraão (Gn 12.4) como encorajamentos para praticarmos esse mandato espiritual. Pois, quando nós obedecemos este mandato conseqüentemente obedecemos aos mandatos: cultural e social.

3- Ele foi dotado de uma capacidade intelectiva:
Quando DEUS deu ao homem o fôlego da vida como o resultado final de sua obra prima criada aqui na terra, Ele o fez após a afirmação de fazer o homem à sua imagem e semelhança – Gn 1.26. Nesta afirmação, estão incluídos: a capacidade intelectiva, o tirocínio, o racional, o raciocínio, a inteligência, a dedução, a coerência, a afetividade, a capacidade de pensar logicamente, proporcionalmente, dentro da finitude humana.
Que o Senhor nos ajude a nos comprometer com este mandato para que o glorifiquemos mais, através da nossa vida, e assim, vejamos uma sociedade influenciada pelo povo de Deus, para que a fome diminua, a violência, a corrupção e todos os males que nos afligem sejam amenizados por causa na nossa obediência diante de Deus quanto a este mandato. E aí veremos não uma cultura do lixo, mas uma cultura pelo menos, com valores morais, sociais e espirituais maiores.
Que o Senhor nos abençoe em nome de Jesus!

[1] Revista. p. 13.
[2] Revista. p. 14.
[3] CAMPOS, Heber de. Antropologia Bíblica. São Paulo, JMC, 1995, 9.
[4] Elemento que só Adão e mais nenhum homem teve na vida humana. Só ele teve a capacidade de fazer aquilo que combinava com a sua natureza santa, perfeita e reta.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Precisamos ser sinceros na oração diante do nosso Deus


- Texto para Reflexão: Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto? Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim? (Salmo 13.1-2).

A verdade é que não sabemos trabalhar com o sofrimento e com a dor. Não sabemos ser sinceros no clamor a Deus e nem falar o que sentimos. Não sabemos falar com Deus na dor, para que ele seja o nosso amparo, abrigo e para que nos carregue em sua graça especial. Por isso, é muito difícil acontecer conosco o que ocorreu com Davi na angústia deste Salmo. Ele foi sincero diante de Deus e abriu o coração, ele chorou diante de Deus. E mesmo diante da possível demora de Deus, ele aprendeu a louvar ao Senhor na dor, a celebrar e depender da graça de Deus em sua vida.
No Salmo vemos Davi abrindo o seu coração diante de Deus e expressando o seu sentimento de aflição, não só com a mais profunda angústia, mas também com um sentimento submerso num turbilhão de calamidades e uma multiplicidade de aflições. Assim ele implora o auxílio e o socorro do Senhor seu Deus, pois, para Davi o único remédio para o seu coração é o Senhor. Ele abre o coração diante do Senhor e indaga: Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? Para sempre?
Davi é cheio de inimigos ao redor de Judá, Davi está em grande calamidade e em grande tribulação de alma chegando a dizer com queixas que Deus o abandonou. Ele expõe isto diante de Deus com sinceridade. Ele diz para o Senhor se ele demorará tanto para ouvir a dor, o sofrimento terrível que está passando. Ele não esconde a sua dor e demonstra que não desacreditou das promessas de Deus. Por isso, ele pede a lembrança do Senhor para a sua vida e isto ele faz com sinceridade. Ele continua expondo a sua dor diante de Deus dizendo: Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia?
Ele não quer mais consultar a si mesmo, ele não quer um remédio humano para a sua alma. Ele não quer se firmar na segurança humana do coração. Pois, ele sabe que sendo assim, ele permanecerá inquieto e inseguro. Ele quer uma resposta do alto, daquele que é o seu verdadeiro conforto para que os seus adversários não triunfem sobre ele vendo a sua possível miséria e desespero.
Aprendemos com Davi o que significa ser sincero diante de Deus. Significa que não nos tornamos falsos diante de Deus a abrimos o nosso coração para ele, sem esconder a nossa insatisfação e sem esconder a nossa dor. Mas, o fato é que fazemos a nossa oração ao Senhor reconhecendo que só ele, e mais ninguém, pode resolver as dores do nosso coração. Porque a linguagem da oração ocorre num nível absolutamente pessoal e como um único propósito nos moldar e nos levar para Deus. Para esta realidade precisamos de sinceridade e honestidade diante do criador.
Sejamos sinceros diante de Deus na nossa oração!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O homem feliz é aquele que tem prazer na Lei do Senhor


- Texto para reflexão: Ao contrário: sua plena satisfação está na lei do Senhor e na sua lei medita, dia e noite! (Salmo 1.2).

Neste texto vemos o salmista dizer que aquele que se deleita no estudo da Palavra de Deus é feliz. Então o desejo, o deleite, o anelo e a disposição maiores do justo estão na Lei de Deus. E por ela ser anelante, o justo quer meditar nela dia e noite. E se observarmos a tradução do verbo meditar, teremos a idéia de alguém que lamenta, murmura no sentido de falar da Lei sempre. Meditar (no original hebraico hagah) é uma ação física assumindo um tipo de prazer em produzir os sons das palavras (PETERSON, Eugene. A oração que Deus ouve. Brasília: Palavra, 2007, p. 44). Então para o justo a Lei é tão desejosa que ele quer meditar nela durante o dia e até a noite. E isto exige muita renúncia e muito sofrimento. Porque o meditar na Palavra não é algo fácil na vida, mas algo que exige renúncia de nós mesmos, renúncia de prazeres terrenos e de tudo o que é da terra. Por isso, vemos Davi dizendo que a Lei de Deus era o seu maior prazer e sua maior satisfação. A Palavra de Deus era mais doce do que o mel, mais desejável do que o ouro fino.
A Tora (Lei) é a palavra de Deus que atinge o centro da condição humana. O substantivo no original hebraico “torah” vem de um verbo yarah que significa lançar algo, uma lança que atinge o alvo. A palavra que atinge este alvo é a torah. As palavras de Deus são lanças arremessadas de uma mente a outra. A torah é o nosso lavo certo. Porque nela encontramos felicidade e vida para o nosso coração. Surge uma pergunta para nós: Qual é o nosso prazer na vida e o que atinge o nosso coração?
É a namorada, a mulher, a TV, o carro importado, as nossas férias no nordeste, são os nossos colegas, é o passeio no Shopping, é o tempo gasto na Internet? É o time do coração?
Quem sabe se as coisas do presente Século têm sido o nosso maior prazer. Paulo dizia que ele trazia as marcas do Senhor Jesus no seu corpo e, por isso, ninguém deveria impedi-lo de continuar o seu deleite pela Palavra de Deus. A caminhada ardente na Palavra de Deus na vida de Paulo foi tão profunda que ele pôde dizer para a Igreja de Éfeso: Nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.
As palavras de Deus criativas e profundas precisam atingir o nosso coração e produzir meditação, apego, amor e profunda comunhão. Porque quando as observamos na vida elas modelam uma nova vida em nós para alimentar a nossa salvação em Cristo Jesus.
Que a graça de Deus seja marcante em nosso coração para que tenhamos prazer e deleite na Lei do Senhor, para que assim trabalhemos nela e cresçamos a cada dia nela, para que de fato, ela seja lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho.


quarta-feira, 23 de abril de 2008

O amor de Jesus pelo ser humano é incompreensível


- Texto para reflexão: Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre? Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, buscando com diligência até encontrá-la? E achando-a, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu havia perdido. Assim, digo-vos, há alegria na presença dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés; trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se (Lucas 15.4, 8-10 e 22-24).

Estas três parábolas são as declarações mais fortes de amor pelo ser humano.
Na 1ª parábola Jesus tem um amor visceral pelas suas ovelhas. Olhando para este texto podemos muito bem aprender que este é o cerne do nosso chamado: olhar e amar os pecadores como Jesus nos ama. Quando entendemos o significado destas três parábolas percebemos de maneira profunda que Jesus arriscou tudo por nós.
Quando Jesus foi para o deserto, ele arriscou tudo por amor aos seres humanos. Jesus mostra que Deus virou tudo de cabeça para baixo para amar os seres humanos.
Uma canção interpretada por Marisa Monte do caboclo nordestino: Quem quiser conhecer o amor precisa conhecer a dor, principalmente a dor de Deus em Cristo Jesus.
A vitória do cristão não é sofrer, mas não ser derrotado por ela. A Trindade é a primeira a experimentar o sofrimento ao decidir o resgate do ser humano.
Na 2ª parábola uma mulher rica que busca uma dracma. Então perguntamos: Qual é a mulher rica que busca uma dracma das dez que tem na sua tiara? A lógica é comprar outra e ponto final. Mas, ela quer aquela e ponto final! Ela vira a casa de cabeça para baixo para achar aquela moeda.
O Pai fez isto conosco. Ele convocou a Trindade e virou o céu para amar o ser humano. A dracma de Jesus é o amor pelo ser humano. Ninguém falou da paixão pelo ser humano como Jesus falou na sua vida e ministério. Ninguém tem maior amor do que o nosso mestre, a ponto de dar a sua própria vida em nosso resgate. Esta é a idéia de ir atrás da dracma até achá-la.
Na 3ª parábola Jesus está esperando pelo ser humano com um anel para presentear. Deus espera que sejamos o 3º filho. Ele espera que saímos atrás do filho perdido. Que nós amemos o irmão doido e devasso na vida. Ele nos chama para amar aos imbecis. O chamado forte da igreja é para ser o 3º filho.
Olhem e avaliem que Deus usa estas 3 parábolas para exemplificar o grande amor da Trindade pela criação caída. Surge uma pergunta para nós: Quem faz festa pela ovelha que retorna para casa?
Jesus nos ensina através destas parábolas que o Pai arrisca esta busca por causa do amor por nós. Ele vai nos buscar nos buracos mais profundos do pecado e nos leva para o seu aprisco da graça e do amor. Ele mostra o amor desta maneira para Nicodemus. O texto clássico de João 3.16 mostra que Jesus veio para amar e se dar em resgate dos seus eleitos. Ele explica para Nicodemus que a Trindade é doida pelos seres humanos e então, a única forma de viver para Deus é glorificando-o sempre!
O digno na vida é glorificar a Deus como resposta ao seu amor. É indigno da existência humana não adorar a Deus sempre. O nosso fim, a nossa criação é para adorar a Deus sempre! Esta realidade é a salvação da vida diante Deus!
Jesus vem para gerar o 3º filho que percebe o amor do Pai que se dá em resgate pelo ser humano.
O amor de Jesus pelo ser humano é incompreensível!

Pr. Alcindo Almeida
IGREJA PRESBITERIANA DE PIRITUBA

O caso Isabela Nardoni - por Antonio Jeam

Sei que o Brasil e o mundo estão “boquiabertos” com o caso da menina Isabela. Uma criança a mercê de pais que não controlam seus temperamentos e descarregam na criança suas raivas, traumas e neuroses.Com isso, surgem os que nada sabem sobre disciplina e aproveitam este momento para dizer que pais que batem nos seus filhos deveriam ser presos, como foi o depoimento de Xuxa, a dita rainha dos baixinhos.É claro que ela nada sabe deste texto e muito menos o que é disciplina."A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela." (Provérbios 22 : 15)É claro que o caso Isabela não foi isso, porque a disciplina salva, não mata, pois quem mata são os nossos ódios misturados a disciplina.Enfim, chorei e choro toda vez que vejo a matéria e o caso sendo desvendado. Mas desde o início não duvidei que os pais que estavam com ela naquela noite são os responsáveis pelo que ocorreu. Só nos resta saber como e porque fizeram isso. A insistência do casal Nardoni em dizer que havia uma terceira pessoa na casa é fantasiosa. O único que saberá dessa pessoa é o psicanalista, porque a terceira pessoa está apenas na cabeça do casal.Isabela é a “ponta do iceberg” que a imprensa não dá a menor atenção. Quantas crianças são maltratadas pelos pais? Essa menina veio a falecer, e aquelas crianças que não falecem, mas a mente está seriamente comprometida com a morte? São maltratadas mentalmente de forma que crescem “mortas” ao ponto de não conseguirem produzir alguma coisa. São fúteis e desprovidas de vida. Múmias ambulantes dominadas pelos medos e frustrações.Sem querer fazer apologia da morte, pelo menos a Isabela não será mais vítima de pessoas doentes. E as outras que estão aí sendo mortas todos os dias pelo abuso sexual de “coronéis” e pelo descaso dos pais, pois não tem nada pior do que a omissão e falta de amor. Vítimas de políticos que as usam apenas como propaganda para seus momentos de campanha. Quando participei da política Brasileira no passado, via inúmeros desses políticos beijando as crianças sem ao menos depois de eleitos pensarem nelas ou fazerem algo por elas. Quem mata mais, os Nardonis ou os governantes? Os Nardonis escondem neste momento os políticos omissos e a política capitalista que priva de alimento os pequenos. Enquanto a imprensa foca diariamente o caso Isabela, o mundo continua matando de fome e de omissão nossas crianças que nunca ouvi falar e nunca ouvirei, porque a mídia não se interessa por elas juntamente com os governantes.Por enquanto, digo à mãe que ficou sem sua menina, aos avôs e tios, confiem no SENHOR Jesus, porque Ele é o único que pode consolar como prometeu que faria.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Sendo um canal de Deus para levar pessoas à cura

- Texto para reflexão: “Há tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar” (Eclesiastes 3.3).

Salomão afirma que há tempo de matar e tempo de curar. Havia guerras e conflitos entre os povos. Havia tempo de defesa e tempo em que não poderia se defender, logo se perdia a vida e as batalhas. Havia tempo que se tratava dos feridos para que não perecessem os soldados. Mas, se Deus não desse condições para a salvação da vida, nada adiantaria.
A idéia que trabalhamos é que há tempo para cada item e momento da vida. Há tempo de conflitos sim. Mas, graças a Deus que há tempo de cura, há tempo de cuidar dos feridos. E Deus nos chama como igreja para cuidar dos feridos. Tem muita gente em nossa sociedade em conflitos que precisa ser curada de suas feridas. Henri Nouwen no seu livro Sofrimento que Cura defende a tese de devemos ser usados pelo Pai para curar a outros. Temos de é capaz de ser canal de Deus para levar pessoas à cura dos seus conflitos e dores da alma. Para ele, para passarmos por este processo precisamos compreender que temos esperança e desespero. Devemos compreender que temos confrontos existenciais profundos na alma e no coração (NOUWEN, 2001, p. 31).
Quando temos consciência do chamado de Deus para curar, caminhamos por no propósito e temos condições de ser terapeutas da nossa comunidade mesmo diante da realidade da nossa própria dor e conflitos existenciais.
É verdade que há tempo de conflitos e eles atrapalham a vida da igreja, das famílias e de todos, mas graças a Deus que há tempo de cura, de cuidar dos feridos e essa é a missão especial da igreja do Senhor. Temos de lidar com uma comunidade de pessoas que se constitui numa geração interiorizada, ou seja, que quer se retirar do seu próprio eu e dos seus problemas. Uma geração órfã, ou seja, uma geração sem pais espirituais, sem guias e mentores na vida (NOUWEN, 2001, pp. 52,53). E por fim, com uma geração convulsiva, ou seja, profundamente agitada. Agitada com este mundo que tem levado muitas pessoas à uma prisão. É com as nossas próprias dores e conflitos que temos de levar esta geração a dar a atenção para o fato de que Deus está dentro de nós, nunca fora de nós (NOUWEN, 2001, p. 61). Com a realidade da nossa dor que temos de ensinar que o mais precioso na vida é a própria vida vivida na presença do Pai. É viver a articulação da vida com os movimentos interiores. Eles acontecem quando somos capazes de criar espaços pela graça, para que o Deus Pai seja o maior no nosso coração (NOUWEN, 2001, p. 63). E termos a consciência de que só ele pode nos curar e nos conduzir como instrumentos da sua graça para curar a outros.
Salomão afirma que há tempo de tempo de derribar e tempo de edificar. Havia conflitos entre as nações. Uma hora um derrubava e o outro edificava. Isso deve ser um fato importante na vida humana. Há tempo de muita edificação, muitos projetos, mas há um tempo de jogar tudo fora. Também tem uma analogia com os relacionamentos entre pessoas. Parece haver a idéia de rompimento e de renovação, de reconstrução. O ensino é que em todo o clico de construção ou de derribar, Deus tem um plano para a nossa vida. Olhemos para a nossa vida e vejamos no tempo de Deus como ela está. Algumas perguntas nos fazem pensar: o que precisa ser edificado ou derribado? O que foi rompido em termos de relacionamento e que precisa ser restaurado na presença de Deus? O que temos de edificar na vida e no Reino?
Há tempo de curar, há tempo de edificar a vida de outros na presença do Pai.

Pr. Alcindo Almeida

domingo, 20 de abril de 2008

Sobre o texto....


Quando o pastor exerce seu ministério pautado na glorificação a Deus em obediência a Ele, estará blindado, protegido da pressão do pastoreio de resultados. Esperar reconhecimento de pessoas, imperfeitas como nós, é esperar água de fonte seca. Não podemos nos decepcionar, pois ninguém pode dar o que não tem! Aprender isso foi libertador para minha vida e ministério! Como disse o Pr. Alcindo: "Olhemos somente para Jesus"! Grande abraço
Mário Teles MaracciSto Ângelo/RS

19 de Abril de 2008 15:59

Deus dá tempos de tristeza e alegria na vida



- Texto para reflexão: “Há tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar” (Eclesiastes 3.43).

Salomão afirma que há tempo de chorar e tempo de rir, há tempo de prantear e tempo de dançar. Algo que precisamos entender é que Deus permite a tristeza na vida humana. Ela é um item em nós e não tem jeito de escapar dela. A morte faz parte da nossa vida, a calamidade faz parte e traz tristeza. Há tempo em que os acontecimentos são terríveis e geram uma tristeza profunda em nosso interior. O desespero toma conta do coração e vem a tristeza. Mas, lá na frente Deus manda o tempo de alegria. Como diz Henri Nouwen:

“Gratidão em seu sentido mais profundo significa viver a vida como um presente para ser recebido com agradecimentos. E a gratidão verdadeira abarca tudo na vida: o bom e o ruim, a alegria e a tristeza, o santo e não santo. E fazemos isso porque nos tornamos cônscios da vida de Deus, da presença de Deus em relação a tudo o que acontece conosco. A cruz, o símbolo principal de nossa fé nos convida a ver graça onde há dor; a ver ressurreição onde há morte. Pessoas agradecidas são as que aprendem a celebrar, mesmo através das lembranças difíceis e atormentadoras, porque sabem que a poda não é mera punição, mas uma preparação (NOUWEN, 2002, p. 5).

No meio da tristeza ouvimos um convite para deixar que nosso lamento se transforme numa fonte de cura, que nossa tristeza se torne uma passagem da dor à dança. Há uma pergunta para nós: quem Jesus declarou que seria bem-aventurado? “Aqueles que choram” (Mateus 5.4).
Aprendamos a olhar nossas perdas e tristezas de frente como um processo do tempo de Deus e não a fugir delas. Ao aceitar sem repulsa as tristezas da vida, poderemos encontrar a alegria de Deus (NOUWEN, 2002, p. xv). Ao convidar Deus para participar de nossas dificuldades, fundamentaremos nossa vida até mesmo seus momentos tristes, em alegria e esperança. Ao parar de querer nos apossar da vida, receberemos mais até do que conseguimos agarrar por nós mesmos.
No meio das tristezas encontraremos sempre a alegria de Deus.
No Salmo 31.10 Davi afirma que a sua vida está gasta de tristeza, e os seus anos de suspiros. Diz que sua força desfalece, mas ele bendiz ao Senhor pela sua misericórdia e pela preservação que vem dele.
Um dia a tristeza da nossa vida diante dos conflitos e obstáculos será transformada em dança, em regozijo no coração. Não podemos deixar de nos esquecer dessa verdade na caminhada cristã.

Pr. Alcindo Almeida

NOUWEN, Henri. Cartas a Marc sobre Jesus. São Paulo: Loyola, 1999.
__________________. Transforma meu Pranto em Dança. São Paulo: Textus, 2002.
__________________. Podeis beber do cálice. São Paulo: Loyola, 1999.
__________________. Sofrimento que cura. São Paulo: Paulinas, 2001.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Fazendo para Jesus - Antônio Jean - da Comunidade Relva


No encontro de comemoração dos 10 anos do Projeto Timóteo, ministério que visa à amizade entre pastores, (raridade) ouvimos de Ariovaldo sobre adoração, que adorar a Deus é de dentro. Na alma e no coração! Se fizermos as coisas no pastorado visando resultado das pessoas nós vamos nos frustrar.Acredito que como pra mim e para muitos que lá estavam, foi um bálsamo, porque quer queiramos ou não, pastoreamos visando “lucros”. Queremos que as coisas funcionem e somos desafiados pelos ministérios americanos (veja meu artigo abaixo) a fazermos que as coisas funcionem certinho e lidar com gente não é o mesmo que máquinas como os gringos insistem em nos fazer acreditar.Pastoreamos as ovelhas de Deus. Ariovaldo nos disse que todo pastor é pastor auxiliar, co-pastor, porque o titular sempre será Jesus. Pastoreamos pra Ele. Fazemos as coisas por amor a Ele. Se não olharmos pra Ele iremos nos frustrar. Por isso que alguns têm saído pelos fundos da igreja, porque olharam pros outros perdendo de vista o Senhor.A igreja é Dele e a obra também!Foi bom ouvir isso, porque a luta nossa pastoral é focar nas pessoas que sempre nos frustrarão como nós frustramos. Jesus é o nosso alvo!Infelizmente os ministérios de outros países querem nos empurrar goela abaixo seus truques de fazerem as coisas funcionarem. Já não bastava os livros e kits para agora trazerem até roupa imitando um pastor da Califórnia com aquelas camisas florida estilo gringo em terra alheia.Ouvir Ariovaldo é sempre novidade e profundidade como ele nos faz refletir olhando pra dentro e deixando os outros de lado.Olhemos pra Jesus amigos, pra Jesus!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Choremos de tristeza pelos pecados cometidos


- Texto para reflexão: Felizes os que choram porque estes serão consolados (Mateus 5.4).

A verdade é que a igreja atual tem ausência deste tipo de choro espiritual. Porque a superficialidade tomou conta do nosso coração de tal maneira que não lamentamos mais como Esdras e Jeremias lamentaram na presença de Deus. Dr. Martin Lloyd Jones nos chama a atenção para isto dizendo que o estado nosso do senso de pecado é tão defeituoso, bem como a compreensão exata da doutrina do pecado. A falta da convicção profunda de que quando entristecemos Deus, isto é pecado, invadiu a igreja atual (JONES, 1999, p. 50). É exatamente aí que a relativização entra e reina a superficialidade quanto ao “choro espiritual” por causa dos nossos pecados. O pobre de espírito é aquele que está disposto a reconhecer sua falência moral, para depender da justiça e retidão que só Deus podem proporcionar por meio de sua vida. Ao tomar consciência de sua falência moral, o que se espera é que esta pessoa chore por sua condição.
Vejam o choro de Paulo: “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?” (Rm. 7.24). Vejam o choro de Jó: Os meus ossos se apegam à minha pele e à minha carne, e só escapei com a pele dos meus dentes. Compadecei-vos de mim, amigos meus; compadecei-vos de mim; pois a mão de Deus me tocou (Jó 19.20-21).
Vejam o choro profundo do profeta Jeremias: Corrige-me, ó Senhor, mas com medida justa; não na tua ira, para que não me reduzas a nada (Jr. 10.24). Vejam o choro profundo de Jeremias em Lamentações: Chora amargamente de noite, e as lágrimas lhe correm pelas faces; não tem quem a console entre todos os seus amantes; todos os seus amigos se houveram aleivosamente com ela; tornaram-se seus inimigos (Lam. 1.2). Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbada está a minha alma, o meu coração se derrama de tristeza por causa do quebrantamento da filha do meu povo; porquanto desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas ruas da cidade (Lam. 2.11). Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado. Invoquei o teu nome, Senhor, desde a profundeza da masmorra (Lam. 3.54-55).
Há um contraste diante destes textos. Há pessoas na realidade cristã que são incapazes de chorar. É a realidade daqueles arrogantes descritos no Salmo 73. A consciência deles está cauterizada. Eles não choram pelos seus pecados e nem pelos dos outros. O texto afirma: Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Porque eles não sofrem dores; são e robusto é o seu corpo. Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens. Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido. Os olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do seu coração. Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da opressão (Salmo 73.4-8).
Jeremias é um modelo de alguém que chora pelos seus pecados e pelos do seu povo. Ele entende que é preciso lamentar a ruína espiritual do seu povo. Então ele chora e verdadeiramente é um pobre de espírito diante de Deus. Thomas Cranmer não exagerou quando num culto comemorando a Ceia do Senhor, em 1662 colocou nos lábios das pessoas da igreja as palavras: "Reconheçamos e lamentemos nossos pecados e maldades". Esdras não errou quando orava fazendo confissão e chorando prostrado diante da casa de Deus. Sejamos bem francos, parece que hoje não existe tristeza suficiente por causa do pecado entre nós. Deveríamos experimentar mais "tristeza segundo Deus" no arrependimento cristão (cf. II Co 7.10).
David Brainerd escreveu em seu diário em 18 de outubro de 1740:

"Em minhas devoções matinais minha alma se desfez em lágrimas e chorou amargamente por causa da minha extrema maldade e vileza. Lágrimas como estas são a água santa que se diz Deus guardar em seu odre” (PIPER, 2005, p. 138).
Agostinho de Hipona no livro Confissões - A atração do pecado diz:
“Eu, miserável, que frutos colhi das ações que cometi então e que agora recordo envergonhado, especialmente daquele furto que me satisfez pelo fruto em si e nada mais! De fato, ele em si nada valia, e por isso, me tornei ainda mais miserável! No entanto, eu não o teria praticado, se estivesse sozinho. Lembro-me bem do meu estado de alma: sozinho não o teria feito absolutamente. Portanto, amei também no furto a companhia daqueles com quem o cometi; daí não ser verdade ter amado apenas o furto em si. Não, não amei mais nada, pois a cumplicidade não é mais um nada. O que será ela na realidade? Quem me pode responder senão aquele que me ilumina o coração e lhe dissipa as trevas? Por que me ocorreu indagar, discutir, analisar estes fatos? Se eu tivesse na ocasião desejado de fato aqueles furtos que roubei, e com eles me tivesse regalado, poderia tê-los roubado sozinho. Poderia ter cometido a iniqüidade, satisfazendo o meu desejo, sem necessidade de estimular, por outras companhias, o prurido de minha cobiça. O fato é que não eram os furtos que me atraíam, mas a ação má que eu cometia em companhia de amigos, que comigo pecavam” AGOSTINHO, 2002, p. 22).

Tais pessoas que choram e que lamentam a sua própria mal­dade serão consoladas pelo único consolo que pode aliviar o seu desespero, isto é, o perdão da graça de Deus.
Jesus chorou pelos pecados de outros, pelas amargas conse­qüências que trariam no juízo e na morte, e pela cidade impenitente que não o receberia (STOTT, 1981, p. 20 ). Nós também deveríamos chorar mais pela maldade do mundo, como os homens piedosos dos tempos bíblicos. Como diz o salmista: Torrentes de águas nascem dos meus olhos, o salmista podia dizer a Deus porque os homens não guardam a tua lei (SaImo 119.136).
Aprendamos a chorar os nossos pecados diante de Deus porque o consolo de Deus só vem quando experimentamos a convicção real dos nossos pecados.
Pr. Alcindo Almeida

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Fofoca - Uma arma de conquista infiel



Porque as pessoas fofocam?

A fofoca é um mecanismo de passar adiante informações pessoais dos outros.Sua intenção é conquistar o ouvinte para despertar nele admiração.A fofoca tem causado problemas sérios numa comunidade, porque ela não é verdadeira. Por mais que se conte um episódio, quem conta recheia o comentário com posições pessoais e é aí que o problema surge.Igrejas, empresas, famílias e demais núcleos sociais, sofrem com a fofoca, porque ela joga um contra o outro de forma cruel, sem dar direito do acusado se defender. Na maioria das vezes o fofoqueiro é impiedoso porque a sua intenção é causar uma forte impressão no ouvinte. Ele quer ser visto como alguém que sabe das coisas e participa das coisas. Sua arma é o conhecimento. Sua necessidade é a estima, porque ele, o fofoqueiro, é desprovido de auto-estima.Sua vontade é ser notado, visto e admirado! Por isso que é importante tomar cuidado com o fofoqueiro, mas ele só encontra êxito com outro fofoqueiro.Uma coisa importante que as vezes o fofoqueiro não se dá conta é de que ele está fazendo o papel do diabo, que é jogar um contra o outro.
Antonio Jeam - pastor da Igreja Relva no ABC

A vida de sinceridade no Reino de Deus


Neste final de semana na IP Pirituba às 18:30 - exporemos as bem-aventuranças.

- Texto para reflexão: BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM, PORQUE SERÃO CONSOLADOS (Mateus 5.4) Versão King James.

Um ab e até lá se Deus assim nos permitir...
Pr. Alcindo
IGREJA PRESBITERIANA DE PIRITUBAR.

Joaquim de Oliveira Freitas, 2466.

“INTEGRIDADE”


A integridade é uma das virtudes mais ausentes em nossa sociedade pós-moderna. E ela é crucial para o sucesso e realização do ser humano, tanto profissional, como em seus relacionamentos.
Stephen R. Covey, autor de “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes” escreveu sobre a integridade dizendo: “Se eu tentar usar estratégias para influenciar pessoas e táticas de como agir para que outras pessoas façam o que eu quero, trabalhem melhor, fiquem mais motivadas, gostem de mim e também umas das outras, enquanto que o meu caráter é fundamentalmente falho, marcado por duplicidade e falta de sinceridade, então, a longo prazo, não posso ser bem-sucedido”.
O livro de Gênesis, no capítulo 39:1-6 fala sobre a experiência de José, vivida em tempos de sua escravidão no Egito, quanto estava a serviço de um oficial egípcio de nome Potifar. Uma das vidas mais inspiradoras que conhecemos, descreve alguns segredos de como experimentar essa virtude em nossas vidas:
1) A integridade está nas pequenas coisas.
Isso é fundamental no cultivo de relacionamentos saudáveis. Muitos pensam que podem fazer o que quiserem nas pequenas coisas (nenhum grande deslize). Porém, princípios éticos não são flexíveis (mentira é mentira; roubo é roubo).
A verdade é que se você não pode confiar em uma pessoa em todos os aspectos, ela não é confiável.
Philips Brooks, líder religioso do séc XIX, sustentava que “o caráter é forjado nos pequenos momentos de nossas vidas”.
2) A integridade é uma tarefa interior.
Não é olhar para fora de si e justificar suas deficiências. Nossa integridade não é determinada pelas circunstâncias. Diante das diferentes circunstâncias é que vamos expor a natureza de nossa integridade.
O Vs 5 diz que “o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José”.
José poderia ser desleal, desonesto, pois as circunstâncias o expunha a escravidão e ao serviço.

3) A integridade é sua melhor escolha.
Sua integridade manterá suas prioridades no lugar certo. Você terá de fazer algumas escolhas difíceis, mas valerá a pena.
Comprometa-se com uma vida íntegra. Comprometa-se com a honestidade, a confiabilidade, a boa reputação. Salomão diz: “Um bom nome é mais desejável do que grandes riquezas”(Pv22:1). A boa reputação é reflexo de um bom caráter.
“O Senhor era com José”. Ele será com você.
Deus o abençoe!
Pr. Hilder S. da IP Alphaville - SP.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Cristo é o centro de tudo


Texto: Ele é a cabeça do corpo, que é a Igreja; ele é o princípio, o primogênito dos mortos, para ocupar em tudo o primeiro lugar (Col 1.18).

No Novo Testamento Cristo é chamado de imagem de Deus por excelência. Ele é a “imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). Isto significa que Cristo é o centro de tudo.
Quando olhamos para Jesus Cristo, nós percebemos sua divindade. Ele é o Deus-homem, aquele que é livre para dizer que ele e o Pai são um – uma afirmação que fez com que os judeus o acusassem de blasfêmia (João 10.31-33).
Paulo afirma que Jesus é a cabeça do corpo que é a igreja. Ele é o dono da igreja, ele é o sabe de tudo o que acontece nela. Ele tem autoridade sobre a igreja porque está nela. Há uma união entre nós e Cristo e não pertencemos a nós mesmos, mas a ele. Ele controla tudo e domina tudo. Ele é Senhor absoluto da igreja e se somos parte dele como corpo, não somos mais de nós mesmos. Por isso, que Paulo diz que ele é o princípio, o primogênito dos mortos para ocupar em tudo o primeiro lugar. Em outras palavras, Cristo governa sobre a natureza, sobre os seres humanos, ele governa juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Como Paulo afirma no versículo 17: Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas.
Jesus é o cabeça mesmo, por isso, com uma palavra de ordem ele acalmou a tempestade que ameaçava os seus discípulos no lago da Galiléia. Mais tarde, ele andou sobre as águas para mostrar o seu domínio sobre a natureza. Ele foi capaz de produzir uma pesca maravilhosa. Ele multiplicou os pães e transformou água em vinho. Ele curou muitas doenças. Foram estas ações miraculosas uma evidência da divindade de Cristo ou revelações daquilo que Cristo poderia fazer em sua humanidade na dependência de seu Pai Celestial.

Jesus nos dá a graça de olharmos para ti como perfeita imagem de Deus. Ajuda-nos a aprender que tu és o primeiro, que tu és tudo em todos. Ajuda-nos a viver tendo- o como absoluto Senhor e Salvador nosso!

Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Jeremias 12.5

Cleanth Brooks escreveu: Alguém procura por um modelo de homem em um mundo cada vez mais desumanizado, a fim de realizar-se como homem para agir como um ser moral responsável, sem viver à deriva como um objeto inanimado qualquer. Para mim, Jeremias é este modelo de homem, uma vida pautada pela excelência, que os gregos chamavam de areté. O livro de Jeremias deixa claro que a excelência é o resultado de uma vida de fé, de estar mais interessado em Deus do que em si mesmo, e que tem pouco a ver com auto-estima, conforto ou realizações.
Aqui está uma pessoa que viveu uma vida na sua totalidade, porém não há um traço sequer de orgulho, sucesso mundano ou realização pessoal na história. Todos nós desejamos viver a vida em sua plenitude. Ansiamos mesclar liberdade e espontaneidade com propósito e significado. Por que então vivemos vidas tão medíocres, triviais e rotineiras? Ou tão frenéticas e repletas de atividades, mas ainda assim, destituídas de satisfação?
Como podemos aprender a arriscar, confiar e perseguir a integridade e a excelência a correr com os cavalos, em meio à vida atual? Este livro é repleto nde humor e auto-revelação, visão interior e sabedoria, indicando um caminho em nossa busca pela excelência de vida.
O meu lamento em relação à sociedade contemporânea é devido à sua decadência. Há alguns poucos prazeres que ainda me atraem, mas quase nenhuma beleza a me cativar. Não me sinto provocado ou desafiado por nenhum círculo ou posição intelectual, filosofias ou teologias novas e não há nenhuma nova arte que prenda a minha atenção ou desperte a minha mente.
Tampouco há movimentos sociais políticos ou religiosos a me estimular ou instigar.
Não existem homens livres a quem possa submeter-me, nem santos em quem encontre inspiração. Não há pecadores descontrolados o bastante para me impressionar ou compartilhar a minha desafortunada condição. Ninguém humano o suficiente para validar o estilo de vida corrente. É muito difícil viver neste enfadonho mundo sem sentir-se dominado pelo tédio.

Eugene Peterson...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Projeto Poção– Casa (Fase 1)


Olá meus irmãos, na paz?
Como vcs sabem temos alguns missionários com os quais mantemos vínculo e projetos no Reino de Deus. Em Poção-Bahia temos os missionários: Pr. Edmilson Rios, Marinalva Silva, Lilian e seu marido Genildo Pimentel. Lilian e Genildo moram numa casa alugada na Vila de Poção. No entanto, no final de junho, terão de entregar a casa e não existe outra casa disponível na Vila. Por isso, as igrejas que apóiam o projeto em Poção (Ig. Presb. de Ermelino, Parque São Domingos, Chácara Primavera e Alphaville) juntamente com o Instituto Renovo decidiram contribuir financeiramente para que eles construam a sua própria casa. Vejam como será o projeto:

- Poção – Projeto Casa (Fase 1):

Esta ajuda consistirá em:

1. 80% do valor total da 1ª etapa (construção do quarto, banheiro, cozinha e área de serviço). 2. Despesas de viagem de um engenheiro para orientação e acompanhamento do projeto. Para tanto, nosso alvo será de R$ 8.000,00. Você pode contribuir através de depósito na seguinte conta bancária:
Banco do Brasil - Agência 1849-X
Conta n. 21520-1 -variação 1 (poupança)
Associação Instituto Renovo
CNPJ: 05.751.745/00001-06

Maiores informações com: Roberto Heinrich (
roberto.heinrich@terra.com.br) ou Pr. Alcindo: (alcindo_erika@hotmail.com)

Um ab.
Pr. Alcindo

terça-feira, 8 de abril de 2008

A vida de sinceridade no Reino de Deus

Neste final de semana na IP Pirituba às 18:30 - exporemos as bem-aventuranças.
-Texto para reflexão: BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM, PORQUE SERÃO CONSOLADOS (Mateus 5.4) Versão King James.
Um ab e até lá se Deus assim nos permitir...
Pr. Alcindo

IGREJA PRESBITERIANA DE PIRITUBA
R. Joaquim de Oliveira Freitas, 2466.

sábado, 5 de abril de 2008

BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO


Neste final de semana na IP Pirituba às 18:30 - começaremos a expor as bem-aventuranças.
Um ab e até lá se Deus assim nos permitir...

Pr. Alcindo Almeida

A ternura da vida é ser humilde de espírito


- Texto para reflexão: Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos, e ele se pôs a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os humildes (pobres) de espírito, porque deles é o Reino dos céus (Mateus 5.1- 3).

Vejam também a tradução do original hebraico: Em marcha, humilhados do sopro! Sim, deles é o Reino dos céus. Jesus se assenta para falar aos seus de quem é o Reino de Deus. Ele está num Monte e quando falamos em Monte dá a idéia de um lugar da revelação divina (MAGGIONI, vol. 1, 1990, p. 109). E lá neste Monte ele diz que o Reino é dos humildes de espírito. Estes são felizes, bem-aventurados na presença de Deus.
Olhando para a idéia no hebraico sobre sopro, surge uma pergunta: Quando é que o nosso sopro fica humilhado? É interessante avaliar a visão de sopro no entendimento judaico. A salvação para o judeu implica em respirar amplamente. Respiramos bem com o ar e o espaço que possuímos. Estamos todos ligados à fonte do nosso sopro que espiritualmente é Jesus Cristo. Mas, às vezes, em alguns momentos da vida nos falta o sopro para respirar. Aqueles que têm problemas de respiração no meio deste ar poluído entendem bem esta questão. Na vida espiritual é exatamente neste momento de dificuldade de termos o sopro que a bem-aventurança vem. Ela chega quando estamos sufocando e quando precisamos nos recolocar em marcha (LELOUP, 2004, p. 60).
Quando temos um nó na garganta?
Quando a cólera e a raiva tornam a nossa respiração ofegante ou curta?
Quando somos tomados pela dureza de coração respiramos mal. E transportando para a realidade espiritual no meio da dificuldade da respiração, de termos o sopro, Jesus nos convida para cultivarmos um caminho simples. Ele afirma: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.
Na perspectiva espiritual este sopro no meio da humilhação é um momento de saúde e este momento é onde podemos respirar amplamente por meio da ação do Senhor Jesus em nosso interior. Mas, diante destas realidades, o que é ser humilde (pobre) de espírito?
Ser humilde de espírito é se apresentar vazio na presença de Deus. Ser humilde de espírito é abdicar das atitudes orgulhosas da nossa auto-suficiência e reconhecer que somos devedores a Deus. Ser humilde de espírito é reconhecer que não conseguimos respirar sozinhos diante das humilhações e sofrimentos que passamos na vida.
Ser pobre de espírito é cultivar a humildade na presença do Pai. Na cultura judaica significa curvar-se em sentido de humilhação. É o oposto de se erguer com forma orgulhosa.
Ser pobre de espírito é acolher todas as coisas que recebemos da parte de Deus como um dom, um presente da graça e do cuidado dele (LELOUP, 2004, p. 62).
A pobreza de espírito aqui ensinada por Jesus é aquele que faz o nosso coração ter uma pureza e simplicidade com as quais acolhemos tudo o que a vida nos dá.
Olhando para a realidade deste texto ensinada por Jesus, podemos compreender porque tanta guerra, porque tanta violência na terra. Porque alguém tão ruim pega uma criança chamada Isabela com 5 anos de idade e a atira do 6º andar de um prédio. Falta a pobreza de espírito para compreender o respeito pelo próximo como criação de Deus Pai. Falta a humildade de espírito para não trabalharmos com a ganância de termos aquilo que é dos outros.
Jesus nos convida a nos tornar pobres de espírito no sentido de abrirmos mão de tudo o que sabemos. E é claro que não é negarmos aquilo que sabemos, mas é relativizar o nosso conhecimento para abraçarmos os outros que nos cercam e marcam a nossa vida.
Jesus deseja que sejamos pobres de espírito no fato de reconhecermos aos outros melhores do que nós. Paulo em Filipenses 2.1-4 nos mostra este caminho já ensinado pelo nosso Senhor Jesus. Ele afirma: Portanto, se há alguma exortação em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão do Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa; nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo; não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
O que é mais precioso para Jesus neste sermão?
É termos a consciência de cultivarmos um coração grato e humilde na presença dele. Termos uma mão que recebe e dá no Reino. Recebe graça e dá graça. Recebe amor e dá amor. Recebe perdão e perdoa. Recebe misericórdia e doa misericórdia para os outros.
Mesmo que houvesse muitos pobres por causa do sofrimento causado pelas autoridades romanas, a fala de Jesus quanto aos pobres de espírito é essencialmente espiritual.
A afirmação de Jesus é que estes humildes de espírito que são felizes e dos tais é o Reino de Deus. Então o Reino é para os aqueles que entendem no coração o desejo de Deus, que é nos curvarmos em direção ao chão (NOUWEN, 1999, p.185). Tocar no chão é olhar para baixo e o que olha para baixo lutando contra o orgulho, entende o que é ser humilde de espírito, entende o que significa levar a cruz se negando a si mesmo.
Nesta perspectiva Jesus não contempla um Reino de ostentação e de glória terrena para si mesmo e para os seus seguidores, mas um Reino de humildade e de entrega, daí a necessidade espiritual de sermos humildes de espírito neste Reino.
Como podemos ser humildes de espírito?

· Tendo humildade em reconhecer que precisamos melhorar o nosso relacionamento com Deus: pobreza de espírito é quando eu dependo de um relacionamento profundo com o Deus da aliança e percebo que não posso andar sozinho.

· Tendo submissão à autoridade da Escritura: não há coisa mais detestável em alguém que diz seguir a Cristo do que a arrogância, e nada é mais apropriado ou atrai mais do que a humildade. E um elemento essencial na humildade cristã é a disposição para ouvir e receber a Palavra de Deus (STOTT, 2005, p. 8 1).

· Tendo a humildade de reconhecer os outros como melhores do que nós: Paulo nos ensina sobre isto quando diz que devemos considerar o outro superior a nós mesmos. E o exemplo para esta atitude é Jesus Cristo de Nazaré.
Que Deus na sua infinita graça nos ajude a aprender o discipulado de sermos pobres de espírito!

Bibliografia:

LELOUP, Jean Yves. Livro das bem-aventuranças e do Pai nosso. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.
MAGGIONI, Bruno. Comentário nos Evangelhos I. São Paulo: Loyola, vol. 1, 1990.
MANNING, Brennan. A sabedoria da ternura. Brasília: Palavra, 2007.
NOUWEN, Henri. O Caminho para o amanhecer. São Paulo: Paulinas, 1999.
STOTT, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. São Paulo: ABU, 2005.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O criador cuida de nós


Texto para reflexão: “O Senhor Deus me presta auxílio: por isso conservei meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei envergonhado” (Is. 50.7).

Isaías mostra que o Messias não foi derrotado pelos maus tratos de homens ímpios porque Deus o ajudou. Ele não foi confundido pelos seus inimigos a ponto de cair em desencorajamento e derrota. Ao contrário, o Messias fez seu rosto ser como o valente e assim não se desviou do propósito com o servo sofredor. É claro que nosso mestre, no sentido humano, foi humilhado por homens que eram como uma gota de um balde diante dele. Mas, ele só passou por isso, porque teve sua obediência passiva para cumprir o plano eterno do Pai. Ele ofereceu as costas aos que o feriam e a sua face diante dos homens. Assim ele não escondeu o seu rosto dos que afrontavam e lhe cuspiam (Isaías 50.6). Ele só fez isto porque tinha uma certeza no seu coração: Deus, o Pai o ajudava sempre. O Pai estava ao seu lado para fortalecê-lo e dar abundante graça para suportar todo o sofrimento por causa da obediência passiva. Esta certeza é tão profunda que versículo 9 repete a idéia do versículo 7 sobre o Senhor Deus ajudá-lo.
De igual modo, hoje o Senhor Deus está conosco sempre! Quando ninguém está conosco, ele está. Alguns podem até nos abandonar, podem se separar de nós, podem nos ignorar. Mas, Deus irá sempre nos amar e nos proteger. Deus nos chama para sermos amados, guardados e cuidados por ele.
Através do servo sofredor Deus nos ama porque ele é amor. Só um Deus amoroso é que pode amar pecadores e cuidar deles. Só um Deus cheio de amor para entregar o seu próprio Filho para sofrer, padecer e ser profundamente humilhado numa cruz para proteger e trazer liberdade para pecadores. O que resta a nós diante desta realidade é o louvor dedicado ao servo sofredor todos os dias, aquele nos amou e a si mesmo se entregou por nós!

Oração: Senhor obrigado porque tu enviaste o Messias para nos salvar e nos dar a graça de sermos amados e cuidados pelo Senhor!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Os perigos do nosso falar


- Texto para reflexão: No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente. Prata escolhida é a língua do justo, mas o coração dos perversos vale mui pouco (Pv. 10.19-20).

Sabemos que o silêncio é usado pelos monges como um meio na luta pela pureza do coração. E um dos motivos é por causa da língua que tanto atrapalha o cultivar a pureza no coração. Diante desta realidade devemos tomar muito cuidado com os perigos do nosso do falar. Quais são eles então?

O perigo da curiosidade:
Sabemos bem que a nossa curiosidade nos leva a distração. Uma pessoa distraída se ocupa com muitas coisas da vida dos outros e não da dela. Uma pessoa curiosa vive buscando aquilo que acontece na vida alheia e não tem espaço para o exame interior. Não tem espaço para o amadurecimento espiritual. É impressionante que quando alguém não consegue guardar nada para si e tem a necessidade de falar a respeito de tudo e de todos, geralmente ele não demonstra em nenhum momento uma vida de profundidade diante de Deus. Esta pessoa geralmente é tida no meio da comunidade como alguém não confiável. Porque é curioso e não sabe ser reservado e discreto na vida. É preciso olhar urgentemente para o texto de Provérbios quando Salomão nos lembra: No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente. O curioso só vive cometendo transgressões porque só olha para a vida dos outros e não se lembra de ser prudente na vida. Cuidado quando olhamos e xeretamos a vida alheia. A exortação de Jesus é que devemos olhar para a trava que está no nosso olho, antes de olhar para a do nosso próximo.

O perigo do julgar:

É interessante lembrar que na minha adolescência alguns “amigos”! faziam brincadeiras comigo sobre os meus defeitos. Esta é uma questão séria entre nós ao longo dos anos. Sempre temos facilidade de notar os defeitos alheios, nunca os nossos. Sempre vemos e falamos em grande parte a respeito dos outros. Porque o fulano faz assim, age assim e vive assim. Como temos dificuldades de trabalhar com os elogios ao invés das críticas e dos julgamentos. Não é por acaso que Jesus afirma em Mateus 7.1 que à medida que julgarmos, também nós seremos julgados. E ele usa o termo hipócrita para nos chamar a atenção do quanto somos maus em falar e julgar o nosso próximo. Porque geralmente falamos dos outros por inveja daquilo que são e não conseguimos ser. Por isso, nos referimos aos outros querendo as coisas que eles têm. Falamos mal dos outros sobre aquilo que nos causa insegurança, e por isso, julgamos as pessoas que nos cercam. Geralmente que falamos dos outros e julgamos alguém, estamos falando de nós mesmos. A questão de Salomão é que prata escolhida é a língua do justo. Por quê? Porque quando aprendemos a lidar com a fala e o julgar, adquirimos uma língua sincera, livre da escória da traição e da hipocrisia. Adquirimos uma língua distante da má intenção para com o próximo. Por isso, precisamos orar e pedir ao Senhor para que nos dê uma linguagem santa porque geralmente somos traídos pelos desejos e emoções que nos levam a falar e julgar aqueles que nos cercam.

O perigo da vaidade:
Aquele que fala muito, sempre se coloca no centro. Aquele que muito fala, fala de si mesmo e sempre se coloca debaixo da lâmpada para que os outros lhe dêem a devida atenção. Clímaco afirma: “A tagarelice é o trono da vanglória, onde ela se senta em juízo sobre si mesma e toca o trombone sobre si para o mundo inteiro” (GRUN, 2004, p. 11).

Quem fala sempre quer ser reconhecido e aí que mora o perigo da vaidade. E por isso, geralmente o falar de nós mesmos serve para satisfazer a nossa vaidade. Não é por acaso que Tiago nos adverte para falarmos menos e assim nos iraremos menos e respeitaremos mais os nossos próprios limites. Pois, a nossa fala quase sempre quer elogiar a nós mesmos e depreciar os outros.

O perigo de negligenciar a vigilância interior:
Quando tagarelamos demais nos esquecemos da vigilância de nós mesmos. Como precisamos policiar o nosso interior. Porque a boca fala daquilo que está cheio o coração. Quando o nosso coração está cheio de raiva expressamos isto diante daqueles que estão ao nosso redor. É preciso sempre exercitar o nosso interior com o ensino de Salomão: No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente. Moderar os lábios é vigiar o nosso interior para não tecer aqueles comentários e palavras que ofendem aos outros. Moderar os lábios é vigiar o nosso interior para que não haja sujeira na alma ao falar das pessoas.
Que Deus nos dê graça para tomarmos cuidado com estes perigos e assim louvarmos a Deus através de conversas edificantes sobre a criação dele!

Pr. Alcindo Almeida


GRUN, Anselm. As exigências do silêncio. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Leia esta linda letra: Salvador Maravilhoso - Gerson Borges


Salvador maravilhoso,

Deus que tomou meu lugar

Cordeiro entregue ao Calvário

Morto pra nos salvar,

Ô ô ô, morto pra nos salvar

Consolador, Conselheiro,

Deus que me vem abraçar

Na noite escura da alma

Tu vens comigo andar,

Ô ô ô, Tu vens comigo andar

Por isso nós te adoramos,

Por isso vamos louvar,

Pois dessa graça que sara,

Só tu nos podes dar

Ô ô ô, só Tu nos podes dar

Pai poderoso e infinito,

Deus que não cansa de amar,

Em meio às nossas fraquezas,

Nós vamos te buscar,

Ô ô ô, nós vamos Te buscar

Por isso nós te adoramos,

Por isso vamos louvar,

Pois dessa graça que sara,

Só tu nos podes dar

Ô ô ô, só Tu nos podes dar

Ô ô ô, só Tu nos podes dar

Ô ô ô, só Tu nos podes dar .....

Leituras no mês de março de 2008







MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Campinas - SP: Verus Editora, 2003. Este livro junto com o "Novas sementes de contemplação" são considerados os dois mais importantes livros de espiritualidade de Merton e portanto são habitualmente incluídos como os favoritos dos seus leitores. De certa forma, como o próprio Merton explica no prefácio de "Novas sementes...", o livro é em boa medida uma continuação do "Homem algum é uma ilha". O livro contém 221 páginas.



MCLAREN, Brian. Uma Ortodoxia Generosa. Brasília: Palavra, 2007. Estou chateado depois de ler Uma Ortodoxia Generosa de Mclaren. Para ele, ser verdadeiro reformado é estar pronto a reformar a fé. Ele deixa isso explícito - e exemplifica isso reinterpretando ponto-a-ponto o calvinismo em termos claramente neo-ortodoxos. Ele fala de Calvino de maneira pejorativa e o chama de jovem insensato. Usa muito mal a inteligência de Calvino e trata a doutrina da eleição como algo reducionista. Quando ele fala da forma radical de Calvino expor a sua idéia teológica sobre vários assuntos - afirma que Calvino supervisionou a execução de companheiros da sua época (casos de inquisição também). É claro que sabemos das questões envolvendo Serveto que foi queimado vivo em Genebra. Eu estou chateado por ver que a Editora Palavra nem ao menos colocou uma nota mostrando a relevância e profundidade de Calvino na sua interpretação bíblica. Ao ler Mclaren, percebo que antes de Calvino, quem defende a doutrina da eleição é a própria Escritura. Calvino foi apenas o instrumento de Deus para interpretar corretamente a Escritura como ele mesmo disse: "Com os óculos espirituais". Se você ler este livro deve lê-lo sabendo desta opinião. Com toda sinceridade, o livro deveria se chamar Uma Ortodoxia Intransigente. O livro contém 328 páginas.


LUCADO, Max. Todo dia é um dia especial. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2007. Já que você é uma idéia de Deus, você é uma excelente idéia! Da Vinci pintou uma única Mona Lisa. Beethoven compôs uma única Nona Sinfonia. E Deus fez uma única versão de você. Ele o personalizou para uma tarefa única. Como um garimpeiro, explore e busque as pepitas de ouro de sua vida que são exclusivas para você e para seu crescimento. Descubra com o autor best-seller Max Lucado todo o valor que você tem. Max Lucado é considerado o autor líder no segmento de livros de inspiração nos EUA. Seus livros já venderam mais de 50 milhões de exemplares no mundo. Ele também é autor dos best-sellers Derrubando Golias, Dias melhores virão e 3:16, todos publicados pela Thomas Nelson Brasil.vida, escreveram uma espécie de programa espiritual para o exercício do amor, da paciência, do desprendimento e do respeitono trabalho. Contém 123 páginas.




Anselm Grün. ORAR E TRABALHAR: UMA REGRA PARA A VIDA CRISTÃ. Rio de Janeiro: Vozes, 2005. Ora et labora é uma regra beneditina que traduz uma sabedoria de 1500 anos e que une num mesmo caminho estes dois aspectos da vida. Os autores, inspirados nessa regra de vida, escreveram uma espécie de programa espiritual para o exercício do amor, da paciência, do desprendimento e do respeitono trabalho. Contém 104 páginas.

NOUWEN, Henri. Ministério Criativo. Brasília: Palavra, 2008. Encorajador e envolvente! Henri Nouwen traz neste livro mais uma excelente, profunda e prática reflexão sobre o ministério, que deve refl etir e resultar de uma sólida e bem construída espiritualidade cristã. Esta espiritualidade precisa ser entendida e igualmente cultivada de forma disciplinada e constante pelo ministro, porque ela tem claramente uma ligação direta e forte com o ministério que desejamos exercer a serviço do Reino de Deus. Contém 137 páginas.

MANNING, Brennan. Convite à loucura. São Paulo: Mundo Cristão, 2007. Que livro extraodinário este do Brennan Manning! Convite à loucura nos envolve de tal maneira que não queremos párar de ler. eu gostei demais e como é de costume Brennan Manning sempre nos faz refletir sobre frases que ecoam no coração. E uma que me marcou foi: Jesus Cristo não é apenas o centro do Evangelho, ele é todo o Evangelho. Não deixe de ler este livro profundo para a vida cristã. Contém 154 páginas.

JUNIOR, Alcides Martins. Ser Cristão Numa Cultura Sedutora. Brasília: Palavra, 2006. Dizer-se cristão, atualmente, já não representa mais garantia de honestidade, ética e moralidade. A sedução do mundo tem levado inúmeros cristãos a um gradativo abandono dos princípios bíblicos. A proposta desse livro é ajudá-lo a viver em nossa cultura, sem antes ser seduzido por ela. Traz uma abordagem crítica das seduções à luz de uma acurada análise da vida do profeta Daniel. Contém 70 páginas.


Filmes legais para se ver:




Ela é poderosa.
Lilly não consegue mais lidar com Rachel, sua filha cheia de problemas. Resolve então levá-la para a casa da avó, Georgia, uma mulher inflexível que move sua vida por meio de uma série de regras. Rachel no entanto sacode a cidadezinha. Fica amiga de uma mulher mórmon e revela a ela um segredo. Uma revelação que acaba gerando uma crise, mas servirá para que cada uma dessas mulheres possa se conhecer melhor.

Um ato de coragem. Denzel Washington é John Q. Archibald, um homem cujo filho de nove anos precisa com urgência de um transplante de coração. Mas ele descobre que nem seu seguro-saúde e nem a saúde pública cobrem a operação. Desesperado, decide tomar todos na sala de emergência de um hospital como reféns até que a cirurgia seja feita. A partir de então, John passa a tentar arranjar uma solução para o caso com o negociador Grimes (Robert Duvall) e com o impaciente chefe de polícia (Ray Liotta), que só está..