quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ajudemos os outros a subirem o elevador da vida

Há uma canção de Leonardo Gonçalves chamada: Getsemâni. A letra afirma:

“No Getsêmani foi que meu Jesus orou, se entregando ao Pai mais uma vez. Logo vieram pessoas para o levar. Para a maior das provações. Ele tanto amou, tudo suportou. Ele carregou a nossa cruz. Ver os cravos nas mãos, seu corpo a sofrer. Naqueles momentos de dor. Ver o mestre a chorar e foi por você. Que ele mostrou tanto amor”.

As pessoas que não percebem o quanto Deus nos amou em Cristo Jesus, e nos colocou no elevador da graça e da eternidade, não entendem o que significa misericórdia para com os outros. No relacionamento diário com os amigos e pessoas que nos cercam podemos empurrar gente para cima ou para baixo. Empurrando para baixo é gesto de quem não anda na trilha da graça e misericórdia.
Gosto do quanto minha amada mãe me empurrou para cima. Ela cuidou de mim quando estava muito doente. Lembro-me de quando quebraram minha perna na escola. Ela ficou o tempo todo no Hospital. Naquela noite eu sofri muito de dor e ela não pregou o olho. Ficou ali me abraçando e cuidando de mim. Quando iniciei o Colégio, minha mãe trabalhava de empregada doméstica para me ajudar nos estudos. Fazia minha marmita e colocava o pedaço de carne dela para mim e ficava sem comer. Ela sustentou o meu vôo nas alturas. Ela fez o possível para eu subir mais um andar da minha carreira. Hoje só estou com uma perspectiva preciosa na vida porque ela investiu em mim e foi graciosa e teve atos de bondade para comigo.
Há uma história também profunda no filme Os miseráveis. Após cumprir 19 anos de prisão com trabalhos forçados por ter roubado comida, Jean Valjean (Liam Neeson) é acolhido por um gentil bispo (Peter Vaughan), que lhe dá comida e abrigo. Mas, havia tanto rancor na sua alma que no meio da noite, ele rouba a prataria e agride seu benfeitor. Mas, quando Valjean é preso pela polícia com toda aquela prata ele é levado até o bispo, que confirma a história de lhe ter dado a prataria e ainda pergunta por qual motivo ele esqueceu os castiçais, que devem valer pelo menos dois mil francos. Este gesto extremamente nobre do religioso devolve a fé que aquele homem amargurado tinha perdido. Porque o bispo diz a ele: Jean com esta prata eu compro a sua alma. Esta prata será a lembrança de que você agora é um novo homem. Após nove anos ele se torna prefeito e principal empresário em uma pequena cidade.
Há uma citação de uma frase de James Hunter:

“Precisamos uns dos outros, os arrogantes e orgulhosos fingem que não precisam...que piada! Um par de mãos me tirou do útero... outro trocou minhas fraudas, me alimentou, me nutriu, outro ainda me ensinou a ler e escrever. Agora, outros pares de mãos cultivam minha comida, entregam minha correspondência, coletam meu lixo, me fornecem-me eletricidade... um par de mãos cuidará de mim quando eu ficar doente e velho, e me levará de volta a terra quando eu morrer” (HUNTER, 2004, p. 34).

James Hunter diz isto porque ele mesmo percebeu que se concentrou nas tarefas e se descuidou dos relacionamentos (HUNTER, 2004, p. 34). Só podemos exercitar a misericórdia que recebemos do Pai através dos nossos relacionamentos. Tudo na vida gira em torno dos relacionamentos com Deus e com o próximo. Sem uma pessoa não podemos nos conhecer como um ser humano de fato.
A verdade para nós é que de nada vale aprender bem se deixarmos de fazer bem e com a misericórdia do eterno Deus na vida!
Que o Senhor Deus nos dê a sua graça para que pratiquemos este o amor com a misericórdia dele!

Alcindo Almeida

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