segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

João da Cruz - um homem que andou com Deus


João da Cruz - um homem que andou com Deus

João da Cruz viveu na segunda metade do Século XVI. Ele foi um discípulo de Tereza de Ávila. Em alguns aspectos ele se tornou maior do que ela. Ele era responsável pelo movimento carmelita. Houve hostilidade nesse processo. A Espanha se tornou a guardiã da fé católica. Quando o Franco estava no poder era muito comum dizer que a Espanha era mais papista do que o papa. Com as ambições de Carlos V, a Espanha ficou no processo da monarquia e nesta época havia imperadores intelectuais.
João da Cruz cresceu nesta época num lugar pobre e sua mãe perdeu tudo. O seu pai perdeu a sua herança porque se casou com uma mulher pobre. João era muito inteligente e caiu na graça de amigos que investiram na Universidade. Ele se tornou amigo de Tereza. Ele pegou fogo no servir a Deus num Hospital. Ele atendia todos os pacientes que estavam morrendo.
A sua experiência com Deus era marcante para a vida das pessoas. Tanto João da Cruz como Tereza entraram no mundo do fogo. Em 1552 quando ele era o capelão das freiras e foi seqüestrado pelos seus próprios amigos carmelitas e levado para Toledo. Colocaram numa cela pequena onde mal dava para ele se deitar.
Ele comia migalhas de pão e a água era de prisioneiro. Ele estava acorrentado e ele assistia os nobres comendo e depois era torturado. Ele comia dos restos que lhe davam. Depois era levado para a sua cela escura. Ele percebeu que aquilo que estava passando não teria fim. Isso aconteceu porque ele queria ser mais espiritual na vida diante de Deus.
Certo dia um carcereiro amigo deixou a porta aberta e ele rasgou as roupas de cama e fez uma corda e saiu pela janela. No lado de fora imediatamente foi para o convento das carmelitas e de lá conseguiu chegar em Ávila. Lá em Ávila ele começou o movimento entre os homens.
Na ordem de “Anda Lusias” alguns o invejaram por causa do seu jeito de vida simples. Ele teve uma opção depois de ser acusado injustamente. Ele poderia sair e ter outros inimigos, eles partiu para sofrer ainda mais porque entendia que participava dos sofrimentos de Cristo. O seu choro se tornou a voz dos anjos. Neste tempo de sofrimento começou seu comentário sobre a noite escura da alma: para ele era o processo de estar no escuro. Ele descreve as suas experiências na cela escura e sem vida. Suas músicas eram uma dança do pensamentos e das emoções do coração. Ele estava cantando a sua dor e sofrimentos. Eram as expressões dos seus sofrimentos e as lutas que ele experimentava naquela cela. Na subida do Monte Carmelo ele cantava a noite escura. Tanto que o escritor de música mais respeitado da Espanha é João da Cruz.
Ele tem duas noites escuras da alma:
· Noite dos sentidos: ele se tornou nu de tudo. Ele estava destituído de tudo. No mundo dos sentidos é o que vivemos as convicções da vida. As coisas que nos dão as convicções do coração, são as noites dos sentidos. Aquilo que entendemos ser a nossa identidade foi destruído. João nos ensina que na presença de Deus somos reconstruídos. Para João na verdade, a noite escura, era abençoada porque havia reconstrução do seu coração na presença de Deus. Era a noite quente nas mãos do criador. Com João da Cruz aprendemos que a nossa auto-imagem destruída pelas feridas da vida é radicalmente reconstruída em Cristo. Nunca chegamos a essas profundidades de João, por isso, não entendemos a reconstrução da vida.
· Noite da alma: Tereza compreendia a sua alma como algo que tinha parte com a espiritualidade. Ela era um jardim que vivia com a água viva. A sua alma era um castelo em que explora todos os quartos com Cristo na noite escura da alma onde todas as imagens desaparecem. A imaginação da pessoa é eliminada e não consegue dimensionar o que significa isso.
Na sua vida João da Cruz se tornou uma pessoa totalmente contemplativa. João da Cruz foi sempre sedento do infinito e não fez outra coisa a não ser viver o amor, cantar o amor e ensinar o amor.
Os sermões de João da Cruz são pérolas inestimáveis e os seus conselhos, de uma sabedoria nobre e suas ambições sempre nobres. Ele repetia sempre: "O ferido de amor não se cura a não ser com o amor. Para chegares a saborear tudo, não queiras ter gosto em coisa alguma. Para chegares a possuir tudo, não queiras ser coisa alguma. Para chegares a saber tudo, não queiras saber coisa alguma. Para chegares ao que não gostas, hás de ir por onde não sabes. Para vires ao que não possuís, hás de ir por onde não possuís. Para chegares ao que não és, hás de ir por onde não és. O olhar de Deus produz na alma quatro bens, isto é, a purificam, a favorecem, a enriquecem e a iluminam. É como o sol que derdejando na terra seus raios, seca, aquece, embeleza e faz resplandecer os objetos".
Como precisamos de pessoas com o exemplo de São João da Cruz.
Pr. Alcindo Almeida

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