segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Devemos suplicar sempre a misericórdia de Deus para conosco


-Texto para reflexão: Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e reponde-me, pois estou aflito e necessitado. Preserva a minha alma, pois eu sou piedoso; tu ó Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia. Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo de contínuo. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma (Salmo 86.1-4).

Há um personagem histórico que nos chama a atenção: Theodore Roosevelt – presidente dos Estados Unidos da América. Ele é chamado de o presidente vaqueiro dos Estados Unidos da América. Quando criança era franzino e tinha muitas doenças. Sofria de asma, tinha miopia e era extremamente magro. Seus pais acreditavam que ele não sobreviveria por muito tempo. Ele se preocupou então em estruturar seu corpo assim como fazia com a sua mente. Ele enfrentou as crises profundas do seu coração porque quando menino era nervoso e tímido e carregava doenças terríveis no seu corpo (MAXWELL, John C. 2007, p. 51). Este foi um presidente reconhecido pela sua braveza e luta no meio das crises e dificuldades da vida.
Hoje todos nós temos crises como Theodore Roosevelt. Temos dificuldades que podem nos afetar na vida. Então quando estamos em crise de problemas diversos para qual Salmo nós podemos recorrer?
Podemos recorrer a um Salmo que fala que Deus é misericordioso, um Salmo que fala que ele atenta para o nosso clamor. Um Salmo que afirma que Deus é o único, o grande, o maravilhoso, o poderoso, o Deus incomparável e soberano. O Deus que é cheio de compaixão, o Deus que merece todo o louvor e toda a adoração.
Este Salmo é uma oração solitária do rei Davi. Este Salmo consiste num elogio como também numa oração. Davi elogia Deus e ao mesmo tempo retrata a sua oração diante de Deus. Por isso, é especialmente conhecido como a oração de Davi. As circunstâncias da vida dele são variadas e expressivas no texto. Em muitos aspectos se assemelha ao Salmo 17.1-15. Aqui vemos as orações de um homem que não tem medo de expor seus dilemas diante de Deus. Ele sabe deles e, por isso, recorre ao nome de Deus muito freqüentemente citado neste Salmo.
No Salmo Davi reconhece a miséria humana, a necessidade do homem de clamar pela misericórdia, pela compaixão de Deus para a vida. Sua forma é simples como uma súplica e finalizada por um ato de louvor pelo alívio da pressão que Davi sofrera. Os dois primeiros versículos mostram bem claramente o apelo de Davi pela compaixão de Deus para a sua vida. Davi apela para a fidelidade de Deus no fato dele ser misericordioso para com o seu servo, porque Davi está aflito e necessitado. Então ele suplica a Deus porque ele é também piedoso, ou seja, Deus é íntegro e fiel em suas promessas (KIDNER, Vol. 14b, p. 336).
Davi ora a Deus pedindo para que ele incline os seus ouvidos à voz dele, pois, ele está em angústia. Ele diz: Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e reponde-me, pois estou aflito e necessitado. Preserva a minha alma, pois eu sou piedoso; tu ó Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia. Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo de contínuo. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma.
Aqui está uma súplica, uma petição que precisamos fazer sempre para o nosso Deus eterno. Que profundo reconhecimento da limitação do ser humano diante de Deus. E quanto o homem necessita, carece e precisa da misericórdia do Senhor.
Primeiro, Davi pede para o Senhor inclinar, ouvir, considerar atentamente o seu pedido, ouvir cuidadosamente a palavra do seu servo. Porque ele está aflito e necessitado de alguém muito especial para ouvi-lo. E este alguém é o Deus dele.
Segundo, Davi pede para Deus guardá-lo, pois, o teme e confia nele.
Terceiro, Davi pede para que o Senhor tenha misericórdia da sua vida, pois, ele clama por isso todos os dias. Davi sabe o que é a misericórdia de Deus, ou seja, Deus não deu a Davi o que ele merecia, a condenação. Pois, Davi por causa dos seus pecados de adultério e assassinato deveria ter sido morto pelo Senhor. Mas, o Senhor sendo misericordioso com Davi o poupou da morte.
Quarto, Davi pede para que o Senhor alegre o seu coração, pois, ele enleva o seu coração com sinceridade a Deus. Então pelo fato de Deus ser misericordioso e compassivo para com Davi, ele suplica da parte de Deus a alegria para que ele viva. Porque Davi reconhece que diante da aflição e angústia a alegria vinda de Deus no coração é a melhor coisa que pode lhe acontecer. Por isso ele disse: Na tua presença há abundância de alegrias (Salmo 16.11).
Oração é sempre este processo de confissão do que somos, um pedido de súplica e intercessão pelas pessoas e por algo que desejamos diante de Deus.
Davi nos ensina neste Salmo a sermos sinceros e abertos diante de Deus quando clamamos a ele com toda a sinceridade a nossa necessidade e aflição. Ele não esconde que está aflito e necessitado diante de Deus. Ele abre o seu coração com transparência.
Não tenhamos medo na presença de Deus e abramos o nosso coração diante dele. Ele quer que expressemos o que sentimos diretamente a ele em oração e súplica. Ele quer que tenhamos um diálogo de oração de maneira simples e íntima. Você pode notar esta intimidade na vida de Davi quando lê os Salmos 4.2; 17.1-8 e 145.1 (NOUWEN, 2007, p. 89).
Na oração de coração aberto entramos na contemplação do Deus que conhece a nossa mente e coração e escuta atenciosamente os dilemas da nossa alma. Na oração aprendemos a descansar na bondosa providência de Deus e expressamos nosso pensamento, sonhos e pesadelos diante daquele que é o nosso Pai amoroso que nos olha com compaixão e graça (NOUWEN, 2007, p. 91).
Neste Salmo percebemos uma oração que precisamos fazer sempre na vida. Precisamos como Davi pedir todos os dias para que Deus atente para a nossa aflição, para as nossas necessidades. Para que ele incline os seus ouvidos, para que ele ouça atentamente a nossa súplica. Aprendemos com Davi que na hora da aflição só podemos recorrer ao único foco da vida, Deus. Precisamos pedir para que ele nos guarde em todos os sentidos da vida. Precisamos pedir para que ele derrame cada dia sobre nós as suas misericórdias, pois, elas são sem fim e são sem sombra de dúvidas, a causa de não sermos consumidos. Precisamos reconhecer que a alegria só vem de Deus e para ele somente que podemos pedir a alegria para a vida.
Pense nisto:
· Necessitamos reservar um tempo e local para uma conversa com Deus sobre os dilemas e aflições da vida;
· Tenhamos Deus como foco primordial na vida;
· Abrecemos o silêncio no espaço de oração na presença de Deus;
· Aprendamos a ser consolados por Deus através da sua Palavra.

Pr. Alcindo Almeida

KIDNER, Derek. Comentário em Salmos. São Paulo: vida Nova, 1995, Vol. 14b.
MAXWELL, John C. As 21 irrefutáveis leis da liderança. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2007.
NOUWEN, Henri. Direção espiritual. Petrópolis: Vozes, 2007.

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