O teólogo Dietrich Bonhoeffer deve ser entendido mais como homem de resistência do que de submissão. Sua carreira teológica é marcada pelo posicionamento intelectual e político de resistência. Quer no diálogo eclesiástico (na relação de Cristo com a Igreja), quer no diálogo ético (na relação do homem consigo mesmo e, na relação da Igreja com o mundo) Bonhoeffer estabeleceu novos princípios; princípios radicais é verdade, mas que respondem à urgência dos anseios do mundo. No mundo de Bonhoeffer não há mais diálogo entre os valores do Reino e o mundo, não há mais viabilidade na pregação do Evangelho. Em resposta a essas circunstâncias, a ética de Bonhoeffer tem valor fundamental em sua teologia.Há um “sitze em lebem” por traz do pensamento ético de Bonhoeffer que manifesta sua preponderância. A dialética entre o último e penúltimo, sobre a nossa vida em Cristo e a diversidade das coisas “mundanas”, marcadas por um lado pelo radicalismo (que sacrifica o último) é o ponto de partida para uma ética concreta. Outra questão importante para entendermos a concreticidade do pensamento de Bonhoeffer é a teoria dos mandatos. Deus não se manifesta na perspectiva da dessacralização do mundo, Ele age sobre todo o mundo com instrumentos diversos, a saber: o trabalho, o casamento, as autoridades, e a igreja.É claro que essa maturidade teológica passou por um processo que partiu de uma ênfase na eclesiologia, passando pelos questionamentos sobre o Estado e o aprofundamento da vida comunitária, até chegar ao radical engajamento na contra-espionagem e por fim (isso já na prisão) à composição de sua crítica maior sobre o sistema religioso e a presença de Deus no mundo (data de 30/04/1944). Ao longo de todo esse processo a ética de Bonhoeffer foi sendo construída, detalha-la seria uma tarefa complexa, mas nos é possível resumi-la. A ética de Bonhoeffer é concreta. Enquanto o sistema filosófico passou de subjetividade a subjeticidade, da definição do bem como coisa última em Platão, da felicidade em Aristóteles, e do dever em Kant, Bonhoeffer vai definir a realidade última de forma simples e objetiva: Deus.Essa ética concreta que se encontra em Deus, deve se verificar também na relação da Igreja com o mundo. O mundo adulto não compreende a linguagem religiosa do cristianismo, ao contrário ele carece que a Igreja anuncie o cristianismo arreligioso. Caberá então à Igreja despojar-se dos seus bens (que simbolizam a separação sacralizada entre Igreja e mundo) e viver concretamente, de forma “santamente mundana”, no seio da sociedade.Essa ética concreta existe em contraposição à graça barata tão disseminada no mundo cristão. Em fim, o pensamento de Bonhoeffer não existe como especulação teológica, ele é concreto e se manifesta na concretude de sua ética. É uma ética concreta (adulta) para o mundo concreto (adulto).
Tem 52 anos, é casado com Erika e pai da Isabella. É membro da equipe pastoral da IP em Alphaville - Santana do Parnaíba - SP. Ele cuida de pessoas no aconselhamento. É autor de: Provérbios - vida inteligente; Depressão; Silenciando; Descanso no pastor da alma, Coração sábio, Poesia e oração - Vols I a V, Vivendo, Encontros com Jesus, Alegria verdadeira e Simplicidade, fé e oração Série Intimidade com a Palavra. Um jeito doce de viver com seu cônjuge. Ele é fundador do Projeto Timóteo.
Querido, irmão. achei importante essa matéria, por ser admiradora de Bonhoeffer e entender que ele marcou a sua geraçao,cumprindo o propósito de Deus para a sua vida e só.Ele me inspira. gostei do seu blog, Deus o abençoe. Sady
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