João Calvino, no seu livro As Institutas da Religião Cristã, refere-se à justificação como “eixo principal ou ponto principal sobre o qual a religião se sustém.” Ele diz que, “salvo se antes de tudo apreendas em que posição estejas diante de Deus e de que natureza seu juízo é em relação a ti, não tens fundamento sobre o qual erigis a piedade para com Deus.” Realmente esse é o alicerce de toda a nossa teologia reformada. Somos justificados pela graça salvadora de Cristo Jesus. E o instrumento usado para que tenhamos a compreensão da redenção em Cristo é a fé.
Bernardo de Claraval diz que “o fato de Jesus Cristo ter assumido a natureza humana é para a maior manifestação de amor que Deus poderia demonstrar para com os eleitos. A natureza adâmica estava totalmente corrompida e necessitava de um processo de restauração. A encarnação do Filho de Deus é o ato amoroso que partiu do próprio Deus para o bem da raça humana, pois se ele não tivesse amado pecadores com sua ternura, não os teria buscado na sua majestade e nem olhado para nós em nosso cárcere de pecado.”
Justificação é o fato de Deus, o Pai mandar o seu próprio Filho à cruz para satisfazer a sua justiça em punir o pecado do seu povo. Ou seja, na cruz do Calvário, Jesus é punido em nosso lugar. Na cruz, o justo é punido em lugar do injusto. Paulo mostra claramente essa realidade no texto de II Cor. 5.14-21: Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo. Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
Somos justificados pela fé por meio do Filho que se entregou em nosso lugar. Agora vivemos pela fé nele e a nossa vida é de santidade e amor. Como Sinclair Ferguson afirma: “Quando contemplamos a glória de Cristo no Evangelho, acontece um reordenar dos afetos de nosso coração, de modo que passamos a nos agradar dele profundamente, e as outras coisas que dominavam nossa vida perdem o poder de nos escravizar. Essa é a santificação que acontece quando mergulhamos profundamente no Evangelho.”
Que valorizemos essa doutrina em nossa vida diária, que agradeçamos a Deus pela maravilhosa justificação em Cristo Jesus! (Alcindo Almeida)
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